Level Up: Almas Entrelaçadas (Interativa) escrita por Mast


Capítulo 5
Chamas Infernais


Notas iniciais do capítulo

....galera. Eu me sinto um besta ahshashahshsa
Meus capítulos só estão ficando cada vez maiores PEPEHANDS, alguém me ajude
Desculpem a demora nesse daqui, a vida é dura
Espero que gostem! Eu achei o final desse capítulo bem da hora!



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A névoa da floresta fica mais densa repentinamente. Norman se apressa a cortar as amarras do tiefling, que cai desajeitadamente em sua própria face. Com um suspiro, ele se levanta, limpando a poeira de sua roupa.

"Mudança de planos.", o homem fala.

O ladino, se levantando, ergue uma sobrancelha para o mago.

"Você vem conosco."

Há um sorriso no rosto do ladrão.

"Hm. Talvez. Mas talvez seja confiança demais de sua parte, não? O que garante a você que não vou desaparecer ou, pior ainda, enfiar uma adaga nas suas costas?"

Norman analisa o olhar do meio-humano. Estava claro para ele que, ao invés de estar tentando intimidar a equipe, o ladino buscava uma razão para a confiança do mago.

"Porquê você não tem escolha nem temos nós, se quisermos todos sair daqui vivos. Algo muito sinistro está nesta floresta, e precisamos do máximo de ajuda possível."

"Hmmm…"

Há um pouco de hesitação vinda do tiefling, mas ele faz que sim.

"Tudo bem. Meu nome é Kairon, à sua disposição.", ele fala, oferecendo uma mão para apertar.

O mago dá um passo para frente e a aperta.

"Norman. O garoto lá atrás é Siegfried e a mocinha é Alire."

"Um prazer lhes conhecer."

"Discordo."

Kairon sorri, e seu sorriso não é retribuído pelo mago, que mantém uma cara fechada.

"Ah, a propósito, meu caro Norman."

"Diga."

"Uma pequena dica: da próxima vez, não aperte a mão de um ladrão.", Kairon diz, o seu sorriso se alastrando para o resto de seu rosto. Ele levanta sua outra mão inocentemente, revelando nela uma moeda de ouro. Norman não tem certeza, mas ela provavelmente teria vindo do bolso do próprio mago.

O ladino se afasta e começa a seguir em direção à trilha da floresta, esperando os seus novos companheiros o alcançarem.

Siegfried se aproxima do homem mais velho.

“Tem certeza de que podemos confiar nele?”

“Claro que não. Mas não podemos negar uma oportunidade de conseguir ajuda num lugar como esses. Vamos.”

Alire dá alguns passos pra frente e faz que sim com a cabeça para o paladino, que suspira fundo e segue o mago, que já andava à frente, junto do ladino.

 

Os quatro seguem pela trilha da floresta, tentando se afastar o máximo possível do terrível lugar. Porém, a névoa só se torna mais pesada. Depois de algum tempo, eles não conseguem ver muito além de dez metros à sua frente.

“Parem.”, o ladino diz, repentinamente puxando suas adagas.

“Nossa situação não está boa, não é?”, o mago pergunta.

“Não.”

Norman olha bem para seus arredores. Essa névoa certamente era obra de algum feitiço ou maldição. Alguém estava fazendo isso.

“Está ouvindo alguma coisa?”

O ladrão faz que sim, então lhe respondendo.

“Barulhos. Algum tipo de movimento na floresta, apesar de serem breves e silenciosos. Para uma floresta que há pouco estava completamente vazia de seres vivos, isso não deve ser algo bom.”

Esta revelação dá a Norman um melhor entendimento da situação atual da equipe.

Uma névoa pesada lhes impedia de ver com clareza, e criaturas se espreitavam pelas sombras da floresta. Não havia maneira de descobrir quantas delas eram, então mesmo que haja uma luta e eles saiam vitoriosos, pode ser apenas uma farsa para pegá-los desprevenidos.

“Temos que sair daqui. Agora. Se ficarmos, estamos em grandes apuros.”

O paladino põe sua mão no ombro esquerdo do mago.

“Espere.”

Siegfried leva dois dedos à sua própria testa, o indicador e o maior, e fecha os olhos.

Em seus olhos, o cenário ao redor dele lentamente se escurece, enquanto o seus sentidos divinos se abriam. A sensação é indescritível. Era algo muito longe do tato, olfato ou visão. Siegfried simplesmente sentia a existência de coisas sagradas ou profanas ao seu redor.

Ele se foca melhor, tentando sentir algo.

