Jar Of Hearts escrita por laís


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer Nswan por comentar e favoritar. Muito obrigada. Capítulo dedicado a você!

(20/04/2020) Olá, pessoal. Esse capítulo já está revisado para seguir o novo fluxo da história conforme explicado no "novos capítulos". Espero que gostem e comentem! bjs.



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Desperto tranquila, algo inédito para mim nesses últimos meses. Os questionamentos de ontem voltam a minha mente e não posso deixar de notar o quanto a ideia de partir me dói. É como se eu não quisesse apagar tudo isso da minha mente...

Tomo meu banho e desço para tomar café da manhã, apesar do meu apetite não ter voltado ao normal. A sensação é como se eu estivesse acometida de uma forte anemia, não consigo comer ou dormir corretamente e ao longo do dia me sinto cansada. Sim, definitivamente me sinto doente, questiono-me quando isso ocorreu de fato? Como poderia amar alguém trazer tantos malefícios? Deve ser porque você amou sozinha...                                       eu definitivamente odeio essa voz na minha cabeça que sempre me joga duras realidades, é cortante, não há como evitar.

Logo saio dos meus devaneios e decido me apressar para começar minha faxina.

— Vai ser um dia e tanto!

Começo lavando os pratos que sujei no café e sigo organizando a cozinha. Quando me dou conta do silêncio horrível que começa a me incomodar, paro tudo que estou fazendo e vou atrás do meu MP4, definitivamente eu preciso de algo que fale mais alto que meus próprios pensamentos. Rolo a playlist em busca de algo animado, ignorando rudemente todas as músicas clássicas que costumávamos ouvir. Logo separo uma lista de reprodução apenas com Maroon 5, Coldplay e Muse para não haver riscos de a reprodução automática trair meus planos.

Quando por fim termino tudo noto que já são 15 horas da tarde, meu estômago dá sinal de que precisa ser alimentado. Faço um macarrão instantâneo no micro-ondas ao som de madness do Muse. É incrível quanto tempo eu passei sem escutar músicas só porque isso ativava um lado meu que ainda está muito vacilante, é claro que numa musica ou outra minha mente insiste em buscar lembranças, mas sempre me esforço para afastar.

Olho ao redor e a casa está com aquele aspecto limpo maravilhoso, abri todas as portas e janelas, o vento levemente frio circula livremente pela casa, é então que me dou conta que apesar de tudo estar em seu devido lugar, não há nada que diga “natal”, apesar de que eu comprei um pisca pisca, mas eu realmente não acho que seja suficiente.

De repente meu telefone vibra, é minha. Rapidamente atendo

— Oi, mãe

— Querida, que saudades! Como você está?

— Estou bem mãe, mas sentindo bastante sua falta. — Sinto meu coração apertar com saudades da minha mãe, no natal a gente sempre fazia algo legal, tínhamos sempre uma árvore e presentes aleatórios.

— Oh, querida. Venha ficar conosco essa semana, eu e Phil estamos planejando visitar alguma cidade agitada no ano novo, seria ótimo ter você aqui. — Ela fala e eu quase consigo ver seu biquinho formando

Riu e respondo — Quem sabe. Eu sequer sabia que teríamos natal, sem qualquer aviso prévio Charlie convidou alguns amigos para ficar aqui e estou correndo para preparar tudo para a ceia.

— Oh, isso não é nem um pouco a cara do seu pai. Eu sempre fui a espontânea da relação. Isso é muito bom, só assim para a louça da vovó Swan ser usada — Exclama.

— Como assim? Desconheço a existência de alguma louça nessa casa, mamãe.

— Bem, eu acredito que seu pai ainda as tenha guardadas em algum lugar na garagem ou no sótão, procure, estará em algum desses locais, seu pai tinha um verdadeiro apreço por todas essas coisas que a mãe deixou para ele. Inclusive ela tinha uma jarra maravilhosa de vinho, sempre quis herdar ela — Comenta entre riso.

— Uau, nós temos herança? Pra mim isso e novidade, mas é bom, usarei essa noite. Já estava até mesmo notando que nem uma arvore nós temos. Lembra de quando fizemos nossas decorações manualmente? Ah, definitivamente o talento ficou só na senhora. — Digo enquanto lembro dos péssimos desenhos que fiz naquele natal.  

— Que isso, querida. Suas garrafas eram as melhores, você bem que poderia tentar, eu aposto que Charlie deve ter várias de cerveja na garagem. Como ele mesmo sempre diz “vitamina R é essencial” — Ela fala imitando Charlie e me arranca risadas.

Passo algum tempo conversando com minha mãe e relembrando nossas peripécias nos natais. É muito bom conversar com a Dona Renée, minha mãe tem uma energia incrivelmente contagiante. Quando desligo o telefone sigo em busca dos tesouros perdidos desta casa. Depois de revirar o sótão encontro várias caixas muito bem vedadas, abro cuidadosamente uma por uma e encontro alguns objetos embalados em jornais, pelo formato percebo que são utensílios de cozinha. Separo as caixas e cuidadosamente levo uma a uma para a garagem. Ao todo são 4 caixas. Desembalo cada objeto e vejo que encontrei o que procurava, havia um aparelho de jantar completo, pratos de variados tamanhos e profundidades, xícaras, copos e taças do que parecia ser um cristal bastante delicado. Observo cada peça extremamente maravilhada. Como eu nunca vi nada disso antes?  As peças tinham um design simples, porém sofisticado, eram todas na cor branca com bordas douradas. Logo encontro a jarra de vinho da qual minha mãe mencionou, ela parecia ser de cristal também, e seguia o design das outras peças, era muito bela. Acabei por encontrar também um faqueiro e outros itens de colocar na mesa. Confesso que não faço ideia de como lavar esses guardanapos tão macios.

