My Huckleberry Friend escrita por SnowShy


Capítulo 16
O Orfanato e o Abrigo


Notas iniciais do capítulo

Bom, gente, só pra avisar, as minhas aulas voltaram, mas eu não queria colocar as minhas fanfics em hiatus de novo, então vou tentar continuar postando regularmente, de duas em duas semanas. Porém, caso eu atrase algum dia, vocês vão entender, né? Kkk

Espero que gostem do capítulo!



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POV. Henry

 

Eu e a Linda estamos passando mais tempo juntos à medida que as férias passam. Eu espero que as coisas não mudem quando as aulas voltarem... Um dia, quando estamos no parque, ela comenta que vai ao orfanato ler pras crianças no fim da tarde e eu pergunto se posso ir com ela.

— Eu quero ver se você faz isso porque gosta mesmo ou se é só pra contar como atividade extracurricular e ganhar pontos com a faculdade. — Eu digo, brincando, porque sei que ela se preocupa muito com essas coisas, mas também sei que ela não se daria o trabalho de escrever as próprias histórias se a faculdade fosse o único motivo dela.

Por sorte, ela leva na brincadeira e também parece bem contente por eu querer ir ao orfanato com ela. Eu sempre achei muito interessante a Linda fazer esse trabalho, gostaria de ver como é.

 

Como eu imaginei, a Linda leva jeito com crianças, elas parecem adorá-la! A história que ela levou pra ler era um conto de fadas de aventura escrito por ela. Olha, ela bem que podia publicar livros infantis! Talvez por ter se animado porque eu fui ao orfanato, a Linda aparece no abrigo de cães no dia seguinte. Ela parece estar gostando de estar aqui, assim como eu gostei de estar no orfanato ontem. Em determinado momento, ela diz:

— Henry, você se lembra de quando disse que eu devia ser professora?

Claro que eu me lembro. Acho que foi na primeira aula que ela me deu.

— Eu sei que você só deve ter falado por falar — ela continua —, mas eu realmente levei a sério a sua sugestão.

— Que bom, porque eu tava falando sério — eu digo, sorrindo.

Ela sorri de volta e diz:

— Como eu ia dizendo, eu sempre quis ser escritora, mas nunca tinha percebido o quanto eu gostava de ensinar. Agora eu pretendo me formar com esse objetivo também. E isso foi graças a você.

— Que exagero, acho que você ia acabar decidindo isso sozinha em algum momento... — Eu respondo.

Ela ignora o meu comentário e continua:

— Então eu quero retribuir de alguma forma. Eu tava pensando... você já sabe no que vai se formar na faculdade? Quer dizer, eu nem sei se você pensa em ir pra faculdade, mas...

— Eu pretendo conseguir uma bolsa pelo futebol americano, mas ainda não pensei em curso nem nada... Nem na faculdade que eu quero entrar eu pensei, pra falar a verdade...

— Já que você nunca me pediu ajuda em biologia, eu imagino que você seja bom nessa matéria, então eu acho que você devia fazer faculdade pra se tornar um veterinário, principalmente porque você parece amar tudo isso! — Ela diz, correndo os olhos pelo abrigo.

Faz todo o sentido! Eu sempre gostei de cuidar de animais, não sei como nunca tinha pensado nisso... Depois a Linda começa a falar que é importante ter paixão pelo que a gente faz. É engraçado, antes eu achava que ela era uma pessoa... mecânica, sei lá... que faz as coisas de forma totalmente racional, sem levar os sentimentos em consideração, sabe? Mas hoje em dia, eu acho que a Linda se importa com sentimentos, e muito...

