Photograph escrita por Anny Taisho


Capítulo 21
Irmão mais velho


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, eu sei que vocês devem querer minha cabeça, mas perdoa a tia!! A faculdade tá me comendo os rins!!! E no tempo que me sobra eu durmo, preciso recuperar meus dois neurônios, o tico e o teco!! A Haruka sempai, esse amorzinho veio falar comigo e gente, eu amo vocês, e estou tentando!! Para deixar vocês felizes, tem cap essa semana e o da semana que vem está pronto!! Então podem ser felizinhas!! MUIITOO OBRIGADA pelo carinho e paciência, eu não vou abandonar vocês!! Kisskiss



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Tudo ainda parecia muito surreal. Quando Sasuke nasceu, a mãe já tinha cortado relações com Madara, mas de certa forma o velho Uchiha era uma presença onipresente na vida deles. As poucas vezes que teve oportunidade de vê-lo não foram boas, porque ele não era um homem de muitas papas na língua. E ele não achava, talvez estando certo, que nenhum deles era bom o suficiente.

A mãe estava bastante abalada, querendo ou não Madara era a última família além dos filhos que ela tinha. No passado eles foram muito próximos, Mikoto deveria ter sido a presidente da Uchiha Corp. Itachi estava vindo da Nova Zelândia com a esposa e Karin estava tomando conta do funeral e de tudo necessário.

Entrou na casa dos pais na cidade e pôde ouvir a briga de longe.

— Fugaku, o que vocês estavam conversando?? O Madara preferia ver o diabo que te ver!!

— Ele estava velho, Mikoto, velho demais até!! Eu acrescentaria que a sanidade também não estava lá em seus melhores dias.

— Madara era mais lúcido que todos nós juntos! O secretário dele disse que você foi lá!

— Eu queria ver com os meus próprios olhos quão desequilibrado ele estava. Qualquer coisa que vier agora não passa de sandices.

— Fugaku, o que foi que fez? Não é de hoje que eu sei que está escondendo algo...

— Não seja louca, mulher, a gente vivendo numa fazendo no interior com todos os criados contando meus passos não acho que eu consiga respirar sem que você saiba.

— Você se colocou nessa situação! E eu já te disse, se pisar na linha eu vou te chutar tão longe que nenhum rastro vai ficar para lembrança.

— Claro! Já deixou bem claro! Você é a dona de tudo, não é mesmo?

— Sim e foi exatamente por isso que se casou comigo! Então mantenha-se no seu lugar se não quiser amargar uma velhice no mesmo pulgueiro do qual saiu!

— Acredite... – passou a mão pelo rosto – Você não entende, agora não é hora de brigarmos, Madara estava delirando e isso pode nos prejudicar!

— Madara não tinha mais nada a ver com nossa vida!

— Ele mudou o testamento, Mikoto!

— Eu já sabia disso e não me surpreende, muito provavelmente ele vai deixar tudo para as filhas do Itachi e com clausulas sobre proteção do patrimônio e de sobrenome. Ele não gostava da gente, mas era orgulhoso demais para dar a outras pessoas o que é de família.

— Deveria ser seu e não deveria estar tão calma.

— E é exatamente porque deveria ser meu que você não deveria ficar tão afetado, eu já disse a você, tudo o que me pertence vai para os meus filhos e minhas netas.

— Não seja idiota, ele mudou o testamento a favor de alguém fora da família!

— Isso é ridículo.

— Não! Aquele velho descobriu não sei como... – respirou fundo –

— Descobriu o que? – levantou as sobrancelhas –

Sasuke entrou na sala parando a conversa, Mikoto e Fugaku se conheciam a tempo demais e sabiam que aquela conversa ia ficar para depois. Sinceramente, Sasuke não queria se envolver nos problemas dos pais, ele já tinha seus próprios problemas.

— Eu vim buscar você para irmos ao aeroporto, mãe, algum problema aqui?

Mikoto passou a mão pelo cabelo e olhou o filho.

— Vamos sim, querido! Não tem nada acontecendo aqui.

A morena ajeitou os anéis na mão e passou perto do marido antes de sair e cochichou.

— Lembre-se bem antes de tentar bancar o esperto, porque se fizer, eu vou te jogar de volta no buraco de onde nunca deveria ter saído.

Aquele homem já tinha tido todo amor e devoção de Mikoto, mas isso havia sido a muito tempo. Fugaku preferiu sucumbir aos pecados da vida de luxo que entrar para parte rica da família trouxe. Talvez em algum ponto ele tenha amado a esposa também, mas era difícil amar alguém quando se sentia tão inferior. Madara sempre fez questão de lembrar que ele veio do tronco podre da família.

A relação deles se desgastou com todos aqueles problemas e depois do último escândalo 15 anos atrás Mikoto mostrou sua pior face ao marido, ela o deixaria na miséria se ele pensasse em sair da linha. Ela tirou qualquer automonia dele em mexer no dinheiro deles sem autorização. E com isso, de algum modo, Fugaku viu traços da garota que ele conheceu no passado.

A garota que ele enfraqueceu, porque se Mikoto fosse a presidente, ele nunca chegaria ao controle das empresas. E não dava para ser casado com uma mulher que era mais forte que ele. Só que enfraquecer a personalidade dela, também o fez perder o interesse o que foi gerando a bola de neve de problemas que foi a vida deles.

A morena segurou o braço do filho saindo de casa.

— Tudo bem mesmo mãe?

