A Falsa Lealdade escrita por Lari Teefey, Indignado Secreto de Natal


Capítulo 5
Um brinde a uma nova vida




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It's the time that you totally screwed up

Still you try to get it out your brain

It's the fight you head when you didn't make up

It's the past that you're dying to change

—---

É o tempo que você estragou totalmente

Você ainda tenta tirar isso da sua mente

É a briga que você começou quando você não perdoou

É o passado que você está morrendo para mudar

 

Dumbledore aguardava pacientemente a chegada de Severo junto com Bellatrix, já que eles foram buscar a Horcrux no cofre dos Lestrange. A ex comensal estava sob efeito de Imperius, claro. Apesar de querer erradicar o uso da maldição na Black, Dumbledore ainda não confiava nela para deixar uma missão de suma importância nas mãos dela. Pelo menos até o dia seguinte.

Um barulho anunciou a chegada dos dois. Bellatrix adentrou a sala com os olhos vagos, grandes olheiras ao seu redor. Severo veio atrás e desfez o efeito, fazendo Bellatrix arregalar os olhos.

— Nunca vi uma criatura resistir tanto ao Imperius. — Severo confidenciou, quando chegou perto de Dumbledore.

— Conseguiram recuperar a taça? — Dumbledore perguntou, olhando com um pingo de piedade una Bellatrix atordoada na porta. Ele percebeu que ela limpava uma lágrima que teimou em cair.

— Conseguimos, — foi a resposta de Snape. O diretor virou sua atenção para ele. — tivemos que ir bem cedo para os duendes não desconfiarem. E ainda tinha a Bellatrix, que não escondia estar sob a maldição.

— E eles não desconfiaram?

— Felizmente não. Eu fiz o favor de alertar nossa mais nova amiga sobre sua discrição.

Snape pegou algo cuidadosamente embrulhado e entregou a taça de Humflepuf à Dumbledore.

— Agora temos que arrumar um jeito de destruir a Horcrux.

— Como você é burro, Dumbledore. — Bellatrix interrompeu. — A solução está na sua cara.

Por um momento a própria mulher abriu e fechou a boca. Estupefata com o que acabara de dizer. E antes que um dos dois homens algo dissesse, ela se retirou.

— Severo, mande a Ordem preparar o Largo Grimmauld, porque se tudo correr como esperamos, teremos Sirius de volta.

— Como vai conseguir que Black relembre todo seu passado à Bellatrix?

— Eu ainda estou pensando nisso, Severo.

Snape fez uma careta em desagrado. Não estava feliz por seu inimigo de infância voltar a ativa. Entretanto não tinha escolha, Sirius era necessário.

Retirou-se da sala do diretor.

♠♥♣;

— Está pronta?

A mulher lhe devolveu um olhar fulminante, ajeitava sua longa capa preta, como se isso fosse mais interessante que olhar nos olhos do diretor. Suspirou. Nada chegava ao vazio que estava sentido. Sempre que olhava para todas aquelas pessoas, se lembrava que confidenciou à eles o grande segredo de seu Lord. Ah, Lord Voldemort… O que estaria achando do seu sumiço agora? Estaria preocupado lhe procurando? É claro que sim, quer dizer, ela é sua comensal mais leal. Quer dizer, era. Não passava de uma traidora que merecia todo o desprezo do mundo.

— Não tenho escolha. — ela o respondeu.

— Imagino como deve estar se sentindo, Bellatrix. É duro deixar alguém que amamos para trás. Você foi muito corajosa, mesmo que não Grifinória.

 

— E desde quando se tornou sentimental?

— Já tem tudo em mente? Quero dizer, a magia e o que deve fazer.

— Claro que tenho! — Bellatrix bateu as mãos nas coxas. — Acha que eu sou burra!?

— Severo, — Dumbledore o olhou. — Vamos aparatar.

Bellatrix olhou o seu reflexo no retrovisor de um carro. A mulher que Dumbledore a obrigou a se transformar era horrível, e sem gosto para roupas. Severo e Dumbledore não tinham que se transformar em ninguém.

Segurou, de má vontade, o braço do diretor e sentiu um puxão no seu umbigo.

Quando voltou a si, estava na porta do Ministério da Magia. Olhou em volta, os bruxos andavam normalmente. Ela segurou firme o coração retorcido.

— Eu não vou, — fez uma pausa. — não vou conseguir.

— E desistir de tudo agora? — Dumbledore a olhou. — Precisa ser forte, Bellatrix.

— Eu sou forte. — Grunhiu.

— Vamos logo. — Severo Snape sussurrou na ouvido do diretor.  Pessoas já paravam para ver se tinha algo errado.