 

~~

POV. Linda

 

Eu achei que seria difícil falar pra Sarah que eu tô gostando do Henry, mas acabou sendo bem tranquilo, já que ela levou numa boa e ficou até me apoiando que nem as outras meninas. Parece que ela não tá mesmo mais a fim dele... talvez a Kimi estivesse certa sobre ela nunca ter gostado dele de verdade, afinal. Como eu já imaginava, elas e a Ray ficaram muito felizes em saber que a Fran queria voltar pro nosso grupo e também a perdoaram por tudo. A Sarah ficou um pouco chocada com a história da festa, mas foi bem compreensiva e disse que ia fingir que o episódio nunca aconteceu, o que, aliás, é o que ela já vinha fazendo desde uma semana após o ocorrido. Ela realmente não guarda rancor disso!

Eu tentei aproveitar mais as férias como o meu pai sugeriu, então passei mais tempo com as minhas amigas e também com o Henry ao invés de só pensar em estudos e trabalho. Digamos que eu estou dividindo o meu tempo pra essas coisas e pros amigos. Pois é, acho que eu posso considerar o Henry como um bom amigo agora. Sim, só amigo, mesmo. Por mais que eu sempre sinta um frio na barriga quando tô com ele, eu simplesmente não sei se vamos ser mais do que isso. Sei lá, eu não tenho coragem de falar dos meus sentimentos pra ele... em parte porque eu não sei se ele sente o mesmo, em parte porque eu não sei como vai ser quando a gente voltar pra escola, em parte porque eu tenho medo de ficar distraída com essas coisas ao invés de pensar no que é importante pro meu futuro, em parte porque as pessoas dizem que relacionamentos são complicados... Como podem ver, eu tenho várias razões. Apesar dessas dúvidas, eu tô gostando muito do tempo que a gente tá passando junto.

O lugar principal onde a gente se encontra é o parque, mas às vezes vamos ao shopping, às vezes ficamos na cafeteria... Uma vez ele quis me acompanhar numa das minhas visitas ao orfanato. Eu achei muito legal da parte dele e as crianças também gostaram muito. Ele até revezou comigo na hora de ler pra elas. O pior é que eu acho que não consegui disfarçar a minha cara de apaixonada, porque depois as menininhas vieram me perguntar se ela era meu namorado... Mas não deu pra evitar, né? Acho que eu nunca tinha ficado tão encantada com ele quanto naquele momento! O meu pai comenta que eu tô com "um brilho diferente no olhar" quando eu chego em casa.

— Deve ser esse garoto com quem você tá saindo... Henry, não é?

— Pai, eu não tô "saindo" com ele do jeito que o senhor tá pensando...

— Por que não?

— Porque somos só amigos.

— Ah, sei...

Eu decido subir pro meu quarto pra não ter que continuar essa conversa. Mas fico pensando no Henry. Eu tava mesmo muito errada quando ficava julgando ele! Bom, mas é melhor não lembrar disso. Prefiro pensar no que aconteceu hoje. O Scouty aparece perto de mim nessa hora, então eu me dou conta de uma coisa. Eu nunca visitei o abrigo de cães onde ele trabalha. Acho que eu devia fazer isso.

 

Quando estamos no abrigo, eu percebo que o Henry é realmente apaixonado por animais, muito mais do que eu imaginava. Ele até ajuda a cuidar dos cachorrinhos feridos. Acho que ele devia ser veterinário, parece ter vocação pra isso. Eu não me lembro do Henry ter falado sobre o futuro profissional dele em algum momento, será que ele pensa nisso? Então eu lembro da primeira vez em que eu dei aula pra ele e ele disse que eu devia ser professora. Mesmo que eu sempre tenha pensado no meu futuro, essa profissão nunca tinha passado pela minha cabeça até ele falar. Acho que às vezes precisamos que alguém diga em voz alta o que tá bem na nossa cara pra gente se tocar...

Quando eu sugiro ao Henry que ele pode ser veterinário, ele diz que nunca tinha pensado nisso, mas parece gostar da ideia. Um dos funcionários do abrigo que está perto na hora diz, brincando, que achava que ele já era veterinário e nós começamos a rir. Acho que fiz uma coisa boa.


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