A primeira coisa que vêm à sua mente é Alire. É óbvio, afinal de contas, uma clériga, servente de uma divindade sagrada, nunca passaria despercebida por ele. Não é?

A moça lhe passa uma sensação de pureza e calmaria. Sim, não poderia ser outra pessoa. Só a Alire era tão gentil e meiga assim.

Sieg se foca um pouco mais. Não era uma boa hora para prestar atenção neste tipo de coisa. Ele abre os seus sentidos para a floresta adiante de si, e sente algo que faz os pelos de seu pescoço ficarem eriçados.

Ao redor de todos eles, havia, no mínimo, uma dúzia de outras criaturas, todas elas exalando uma sensação de morte e putrefação.

“Norman….Norman…!”, ele abre os olhos novamente, rangendo os dentes.

“Quantos?”

“Muitos. Eles são doze, no mínimo.”

“Poderosos?”

“Individualmente? Não sei…eles estão muito próximos uns dos outros. Não consigo sentir o quão fortes eles são.”

O mago puxa o seu grimório, já sabendo a resposta para sua próxima pergunta.

“Temos tempo de fugir?”

“....eu não sei. Eu acho que não.”

“Então, todos vocês, se preparem. Isso vai ser complicado.”

A tensão na área começa a emergir. Todos congelam.

Silêncio.

Até que o primeiro ruído na floresta sinaliza o começo da batalha. Mortos-vivos saltam de todas as direções.

Siegfried abre o caminho para seus aliados, sua espada brilhando com uma luz divina que vibra intensamente. Um zumbi pula até ele, mirando em seu pescoço com as garras e os dentes putrefatos, mas o golpe do paladino acerta a fera em cheio, e a magia na espada solta uma explosão sonora que repele o monstro vários metros, de maneira que o som reverbera por vários e vários metros de distância, deixando os monstros um pouco desorientados.

O guerreiro bloqueia um arranhão em sua direção com o escudo, e enquanto o monstro que o atacou tenta remover suas garras do escudo, é atingido por um raio de luz que voa das mãos de Alire.

Norman conjura três cópias de si mesmo, completamente negros e feitos de fumaça, que se movem ao seu redor.

“Mirror Image!”

Os mortos vivos o tentam atingi-lo, mas acabam apenas passando as garras em fumaça, fazendo os clones se dissiparem.

Kairon surge de cima do arvoredo, caindo sobre um monstro e quebrando seu pescoço de maneira rápida e eficiente.

A clériga leva um corte na testa graças às garras sortudas de um morto vivo, e decide revidar com uma explosão necrótica de sua mão, fazendo o torso do monstro explodir como durante a última emboscada.

Depois de todas as suas sombras serem desfeitas, Norman conjura um escudo mágico para bloquear os ataques de seus atacantes. Ele abre suas mãos e uma rajada de chamas vermelhas surgem, incinerando seus adversários rapidamente.

Cinco, seis, sete, oito.

A equipe continua a cuidar de mais e mais mortos vivos, mas eles não param de aparecer.

Siegfried recebe uma mordida no braço, gritando de dor, mas chuta o monstro para longe. Ele corre em direção à Alire e usa seu escudo para bloquear um ataque que a teria acertado, logo então girando com sua espada e decapitando mais outro monstro com um golpe divino.

Vários esqueletos pulam das sombras, armados de espadas e cotas de malha velhas e enferrujadas. Um deles atinge Kairon, abrindo uma ferida no lado de seu torso com um golpe de sorte, mas o ladino revida com um chute no pulso do monstro, quebrando seus ossos frágeis, e então lançando uma adaga que atravessa o crânio do esqueleto, entre os seus olhos.

Norman vê isso e se teleporta atrás deles, soltando uma explosão sonora que empurra todos os inimigos decompostos para longe.
“Thunderwave!”

Percebendo que eles não sobreviveriam por muito mais tempo, o mago corre até o ladino ferido e o ajuda a manter os outros monstros longe, ocasionalmente olhando para os outros dois, que estavam enfrentando mais alguns cadáveres e guerreiros esqueletais.

“Temos que sair daqui! Agora!
“Mas-”, Siegfried tenta responder.

“Cale a boca e vamos!”

Apesar de dizer isso, Norman sabia que o paladino tanto não queria fugir desta luta quanto não podia. Ele estava simplesmente cercado demais.

Alire, percebendo que a situação não tinha jeito, levanta seu martelo novamente, e um brilho intenso surge dele.

“Turn Undead!”

