Level Up: Almas Entrelaçadas (Interativa) escrita por Mast


Capítulo 18
Réplica Gélida


Notas iniciais do capítulo

Eu gostei bastante desse capítulo, e acontece bastante coisa nele! Todo mundo consegue uma chancezinha de brilhar, e deu pra preparar bastante o terreno para o próximo capítulo, que é super importante e *Cool*.
Fiquem aqui com um pouco de pipoca e refrigerante, e eu encontro vocês lá em baixo!



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Vrokvais se encontra sentado em seu trono, frustrado após ter matado apenas o moleque que estava com Norman. Apesar de tudo isso, ele sorria consigo mesmo, já saboreando o que inevitavelmente iria ver quando Norman estivesse ajoelhado diante de si.

Uma figura ficava em pé de costas para a parede da sala do trono, segurando uma espada embainhada. O lich mantém seus olhos nela por alguns instantes, rindo consigo mesmo.

“Mal posso esperar…”

Outra pessoa, escrevendo cartas numa mesa próxima, levanta seus olhos ao seu mestre.

“O que disse, meu senhor?”, a pessoa pergunta, seus olhos verdes brilhantes traindo sua forma atual. Carlyle, por enquanto, tomava a aparência de uma elfa de cabelos dourados e corpo sensual, em vão tentando cair nas boas graças de seu mestre.

“Acredito que Norman...gostará bastante do presente que temos para ele, não acha?”

A então-elfa abre um sorriso, mostrando dentes traiçoeiramente afiados, também deliciando-se com o momento em que o mago verá a surpresa preparada justamente para ele.

Vrokvais então volta a pensar em como irá subjugar o seu antigo amigo. Ele pode estar em qualquer lugar neste momento, e sem a sua antiga peça de xadrez, o bispo, ele não pode entrar no velho Sindicato dos Arque-magos, onde Norman certamente se abrigou.

Ele olha bem para os próprios dedos, pensando.

Existiam um total de dezesseis peças. A sua própria foi perdida. O outro bispo se encontrava com Myla Silverback, uma gnoma e a clériga mais poderosa de Lore, que estava em um local tanto distante de seu esconderijo quanto de difícil acesso. Seria impossível tomá-lo dela.

O monstro então pensa em suas outras possibilidades. O rei e a rainha estavam fora de questão, por enquanto, seria suicídio. O outro cavalo tinha sumido do mapa e seria impossível de encontrar, e as duas torres estavam sempre juntas, o que dificultaria o seu trabalho.

Irritado, Vrokvais bate os dedos no braço de seu trono, até que ele se lembra de algo.

Os oito peões, que eram dados poder apenas quando as peças principais recebiam aprendizes, ainda eram uma opção. Tendo isso em mente, ele começa a pensar nos possíveis alvos para o roubo das peças. Pensando mais, ele percebe que é bastante trabalho apenas para destruir um possível esconderijo de Norman. 

Será que vale a pena? É uma chance que pode vir a calhar, mas apenas se o mago não vier a saber que um peão foi roubado, nem se os portadores do rei ou da rainha desfazerem o poder deste peão ao descobrirem.

Ainda irritado, Vrokvais olha para um espelho prateado que se encontra num canto da sala. Ele normalmente usaria uma magia de vidência para encontrar Norman, mas com a barreira de não-detecção que o mago tinha posto sobre si, ela era inútil.

Enquanto o lich pensa numa outra possível maneira de encontrar o homem, ele vê a porta de seu trono se abrir.

Norman calmamente caminha para dentro da sala e para lá, os largos portões ainda entre-abertos.

Vrokvais lentamente se levanta de seu assento, tanto surpreso quanto chocado que quem ele estava lutando tanto para procurar simplesmente andaria calmamente até o local em que ele queria. Mas o olhar vazio em sua cara deixa o monstro intrigado.

Carlyle se levanta, em choque, e grita.

“Norman?! Como entrou aqui? A ilha está bem guardada e não ouvi nenhum relato de seu aparecimento!”

O mago simplesmente ignora as palavras da então-elfa. Ele para no centro da sala e dá um longo suspiro.

“Eu me cansei, Elliot. Estou farto disso.”

