Verônica estava parada na nossa frente com os olhos azuis arregalados podia ver ás gotas brilhantes saindo de seus olhos, ela estava totalmente petrificada seu rosto não demonstrava nenhuma emoção. Eu sabia como aquilo devia estar doendo nela.

- Como vocês dois puderam fazer isso comigo? – ás lágrimas começaram a cair sem cessar de seu rosto, eu estava em estado de choque tudo aquilo rodava na minha cabeça não sabia o que falar, naquele momento fiquei muda.

- Há quanto tempo isso vem acontecendo nas minhas costas? – ela gritou, seus olhos pousaram em mim seu olhar era um misto magoa, ódio e repulsa. – Se me contassem eu não iria acreditar porque eu confiava cegamente em você Alice, como você teve coragem de fazer isso comigo?

- Verônica fique calma, por favor – Bill disse tentando acalmá-la.

- Calma? Como você quer que eu fique calma depois ser traída dessa forma?! Sempre foi ela não foi Bill? – ele abaixou à cabeça e depois voltou olhá-la.

- Sempre foi, me perdoe Verônica – eu ouvi um estralo depois o rosto de Bill vermelho, não sabia como me defender nem como explicar pra ela tudo que aconteceu.

- E você Alice não diz nada? Eu realmente não esperava isso de você. – ela se desfez em lágrimas, seu corpo tremia todo, ela soluçava. Eu queria abraçá-la.

- Você era minha melhor amiga uma irmã pra mim tantos anos de amizade e você joga fora? – respirei fundo tentei me controlar e manter à calma.

- Nada do que eu disser agora vai perdoar o que eu fiz... Mas eu nunca quis te magoar, eu juro é por isso que eu nunca te contei a verdade espero que um dia você me perdoe por tudo o que te fiz.

- Porque Alice, me diz por quê? – ela estava desesperada desejando que aquilo fosse mentira.

- Ninguém tem culpa do que aconteceu Verônica, simplesmente aconteceu e eu Alice fizemos de tudo pra evitar só que chegou um momento em que nós não conseguimos evitar. – Beatriz apareceu acompanhada de Georg e Tom e Gustav apareceram logo atrás.

- Gente o que está acontecendo aqui? – disse Beatriz confusa.

- Conta pra eles – Verônica olhou na direção minha e de Bill. – Conte para o Tom Alice!

- Eu já sei de tudo Verônica me desculpe. – Tom se manifestou.

- Ah então o namoro – ela disse de modo irônico fazendo aspas no ar – De vocês era mentira? Era pra me enganar? Todo mundo sabia só eu sou a palhaça da história?

- Não era de mentira Verônica – eu disse.

- Então você queria à família inteira? Aposta que está transando até com o avô deles – ela estava totalmente fora de controle. E eu merecia todo aquele ódio vindo dá parte dela.

- Verônica se acalme, Beatriz vai buscar um copo de água com açúcar? – Bill pediu, mesmo sem entender muito que estava acontecendo Beatriz obedeceu.

- Me perdoe – eu sussurrei, quando ás lágrimas começaram a cair dos meus olhos feito uma goteira.

- Te perdoar? Talvez algum dia eu consiga porque agora eu não consigo nem olhar pra sua cara. Esqueça que eu existo Alice – ela agarrou a corrente da nossa amizade que havíamos trocado quando tínhamos quinze anos, e puxou de seu pescoço, a corrente arrebentou.

- Eu não preciso mais disso – ela jogou no chão. Aquele gesto me mostrou o quanto ela estava magoada e o quanto ela estava sofrendo.

- Tom leve Alice até o quarto dela – Tom obedeceu ao irmão. Eu estava totalmente em choque, tremia, soluçava chorava tudo ao mesmo tempo Tom me sentou em uma poltrona do quarto.

- Você está bem? – ele perguntou passando a mão em meu rosto.

- Eu preciso que faça algo pra mim, mas tem que me prometer que não contará nada para o Bill até amanhã de manhã.

- Alice eu não vou esconder nada do meu irmão.

- Por favor, Tom faça isso por mim eu te suplico!

- Tudo bem o que você quer eu faça? – cedeu vendo meu desespero.

- Eu quero que você compre uma passagem de ida para Itália eu vou voltar para Milão.

- Como assim?

- Tom faça o que eu estou pedindo!

- Você vai deixar Bill vai jogar tudo pro alto?

- Como você acha que eu irei me sentir ficando com o Bill sabendo que Verônica está sofrendo. Eu te imploro Tom faça o que eu estou te pedindo!

- Tudo bem – ele suspirou – Você devia ao menos se despedir dele, Bill vai ficar arrasado quando acordar.

- Não é melhor não nos despedirmos nos poupa um pouco desse sofrimento.

- Tudo bem eu vou dar um jeito de reservar a passagem pra você – ele se aproximou de mim e me beijou minha testa.

Não sei se o que estava fazendo era certo, mas naquele momento eu não via outra saída pra mim. Arrumei minhas malas as pressas e as escondi de baixo da cama aproveitei e escrevi uma quarta para Bill ele merecia uma explicação. Tom apareceu no meu quarto com celular na mão.

- Já reservei sua passagem o vôo sai amanhã ás 07h00min.

- Obrigado Tom – abracei-o com força – Não sei como te agradecer, obrigado meu amigo.

- Não se preocupe minha pequena, porque você não dorme um pouco vai te fazer bem – há idéia de Tom era tentadora quem sabe assim quando eu acordasse no dia seguinte tudo aquilo fosse apenas um pesadelo.

Eu me deitei na cama e Tom jogou um cobertor em cima de mim eu estava tão casada física e mentalmente que dormir foi fácil.

Quando acordei na manhã seguinte Bill dormia ao meu lado eu olhei bem sua feição decorando cada detalhe daquela imagem, pois séria á última. Toquei seu rosto ele abriu os olhos, meio sonolento.

- Durma meu anjo – eu disse já com a voz embargada, Bill voltou a fechar os olhos eu me aproximei e toquei nossos lábios pela última vez.

Tom me levou até o aeroporto não dissemos nada o caminho todo o silêncio já falava muito por nós. Ele me ajudou com as malas e ficou comigo até que o meu vôo fosse anunciado.

- É acho que chegou à hora de você me abandonar de novo – abracei-o com toda força e com necessitada que minha alma pedia por aquele abraço.

- Fique bem Tom olhe seu irmão por mim.

- Pode deixar pequena – ele secou minhas lágrimas.

- Tudo seria bem mais fácil se eu tivesse escolhido o gêmeo certo.

- E o gêmeo certo seria eu? – ele apontou pra si mesmo.

- Sim seria você Tom eu sei que você não acredita no amor, mas um dia você vai encontrar sua alma gêmea assim como eu encontrei a minha.

- Eu não acreditava em alma gêmea até ver o amor entre você e o meu irmão – ele sorriu de modo doce, e eu ouvi á última chamada do meu vôo.

- Eu tenho que ir, mas antes quero que você entregue isso para o Bill – coloquei á mão no bolso traseiro da calça jeans e entreguei para Tom. – Ele precisa saber o quanto eu o amo.

- Ele vai saber com certeza. – lágrimas foram inevitáveis.

- Tchau Tom eu amo você – abracei pela última vez meu melhor amigo.