A luz brilha como o sol, dissipando a névoa densa da floresta e cegando todos os monstros, que correm e se escondem detrás das árvores. Mas todos os quatro sabiam que era só questão de tempo até eles resumirem seu ataque.

“Por aqui!”

O mago escolhe uma direção aparentemente aleatória e corre, ordenando ao resto da equipe que o siga. Os outros três, feridos, não têm tempo para fazer nada além de obedecer.

Os mortos vivos atrás deles se recobram de sua cegueira, e começam a correr atrás dos aventureiros.

“Ah, que pena, parece que estão nos alcançando.”, Kairon sorri, um pouco de sangue sujando seus dentes perfeitos.

“Norman! O que fazemos?!”, Sieg pergunta, ofegante mas ainda correndo.

Os quatro começam a subir uma colina. Não há resposta vinda do mago.

“Norman?! O que é que a gente faz?! Diz logo!”, o paladino grita, já um pouco desesperado.

Ele para de olhar para o seu amigo para prestar atenção à onde eles estão indo.

Um penhasco.

“Norman!”

Os quatro finalmente param à beira do penhasco.

“Pulem!”

“Você tá louco?!”, Siegfried pergunta, gritando. Ele se vira, olhando para os mortos vivos atrás deles.

Alire, apesar de seu medo, decide confiar no mago e salta do penhasco conforme as suas ordens. Ele devia ter um plano. Ele tinha que ter!

Kairon pisca, mas, admirando a coragem (ou a loucura) da clériga, salta logo atrás dela, gritando.

Norman simplesmente agarra Siegfried pelo colarinho da camisa e o puxa usando seu próprio peso. Ambos caem do penhasco juntos.

Os gritos de três jovens diferentes preenche o ar ao redor deles, enquanto Norman prepara seu próximo feitiço mágico.

“Featherfall!”

Ele mira na clériga, então no ladino, e então em si mesmo e no paladino, criando ondas de vento ao redor da equipe que diminuía a velocidade com que caiam penhasco abaixo. Os gritos de dúvida e medo de Kairon pouco a pouco são substituídos por adrenalina e risadas de surpresa e diversão, apesar de estar sentido dor.

Acima, muitos dos mortos vivos saltam do penhasco atrás deles, conseguindo apenas uma aterrisagem violenta em pedras abaixo, que faz com eles se despedacem por completo.

Os quatro descem lentamente pelos ares, leves como uma pena, até o suave chão muitos, muitos metros abaixo.

Kairon cai no chão elegantemente, dando uns poucos saltos à frente, ainda surpreso.

“Isso foi incrível! Temos que fazer de novo outra hora!”

Alire aterrissa de pés e logo cai de joelhos devido ao cansaço. Siegfried cai de cabeça, desajeitadamente.

“Dá- pfft!—pra explicar da próxima vez? Preferivelmente, antes de me jogar de um precipício!”, o jovem fala, cuspindo um pouco de grama.

“Tenho que concordar com o Siegfried…”, a clériga diz, um pouco ofegante.

“Tudo deu certo no final, não foi?”, Norman pergunta.

Um morto vivo atinge o solo um metro à esquerda de Norman, assustando um pouco os quatro ao se despedaçar no chão de maneira grotesca.

Kairon tosse um pouco para chamar a atenção dos outros.

“Sim, sim. Tudo deu certo no final.”, ele fala.

Siegfried olha para cima, mantendo seus olhos no ponto de onde saltaram.

“....eu….tenho quase certeza que vi algo.”

Os outros três se viram para olhar para ele.

“O que foi que você viu?”, Alire pergunta.

“Eu acho que era uma pessoa.”

 

Siegfried passa uma mão na ferida de seu braço, onde ele foi mordido. Uma luz verde fecha o ferimento lentamente.

“Não vai infeccionar?”, Kairon pergunta, um tanto mais curioso do que deveria.

“Não. Magia deste tipo não costuma exatamente curar doenças, mas eu não fico doente.”

O tiefling levanta uma sobrancelha.

“Sério?”
“Mhm.”

“Por quê?”

Siegfried para o que estava fazendo, pensando.

“...não sei. Acho que é a minha magia sagrada. Ela me protege.”

“Sério?”, o ladino pergunta novamente, grunhindo um pouco quando Alire cura o ferimento do seu lado. “Do que mais ela lhe protege?”

“Não sei. Mas consigo sentir que ainda posso me proteger melhor com ela.”

Kairon sorri. Ele não consegue negar que está um pouco curioso com o potencial do rapaz.

