Photograph escrita por Anny Taisho


Capítulo 16
Problemas familiares


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores!! Eu não esqueci de vocês não, aqui está o capítulo da semana!! Eu quero agradecer o carinho de vocês em cada comentário, porque sem o incentivo de vocês eu não teria ânimo de continuar, preparadas para continuar? Kisskiss



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Flashback on – Dubai, janeiro de 2010 –

Temari olhava o irmão ainda sem acreditar no que estava acontecendo, em um dia haviam descoberto que a sobrinha tinha uma doença auto-imune fortíssima e no outro que ela não era uma Sabaku de sangue. Foi uma situação completamente inesperada, Sarada estava em casa esperando para fazer o transplante de rim, como eles podiam ter o melhor homecare que o dinheiro  podia comprar, era melhor para ela ficar em um ambiente onde não houvesse risco de adquirir qualquer tipo de infecção hospital visto que teria a medicação mais comum de lúpus é imunossupressores.

E um dia ela estava usando o computador da mãe e vendo as pastas relativas ao seu tratamento médico, alguns exames de compatibilidade depois e aulas de biologia ensinaram a ela que o tipo de sangue que possuía não podia ser filha de gaara. Foi um momento tenso.

Respirou fundo e ouviu a porta do escritório abrir com os passos compassados do irmão aparecerem as suas costas. Kakuro estava perto da janela sem saber bem o que dizer.

— Sarada está no centro cirúrgico, toda a exaltação fez com que ela tivesse uma crise forte e  os rins dela que estavam fracos foram praticamente destruídos.

— Ela vai ficar bem, certo? – Temari olhou o irmão –

— O melhor cirurgião de transplantes está fazendo o trabalho, ele é um velho amigo meu e da Sakura, confiamos nele.

— Perfeito. E onde está Sakura?

— Eu consegui fazê-la tomar um calmante, ela precisa estar bem quando a nossa filha acordar.

— Okay, melhor assim. – se levantou e passou as mãos no cabelo – Eu sei que não é a melhor hora, mas eu não acredito que mentiram assim para nós!

— Temari, por mais que não goste, isso é um assunto privado da minha família.

— Sua família? Até onde eu sei, somos todos aqui uma família! Isso é muito sério Gaara.

— O fato da Sarada não ter o meu sangue não muda em nada meu casamento, nem a situação dela enquanto minha filha. Eu sabia exatamente o que estava fazendo quando dei o meu sobrenome a ela.

— Então você sabia? – aquilo era um alívio, Temari não queria pensar que Sakura era uma oportunista barata.

— Obviamente que sim. Eu e a Sakura só nos envolvemos pela primeira vez quando ela tinha quase dois anos.

— E por que não contou a gente? Por que foi que mentiram?

— Porque quando eu pedi a Sakura em casamento, eu disse para ela deixar para trás tudo o que aconteceu no Japão. Eu liguei para o baki que era o braço direito do nosso pai e se tornou o meu até que eu me estabelece na presidência e ele cuidou de tudo.

— Então o Baki podia saber, mas seus irmãos, não?

— Temari, eu só procurei a melhor solução para trazer as duas para Dubai. Se vocês soubessem disso iam infernizar a minha vida e dela por acharem que Sakura estava me dando algum tipo de golpe.

— Porque claramente um homem precisa de um bom motivo para assumir um filho que não lhe pertence. – aquela foi a primeira vez que Kankuro falou –

O ruivo ficou um minuto em silêncio antes de responder.

— Eu conheci a Sakura e nem ela sabia ainda que estava grávida, eu gostava dela, me lembrava um pouco a Matsuri. Com o tempo, eventualmente todos soubemos da situação e quando ela decidiu ficar na China acabou que ocasionalmente nós nos aproximamos. As pessoas não sabiam quem eu era, ali eu não passava de um voluntário que falava chinês, e como vocês bem conhecem as pessoas gravitam em torno da Sakura, logo todos gostavam dela e de algum modo tentavam ajuda-la. Nós nos tornamos amigos... Eventualmente a Sarada nasceu, e nós continuamos amigos, eu demorei muito a entender o que estava acontecendo,  até porque devido a situação, nem eu, nem ela estávamos procurando um namoro. Em algum ponto as linhas foram se embaraçando, nós fomos nos aproximando... Eu estive com ela as 20 horas do trabalho de parto, estava por perto nos primeiros dias, ensinei a Sarada a andar, eu posso não ter sido o homem que concebeu aquela criança no sentido tradicional, mas nunca mais diga que ela não é minha filha.

