Jar Of Hearts escrita por laís


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Rah Cullen, Nswan e Francye muito obrigada por comentarem, isso me ajuda bastante!
Boa leitura :)

(21/04/2020) Hey pessoal, agora eu definitivamente acabei de revisar a história e partirei para os novos capítulos. Eu realmente espero que vocês gostem e sigam acompanhando. bjs, até breve.



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Saio do quarto respirando fundo e ao chegar no topo da escada me deparo com uma cena que faz eu coração errar uma batida.

— Ai meu Deus. É você?

Meus olhos não podem simplesmente acreditar no que estão vendo. Charlie tirou o bigode por completo. Eu o encaro boquiaberta e vejo claramente suas bochechas ganharem um leve tom rosado.

— Não ficou bom? — pergunta nervoso

— O quê? Ficou maravilhoso, pai. Está realmente incrível. Nossa, eu nunca poderia imaginar o senhor sem bigode, certamente rejuvenesceu 10 anos! — elogio e vejo ele encarar o chão desconcertado. Hm, será que uma certa visita pode ter influenciado essa decisão?

— Obrigada, Bells. Quis aproveitar o clima de mudanças. A propósito, feliz natal querida. Você está linda. Diz e vem me abraçar (um gesto raro entre nós)

—Obrigada pai, feliz natal. — Falo por cima de seu ombro. O abraço de Charlie é aconchegante e faz eu me sentir acolhida, é perfeito. Apenas nos soltamos quando a campainha toca.

— Opa, eles chegaram, atende a porta que vou colocar as comidas na mesa lá fora.

— Certo.

Enquanto Charlie vai atender a porta, corro para pegar s travessas de comida e colocar na mesa do quintal, preferi deixar para colocar de ultima hora, pois provavelmente teria esfriado por causa da geada. Quando chego ao quintal vejo que Charlie se adiantou e acendeu a lareira, o que já melhorou bastante o clima do ambiente.

— Bella! Como vai? — viro e vejo billy me cumprimentando sorridente. Inclino-me e lhe dou um abraço.

—Estou ótima e você? A propósito, feliz natal!

Vamos nos cumprimentando até que por fim chega a vez de Sue. Eu já tinha a visto algumas vezes de longe quando fui na reserva. Mas agora estamos sendo devidamente apresentadas, ela parece receosa e um tanto tímida. Mas algo nela me passa um ar de “mulher forte”, eu gosto disso. Ela me abraça e me entrega a travessa de biscoito que logo trato de colocar na mesa. Em seguida cumprimento sua filha, Leah. Ela parece meio deslocada, percebo que suas roupas são até parecidas com as minhas, sua calça jeans é alguns tons mais clara que a minha, sua blusa de botão é num tom de creme e usa botas pretas. Ela segura a torta em mãos e não parece exatamente receptiva a abraços, então recebo a torta e desejo-lhe felicitações com meu melhor sorriso, o qual ela retorna minimamente.

O resto da noite se passa muito tranquilamente, Seth trouxe seu pequeno que fez seu trabalho ao fundo, mas nossas conversas realmente foram as grandes protagonistas, depois de algum tempo e algumas taças de vinho, menos para o Seth, todos estavam bastante falantes, até mesmo Leah parecia mais confortável. É claro que o bigode de Charlie, ou melhor, a falta dele, foi uma das pautas recorrentes.

Elogios à comida e a decoração tiveram seu espaço, mas o que realmente nos divertiu foram as histórias de Billy e Charlie, eles realmente sempre foram muito amigos, passando por diversas situações juntos, inclusive as mais inusitadas.

A noite passou num sopro, contudo, não pude deixar de notar as trocas de olhares entre Charlie e Sue, creio que Leah também não e talvez fosse isso o que a incomodava, já que ela sempre tratava de dar um belo gole de vinho em seguida. Bom, se eles estavam juntos, ou têm a pretensão de ficar, eu sou totalmente a favor, eles não estão fazendo nada de errado, até porque aparentemente já não há mais nada entre ela e o Harry. Espero que eles se acertem, será bom ver Charlie com alguém. Sem falar que Seth é com certeza uma pessoa maravilhosa para se ter de irmão postiço.  Sorrio com o pensamento, sim, de fato, seria maravilhoso.