Todos se sentam ao redor de uma pequena luz acesa por magia dentro de uma caverna. O local era doloroso e desconfortável, mas essa era a vida de aventureiro. Eles teriam que passar a noite aqui.

“A catedral que me ensinou a ser um guerreiro foi muito gentil comigo. Eles queriam que eu protegesse as pessoas, então acho que é esse o formato que a minha magia tomou.”

O sorriso do ladino se contorce um pouco. Catedrais raramente o trataram muito bem, devido ao quanto ele entrava em confusões. E sem jamais ter interesse neste tipo de coisa, não era surpresa que ele não fosse uma visita agradável a eles. Antes, o ladino pensava que era devido à sua descendência infernal, mas os clérigos tieflings que viu em um momento de sua vida puseram dúvidas nesse pensamento.

Apesar disso, o garoto à sua frente parecia não o julgar muito, apesar de ter tido sua carteira roubada.

“Onde você nasceu? Onde era essa catedral?”, Alire pergunta.

“Eu nasci em Red Oak. A catedral era lá também.”

As sobrancelhas da jovem se levantam.

“Nunca ouvi falar desse lugar, me desculpe.”

“Ah…”

Algo faz com que os olhos de Siegfried esbocem um brilho de melancolia. Kairon imagina que era a saudade do lar.

“Deve ser um lugar pequeno.”, o ladrão diz.

Há silêncio por um momento. Norman apenas observa os outros três, ao comer uma sopa.

“.....é.”, o paladino finalmente responde.

O mago suspira, satisfeito com a comida, e põe a tigela de madeira ao lado. Ele se levanta.

“Você disse que viu a pessoa, não foi?”

Sieg faz que sim.

“Então acho que temos como lidar com essa situação.”

Os três levantam os olhares para o mago, que revela um sorriso um tanto maligno.

“Sabe...eu estava deixando este pergaminho para procurar pelo nosso amigo na próxima cidade. Mas acho que aqui seria mais útil para nós.”, ele diz, tirando o item mágico de sua bolsa.

“O que isso faz?”, o garoto pergunta.

“Esse feitiço é chamado ‘Locate Creature’. Quando você o usar, vai poder saber a direção até o nosso alvo, se tiver visto ele com seus olhos antes.”

“E o nosso alvo é?”, Kairon pergunta, já sorrindo.

“Ah, mas é claro, não?”, o mago responde.

“Aquela pessoa. O provável necromante.”, Sieg diz, fechando seu punho e mal conseguindo conter sua excitação.

 

A luz do sol entrava na mina abandonada por um largo buraco no teto alguns metros acima. A mina se aprofundava muito mais, porém tudo que estava abaixo do nível atual não valia nada para o necromante.

Xavier nunca teve sucesso como mago na escola de evocação. Ele era desprezado por todos os outros magos por suas tendências violentas e sua curiosidade mórbida por feitiços e maldições que trazem sofrimento. O feiticeiro maligno se senta numa cadeira confortável na entrada da mina, rindo consigo mesmo. Ele bebe vinho de uma taça e mantém uma poção de cura poderosa na mesa ao seu lado.

Nada daquilo que ele possuía era seu. Tanto a poção quanto o vinho tinham sido roubados de um grupo de viajantes que passavam pela floresta em sua insensatez. Agora, porém, todos eles faziam parte de seu pequenino exército de mortos vivos. Ele dá uma olhada em um anel que vestia e pensa sozinho.

Na entrada, alguns mortos vivos ficam de guarda. Esqueletos armados com o melhor que ele pôde encontrar. Afinal, ele sempre poderia conseguir mais alguns viajantes para matar e transformar, mas sua defesa pessoal era mais importante.

Xavier admite a si mesmo: Ele estava surpreso o rumo que sua vida tinha tomado. Normalmente, este número de mortos vivos seria muito grande para ele comandar com sua habilidade mágica limitada, mas o anel mágico que lhe fora dado tornava tudo isso possível, de alguma maneira. Sim, o anel não estava saindo, mas que diferença fazia? Era só um anel.

O necromante põe o vidro de vinho na mesa ao lado, e se levanta, andando um pouco na sala para a direção oposta da mesa.

Aqueles viajantes que conseguiram escapar poderiam ser problemáticos. Esta tarde, ele moveria toda a sua tropa para os encontrá-los e os mataria, tornando deles seus fantoches. Se eles eram capazes assim, que maravilhosos bonecos se tornariam!

Xavier ri para si mesmo de novo, bebendo o resto de sua taça. Uma pena que não havia ninguém aqui para beber com ele...talvez ele pedisse a seus líderes uma companhia, ou, no mínimo, uma fonte de diversão.