Os dois irmãos dele ficaram em silêncio, aquilo foi forte. Eles estavam chocados, por isso as reações fortes. Não é como se os últimos 10 anos tivessem sido uma mentira, Temari não amaria menos a sobrinha por causa dessa descoberta. Só era chocante. Ninguém esperaria uma história assim.

— Desculpe, Gaara, eu... nós... estamos meio chocados ainda. Mas a questão é, essa criança tem um pai biológico que simplesmente cedeu os direitos?

— Sakura mandou cartas ex-namorado por dois anos, com fotos da Sarada, com explicações, com pedidos de resposta, mas ele nunca respondeu. Quando a Sarada tinha um ano e meio e nós estivemos de passagem em Pequim Sakura descobriu uma quantia considerável de dinheiro em sua conta em nome da Uchiha Corp, empresa da família dele. E essa foi a única consideração que ele teve.

— Uchiha Corp? Não é uma das empresas que o Shikamaru dá acessoria jurídica no Japão? – Kankuro perguntou

— Sim.

— Por isso mesmo o Shikamaru comentando sobre irmos ao Japão, sobre rever os amigos deles da faculdade vocês nunca aceitaram.

— Eu e a Sakura decidimos que nada relacionado ao Uchiha ia agregar na nossa vida.

— E agora? Sarada descobriu e não vai esquecer.

— Sarada é uma criança, nós vamos lidar com ela.

— Então é isso? Essa história vai ficar por isso mesmo?

— Bem, tenho uma filha que vai passar por um longo tratamento médico. Eu e minha esposa vamos fazer o nosso melhor para ela continuar tendo a família que a ama, se o que vocês sentem por ela mudou por causa disso, só posso sentir muito e pedir que se mantenham afastados de nós. Eu não vou aceitar qualquer retaliação em cima de nenhuma das duas ou qualquer contestação nos direitos da minha filha, até porque ela ter ou não ter o meu sangue não influencia no fato de que foi registrada e perante a lei é o que importa. Eu realmente gostaria de ter vocês conosco, mas isso é uma escolha inteiramente de vocês.

Flashback off

Sakura ainda estava em choque com todos os ocorridos, encontrar os Uchihas daquele modo tempestuoso, Sarada estava na emergência e por questões éticas não podia estar lá dentro cuidando dela. Sabia que tudo estava dando certo demais e algo ruim ia acontecer. Estava andando de um lado para o outro quando sentiu uma mão em seu ombro.

— Fazer um buraco no chão não vai resolver nada. – Temari olhou a cunhada  - Sarada está recebendo o melhor tratamento médico.

— Eu não sei como lidar com isso, pode ser Lúpus atacando novamente.

— Se for, vai ter novamente o melhor tratamento possível.

— E eu ainda não entendi a história dela com os Uchihas. Temari, será que ela contou ao Sasuke? Oh... Eu não acredito que ela fez isso pelas minhas costas.

— Só quando ela acordar para te contar e fique calma, nenhum Uchiha vai se aproximar de nós. Acredite em mim, se acontecer, não vai sobrar nada deles.

— Eu não quero saber nada daquela gente, nada, Temari. Eu tive uma vida maravilhosa que nunca teve espaço para me lembrar deles! Mikoto Uchiha com aquele tom soberbo de que a minha filha é uma golpista, eu teria acertado um grande tapa nela.

— Acredite, Sakura, eu já fui advogada corporativa que destruiu empresas muito maiores que a corporação Uchiha com brechas minímas. Se for necessário, essa empresinha deles vai desaparecer do mapa.  Ninguém passa por cima de um Sabaku. Agora não pense nisso, vamos cuidar da nossa garota!