Por volta das 2h da manhã eles foram embora. Tanto meu pai quanto eu estávamos caindo de sono... claro que o álcool teve uma parcela nisso tudo. Só os deixamos ir tranquilamente porque Jacob, que assim como Seth não consumiu álcool, assumiu o volante.

Fui pro meu quarto me arrastando escada a cima, acho que passei um pouco da dose com o vinho e o whisky, mas a noite foi ótima, não tenho do que reclamar, pelo menos hoje, amanhã certamente passarei o dia resmungando com dor de cabeça e uma bela de uma arrumação para fazer.

Sequer tomo banho, apenas me jogo na cama e logo apago num sono pesado e sem sonhos.

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Como eu já imaginava, sou acordada com uma dor de cabeça chata, levanto lentamente me sentindo dormente e sigo até o banheiro.

Credo! Parece que eu morri e alguém esqueceu de me enterrar, meus cabelos estão um emaranhado nada atraente de fios, meus olhos estão sujos e inchados e minha cara completamente amassada.  Rapidamente tiro minhas roupas e entro no banho sentindo a água quente me consumir.

Quando estou finalmente minimamente apresentável desço para a cozinha e encontro Charlie com um prato do que parece ser o resto da ceia.

— Boa tarde, Cinderela — me cumprimenta com o rosto contorcido em diversa.

—Tarde? Que horas são?

— Uma hora em ponto, fiz um prato pra você, está no micro-ondas.

— Valeu. Digo e vou atrás da comida, estou faminta.

—Encontrei esse Advil perdido na gaveta, tome, vai ajudar na ressaca — Orienta ainda com seu tom de quem está se divertindo com meu estado pós festa

— Ah, obrigada. — Digo e me junto a ele. — Sabe pai, a Sue é bem legal.

— Hm, você achou? Que bom que gostou dela.

—Sim, gostei bastante. Só não mais do que o quanto ela parece gostar do senhor... — jogo no ar e vejo Charlie engasgar com a comida, rapidamente trato de desferir alguns tapas em suas costas.

— O quê? — Diz por cima do fôlego

— Sim, ué. Vocês são amigos, certo? — Desconverso me divertindo com seu estado. Dois jogam esse jogo, chefe.

Sim, claro. Bons amigos. Olha, eu tenho que dar um pulinho na delegacia, já adentei seu lado, e tirei tudo lá do quintal. Mas a louça é toda sua. Tenho que ir, até mais tarde. — Responde rapidamente, enquanto se levanta, dá um beijo na minha testa e se dirige para a porta quando eu o paro.

— Ei, pai. — Ele me olha nervoso. — É a Aurora.

— Como?

— A princesa que dorme é a Aurora e não a Cinderela. — Começo a rir, ele revira os olhos e sai.

Aiai... estamos vendo alguma coisa acontecer...

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Depois de gastar minhas ultimas energias com toda aquela louça suja, me jogo no sofá com um generoso pedaço de torta de chocolate, começo a passar os canais até encontrar um filme legal.  O quarto do pânico, eu realmente adoro esse filme, posso assistir dez vezes que não me canso, na verdade eu amo filmes repetidos.

Deve ser por isso que sofre repetidamente pela mesma pessoa, né Bella

As vezes eu realmente queria poder desligar o modo automático de como certos pensamentos vêm até mim. Passo o resto da tarde jogada no sofá assistindo filme e quando é de noite, mais uma vez, comemos as sobras da Ceia e vamos dormir, não coube provocações desta vez, acho que ambos estávamos bastantes cansados.

Deito-me confortavelmente na minha cama enquanto espero o sono me levar, infelizmente não foi tão rápido quanto eu esperava e as malditas lembranças que eu consegui suprimir esse tempo todo, voltam a me atormentar, pego no sono durante a madrugada entre lágrimas.

——————————-

Dezembro, 27

Estou sentada na varanda completamente entediada olhando o pouco movimento que há nas ruas. A grande maioria das pessoas viajaram para passar o ano novo em algum local que não fosse Forks, começo a considerar se não deveria aceitar o convite da minha mãe. A realidade é que desde a véspera do Natal, ficou ainda mais difícil simplesmente sair, sabendo que Charlie ficará sozinho. Minha mãe tem o Phil e alguns amigos com quem ela pode se divertir, e meu pai provavelmente ficaria em casa.