Faço uma breve pesquisa na internet sobre a melhor forma de higienizar todos os itens. Mais de uma hora e meia depois tudo já está limpo sobre a mesa, exceto os guardanapos que separei para lavar depois. Quando estou colocando a ultima colher no faqueiro junto às outras Charlie adentra a cozinha e paralisa.

Nesse momento me sinto como uma criança pega no flagra, sinto minhas bochechas corarem. Será que ele tem alguma ressalva quanto ao uso das peças? Afinal eu sequer pedi sua permissão. Vou logo tratando de me explicar.

— Hei, pai. Chegou cedo. Eu estava arrumando as coisas quando fui ao sótão e acabei encontrando essas coisas, na verdade eu estava mesmo procurando algo para decorar, então encontrei isso, não tem problema, né? — Digo num só fôlego e me atropelando com as palavras.

— Bem, eu vim pra casa cedo para ajudar no que fosse preciso. Não, querida, não há problema, só me assustei com isso tudo, há muito tempo não os vejo. — Ele diz, seu semblante agora é calmo e tem um leve sorriso de canto em sua boca.  

— Ah, que ótimo, é que eu já fui pegando sem...

— Bells, é a nossa casa, essas coisas são suas também. Foi ótimo que tenha encontrado, vamos usar no natal? É uma ótima ideia! — ele me interrompe e eu sorrio aliviada.

— Sim! Eu realmente estava com isso em mente. Inclusive quantas pessoas virão?

— Bem, algumas... — conta e parece meio desconcertado.

— Vamos lá, chefe, para quantos batalhões estarei cozinhando? — brinco

— Bem, virá Billy e Jacob, Sue e seus dois filhos, o Seth e a Lia.

— Oh, Harry não vem? — questiono

— Não não. — Responde rapidamente

— Ué, ele e Sue não são casados? — Questiono mais uma vez confusa. Charlie parece nervoso.

— Na verdade eles estão em processo de separação, achei por bem convidar a Sue, já que convidei o Billy e o Seth estava presente, como ele é bastante amigo do Jacob... enfim. Sue é uma grande amiga nossa. — Meu pai responde rapidamente. Que estranho. Se o Seth estava lá, não faria mais sentido convidar o Harry que é um amigo de longa data? Questiono-me, mas não exteriorizo meus pensamentos, pois sei que o chefe já está aflito com tantas perguntas.

  — Bem, sendo assim, acho melhor providenciarmos mais cadeiras. Pois nossa pequena mesa só comporta quatro pessoa. E não é ceia quando as pessoas estão comendo no sofá, pai.

—Bom, com isso não se preocupe, acho que podemos usar a velha mesa de madeira.

— Espere aí, temos uma mesa de madeira? — Pergunto chocada, a casa não é tão grande, onde estão escondidas todas essas coisas?

— Sim, Bells. Temos— ele ri.

— Nós temos também algum tipo de objeto amaldiçoado ou algo do tipo que eu não estou sabendo? — brinco

— Se temos, eu também não sei. — diz enquanto eu o sigo para a garagem e vejo ele tirar várias caixas empilhadas de cima de algo plano que imagino que seja a mesa.

— Voilà, aqui está essa belezinha.  Ela é bem pesada grande e pesada, por isso nunca usamos, mas há uns dois anos eu estava organizando umas coisas aqui e acabei por dar uma reparada nela e também nas cadeiras. Nada que uma mão de verniz não as deixe perfeitas.

— Isso é maravilho, pai. Mas teríamos que fazer a ceia aqui na garagem, o que é inviável pela quantidade de coisas.

— Hm, podemos fazer lá fora no quintal. Eu vi que esta manhã no jornal local que não vai chover.

— Ah, o milagre do natal — reviro os olhos — Tudo bem, é uma boa ideia. O senhor poderia aproveitar e aparar a grama... — sugiro

— Claro. Acho melhor eu fazer isso hoje mesmo, amanhã será um dia cheio e essas coisas precisam estar envernizadas bem cedo para que sequem a tempo! — ele diz confiante.

Como já são 17:30 deixo ele aparando o gramado e vou preparar o jantar. Me sinto extremamente ansiosa pelo natal, meu estômago dá voltas, eu realmente gosto desta data, sempre foi ótimo comemorar com Renée, será muito bom poder fazer isso com meu pai.

Depois de jantarmos e do quintal estar devidamente apresentável, Charlie liga para Jacob e Seth virem aqui amanhã bem cedo ajudar a carregar a pesada mesa de madeira para o quintal. Meu pai parece tão empolgado quanto eu para esse jantar. Quando menos esperamos estamos combinando de fazer comidas e decorações e lhe conto de algumas histórias de meus natais com Renée. Charlie ouve atentamente, parecendo se satisfazer com cada detalhe da minha adolescência e infância, sinto meu coração apertar ao notar que ele passava a maioria de seus natais de plantão na delegacia ou na casa de Billy. A culpa me atinge em cheio, eu demorei muito para voltar a ver meu pai, ele ficava esperando ansiosamente meus telefonemas no natal. Isso me faz ficar ainda mais empenhada em fazer da noite algo ainda mais especial.

Logo eu vou pro quarto e durmo, tenho alguns pesadelos no meio da noite, mas em seguida volto a dormir.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem!
comentem!



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