Dezembro, 25

Acordo com o barulho irritante do meu despertador e vejo que são 5 e meia da manhã. Contenho a vontade de virar para o lado e dormir e vou direto para o chuveiro

Tão logo desço as escadas já devidamente limpa e um burburinho no quintal me chama atenção, sigo a conversa para descobrir o que é. Ao chegar no quintal me deparo com Jacob, Seth e meu pai arrastando a pesada mesa até o centro do quintal.

— Vocês precisam de ajuda aí? — ofereço mesmo sabendo que não haveria a menor chance da minha força fazer diferença ali.

— Não precisa, Bells. Tudo sob controle — Responde Jacob entredentes.

— Tô vendo.

Deixo-os com o trabalho braçal e vou preparar um café da manhã reforçado.

Não demora muito até que eles estejam sentados devorando a comida que fiz.

— Quando meu pai disse que vocês estariam aqui cedo, não imaginei que seria tão cedo.

— Nem a gente. — Responde Seth, fazendo Jacob rir.

— Eu disse que precisava ser cedo para dar tempo do verniz secar! — Meu pai contrapõe.

Nós comemos e conversas tranquilamente. Aparentemente Sue trará seus famosos biscoitos e torta salgada. O que é fantástico, pois assim diminui bastante meu trabalho. Jacob promete que me ajudará com as coisas, Seth e meu pai se ocuparão no quintal com a mesa, a tenda e a lareira improvisada que faremos, pois apesar da chuva ter dado uma trégua, está geando levemente. O que seria de dezembro sem a neve?!

Foi Charlie quem teve a ideia da tenda, ele costuma usar quando vai pescar. Ela é bastante espaçosa e promete nos guardar da pequena geada ao longo da noite. Meu pai vai fazer tentar reviver a velha “lareira” que há lá fora. Ela mais parece aquelas churrasqueiras de tijolos, mas se o chefe jura que é uma lareira, quem sou eu para cessar sua liberdade criativa?

Logo começamos a colocar a mão na massa. Enquanto Charlie e meu pai quebram a cabeça no quintal, eu e Jacob discutimos o recheio do Peru. Jake me alerta que não possui dotes culinários, então deixo que ele se ocupe em descascar verduras e me ajudar no que for preciso. Ao longo da manhã trabalhamos duro para concluir nossa lista de afazeres.

 Peru;

Fazer uma pequena torta de chocolate;

Purê

Arroz

Verduras

Saladas

Molhos

Frutas

Geleias

Petiscos

Já era pra mais de meio dia quando sentamos todos cansados ao redor da mesa para almoçar. Fiz uma macarronada rápida para o almoço, já que praticamente todo o fogão estava ocupado com as panelas da ceia.

Era por volta das duas da tarde quando meu pai e Seth sumiram de carro. Eu e jake estávamos fazendo a torta, ou melhor, eu estava fazendo e ele estava roubando a massa.

— Ai, Bells. Isso dói. — Diz afagando o braço no local onde te dei um tapa por roubar os granulados.

— É para doer mesmo, continue com suas mãos atrevidas que farei essa bela faca entrar em ação. Digo apontado para a faca mais amolada que tinha na cozinha

— Calma aí, garota. Bandeira branca da paz. — Responde abanando um guardanapo branco.

Jake era uma ótima companhia, muito espontâneo e brincalhão. Nós definitivamente estávamos desenvolvendo uma forte amizade.

Não demorou muito para que meu pai e Seth chegassem com uma ótima surpresa. Meu pai havia comprado um pequeno pinheiro para decorar a sala. Foi uma surpresa e tanto. Os dois se ocuparam na sala decorando a árvore, enquanto eu e jake pegamos uma caixa com luzes e outros adereços e levamos para enfeitar a tenda branca.

Seth e meu pai com certeza fizeram um ótimo trabalho no quintal. A grande tenda cobria perfeitamente a pesada e agora brilhante mesa de madeira e suas cadeiras. Até mesmo a Pseudo lareira do meu pai parecia ótima. Já havia vários pedaços de tronco amontoados esperando para serem ateados fogo e nos aquecer ao longo da noite. A geada permanecia bem leve, como se estivesse nos agraciando com um clima mais ameno. Enquanto trabalhávamos na decoração da mesa, tivemos a ideia de compor tudo aquilo com as garrafas de cerveja do meu pai, deixei a produção com Jacob que era fera em trabalhos manuais e fui terminar os últimos reparos na cozinha.

Era por volta das 17:30 quando os meninos foram para casa se arrumar, estariam de volta com seus familiares por volta das sete da noite. O que me daria tempo suficiente para colocar as comidas na mesa, e, diga-se de passagem, que mesa! Estava digna de uma produção de TV, a longa e rustica mesa de madeira estava posta com a louça da vovó Swan e as garrafas que Jacob personalizou serviam de porta velas, haviam seis delas enfileiradas pela mesa.  As luzes coloridas presas na tenda junto de alguns raminhos e pequenas bolas natalinas completavam o cenário perfeitamente. Eu e Charlie encarávamos tudo plenamente satisfeitos.

— Ficou incrível, Bells. Parabéns

— Ficou mesmo, pai. Parabéns.

Depois disso Charlie me ajudou a retirar o peru do forno e colocar na mesa da cozinha. A casa tinha uma mistura deliciosa de aromas. Tudo estava pronto, só faltava a gente. Não demorou muito para cada um partir para seu devido quarto para ficar apresentável.

Tomo um longo banho e em seguida visto algumas das peças que comprei recentemente. Pego uma calça jeans azul e uma camisa branca de magas e botão. Para finalizar pego meus sapatos Oxford preto, me olho no espelho e me surpreendo ao gostar bastante do que vejo, realmente Kim entendeu o que eu gosto!

Me sinto incrível naquela roupa, mas não posso deixar de notar que meu cabelo ainda úmido precisa urgentemente de algum formato. Então pego meu secador e começo a travar minha batalha para deixa-lo bonito, ao fim de tudo me sinto tão satisfeita comigo mesma que até ouso pegar um gloss. rosa que minha mãe me deu.

É isto, realmente ficou ótimo. Alice estaria orgulhosa...

— Não, eu estou orgulhosa! Eu! Isso é por mim! — Respondo a mim mesma de forma confiante.

Isso já não faz mais parte da minha vida. Chega! As coisas são diferentes agora. E só porque são diferentes, elas não são necessariamente ruins.

Saio do quarto respirando fundo e ao chegar no topo da escada me deparo com uma cena que faz eu coração errar uma batida.

— Ai meu Deus. É você?