Digimon Invocação escrita por Kevin


Capítulo 2
Episódio 01: Primeira Invocação


Notas iniciais do capítulo

Agradeço por estar dando uma chance a fanifc, faz algum tempo que não escrevo algo deste fandom, então vamos ao que interessa!

Bem vindos ao nosso primeiro episódio!



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Digimon Invocação
FASE: Rituais
Arco 01: Pactos
Episódio 0
1: Primeira Invocação

 

Toda a história tem um começo e um fim. Eu não sei como começou essa história e desconfio que não saberei como termina, sinto que serei apenas um ponto a ser esquecido. Mas, se eu puder dar uma chance a esses três terá válido a pena. Isso porque eu lembro do dia em que fui inserido. Três pessoas certas no lugar errado e na hora errada, em uma discussão fútil que os levou a esbarrar em algo dimensional.

 

  

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— Então é verdade? -

 

Havia uma descrença no tom de voz empregado naquela frase. E, se o tom de voz não estivesse deixando claro, o semblante do jovem, definitivamente, deixaria.

Mochila nas costas, calça jeans, tênis preto, camisa branca, blusa de frio azul escura com capuz e óculos de grau de armação preta. Vestimentas não chamativas, mas o cabelo preto bagunçado, olhos castanhos escuros debochados, pele clara além da conta, 1,75 de altura um tanto magrelo e o nariz um pouco maior certamente que eram.

 

— Veio de uma cidade do interior do nosso país, então fala minha língua perfeitamente, certo, Benjamin? - O jovem de óculos ficou olhando para a pessoa com quem tentava falar, acreditou estar sendo ignorado, mas viu a pessoa pedir uns instantes. - Então qual parte, do “trabalho está pronto”, não entendeu? -

 

Era um garoto a analisar uma placa de pedra cheia de inscrições estranhas e um documento de várias páginas nas mãos. Demorou algum tempo, mas finalmente virou-se para o de óculos.

 

— Eu podia perguntar a mesma coisa sobre que parte do trabalho em grupo ocê não entendeu. - Benjamin sorriu. - Daniel… Entendo que diga que vamos tirar dez com este trabalho. - E sacudiu as folhas para ele indicando que aquele era o trabalho. - Mas, por que fazer sozinho? -

 

Daniel retirou os óculos e massageou as juntas dos olhos. Recolocou o pequeno aparato no rosto, balançando a cabeça negativamente dando as costas ao colega de classe. Mas, dois passos depois e sentiu seu braço ser segurado com força.

 

— Ocê tenha mais educação quando alguém estiver falando! -

 

Um solavanco para se livrar de Benjamin e já encaravam-se. A camisa xadrez de manga longa e a mochila aparentemente vazia marcavam os primeiros contrastes entre eles, o estilo. Mas, o físico gritava mais! Benjamin tinha tom de pele bronzeada, cabelo crespo, olhos castanhos escuros simples e músculos mais definidos. Ainda assim, Daniel não intimidou-se e manteve o olhar de animosidade.

 

— Algum problema? -

 

O museu não estava cheio, a sala em que se encontravam tinha mais três pessoas que acompanhavam a cena de hostilidade iniciada. Uma delas um segurança que abordou-os rápido fazendo-os desviar o olhar um do outro para observá-lo. No entanto, um flash clareou o local. Uma garota fotografava a mesma pedra que Benjamin analisava antes da discussão com Daniel.

 

— Sem flash no interior do museu! - O segurança bradou.

 

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Dez minutos de caminhada e quatro quarteirões separavam o trio do museu deixando-os num parque arborizado da cidade, vazio devido ao horário da manhã de sábado e posição. Uma advertência verbal exacerbada pareceu exagero, mas entre saírem por contra própria ou seus responsáveis serem chamados para uma discussão com um segurança nada amistoso, as opções pareciam óbvias.

Sentaram em um dos bancos e sentiram que um silêncio constrangedor se formou. Ou talvez, Benjamin e a garota já que Daniel ignorava-os mexendo no notebook que retirara da mochila.