Passou o braço ao redor dos ombros da cunhada e a levou para o sofá. Deixou Kankuro conversando com ela e se afastou um pouco o telefone nas mãos. Temari tinha visto quando Kankuro fechou patrocício com a Ferrari, que um dos patrocinadores da corrida em Tóquio era a Uchiha Corp e por isso exigiu da organização que eles fossem retirados depois de mandar investigar e descobrir podres da empresa, afinal, não queria o bom nome de sua empresa associado a uma empresa golpista.

Estava digitando orientações a um de seus advogados freneticamente quando viu o marido aparecer em sua frente.

— O que está fazendo, Temari?

— Cuidando para que não tenhamos problemas.

— É um direito da Sarada querer conhecer o Sasuke. – disse com o ombro na parede –

— Ela não precisa dele, teve o Gaara.

— Não precisa e querer conhecer ele não muda o fato de que ela ama o pai que a criou. A Sakura sabia que essa história voltaria um dia e estando no Japão me surpreende que ela não tenha o procurado antes.

— Está do lado dele? – disse irritada –

— Tsk... Não. Por que não esperamos a nossa sobrinha acordar, nos contar a versão dela dos fatos e só depois tomarmos decisões? – disse pegando o celular da esposa e colocando no bolso – Sakura precisa de você agora, ali, do lado dela.

— Você sabe que se eles fizerem qualquer tipo de acusação ou qualquer tipo de comportamento que machuque elas não vai sobrar nem a história deles, não sabe?

— Acredite Temari, qualquer coisa que machuque a minha família e eles não vão ter só a maior advogada corporativa da Ásia em cima deles, vão ter o dois melhores. Mas eu prefiro tomar certas decisões depois de obter mais informação.

— Parece que eu não escolhi o marido errado. Vou ficar com a Sakura.

O Nara respirou fundo quando a esposa saiu. Temari era a melhor advogada que ele já tinha conhecido, ela foi o terror de qualquer empresa que não fosse a que a estivesse contratando. E se ela se virasse contra os Uchihas, sabia que ela ia desenterrar o que fosse necessário para triturar não só a empresa, mas o nome deles. O que era uma ação muito pesada, no final das contas, a sobrinha só queria saber mais de onde veio.

— Problemático... tsk... – saiu para fumar um cigarro

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Sasuke ainda estava chocado dentro do carro enquanto dirigia o carro até que parou no acostamento e apertou o volante com força. Ele ainda estava tentando processar o que aconteceu naquele autódromo. A estagiária que trabalhou para ele nos últimos meses não só era uma das herdeiras de uma das maiores petroleiras do oriente médio como era filha de sua... ex namorada da juventude. E Mikoto tinha acusado a garota de golpe. Ainda estava com nojo só de imaginar que alguém achou que ele podia estar tendo alguma coisa com aquela garotinha, porque para ele enquanto homem aquela garota não passava de uma criança.

— Sasuke... – Mikoto sentia a cabeça latejar, tinha perdido completamente a razão e agora estava sentindo que podiam ter grandes problemas.

— Eu não quero ouvir, nada do que disser vai justificar aquele vexame.

— Eu achei que...

— Já entendi o que achou, todos ao redor entenderam o que você achou, mas vou deixar algo bem claro aqui, eu sou um homem de 44 anos, aquela garota tem idade para ser minha filha e antes que venha dizer qualquer coisa, eu não sou o traste do seu marido.

— Sasuke, eu sei que o que eu fiz foi errado, mas tente me entender, nós já quase perdemos tudo mais de uma vez por causa das ações inconsequentes do Fugaku. Você não é ele, só que.. – respirou fundo –

— Só que o que? – disse irritado – Eu fui um adolescente ridículo e isso custou a vida de duas pessoas. E lembro disso todos os dias da minha vida, mas nos últimos 20 anos eu procurei ser a melhor versão que eu pudesse ser de mim, nunca mais eu fiz nada, absolutamente nada fora da lei. E você vem fazendo acusações ridículas, infundadas e que podem acabar com a Uchiha Corp.