A criatura das trevas não diz nada, apenas buscando entender o motivo de seu alvo estar se entregando.

“Eu pensei que poderia perder qualquer um e continuar fugindo de você.”, o mago fala, fechando seu punho. “Que poderia viver o resto da minha vida te evitando, e que independente do quão fraco eu ficasse, eu poderia continuar desse jeito por mais centenas de anos. Mas isso não é verdade.”

Carlyle lentamente põe a mão em um cajado, buscando atacar o mago, mas Vrokvais levanta uma mão, o impedindo.

“Mas, senhor…!”
“Calado. Quero ouvir o que ele tem a dizer.”

Norman suspira novamente.

“Você matou o meu melhor amigo. Pela segunda vez. Antes, Elliot era esta pessoa para mim, e você, quem quer que seja a magia maligna que o corrompeu, o tornou irreconhecível. E agora, Siegfried está morto também. Eu não quero viver o suficiente para sentir esta dor uma terceira vez. Eu não quero viver minha vida inteira fugindo, te evitando, até que eu morra para sempre em qualquer buraco que você me enfiar.”

Ele abre um pouco seus braços, mostrando que estava vulnerável.

“Acabe logo comigo. Você conhece uma magia para prender minha alma, não é? Então me mate, e a use para prendê-la antes que ela escape. Então, faça o que quiser, até que minha alma se dissipe e que eu esteja livre.”

Era verdade. Se ele prendesse a alma de Norman, seria o fim para ele.

Mas algo lhe soava estranho. Norman realmente se entregaria desse jeito? E se fosse uma armadilha?

Mas que tipo de armadilha seria? O mago não está ganhando muita coisa vindo aqui e se expondo para o seu inimigo, e mesmo que ele use um momento oportuno para atacar Vrokvais, ele não seria capaz de evitar ser morto pela magia do lich. Além disso, o olhar fraco e melancólico do mago, e sua expressão de desespero quando o paladino morrera em sua frente, bem gravada na mente do monstro, lhe diziam que ele estava sendo sincero.

‘Tudo bem, Norman. Vou lhe dar este último pedido.’, ele pensa, sorrindo malevolamente. ‘Mas antes…’

Com um movimento de seu dedo, a figura escura no canto da sala caminha para frente, se revelando.

Siegfried, com o rosto pálido e os olhos vazios, anda para frente, vestindo uma armadura negra e uma espada amaldiçoada.

O choque se torna claro no rosto do mago.

“O...o que é isso..?! Siegfried?!”, ele grita.

O sorriso de Vrokvais se extende até os cantos de sua boca.

“Gostou de seu presentinho, Norman? Eu decidi ressuscitar seu amiguinho para que me servisse. Por que não se junta a nós, agora?”

O mago desaba, seus joelhos indo ao chão. Ele treme.

“Não...não pode ser…”

Uma gargalhada maligna se espalha pela sala.

“Hah! Até parece que eu seria tão generoso com você. Eu vou te matar, Norman, e vou me certificar de que você sofra o máximo possível.”, ele diz, com frieza e crueldade em sua voz.

“Então faça isso você mesmo.”, o mago responde, devastado emocionalmente e com a voz trêmula. “Eu não quero deixar esta terra pelas mãos de mais ninguém…”

Vrokvais sorri sadisticamente.

“Mas é claro.”, ele diz, seu rosto se contraindo num olhar de ira. “Eu não daria esse prazer a mais ninguém.”

Norman fecha os olhos, enquanto o lich levanta sua mão para acabar com ele, utilizando a maior parte de suas forças.

“Power Word Kill.”

O vento sopra fracamente dentro da sala do trono. Tanto Carlyle quanto o paladino das trevas mantêm os seus olhos no mago.

Mas ao invés de morrer, Norman simplesmente se levanta, limpando a poeira de seus braços.

O choque é visível no rosto da então-elfa, enquanto o seu mestre se torna mais e mais irado.

“Seu tolo, Elliot!”, Norman grita, abrindo um sorriso largo. “Como pôde se esquecer de uma magia que você mesmo conhecia?!”

“Matem-no, agora!”, o lich grita, e seus dois servos correm, preparando-se para atacar o mago.