Os três continuaram andando. Bruxos e mais bruxos paravam e davam um aceno de cabeça para o diretor. Um sinal de reconhecimento e respeito. O Ministério da Magia era o lugar onde bruxos trabalhavam em diversas áreas. realização da magia por bruxos menores de idade, mal uso por objeto dos trouxas, entre outros.

Papéis voavam ferozmente em todas as direções. Notícias do profeta diário, correios coruja (sem corujas). No centro havia uma grande estátua de mármore em um formato do próprio ministro. O chão refletia o movimento contínuo.

Eles entraram num elevador com mais três bruxos. Dois deles eram levemente gordinhos, usando elegantes robes pretos, e um outro ruivo, de idade, com sardas no rosto e uniforme simples.

— Arthur. — Dumbledore o comprimento gentilmente. Jogou um feitiço de confusão para os outros dois operários pensarem ser ali que deveriam sair. — Como está?

— Indo relevantemente bem, calmo e cheio de trabalho. O Ministro teve uma entrevista marcada para daqui a pouco, em cima da hora, infelizmente.

Aquilo era uma mensagem de duplo sentido, pensou Bellatrix, tenho certeza.

Arthur apertou alguns números e o elevador subiu mais rápido, até chegarem em um corredor vazio, cheio de portas. Mas havia uma porta em especial, mirada atentamente pelos quatro pares de olhos. A Última porta.

Arthur Weasley se precipitou para a porta, que foi aberta sem ruído algum. Os quatro entraram. Era uma sala enorme, com chão de pedra e pequenos recheados em alguns cantos. Um rochedo em particular trazia um coisa mais especial ainda; um grande portal depositado ali, com uma fina névoa dentro do mesmo, parecia apenas o outro lado da sala, mas era muito mais que isso. Ali era onde Sirius estava.

— Não falem nada. — ela alertou antes que qualquer um abrisse sua incrível matraca e a tirasse do sério. — Snape, eu preciso estar com a minha aparência para entrar.

Assim que terminou a frase. Seus cabelos tocaram suas costas, suas unhas aumentaram e sua pele voltou a ser pálida. Fechou os olhos por um segundo, prevendo o que viria a seguir.

— Eu sou muito bom em poções. — Severo deu um meio sorriso sarcástico. Bella revirou os olhos.

Tirou o casaco que estava longo demais em si mesma. Sentiu o coração arder em seu peito.

— Se Sirius voltar, você também irá. — Dumbledore começou com uma voz serena. — Mas caso falha, nunca mais o veremos. Bellatrix, antes de mais nada, faça isso com calma e sabedoria. Os anos em Azkaban não ajudam agora.

— Me sinto bem melhor. — bufou.

Se aproximou daquela imensidão brilhante — os outros ficaram para trás. Magia muito antiga rondava aquele véu.

 

"Estamos aqui..."

"Escória dos sangue-ruins."

"Maldito seja!"

 

Bellatrix se preparou. Sua respiração já ficando descompensada. Sua mão tremia quando arrancou o coração retorcido do seu pescoço. Não acreditava que ia fazer o que estava prestes a fazer. Pegou uma adaga com um pequeno detalhe prateado em seu cabo, e fez um longo corte em sua mão direita. O qual pegava do seu dedo indicador até o canto inferior esquerdo. Duas gotas caíram no chão, então ela se apressou e encostou a ponta de sua adaga na massa brilhante do véu. O ar, de repente, ficara mais difícil de respirar, mesmo assim, Bella puxou todo o ar que podia de seus pulmões.

— Meus antepassados. — Ajoelhou-se e suspirou. Se eles não a aceitassem... — Pai, mãe, preciso de suas licenças para entrar em nosso véu. Preciso coletar informações.

Ela se levantou. Era agora. Se eles não a aceitassem, ia morrer assim que pisasse lá. Maldito Sirius Black!

Caminhou o mais calmament

e que pôde. As vozes começavam a ficar cada vez mais altas, mais altas, mais altas. Tudo virou escuro. Ela corria. Corria pelo nada, não parecia existir chão no véu. Tudo era de um azul intenso. Sabia o que tinha que fazer, esperava que desse minimamente certo.

— Sirius Black... — ela chamou. — Black, Sirius. Apareça.

Bellatrix sentiu algo duro bater na sua cabeça, ou melhor, ela bater em algo duro com a cabeça. Abriu a boca para gritar, mas não achou voz.

"O que você está fazendo aqui? Sua assassina desgraçada. Você morreu."

— Sirius? — ela arregalou os olhos.

Sirius Black era apenas uma névoa, como tudo ali, sua Aura era melancólica. Sua expressão era totalmente decifrável, Bella não gostou do que viu.

— Eu não morri. Estou aqui para te tirar do véu. Não pergunte nada.