 

— Obrigado pela ajuda no museu, Cecília! Mas, não precisava quebrar as regras, não era nada demais. - Benjamin disse sorrindo para a menina.

 

Cecilia possuía um belo sorriso, mais baixa que os garotos, olhos azuis e cabelos loiros escuros ondulados. Trajava corsário jeans preto com blusa rosa de mangas compridas e um cordão com pingente de pedra negra. Apenas aumentou o sorriso diante da fala de Benjamin, especialmente ao ver Daniel revirar os olhos.

 

— Mas, como sabiam que eu estava no museu? - Perguntou Benjamin.

 

— Liguei para sua casa para saber o que achava do trabalho de Daniel e sua mãe disse que foi fazer um trabalho. Após ligar para Daniel para saber se você estaria com ele e ele desligar na minha cara, procurei-o na biblioteca da cidade, na escola e, por fim, no museu. -

 

— Vim direto para o museu! - Disse Daniel. - E não! Não vamos colocar aquela placa no trabalho. -

 

Daniel virou-se para eles colocando o notebook de lado. Benjamin e Cecilia se olharam sem entender do que ele estava falando.

 

— Nosso trabalho é sobre escritas antigas e o fiz com as mais relevantes. No entanto, vocês resolvem questionar o trabalho e aparecem no mesmo lugar, na mesma hora, interessados na mesma placa. Coincidência? - O deboche estava tão forte que Daniel chegava a sorrir. - A placa e sua escrita antiga não foram inseridas porque não tem tradução ou origem definida. Não se especula em trabalhos! -

 

— Não entendi. - Disse Benjamin confuso.

 

— Ele acha que armamos esta situação para questionar o trabalho. - Falou Cecilia para Benjamin segurando uma risada.

 

— Isso… - Benjamin pareceu se revoltar com Daniel, mas acalmou-se. - Isso explica ninguém querer fazer grupo com você e o professor intervir. -

 

Daniel e Benjamin encararam-se e novamente o clima de animosidade recomeçava.

 

— Se pudermos traduzir ou encontrar uma origem você aceita inserir no trabalho? -

 

Daniel olhou para Cecilia que questionava-o de forma calma. Viu Cecilia começar a mexer no celular e Benjamin aproximar-se dela para entender o que ela estava fazendo.

 

— Buscarei por qualquer referência da imagem da pedra na internet. Se houver uma especulação de tradução, origem ou outro dado vamos encontrar. - Cecilia sorriu.

 

Pesquisa de internet? Eu deveria imaginar que a resposta dela seria algo assim. Historiadores do mundo todo tentam anos e o máximo que conseguiram foi descartar mais da metade das civilizações antigas e ela acha que a resposta vai ser encontrada numa simples pesquisa de internet. Bom… Se aparecer algo posso deixar que o professor corte uns pontos por colocarmos algo tão frágil de internet para ensiná-los. Daniel dava passos a esmo pelo parque enquanto pensava sobre aquilo e acabou dando um sorriso sínico quando resolveu aceitar a proposta. Preparou-se para dizer algo, no entanto, um estranho barulho vindo do notebook chamou sua atenção.

 

Os três olharam para o computador e viram que ele havia desligado. Daniel aproximou-se, chegando a ficar na mesma direção dos demais e algo estranho começou. Acima do notebook estranhas faíscas surgiam no ar, não saiam do aparelho ganhando o ar, surgiam do próprio ar como se algo o energiza-se.

 

— O que é isso? - Questionou Cecilia.

 

Benjamin tentou aproximar-se, mas seu corpo não respondia. Cecilia tentou afastar-se, mas também não conseguiu mover-se. Nenhum dos três conseguia mexer os músculos do corpo com liberdade. O máximo que pareciam poder fazer era falar, mas começavam a sentir dificuldades até nisso. Um vento forte soprou do meio das faíscas e um pequeno buraco negro surgiu em meio a eles.

Uma luva vermelha saiu de dentro do buraco, como se segurasse em sua borda. O trio ficou amedrontado, especialmente quando escutaram uma voz esquisita.