Porém, neste momento, estacas de gelo atingem o chão aos pés de Carlyle, que para repentinamente. Ela olha para a fonte do ataque e vê o grande portão da sala do trono sendo aberto à força e várias pessoas correndo para dentro da sala. Entre elas, estava Aura, que lançava as estacas de gelo.

O Siegfried pálido, correndo até Norman e levantando sua espada, pronto para atingir o seu alvo. A sua espada desce num arco vertical e, ao invés de atingir carne, encontra-se com o alto tinido de lâminas se encontrando. O verdadeiro Siegfried se encontrava à frente do seu amigo, o protegendo do ataque de sua réplica.

“O que diabos é isso?”, o paladino pergunta, empurrando sua cópia para longe com uma espada.

“Um simulacro, acredito. Quanta maldade, Elliot! Usando as cinzas de meu amigo para fazer uma réplica dele? Pensei que você estava acima de tal jogo sujo.”

“Minhas cinzas?!”, Siegfried grita, se estremecendo um pouco. Que horrível de se ver.

Neste momento, Vrokvais levanta suas mãos e várias sombras surgem no local, mortos-vivos prontos para defender este lorde das trevas.

Ele se senta novamente em seu trono, frustrado, e quase ignorando a situação à sua frente enquanto pensava no motivo de seu feitiço ter falhado.

 

“Death Ward?”

“Sim! Eu acho que já sou forte o suficiente para usá-lo agora.”, Alire diz. “Você falou que Elliot sabia de um feitiço que poderia matar qualquer um na hora, não é? Esse feitiço protege a vida de qualquer um que esteja prestes a morrer.”

“Excelente ideia. E uma magia tão poderosa quanto a palavra mortal de Elliot só pode ser usada uma vez por dia. Se conseguirmos nos livrar de seu trunfo no começo da luta, estaremos numa grande vantagem.”

“Acha que vai ser fácil assim, Norman?”, Kairon pergunta.

“Não. Provavelmente será mais difícil do que a última vez. Acredito que ele se preparará melhor para não permitir que escapemos. Além disso, ele vai manter sua atenção em mim.”

“E daí?”

“Daí que vou precisar que você me faça um favor, Kairon.”, Norman continua, lhe passando um pergaminho. O ladino reconhece o papel. Era um dos que ele tinha encontrado na bolsa do mago um bom tempo atrás, mas que estava sem qualquer tipo de marcação.

“O que é isso?”

“A nossa carta na manga.”

 

Siegfried corre até sua réplica, suas espadas colidindo múltiplas vezes. O brilho luminoso de sua espada, chocando-se com a escuridão da espada inimiga, pintava a área ao redor deles de diversas cores.

O garoto percebe que a criatura espelhava todos os seus ataques, táticas e habilidades. Se ele quisesse vencer sem levar grandes danos, seria necessário desarmar seu oponente.

A espada do paladino brilha com uma luz ofuscante, e ele parte para cima do seu adversário, buscando intimidá-lo com uma tática agressiva. Usando uma finta, ele finge atacar o torso da criatura, então mirando em seus joelhos.

Um corte único abre uma larga ferida no seu oponente, que sangra...neve? Tentando não se distrair com isso, ele imediatamente dá um salto para trás, evitando por pouco a repercussão do simulacro.

Este ataque na perna de seu oponente pouco faria para derrotá-lo, mas pouco a pouco, o paladino iria derrubá-lo.

Mas não seria fácil. Ele já percebia que, independente do que acontecesse, a réplica não hesitava nem sentia medo ou preocupação. Ela não parecia ter nenhum senso de autopreservação. Além disso, sua réplica possuía um escudo, o que ele não tinha trazido.

Correndo até seu oponente novamente, Siegfried procura tomar vantagem da mobilidade reduzida do monstro e lança uma série de ataques, procurando encontrar uma brecha. 

A réplica bloqueia todos eles com o escudo, e usa sua perna saudável para avançar, empurrando o verdadeiro e então girando para dar aproveitar a vantagem.

A espada amaldiçoada corta parte do braço de Siegfried, que solta um grunhido. Outro ataque o força à ficar na defensiva. Um corte na perna, outro no lado do torso. Nenhum deles o suficiente para ser letal, mas precisamente calculados para cansar e desangrar o paladino.

