A Clínica dos Poderes Disformes escrita por Pamisa Chan


Capítulo 2
Conhecendo a Clínica - Parte II


Notas iniciais do capítulo

[AVISO DE GATILHO - Menção de suicídio]

OIEEEEEEE!!!!! ESTÃO FELIZES COM A NOTIFICAÇÃO? :D
SE JOGUEM NA LEITURA, ESPERO QUE GOSTEM!!!!!!
No capítulo anterior, a sra. Hipkins começou a apresentar a clínica para Kate. Depois de conhecerem a gata Mary, a enfermeira chefe ficou de mostrar o jardim para a novata.



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As duas se despediram da gata e do espanhol e passaram pelo grande refeitório vazio em direção ao pátio no fundo da instituição. Lá fora, havia uma moça e um rapaz apostando corrida e uma garota servindo de árbitro entre eles.

— Esses são Cherry Adams... — ela pronunciou como a palavra "cereja" em inglês e logo foi interrompida.

— É CHERRIE! — A atleta gritou a pronúncia francesa enquanto passava por elas como um raio de tão veloz.

— Cherrie Adams, Jason McCollins e Riley Mason.

— JASON VENCEU! — Riley avisou com uma voz extremamente alta, que fez o chão tremer.

Kate tapou os ouvidos e fechou os olhos ao ouvir a voz da garota. Jason bateu a mão na mão de Cherrie e os três foram na direção da garota nova.

— MEU NOME É RILEY! COMO VOCÊ SE CHAMA?! — Mais uma vez, a voz dela saiu em um tom ensurdecedor.

— Kate! — A garota respondeu gritando, com os ouvidos ainda tapados por suas mãos — Prazer em conhecer!

— Sou a Cherrie — Ela enfatizou a última sílaba do nome — Muito prazer! — Ela acenou para Kate e sua mão ia de um lado para o outro em uma velocidade sobre-humana. — Não liga pra ela não, a Berrante tem voz supersônica e não consegue falar baixo...

— Eu sou o Jason, tenho poder de teletransporte. Tá vendo isso? — Ele ergueu sua perna direita, que era mecânica — Eu perdi quando me teleportei sem querer. Basicamente eu fui e a perna ficou.

— Ai... — Kate fez uma careta de dor ao imaginar o acontecimento.

— Mas isso não é empecilho pra mim... Aliás, agora mesmo estávamos treinando nossos poderes por meio de uma corrida.

— Suponho que você tenha poder de supervelocidade — Kate disse olhando para Cherrie — Então... como você perdeu?

— Ah, já que eu tenho supervelocidade e não consigo me movimentar em uma velocidade normal, eu treino tentando controlar meus movimentos. Como que treinar meu corpo pra ser um freio, entende?

— Então o Jason vencer é algo bom pra você?

— Sim! Além disso, ele tenta se teleportar pra ficar na minha frente na corrida. Ele ainda tem dificuldades com isso então sempre acaba se teleportando sem querer pra algum lugar inapropriado.

— ESSES DIAS ELE FOI PARAR NO BANHEIRO FEMININO! — Riley comentou.

— Tudo bem, Riley, fica quieta. — Cherrie ordenou e a amiga de cabelos crespos fez beicinho.

— Vamos conhecer os quartos, senhorita Burns! — Albertha cortou a conversa.

— Tudo bem... Até mais, pessoal! Bom treino pra vocês! — Kate acenou animada e seguiu a senhora Hipkins.

As duas passaram novamente pelo refeitório e foram para a esquerda, entrando no corredor dos fundos que dava no dormitório feminino. Ali havia a área de lazer das meninas e uma garota usava seus pés para fazer a maquiagem de outra.

— Essas são Kiara Ljungberg e Felicia Thrussel.

— Fe, não se mexe agora... — Kiara disse enquanto suas pernas elásticas que passavam por trás de seu corpo e estavam por cima de seus ombros se mexiam delicadamente com um pincel entre os dedos do pé.

"Ok, isso é estranho", Kaitlin pensou e imediatamente se surpreendeu com a resposta de Felicia.

— Você tá falando da minha maquiagem né?! Kiara, para agora, eu disse que isso não ia adiantar nada! — a garota que estava sendo maquiada afastou o rosto para trás e começou a chorar, borrando seus olhos.