 

— Vou conseguir! Eu… Vou... Conseguir… Por fogo no mundo! - A voz parecia de uma criança espevitada. Mas, quando uma segunda luva apareceu o tom ficou totalmente sinistro. - Com todos vocês dentro! -

 

Uma criatura conseguiu pular para fora do buraco que desapareceu fazendo as faíscas cessarem. Bípede, pele roxa com rosto branco, rabo esguio e orelha pontuda. Tinha um emoji amarelo em sua barriga e um lenço vermelho no pescoço. Estampava um sorriso malvado e não parecia interessado em nada em sua volta a não ser o trio de adolescentes paralisado a sua frente.

 

— Eu ia perguntar porque não correram, mas eu sei o motivo! - Um sorriso diabólico surgiu. - Vou por fogo! -

 

A criatura abriu a mão direita e fagulhas começaram a surgir transformando-se em chamas que formaram uma bola de fogo. Sorria para o trio de adolescentes ainda paralisados quando arremessou a bola de fogo contra eles com força e velocidade.

 

“Pesquisa finalizada! Uma tradução encontrada!

 

Mestre Invoca Servo
Conectado Invocador Convoca
Serei o Osso da Sua Espada
Da Minha Espada Serás a Lamina

 

Paredes Dimensionais Permitam Deslocamento
Defenderemos Pilares Digitais Pétreos
Protegeremos as Dimensões contra o Mal Universal
Permita o Paladino Dimensional”

 

O celular de Cecilia começou a proferir a pesquisa enquanto o pingente começou a bilhar. Assim que as palavras cessaram o pingente explodiu liberando novas faíscas no ar, fazendo surgir um novo ser a frente deles.

Um pouco menor do que as atacava, penas azuladas que recobriam quase todo o corpo com exceção com as partes da barriga que possuíam penas brancas e vermelhas. Bico amarelado com ponta azul e nas patas e nas pontas das asas haviam garras vermelhas.

 

— Eu fui invocado? Isso! Eu vou ser... - A criatura que surgiu parecia animada, mas, de repente, arregalou os olhos ao perceber a bola de fogo em sua direção. - Merda! - Juntou suas asas diante o corpo rapidamente e os separou de forma estabanada. - Tapa Eterno! -

 

Uma corrente de ar foi criada deslocando a bola de fogo para outra direção, fazendo-a explodir em pleno céu. Os adolescentes permaneciam paralisados onde estavam com os olhos arregalados.

 

— Vocês… São Invocadores? - A criatura roxa assustou-se. - De todos os vermes humanos, encontrei invocadores? -

 

A criatura de penas azuladas não esperou que o agressor das crianças se refizesse do susto que levou com seu surgimento e partiu para o ataque, correndo em direção a ele, mas deteve-se devido a um tremor de terra.

 

— O grandão além de ir para o lugar errado não conseguiu! -

 

O roxo, após reclamar, criou outra bola de fogo e jogou na direção dos adolescentes. A criatura de penas correu para protegê-los, tendo sucesso em desfazer o ataque novamente. Mas, quando virou-se a criatura roxa havia sumido.

 

— Droga! Ele escapou! - A ave pareceu irritada com a fuga do adversário. Mas, voltou sua atenção aos jovens que começavam a desabar no chão. - Estão bem? -

 

Caídos no chão, os três parecia sair de uma dormência que ainda deixava-os com cãibras. Tentavam entender o que havia acontecido, mas claramente estavam assustados demais.

 

— O que… o que... é... você? - Daniel gaguejava.

 

— Eu sou Penmon, digimon da tribo da água! - A criatura se apresentou. - Fui invocado como servo para a mestra! -

 

Cecilia tentava refazer-se quando percebeu que a criatura falava e apontava para ela. Tentou indicar com a mão esquerda que não era ela, mas percebeu que nas costas de sua mão surgiu uma estranha tatuagem.


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Notas finais do capítulo

E assim começa nossa história!
Espero que tenham gostado, comentem, deem dicas, criticas e tudo mais!



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