Neste momento, um raio brilhante atinge a réplica em cheio e a força da magia faz com que dê dois passos para trás. Alire entra em cena, dando cobertura a Sieg. Ela levanta sua maça se prepara para atingir o seu oponente enquanto o paladino cura suas próprias feridas.

A réplica reage rapidamente e levanta seu escudo, girando destramente, mantendo o escudo posicionado na mesma direção para evitar outros ataques. Este falso Siegfried se vê em menor número e assume um jogo de pernas defensivo, movendo-se o bastante para não dar aos outros dois tempo de pensar ou reagir. 

Eles trocam um olhar, e apesar de não sairem palavras de suas bocas, ambos entendem o que fazer. Correndo em sincronia, o paladino dá cobertura à clériga, arrastando a espada no chão e à levantando rapidamente em direção á sua cópia, lançando faíscas ao seu rosto.

Um capacete feito de ossos rapidamente se forma, cobrindo a visão do monstro das faíscas. Ele levanta sua espada para contra-atacar, e a lâmina sombria faz um arco, cortando o ar e tinindo enquanto o cruza.

Siegfried bloqueia o golpe com sua espada, a segurando com as duas mãos, e usa a oportunidade para se aproximar de seu oponente. Eles passam um bom tempo medindo as forças um do outro, até que a réplica puxa o escudo para trás, preparando-se para dar um golpe e afastar o verdadeiro.

Mas neste momento, ele percebe algo.

Alire, que ficara para trás, acabara de invocar um espírito divino. Uma fumaça dourada subia do chão e dava forma à um cavaleiro que possuía uma armadura dourada, as penas do capacete douradas como as de uma fênix. Ele segurava uma lança de justa, que já se movia para atingir o seu alvo, mirando justamente na parte exposta de sua armadura, que estava visível agora que ele levantara o escudo.

Capotando no chão depois do golpe violento, a réplica sangra mais neve, manchando o chão de branco assim como o verdadeiro o manchara de vermelho. Lutando para permanecer de pé, ele se vê numa grande desvantagem, já que estaria enfrentando três inimigos ao mesmo tempo.

Decidindo ser cuidadoso, ele espera. Por mais que não possuísse amor à vida, de nada adiantaria matar-se sem conseguir cuidar dos seus alvos.

Mas os outros não se movem. Por quê?

Alire e Siegfried usam essa oportunidade para se curar. Enquanto estivessem ali, o guardião da garota os protegeriam, mas não poderiam se afastar dele.

Depois de um minuto inteiro esperando, ambos os paladinos entendem a intenção do outro. Eles preparam suas espadas para um último golpe.

A meia-elfa empodera o garoto com uma benção divina e o deixa ir, confiando no amigo.

Os dois correm, suas espadas pulsando com energia.

O guerreiro da escuridão dá um salto repentino, descendo sua espada com ambas as mãos, pronto para cortar fora o braço do verdadeiro.

Siegfried reage! Ele levanta sua arma, bloqueando o golpe. Ambas as lâminas se chocam, soltando faíscas no ambiente, descendo com a força da gravidade e com o peso que o simulacro colocara em seu ataque. Sangue atinge o chão quando a réplica danifica o ombro do verdadeiro de raspão.

“Gah!”, o menino grita, mas cerra os dentes, abre bem os olhos e chuta a perna ferida do inimigo. 

Com um estalo doentio, a perna é quebrada. O monstro não sente dor, mas é momentaneamente impedido de se mover.

Sieg rapidamente se posiciona atrás do seu alvo e aumenta o aperto em sua espada, que estala com eletricidade, dando um giro longo e atingindo as costas da criatura.

Thunderous Smite!

Uma barulhenta explosão sonora ecoa pelo palácio inteiro, lançando o alvo do golpe para longe, justamente para a mira do guardião de Alire.

O simulacro gira violentamente no ar até que suas costas são perfuradas pela lança do espírito, como um espetinho medonho. O espírito então posiciona a criatura para receber o próximo golpe de Siegfried, que salta no ar e enche sua arma de poder divino novamente.

O grito do garoto preenche a área, e ele faz um arco vertical com sua espada, cortando fora a cabeça e uma larga parte do torso de seu oponente.