— O quê você pensou?! — Kiara perguntou irritada para Kate e esticou um dos pés para pegar um algodão para remover a sombra dos olhos da amiga.

— Pensei? Como assim? — Kate não estava entendendo nada — Ah... eu não tava falando de você! Eu tava falando da... — a garota tentou medir as palavras para não ofender ninguém — da situação.

— Kiara... — Felicia secou as lágrimas e começou a se conter.

— Sim?

— Ela achou você estranha. Eu ouvi ela pensar.

Kiara olhou de canto com o cenho franzido para a garota nova e respirou fundo.

— E você é muito normal, né? Quais os seus poderes?! Eles são tão defeituosos quanto os nossos!

— Não fale assim dos poderes, senhorita Borracha... digo, Kiara! — A senhora Hipkins realmente detestava que os pacientes falassem assim.

— Eu... não tenho poderes. — Kate assumiu.

Kiara deixou seus pinceis caírem no chão. Ela e Felicia encararam a garota de cabelos curtos boquiabertas.

— Vamos, senhorita Burns, vou te mostrar os quartos.

As portas dos quartos estavam todas abertas, porém eles estavam vazios, com exceção de um. Havia duas garotas ali, uma com traços asiáticos descalça usando roupas metálicas e outra loira com maquiagem preta nos olhos. As duas estavam sentadas no chão encolhidas, uma do lado da outra.

— Depois de um ano a gente até que se acostuma... — A asiática falou.

— Mas não pode ser assim! Seu pai tá se matando pra pagar pra você estar aqui, essa espelunca tinha que te dar tudo que você precisa. Esse lugar é um inferno! E eu sei o que é inferno porque eu vivia um em casa! No final até que foi bom os meus protótipos de progenitores me obrigarem a vir pra cá!

— Essas são Christine Nagayama e Sophie Weinhart.

— Do que ela tá reclamando?

— A senhorita Weinhart é bem revoltada, mas ela teve uma vida difícil... Os pais a obrigaram a viver aqui assim que ela fez 19 anos. Eles não quiseram cuidar dela apesar de terem condições.

— Uau. E a outra?

— Provavelmente a que mais sofre aqui.

— Por quê?

— Vá falar com ela. — A senhora Hipkins chegou mais no centro da porta para que as garotas notassem sua presença e fez um sinal para Kaitlin entrar.

Aquele quarto era inteiro revestido de metal, literalmente. As paredes, o chão, a cama, a roupa de cama, o armário e a cômoda, tudo. Kaitlin chegou perto das garotas e se agachou de frente com elas.

— Oi, meu nome é Kate. Eu pretendo trabalhar como voluntária aqui. Eu não tenho poderes...

— Você veio aqui pra perceber o quanto sua vida não é um lixo por você não ter poderes? — A loira retrucou.

— Quê? Não... Eu gostaria de ter poderes. Eu achei todo mundo aqui incrível. A senhora Hipkins me disse pra conversar com você... Christine?

— Sim, esse é meu nome. Você quer saber qual meu poder e porque meu quarto é todo revestido de metal?

— Na verdade... sim.

— Encosta na minha mão... — Christine estendeu o braço com a palma da mão virada para Kaitlin.

Ao tentar tocar a mão da garota, Kate percebeu que isso era impossível. Sua mão atravessou a mão da garota, como se estivesse tentando segurar água que sai de uma torneira.

— Eu não consigo tocar em nada. Só em coisas feitas de Imperânio, que é o que reveste meu quarto.

— E por que só o seu quarto tem esse material?! Por que o resto da clínica não tem?! — Kate se indignou.

— Porque é muito caro e precisa ser fabricado sob medida. É uma coisa muito específica, os casos de pessoas assim são raríssimos. A maioria das pessoas na mesma situação que eu quando começaram a desenvolver poderes não tiveram o atendimento necessário a tempo e foram praticamente engolidas pela terra.

— Ela não pode nem encostar no chão. Se ela tentasse, iria ficar presa pra sempre no núcleo da terra por causa da gravidade, se não fosse destruída pelo calor ou pela velocidade da queda. Existem diferentes graus do poder...

— E como você conseguiu ser atendida numa clínica de uma cidadezinha tão pequena? Não teria que ir pra capital?