— Me desculpe, filho... Eu perdi a cabeça. Aquele colar tem um valor muito grande para mim e eu estava com a cabeça cheia. Vi os sapatos no seu apartamento e depois eles no pé da estagiária... Parecia lógico, como eu ia imaginar que ela era filha de uma ex namorada sua? E não exagere, eu vou... vou... pedir desculpas formais a mocinha.

O moreno deu uma risada debochada passando a mão pelos cabelos e olhou incrédulo a mulher ao seu lado. Mikoto tinha vivido um casamento de fachada que custou muito caro a todos naquela família e agora isso estava derrubando eles de novo.

— Primeiro, sapatos... Infernos!! Como se houvesse somente uma porra de par de sapato no mundo. Segundo, aquele par que viu lá em casa é da Ayumi Kobachi, uma mulher adulta. E terceiro, eu não sei se notou, mas aquela “mocinha” não é uma estagiária qualquer, ela é Sabaku no Sarada, filha do ex-presidente de uma petroleira, e você fez acusações muito graves contra ela. Eu posso pensar em coação, calúnia, difamação e com todo dinheiro, influência e poder que eles tem... Não gosto nem de imaginar como o nome que eu passei 14 anos cuidando vai parar no fundo do lamaçal.

— Oh... – fechou os olhos – Ela não vai processar a gente, foi só um rompante.

— Se fosse o contrário você seria a primeira a jogar contra um processo, por que acha que com eles é diferente? Infernos, eu vou lidar com isso quando for a hora, eu só vou deixar uma coisa bem clara aqui. Você é minha mãe, eu a amo e respeito, mas o que fez foi inadmissível. Se você passou a sua vida casada com aquele peso morto do meu pai e deixou ele quase nos falir sabia que isso é uma questão de vocês dois, eu não tenho nada a ver com isso. Durante vinte anos eu tenho sido a melhor versão de ser humano que consegui e se isso não te convence, venha bater de frente comigo e não dar vexames públicos.

Mikoto se sentiu realmente mal, tinha deixado seus problemas pessoais cegarem o bom senso. Sasuke tinha dado muitos problemas no passado, mas de fato não havia uma palavra a ser dita contra ele por 20 anos. E o vexame público que tinha dado certamente agora estava na boca de todas as altas rodas, sem dizer a iminência de um processo em cima da cabeça deles agora era terrível.

— Desculpe, meu filho, eu realmente perdi completamente o controle... Vamos sair do acostamento, conversar com calma em casa.

Antes que pudesse ligar o carro, uma moto com um policial parou ao lado do carro. Sasuke desceu e conversou com o policial, não podia ficar parado ali, a não ser em caso de falha mecânica. Por isso acabou levando uma multa. Aquele dia não cansava de ficar pior.

Bateu a porta do carro e saiu dirigindo.

— Obrigada, por sua causa agora eu fui multado e pela primeira vez em 20 anos eu fiz merda. Agora pode começar a ter motivos para desconfiar de mim.

A Uchiha preferiu permanecer em silêncio o resto do caminho. Sasuke deixou a mãe na antiga casa da família na cidade, assim que ela fechou a porta acelerou o carro indo embora para o apartamento. Ligou para Karin pelo bluetooth do carro e respirou fundo.

[ - Mochi mochi. – karin atendeu

[ - Eu preciso que faça uma coisa Karin, a história é longa, não estou com cabeça para contar agora, mas preciso que vá para o Gran hospital de Tóquio e descubra o estado de saúde da Sarada.

[ - O que? Como assim?

[ - Longa história e se prepare que provavelmente vai cair chumbo grosso em cima da Uchiha corp. Eu te conto tudo quando eu não estiver prestes e perder a cabeça.

[ - Certo. Eu vou fazer o meu trabalho aqui, seja o que for, mantenha a calma.

Karin conhecia Sasuke a tempo demais e logo o que quer que tivesse acontecido ia chegar a seus ouvidos, mas estava com um mal pressentimento.

E as tragédias estavam só começando.

Continua...


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