Mas eu definitivamente estou entendida e me recuso a ler o morro dos ventos uivantes pela enésima vez. Com isso, decido ir até a pequena biblioteca central de forks, decido ir andando na desesperada tentativa de fazer o tempo passar.

Estou a duas quadras de casa quando avisto Ângela na esquina. Penso em gritar seu nome, mas por um momento me contenho. Eu não tenho sido exatamente a melhor amiga nos últimos tempos. Talvez ela simplesmente me ignore. Ela deveria, até porque eu fui uma verdadeira vadia egoísta.

O pensamento me deixa cabisbaixa e sigo em direção ao meu destino

— Hey, Bella. Tudo bem? —Ângela grita de longe e eu rapidamente viro a cabeça e sorrio largamente.

— Hey, Ang. Claro e você, como está?

— Vou bem, na verdade nesse momento eu estou fugindo um pouco de casa.

— Como assim?

— Os gêmeos, Bella! Eles são crianças adoráveis, sabe. Mas tem horas que... céus! Eu realmente não terei filhos. — Conta. Ângela tem dois irmãos gêmeos que chegaram há mais ou menos dois anos, uma menina e um menino, Claire e Theodor. Eu os vi uma vez, eram graciosos e tinham lindas bochechas rosadas.

— Imagino, você parece cansada.

—Ah, cansada é pouco, sinto como se estivessem sugando minhas forças de canudinho. Mas me diz, pra onde está indo?

— Até a biblioteca ver se encontro algo interessante, sinceramente estava morrendo de tédio em casa. Quer me acompanhar?

— Com certeza!

Conversar com Ângela era realmente revigorante, ela é uma pessoa muito gentil e inteligente, a biblioteca estava com horário reduzido por ser fim de ano, então pegamos alguns livros e seguimos para uma lanchonete. Pedimos batatas fritas e ficamos conversando pelo resto da tarde.

— Mas e aí já selecionou as universidades que você pretende ir? — seu questionamento me paralisou por um instante. O fato é que eu estive tão ocupada pensando nele que esqueci completamente dos meus objetivos que vieram muito antes dele.

— Sinceramente, eu não faço ideia. Eu ainda nem me decidi de fato o que fazer. As vezes eu penso em fazer literatura inglesa, seria ótimo levar a vida numa editora. Mas a biologia me atrai tanto... eu realmente não tenho muita ideia. Mas eu gosto da WSU, seria bom não ficar tão longe do meu pai, sem falar que Seattle oferece muitas oportunidades... — Respondo ao me recuperar do choque inicial.

— Eu entendo perfeitamente! Eu considerei a WSU justamente por não querer me distanciar muito dos meninos, queria poder acompanhar o crescimento dos pestinhas. Mas também não queria me prender, entende? Sei que provavelmente não sou digna de Harvard ou Yale, mas eu gostaria de tentar a UCLA ou a universidade de Northwestern.

— Uau, são ótimas instituições, já sabe o que pretende fazer?

— Sinceramente, ainda estou bastante confusa. Por muito tempo eu pensei em fazer jornalismo, um dor motivo para me voluntariar no jornal da escola. Mas nos últimos tempos eu tenho estado tão envolvida com tecnologia que as vezes penso em fazer ciências da computação ou algo do tipo.

— Caramba, amiga. Eu nunca imaginei que você fosse High Tech, incrível. Adorei — estou realmente surpresa, Ang é uma caixinha de surpresas e eu estou adorando.

Continuamos a conversar e debater algumas possibilidades, até mesmo selecionamos algumas instituições para ir torcendo inclusive para irmos juntas.

O sol já estava se pondo quando voltamos para casa. A conversa foi extremamente estimulante, fazia tempo que eu não pensava no futuro desse jeito. A realidade é que tudo que se passava na minha mente, e ainda passa as vezes, era sobre como eu queria seguir Edward pela imortalidade. Mas isso já não é mais uma opção. Se é que um dia foi realmente.


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Notas finais do capítulo

Leitores fantasmas, apareçam por favor!!!!



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