— Tem uma lei que obriga todas as clínicas a terem recursos suficientes para abrigar com o conforto básico pessoas com qualquer tipo de poder defeituoso desde que essa pessoa comprove que não tem condição de ir para uma clínica com mais recursos.

— Pelo visto morar em um quarto sem direito de sair é o conforto básico... — Sophie revirou os olhos.

— Não precisa exagerar... Não é tão ruim assim, eu tenho sapatos feitos de imperânio, uma cabine específica do banheiro pra mim, talheres e alguns outros objetos que posso usar na clínica. — A garota soou positiva, mas ainda tinha um tom soturno em sua voz — Mas então, meu pai tinha dado um jeito de adaptar minha casa pra eu conseguir levar uma vida relativamente normal e segura. Mas ele não teve condição de manter tudo isso. Como a clínica recebe ajuda do governo ele pode pagar uma mensalidade mais baixa pra me manter aqui.

— Sua mãe não trabalha? — Kate perguntou.

— Minha mãe não aguentou saber que eu teria que conviver com esses poderes defeituosos pra sempre...

— Ela se matou quando a Chris tinha 16 anos. — Sophie explicou de forma direta.

— Eu... eu sinto muito! — Os olhos de Kate começaram a marejar e ela sentiu calafrios.

— Senhorita Burns, acho que já conversou o bastante com as garotas por enquanto. — A senhora Hipkins interveio e fez um gesto para Kate a seguir.

Kaitlin se levantou e se despediu das garotas sem conseguir dizer sequer uma palavra. Ela começou a tentar processar tudo aquilo em sua mente e seus olhos ficaram arregalados. A senhora Hipkins a segurou de lado e caminhou dando apoio para a garota em direção ao segundo andar.

— Sinto muito, Kate. Você precisa saber que para trabalhar aqui vai ter que lidar com esse tipo de coisa. Existem os bons e os maus momentos. Vamos conhecer os garotos que restam, aí você pode decidir o que vai fazer. Prometo que eles vão te animar um pouco.

As duas voltaram para a área de lazer das meninas e Kate foi encarada por Kiara com um olhar fuzilante e por Felicia com um olhar deprimido. Ela teve calafrios e virou o rosto, subindo rapidamente as escadas seguindo a senhora Hipkins. Ao chegarem no andar de cima elas passaram por um corredor com mais quatro quartos na ala das garotas e chegaram no espaço de convivência misto. Ali havia uma parte bem ampla com enormes janelas de vidro cobrindo as paredes, mostrando o jardim do fundo da clínica. Nessa parte havia um sofá de canto, alguns sofás de dois lugares, poltronas e pufes. Havia também uma televisão e uma estante com vários livros.

Naquele lugar havia um homem sentado numa das pontas do sofá de canto com a perna cruzada lendo jornal. Seu rosto era desfigurado e ele usava um suéter de mangas compridas, mas dava para perceber cicatrizes em suas mãos. Na outra ponta do sofá estava um senhor bem idoso, que não parava de falar. Ao lado dele, um rapaz bem magro estava sentado fazendo diversas perguntas. Na poltrona ao lado desse sofá, estava um rapaz negro prestando bastante atenção no que o senhor dizia e completando as frases dele. Mas o senhor não parecia estar conversando apenas com eles. Kate começou a cogitar a possibilidade de haver outra pessoa invisível na clínica.

— Esses são Richard Dawson, Jeremy Smith, Kyle Marx, Herbert Olsen  e Sean Harold.

Kaitlin apontou um por um para contá-los e ela só enxergou quatro.

— Então... temos um homem invisível também?

Os homens pararam o que estavam fazendo para prestar atenção na garota nova.

— Invisível? Não, é só o pouca sombra ali no ombro do Marx. — Disse o homem com o jornal, apontando com a cabeça.

Kyle e Sean caíram na risada enquanto o idoso não havia escutado direito o que Richard havia falado e Jeremy ficou irritado.

— Diz o churrasquinho humano! — O pequenino retrucou.

— Desculpa amigão, mas de "inho" aqui só tem você — Kyle, o magrelo, riu ainda mais.

— Amigão? — Sean gargalhou e Herbert continuou sem entender nada.

Até mesmo Richard que aparentava ser mais fechado esboçou um sorriso com a conversa.

Kate se aproximou dos rapazes e se apresentou.

— Meu nome é Kate. Eu pretendo trabalhar como voluntária aqui.