Ele volta para pegar o vinho e preencher a taça novamente, mas para no meio da sala.

O homem cerra os olhos, um pouco confuso e irritado. O vinho havia sumido.

“Mas o quê?”

Do buraco do teto vem uma voz, falando à ele de maneira debochante.

“Procurando por isso, meu caro amigo sh’la-ta’la?

Ele entendeu o que a palavra significava. Era um termo pejorativo específico à língua Infernal que era usado para descrever pessoas cujos pais eram parentes de sangue.

Xavier olha para cima e vê duas coisas. Primeiro, um mago levitando na entrada de cima da mina. Atrás dele, sentado no buraco, está um tiefling que segura a sua garrafa de vinho.

Os olhos do necromante ficam mais abertos quando ele percebe que o mago está prestes a lançar uma magia.

Acima dele, Norman flutua, entrelaçando os dedos e enchendo ambas as mãos com uma vasta quantia de energia mágica.

“Venham aqui, seus molengas! Me ajudem!”, o vilão grita, logo tendo os dois esqueletos do seu lado, prontos para protegê-lo com a falsa vida que lhes foi dada.

Isso, porém, só se tornava conveniente para o mago, que abre suas mãos e faz um triângulo com elas, deixando o seu inimigo no centro do triângulo e de sua mira.

Norman ruge.

“Vou lhe mandar pro inferno! Fireball!

Chamas explodem numa ordem circular, completamente desintegrando os dois esqueletos e fazendo o homem no centro da explosão uivar de dor enquanto seus cabelos são chamuscados e o líquido dentro de seus olhos evapora, as lágrimas sumindo antes mesmo de deixar seus olhos.

As chamas desaparecem, deixando apenas um homem terrivelmente queimado e ferido no chão. Ele usa o resto de suas forças para se arrastar até a mesa onde a poção está. Logo quando ele vai alcançá-la, porém, a poção se levanta e voa lentamente até o ladino sentado na entrada da caverna, uma mão espectral se tornando visível no meio do percurso.

“Mage Hand.”, o ladino diz, usando o truque mágico que lhe permitia roubar coisas sem que os outros percebessem. Sua própria mão fantasma era especial, pois diferente de magos como Norman, ele conseguia fazer com que ela se tornasse invisível, o que facilitou muitos de seus furtos no passado.

O mago desce graciosamente até o chão, pondo os pés na terra da mina e olhando com desprezo para o necromante, que logo dá o seu último suspiro.

Assobiando, ele anda cautelosamente até o cadáver chamuscado, e vê que o anel em seu dedo brilha. O homem pula para trás, pondo as mãos em frente aos olhos e por sorte escapando da explosão proveniente do item mágico, que transforma o cadáver do vilão em pó.

Norman tira as mãos do rosto e dá uma boa olhada.

“O que foi que aconteceu?!”, Kairon pergunta lá de cima.

“Parece que ele tinha um anel amaldiçoado! O corpo dele foi destruído. Não temos como verificar quem era ou o que ele sabia.”

“Nossa! Que loucura, ein? Eu não gostaria que meu corpo fosse transformado em cinzas assim que eu morresse. Mas acho que isso é um pouco conveniente, de certa forma.”, o ladino comenta, rindo.

“Não para nós. Se tivéssemos o corpo, poderíamos ter conseguido algumas respostas. Mas agora é tarde.”

Norman deixa um pouco de ar escapar de suas narinas. Como se já não bastasse o fato do local cheirar muito mal, tinha que ser um escritório mágico de péssima qualidade também. Ele cerra os olhos com um olhar de desapontamento ao notar a bagunça nas fórmulas mágicas e pergaminhos, além dos sinais de péssima habilidade mágica ao redor. Esse necromante não era organizado nem eficiente.

Alguém faltou às aulas de ética da magia na escola de evocação, Norman estava disposto a apostar.


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Notas finais do capítulo

Eu percebi que tem muita gente que vêm lendo e não comenta, então, galerinha, se você é um desses, por favor deixe um comentário pra eu saber que você existe! Eu gosto muito de ler os comentários de todos, independente de quem for ou do tamanho S2
A propósito, próximo capítulo temos personagem novo! Então fiquem ligadinhos aqui na TV Globinho!
Estou gostando muito dos personagens de todos vocês, e espero que estejam gostando da maneira que estou escrevendo os seus também!
Deixem seus comentários! Amo vocês!
Fiquem na paz e até a próxima!