Século XXII escrita por Angel Carol Platt Cullen
Capítulo 1
04 de janeiro de 2110 - Esme PDV
Eu estava deita com os braços de Carlisle em torno de mim em nosso quarto na cama como costumamos ficar apenas desfrutando a companhia um do outro, quando meu marido me olha fundo nos olhos e me diz:
— Querida, sabe como eu te amo e queria lhe dar tudo.
— Sim, meu amor, eu sei – nossa Ilha é a prova; ele me deu, mas eu considero nossa. – Você me daria o sol se pudesse.
— É verdade.
— Eu também te amo muito. Não posso te dar nada, mas o que eu tenho de mais precioso é seu, você sabe disso.
Ele sorri agradecido – meu marido fica tão lindo quando sorri, parece um anjo. Como eu tive sorte de ter essa pessoa maravilhosa! Agradeço minha estrela por ele ter me escolhido para passar a eternidade ao seu lado.
Carlisle diz:
— Você é tão linda – ele afaga meu rosto. De alguma forma eu sou tanto para ele quanto ele é para mim. A luz em seus olhos se apaga de repente, sei que ele está pensando em alguma coisa... – Mas por mais que eu possa comprar muitas coisas, não posso lhe dar uma coisa...
— Querido, não fique assim – tento deixar ele alegre novamente.
— Não Esme, não é culpa sua. É culpa minha.
- O que foi meu amor? Não quero que fique triste.
— Por minha culpa nós não podemos ter um filho...
— Era necessário na época, eu que me suicidei - a culpa também é minha. não posso deixar que ele se culpe por tudo. Mea culpa. Dividimos tudo, o que é bom e o que nem tanto. Estamos junto para o que der e vier.
— Não acho que teria conseguido como Edward fez com Bella.
— Seja como for eu estou feliz com nossos filhos. Não queria mais nada.
— Sei que no fundo você quer tanto quanto eu - eu compreendo do que ele está falando. É um segredo só nosso.
Bem talvez não, Edward e Jasper podem saber, mas de qualquer forma eles sabem nos respeitar e não falar sobre esse assunto espinhoso e delicado para nós.
Confesso que quando minha nora engravidou eu fiquei um pouco mexida, mas eu não iria deixar de ajudar só porque isso. Eles não fizeram com a intenção de me provocar e muito menos Renesmee poderia ser culpada por sua origem. Eu amo minha neta.
— É verdade, mas é impossível então não penso no que não posso ter.
Seus olhos se iluminam:
— Mas agora nós podemos ter, não falta mais nada.
— Do que você está falando Carlisle? Como pode, eu? Você sabe que eu gostaria muito, não faça nenhuma brincadeira comigo com esse assunto, por favor.
Sua face assume uma seriedade e sua voz um tom grave:
— Estou falando sério Esme, jamais brincaria com uma coisa dessas e muito menos com seus sentimentos. Meus sentimentos também estão empenhados nisso. Pode não parecer mas eu também quero. Eu a respeito muito, jamais faria isso com você.
— Eu sei querido, me desculpe pela reação exagerada.
— Eu sei que é só precaução sua querida, você não quer se machucar. Eu entendo.
— Mesmo assim querido, me perdoe.
— Está perdoada, querida. Eu sei que você já ouviu falar dos bebês de incubadora.
— Sim já ouvi, mas não acho que daria certo para nós. Nós não somos humanos.
— Só saberemos se tentarmos. Mas eu não quero obrigá-la a nada meu amor, só se você quiser.
— Não tenha medo de me machucar Carlisle. Eu posso me curar.
— É claro querida, eu sei.
— Vamos tentar.
— Pode não dar certo Esme. Eu não sei se meus espermatozoides ou seus óvulos ainda estão em condições após tanto tempo. Mesmo que a criogenia seja utilizada para preservar essas células reprodutivas (gametas).
— Eu entendo Carlisle, mas precisamos tentar para saber se vai dar certo ou não.
— Não quero decepcionar você Esme, mais uma vez. Vou me sentir tão mal por fazer isso. a medicina não é milagre e eu me sentirei responsável se falhar.
— Eu sei, estou plenamente consciente, querido. Não se preocupe meu bem. Eu sou adulta, eu sei que pode dar certo ou não.
— Está bem, vamos fazer isso agora?
— Sim; o que você precisa que eu faça, querido?
— Apenas deite na cama, meu amor. Ah, e tire a blusa.
— OK.
Levanto os braços para tirar minha camisa, meu marido vem me ajudar, mas nem precisava.
— Posso fazer isso sozinha. Mas obrigada - emendo para não ser rude.
— Eu sei querida, de nada.
Meu marido vai buscar sua maleta no escritório que fica em frente ao nosso quarto do outro lado do corredor. Ele volta rapidamente e pergunta:
— Sentiu minha falta?
Foi apenas um segundo, mas é claro que eu senti:
— É claro que sim.
Ele sorri e abaixa a cabeça para se concentrar no trabalho.
— Tão sério!
Gentilmente com o bisturi Carlisle abre meu abdome. Eu não sinto dor, é claro, e posso acompanhar cada etapa da cirurgia. Não há sangue – o que me faria desmaiar, pois eu sempre desmaiei enquanto humana ao ver os outros sangrarem – mesmo que eu não sentisse dor ver me faria perder os sentidos – nem dor então não é preciso anestesia e também não é preciso se preocupar com infecção, pois meu corpo frio não é um terreno propício para a proliferação das bactérias.
Foi tudo muito rápido, antes que eu me desse conta meu marido já tinha terminado a operação. Ele conseguiu retirar os dois ovários (eu não poderia mesmo gerar um bebê então não vou mais precisar) para ser maior a chance de algum óvulo poder ser fecundado. Depois de alguns minutos meu corpo já se regenerou e desapareceram os ferimentos causados pelo corte.
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De todos, apenas um estava em condições de ser fertilizado e gerar um bebê. Carlisle fez imediatamente o procedimento (ele já tinha tirado alguns espermatozoides antes de me pedir permissão!) e transferiu o embrião da proveta para a incubadora (meu marido comprou uma dúzia e doou dez para o hospital em que trabalha, pois só vendem em dúzias. As máquinas servem tanto para gerar crianças desde o início como para aquelas que nascem prematuras.) A máquina fará o que meu útero faria se não estivesse congelado.
Para comemorar nosso sucesso, o pequeno milagre que fomos abençoados (ainda é cedo para saber se é ele ou ela, mas cresce muito rápido. Há algumas horas nem existia e gora se multiplica de maneira assombrosa. Talvez amanhã já saibamos. Mas seja um menino ou uma menina é muito desejado/a e amado/a desde já); meu marido e eu vamos passar o resto da noite juntos fazendo amor. Não seremos interrompidos, pois temos a casa só para nós hoje. Estamos a sós porque nossos filhos foram caçar. Alice, Jasper, Rosalie e Emmett foram. Bella, Edward e Renesmee estão no chalé.
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