— Olá, senhorita. Sou Richard, mas esses idiotas me chamam de Tocha — ele falou "idiotas" com um sorriso sarcástico, evidenciando que eles na verdade tinham uma boa relação — você deve ter percebido o porquê. — Ele apontou para o próprio rosto, e Kate entendeu que aquilo eram marcas de queimadura — Eu sou pirocinesista mas por algum motivo meu corpo não desenvolveu imunidade contra o fogo. Esse magrelo é o Kyle, ou Kilo, como costumam chamar,  e por mais que você possa não acreditar ele é superforte. Uma dica: nunca cumprimente ele com um aperto de mão.

— Engraçadinho — Kyle fez uma careta para o homem e de repente todos ouviram um barulho de quebrado.

O rapaz franzino mudou um pouco de lugar em seu assento e percebeu que o controle da TV estava despedaçado.

— Puxa vida, Kilo! Esse já é o terceiro essa semana! — O minúsculo rapaz em seu ombro reclamou.

— Você quer que eu te expulse daí com um peteleco? — Kyle olhou ameaçadoramente para o rapazinho.

— Olá, moça, eu sou Jeremy, também conhecido como salva-vida de aquário, surfista de microondas, alpinista de calçada, Tarzan de samambaia... — Ele tomou um pouco de ar — carcereiro de gaiola, meia porção...

— Acho que ela já entendeu — Sean interrompeu.

— Mas geralmente me chamam de Formiga. — Ele ficou contente ao perceber o quanto Kate estava rindo — Aliás, todo mundo tem um apelido por aqui. Esse é o Herbert, o Vovô. E aquele é o Sean, o Cabeça.

— No meu tempo eles tem aparelhos auditivos mais eficientes. — Herbert resmungou.

— Tem? Ou tinham? — Kate perguntou, percebendo o verbo no presente.

— Quê? — O senhor pôs a mão atrás do ouvido e o inclinou na direção de Kaitlin para ouvi-la melhor.

— O vovô veio do futuro. Mas ele nunca mais conseguiu voltar pra lá. Ele fica contando as histórias de como vai ser o mundo. — Sean explicou.

— Agora mesmo antes de vocês chegarem ele tava falando sobre como o imperânio vai ser barato.

— Uau, isso é incrível! Daqui quantos anos?! — Kate perguntou esperançosa, lembrando-se de Christine.

— 130. — Sean respondeu.

— O quê?! — Kate ficou visivelmente decepcionada.

— O vovô voltou no tempo 43 anos antes de ter nascido...

— Algum motivo pra isso? — Kate perguntou num tom mais alto e pausadamente para ter mais chances do senhor de cabelos brancos a entender.

— Não! Eu estava feliz da vida esperando minha vez na fila da vacina de rejuvenescimento e de repente apareci nesse mundo primitivo! Vocês não tem nem cadeiras de roda movidas a telepatia!

— Espera... Essas coisas vão existir no futuro?!

— A telepatia implantada daqui uns 56 anos. Eu lembro como se fosse amanhã... Eu tinha uns 13 anos quando vi as primeiras pessoas implantando poderes, mas isso era só pros ricos na época. Quando eu estava com 75 anos que os poderes implantados começaram a ficar mais comuns. Agora vou ter que esperar... — Ele começou a contar nos dedos.

— 118 anos. — Sean imediatamente completou.

— É, 118 anos pra ter essas coisas de novo... — Herbert concluiu.

— Deixa eu adivinhar... Super inteligência? — Kate perguntou para o rapaz na poltrona.

— Exatamente.

— Uma dúvida que me surgiu... Se o senhor Olsen tem, sei lá, seus 80 e poucos anos, mais os 43 anos entre o presente e o nascimento dele, então ele supostamente tem 130 anos, certo? Mas por outro lado, não era pra ele ter nascido ainda, e quando ele nascer, eu vou ter... — Ela começou a contar nos dedos — 68 anos. Então isso quer dizer que quando ele supostamente nascer eu já vou estar bem velha. No final das contas, ele é mais velho ou mais novo que a gente?!

Quando Sean ia responder, ele começou a sentir fortes dores. Ele levou as duas mãos à cabeça e se ajoelhou no chão, gritando. Quando Kate olhou para trás, a senhora Hipkins estava correndo em direção às portas duplas que ficavam do outro lado do recinto. Era a enfermaria. Em pouco tempo, dois enfermeiros apareceram com uma maca hospitalar com rodas e colocaram o rapaz ali dentro, levando-o de volta para a enfermaria.