Sirius a olhou atentamente. Uma expressão selvagem domando seu rosto. Cada vez que ele se aproximava ficava difícil ter oxigênio suficiente. Bella caiu sentada, a mão no pescoço, como quem estava sendo enforcado.

"VOCÊ! ME SALVAR?", o espírito de Sirius gritou. "FAÇA-ME O FAVOR! FOI VOCÊ, VOCÊ QUE ME JOGOU AQUI!"

— Estou aqui a mando de Dumbledore.

A expressão do primo se transformou em uma careta de desconfiança.

"Bella..."

Congelou. Ela conhecia bem aquela voz. Macia e hesitante. Seu dono era uma pessoa calma naquela imensidão.

— Régulos. É-é você? — gaguejou. Não queria se virar. Tinha medo.

"Você morreu?", ele perguntou, chegando mais perto.

"Não!"

Bellatrix se virou bem a tempo de ver uma nevasca vindo em sua direção. Senti seu corpo sendo jogado contra uma coisa áspera, para logo em seguida cair com um baque surdo.

 

"Bellatrix, ela está aqui?"

"Por que fez isso?"

"Eu vou matar você, Bellatrix!"

"Ela está morta"

"Não, não, não, ela não pode"

"Como ela conseguiu?"

"Marido..."

"Matar, matar..."

"Fique quieto!"

"Quem você pensa que é?"

"Parem!"

 

Bellatrix sentiu algo sugando todo o seu ar. Abriu a boca num grande "O", tentando o puxar o pouco ar que lhe restava. Levantou a cabeça, ainda com a visão meio embaçada, enxergando apenas névoa. Aquele véu todo parecia feito apenas de névoa.

— Régulos? — ela sussurrou.

"Estou aqui, Bella. Venha, venha até aqui."

"Bellatrix."

Ela tentou se manter de pé, mas com o susto, acabou caindo novamente.

— Pai…

"O que você faz aqui? Se não está morta, o que veio procurar aqui? Fale!”

— Coletar informações. — respondeu.

"Mentira!", ele gritou, "Veio até aqui para buscar alguém, não é mesmo? Eu só espero que esse alguém seja seu querido pai."

— Eu não vim buscar... — ela fez uma pausa. Ousaria? Sim. — Eu não vim buscar você.

Uma baforada de ar novamente foi jogada contra si. Cada vez que caía, mais difícil ficava de se respirar.

O barulho contínuo de vultos voando a estava enlouquecendo.

— PAREM! — Bellatrix berrou, as mãos nos ouvidos. Balançando a cabeça freneticamente.

— Você não vai tirar sequer uma alma puro sangue daqui. — seu pai ameaçou. — Já que veio de tão boa vontade, para quê sair?

Ele finalmente agachou perto da filha. Bellatrix apenas permaneceu deitada, recuperando um pouco do ar. Estava se sentindo mole. Os Black estavam tirando toda sua força. Olhou para Sirius, procurando apoio, mas tudo que viu foi o olhar duro que ele lhe lançava.

O plano de Dumbledore falhara. Tudo que planejaram falhou. Soltou um suspiro, não ouvia uma sequer palavra de seu pai, estava pronta para morrer. Deixou que uma última lágrima, e a única, escorregasse por sua bochecha. Fechou os olhos. Sentiu algo segurando seu pescoço e então tentou gritar. Não tinha ar. Agora ele definitivamente tinha acabado. Sentiu sua cabeça bater contra o chão três vezes. E então, seu pescoço foi libertado daquele par de mãos. Deixou a cabeça pender para trás.

Sentiu seu corpo novamente sendo erguido e se perguntou se não a deixariam morrer em paz, claro que não, ela já estava morta.

— Anda, acorda, você precisa concluir o último passo. Anda, Bellatrix!

Abriu uma pequena brecha que podia enxergar. O cabelo preto e encaracolado de Sirius caia em sua festa.

E então ela viu. A entrada do véu. Ela tinha que arrastá-lo para fora, mas não tinha forças e já ouvia vozes atrás deles. Como se lesse seus pensamentos, Sirius a ajudou a andar até a entrada. Bella agarrou o cordão do coração retorcido que estava guardado no bolso da calça que estava usando. Era horrível a sensação de não poder tocar em Sirius, parecia mais que ela estava sendo agarrada por uma força sobrenatural. Mesmo assim tomou o cuidado de colocar o cordão no pescoço do primo, sem olhá-lo nos olhos.

E então, tudo escureceu.

Dumbledore se virou imediatamente quando uma forte luz preencheu a sala do ministério. Tinha dois corpos jogados na frente do imenso portal.

— Ah, olha, — Snape disse, sem emoção. — eles conseguiram.

 


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