Nos breves momentos em que fora atingida, a réplica, completamente indiferente à morte que se aproximava, dá um único piscar de olhos quando é cortada em várias partes. Ela lentamente se desfaz e vira neve, atingindo o chão com um estalo molhado.

O paladino pousa no chão. Tanto ele quanto o espírito de Alire fazem um único movimento com suas armas, limpando-as da neve ali presente simultaneamente e molhando o piso por perto com a geada.

 

Uma nuvem de fumaça imensa se forma dos pés de Carlyle, que a espalha, cobrindo Miro, Kathe e Aradan. Eles olham em volta, logo então se sentindo isolados.

O druida anda em volta, tentando manter seus sentidos aguçados, até que percebe um vulto se aproximando dele. Ele se prepara para atacar, quando a forma balança os braços.

“Calma, calma, sou eu!”, Kathe grita, balançando os braços um pouco para acalmá-lo.

Miro relaxa, vendo que era apenas sua amiga.

“Certo. Vamos encontrar os outros dois. Eu não sei o que aquele danado estava fazendo, mas não gosto nem um pouco!”, ele quase grita, balançando bastante seus próprios braços.

“Isso!”

O gentinha se vira, andando numa direção qualquer até que encontrasse o próximo vulto. Mas nesse momento, ele sente um agarrão em seu ombro.

Aradan corre pela escuridão da fumaça, usando seus sentidos para se alocar. Ele escuta um grito de dor e corre em sua direção, puxando seu arco.

Alocando uma flecha entre a madeira e a corda, o elfo se aproxima do barulho lentamente quando começa a ver o formato de pessoas, seus cabelos verdes o destacando e deixando-lhe visível na fumaça. Ele abre bem os olhos quando vê Miro sendo levantado do chão, agarrado por Kathe, que perfurava parte de seu estômago com uma larga adaga.

O druida se debate, confuso e aterrorizado, enquanto a adaga penetra mais fundo.

Do nada, ele é largado, ainda com a arma em sua carne. Uma flecha sibila pelo ar, cortando a fumaça num formato cilíndrico e errando Kathe por pouco.

“Sua louca, o que está fazendo?!”, ele grita, se aproximando com uma espada de madeira, que se tornara afiada graças à magia da floresta.

A garota rapidamente foge quando o elfo se aproxima. Ele hesita, vendo o druida ferido no chão.

“Você está bem?!”, ele pergunta, abaixando-se para olhar as feridas do aliado.

“Eu...vou ficar.”, Miro diz, começando a se curar lentamente. “Vai!”

Aradan se levanta e começa a correr até seu alvo, hesitando deixar o druida para trás por um momento. Os sons de uma luta chegam aos seus ouvidos, e ele apressa o passo.

Ele congela, surpreso. À sua frente estavam duas Kathes, lutando uma contra a outra.

Com um chute de uma delas, as duas se afastam, e percebem a presença do elfo lá.

“Aradan! Me ajude!”, uma delas grita.

O homem mantêm a flecha em seu arco, indeciso. Ele morde o lábio inferior. Tanto Carlyle quanto Kathe sabiam seu nome agora. Então, o que faria?

Algo passa pela sua cabeça. Ele lentamente baixa o arco, largando-o no chão e puxando uma flauta transversal. Assim que a música tranquila começa, ele move seus olhos entre as garotas.

Foi fácil descobrir quem era Carlyle. O troca-pele continuava a olhar para o rosto do elfo com uma expressão de confusão, surpreso de vê-lo fazendo algo aparentemente tão irrelevante no meio de uma batalha. Kathe, porém, sorria com felicidade, sabendo que a melodia que o elfo tocava era uma que ela mesmo o ensinara.

Repentinamente, a música proveniente do instrumento muda, ficando mais intensa, e energia mágica começa a surgir do tocador. Um pilar de luz prateada surge do teto, queimando a pele do troca-pele. A sua forma física pulsa e se transforma, voltando a ser a que ele outrora chamara de verdadeira: Pele escura como o céu noturno, formatos faciais quase inexistentes e olhos brilhantes verdes. A fumaça ao redor da área começa a se dissipar, e Carlyle, furioso, lança uma bola de fogo que explode a área ao redor.