Quando os enfermeiros, Albertha e Sean não estavam mais lá e o tumulto passou, os rapazes perceberam o pavor nos olhos de Kaitlin.

— Isso acontece de vez em quando — Richard explicou — Ele sabe mais do que o cérebro humano pode conter, mas justamente por ser tão inteligente, ele aprendeu a controlar os pensamentos.

— Mas às vezes ele tem esses deslizes e os pensamentos voltam na cabeça dele, e ele não consegue suportar. — Kyle continuou.

— Aí ele fica na reclusão. — Jeremy terminou.

— Reclusão?

— É, na enfermaria tem a ala de reclusão masculina e feminina. Lá tem quartos onde eles levam os pacientes que surtam ou ficam agressivos. — O rapazinho explicou.

— Entendi... E vocês já foram pra reclusão?

— Eu não, eu sou da paz! — Ele respondeu com o peito estufado e mostrando as palmas das mãos. — O Kilo já ficou.

— É, uma vez eu fiquei revoltado por ter quebrado muitas coisas no mesmo dia e comecei a destruir tudo de propósito. — Kyle contou.

— Que medo. — Kate confessou.

— Tá tudo bem, hoje eu não faço mal pra uma mosca... A não ser que encoste acidentalmente nela.

— Mas então, Kate, como eu disse, todo mundo por aqui tem um apelido. Você precisa de um também! — Jeremy disse animado, mudando o foco da conversa — Quais os seus poderes?

— Bem... Eu não tenho nenhum... — Ela admitiu um pouco envergonhada.

 Kyle e Jeremy arregalaram os olhos. Richard, que havia voltado a ler, abaixou o jornal e arqueou as sobrancelhas.

— Quer trocar? — O pirocinesista perguntou sem pensar duas vezes.

— Quem dera... — Kaitlin sorriu.

— No meu tempo as pessoas conseguem implantar poderes... — Herbert contou.

Enquanto todos conversavam, a senhora Hipkins voltou e foi falar com Kate.

— Como o Sean tá? — A garota rapidamente perguntou, preocupada.

— Está tudo sob controle. Ele já foi medicado e agora está sendo monitorado. — Albertha respondeu e pediu para a moça acompanhá-la para dentro da enfermaria.

Ali, ela a levou para a sala dos funcionários, onde um médico e uma enfermeira estavam conversando enquanto tomavam um café. A sala tinha uma porta que dava na sala de reuniões. A senhora Hipkins a conduziu até lá e pediu para a garota se sentar.

— Então, Kate... O que achou? Acha que está capacitada para trabalhar aqui?

— Mas a recepcionista disse que pessoas sem poderes não podem trabalhar aqui.

— Clarice foi efetivada há pouco tempo, ela ainda não sabe muito bem do protocolo. Sem contar que ela sempre age pelo senso comum... Mas como a vaga dava preferência para detectores de mentiras, ela pegou o cargo. Apesar disso, ela é uma boa pessoa. — A senhora Hipkins sempre tendia a ver o lado positivo das pessoas — Mas o foco agora é você. Então, o que me diz? Acha um ambiente pesado demais para você?

Kate pensou, pensou e finalmente concluiu:

— Claro que não! Eu amaria trabalhar aqui! Os pacientes são incríveis. Eu gostaria de ajudar a melhorar a estadia deles.

A resposta entusiasmada da garota surpreendeu a enfermeira chefe de forma positiva, fazendo-a sorrir e apertar a mão de Kate e chacoalhá-la com força.

— Que ótimo! Você pode então ajudar a planejar as atividades da clínica!

— Sério?! Que demais!

— Você pode começar amanhã. Mas eu gostaria que você ficasse hoje e jantasse com a gente.

— Tudo bem. Seria um prazer! — Kate concordou animada.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Qual foi o personagem que mais gostaram nesse cap? E o que menos gostaram? Kate, Kate... Mal chegou e já tá surtando geral...
Como será que vai ser esse jantar hein? Garanto que vai ter muita treta!!
Espero que tenham gostado!
Obrigada por lerem ♥ Não esqueçam de comentar ;)



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