— Sim, querido. Eu só estou ainda em choque, às vezes tinha certeza que Madara me enterraria e não o contrário.

— Foi uma supresa, mas o secretário dele disse que a saúde já estava debilitada há alguns anos.

— Sim, mas é estranho. Madara e eu nos separamos ao longo da vida, mas agora é para sempre. Você não entende, só que eu o amava, eu cresci com ele dentro da minha casa...

— Vocês se afastaram por causa do casamento.

— Muito mais do que isso... Eu sei que não parece, mas eu já amei muito o seu pai Sasuke. Eu era doente de amor, mas não foi reciproco, não totalmente. Meu pai tentou dizer, o Madara tentou... E depois do casamento eu perdi muito de quem eu era. Porque se eu fosse a mulher que me criaram para ser eu perderia o amor da minha vida. E com isso eu cai muito fundo, só que eu não podia ter falhado, eu abri mão de coisas demais para esse casamento falhar. E ele nunca me perdoou por não ter reagido...

— Eu nunca entendi porque não se separou, o dinheiro é seu, não ficaria desamparada. Você não precisava dele.

— Primeiro eu amei demais e depois eu odiei demais. Se ele não ia ser feliz comigo, não ia ser com mais ninguém... Sem dizer as questões financeiras e sociais. Mas isso já passou, agora é hora de dar adeus ao passado. Eu errei muito filho... E se eu pudesse fazer de novo, teria deixado meu tio colocar seu pai tão longe de nós quanto possível.

O resto da viagem foi em silêncio e a cabeça de Sasuke ainda estava cheia. As palavras de Karin só trouxeram desconfianças que já estavam lá de algum modo. Entretanto não fazia sentido, por que Sakura teria escondido isso dele? Uma parte da mente dele dizia que o Sabaku era um partido melhor, mais rico... Mas a parte que viveu com Sakura todos aqueles anos sabia que ela não era uma alpinista social.

A possibilidade de ter uma filha o deixava completamente sem chão. Sasuke conviveu pouco com as sobrinhas e a ideia de um filho dele sempre passou tão longe. Nunca mais houve alguém em sua vida que o fizesse pensar no assunto e não ia ter uma criança só por ter. Uma filha... uma criança que ele não criou. Estava dividido entre querer que fosse verdade e que tudo não passasse da mais bizarra das coincidências.

Já não era mais um jovenzinho para pensar em ter um filho agora e parecia que faltava algo em sua vida quando via Naruto com os filhos por exemplo. Ele era um homem que não ia deixar descendentes, ninguém para lembrar dele. Entretanto, a possibilidade de ter uma garota de 18 anos que nunca soube era desesperadora.

Mikoto abraçou o filho mais velho quando o viu na sala de desembarque. Fazia mais de um ano que não o via. Era bom estar ali com os dois filhos juntos apesar do momento não ser o mais apropriado. Abraçou a nora e sorriu. Eles faziam um casal muito harmonioso e desejava que Sasuke também vivesse uma vida assim, mas o filho mais novo parecia muito longe disso.

— Eu ainda não acredito que Madara morreu. Parecia que ele ia, não sei, viver para sempre, não é querido?

— Sim, Izu, acho que eu ainda não entendi direito a notícia. Mas como está, mãe?

— Sem chão, meu filho, ele era a última pessoa que sobrou da minha antiga família...

— E sabem o que meu pai fazia conversando com ele?

— Não faço ideia, mas se eu pudesse apostar, diria que descobriremos muito em breve. Vamos para casa, vocês devem estar cansados. E as meninas?

— É metade do semestre da faculdade, elas não podem vir, mas eu sei que elas pretendem vir vê-la nas férias.

— Eu vou adorar ter um tempo com as meninas. Eu só tive dois garotos, mas kami me deu duas garotinhas para saber como é.

Eles foram para casa e depois de instalado Itachi foi conversar com o irmão. Estava óbvio que algo o incomodava. E não era a morte do tio-avô. Foi colocado a par dos últimos acontecimentos e suspirou.

— Nossa... eu admito que me lembro pouco da Sakura, você não trazia ela para perto de nós. Mas você realmente está achando que essa mocinha é sua filha?

— Sinceramente, não sei o que pensar. Pode tudo não passar de uma coincidência bizarra, mas não parece coerente... Ela nasceu menos de nove meses depois que a Sakura saiu do Japão.

— Bem, ela nasceu quando você estava hospitalizado, se não me falha a memória ainda na UTI... Mas por que nunca te procurou?

— Eu não sei! Só que ficou claro que a Sakura não gosta de mim, o desprezo dela estava gritando enquanto falava comigo. Não faz sentido ela ter tanto ressentimento depois de quase vinte anos se não tiver mais coisa nessa história.

— Só tem um jeito de saber, perguntando.

— E você quer que eu faça o que? Apareça do nada e pergunte se a filha dela é minha?

— Não com essas palavras, mas a ideia central é essa. São muitas coincidências para você ignorar e é melhor saber logo do que ficar com essa dúvida.

— Itachi, eu posso ter uma filha de 18 anos. Tem noção do que isso significa?

— Tenho, eu tenho duas filha, caso não se lembre. Eu fiquei sem chão quando soube que ia ser pai, é perfeitamente normal.

— E por que ela não me falou?

— Só ela pode te responder isso, irmãozinho. – riu da cara que ele fez – Se for verdade, apesar de tudo é algo ótimo. Família é importante e um filho transforma a gente.

Continua...


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