Kathe revida, lançando rajadas mágicas que atingem o monstro em cheio enquanto ela desvia da explosão.
Se reposicionando, Carlyle vê sua situação e percebe que está em desvantagem, segurando o braço ferido pelo ataque da mulher. Ele junta fumaça nas mãos e se prepara para repetir o truque anterior. Mas quando a lança ao chão, esperando que ela se espalhasse, nada acontece.

Kathe estala os dedos, negando o feitiço de seu inimigo com a própria magia.

Counterspell!

O mago cerra os dentes, irritado, até que percebe uma sombra o cobrindo. Ele se vira para trás e encontra um urso grande e parrudo, que imediatamente fecha as presas sobre a cabeça de Carlyle.

Qualquer tipo de resistência era vã. Socos, chutes, arranhões e quaisquer outros meios de se debater não fizeram diferença alguma. Aterrorizado demais para pensar e conjurar magias, a última coisa que Carlyle sente é Miro pressionando sua boca de urso sobre a cabeça da criatura.

Caindo ao chão, já morto devido ao choque, o corpo do troca-pele faz um baque surdo sujar o local de sangue. Logo, seu corpo começa a queimar, o anel que possuía em seu dedo destruíndo seus restos mortais.

Miro volta para sua forma humanóide, cuspindo fora sangue de sua boca e mantendo um olhar ranzinza e furioso em seu rosto.

Kathe e Aradan ambos piscam duas vezes, surpresos.

 

Um virote atravessa a cabeça dum morto-vivo, que fica paralisado pelo ataque. Um abutre voa e desce suas garras na criatura, dilacerando que sobrara de seu crânio, logo então voando para mais longe.

Jessabella lentamente coloca mais um virote em sua besta pesada, mirando-a no próximo alvo. Com um tiro certeiro, mais um zumbi cai ao chão. Mas ao redor dela, apenas mais e mais inimigos se aproximam.

Ela junta suas forças e lança sua besta no ar. O abutre que a sempre acompanhava segura a arma pesada em pleno ar e plana ao redor do local, esperando a ordem de sua mestra.

A elfa então puxa uma espada curta de sua cinta e corta fora a cabeça de dois zumbis que chegaram perto demais. Então, em questão de momentos, ela embainha a espada, puxa um virote de sua aljava e, com sua mão livre, agarra a besta que a ave soltara acima dela. A patrulheira então põe o projétil na arma e a atira em mais um alvo, começando a se cansar.

Kairon salta pelas cabeças dos monstros, lançando múltiplas adagas nos rostos de cada um. Ele aterrissou ao lado da mulher, que o dá um olhar que demonstra o quão impressionada ela não está.

“Exibido.”, ela diz.

“Não é minha culpa se sou naturalmente estiloso enquanto luto.”, o ladino diz, mostrando seus dentes afiados ao sorrir.

Os dois trocam de posição, cortando os mortos-vivos que começavam a correr até eles com mais velocidade. Assim que eles se viram em menor número e prestes a serem enxameados, um javali os atropela, esmagando todos os zumbis que pode com seus cascos e presas gigantes.

Surpresos, ambos correm para longe dali, vendo o javali massacrar a horda de monstros.

Norman, que estava de pé sobre o animal, salta e junta suas mãos num triângulo enquanto desce, sendo jogado levemente para trás quando a força da bola de fogo que surge de suas mãos incinera mais um grupo de zumbis.

Ele pousa no chão tranquilamente e olha para o grande mamífero que continua a limpar a área da presença maligna.

“Bom trabalho, Aura!”, ele grita, correndo então em direção ao trono.

“Aura?!”, os outros dois perguntam, chocados, enquanto a vêem destroçar seus oponentes.

Depois de estar satisfeita com os destroços, a fera começa a diminuir de tamanho, seu pelo caindo e sua forma se mudando. Depois desta metamorfose, Aura balança os cabelos estilosamente por dois segundos antes de cuspir um pouco de pelo de javali.

O mago corre até os pés da escadaria levando até o trono de Vrokvais.

“Eu não deveria ter sido tão generoso com você, Norman. Eu vou quebrar todos os seus ossos antes de lhe matar.”

Este, porém, nada diz, puxando seu grimório.

Desta vez, seria diferente. Ele iria derrotar Vrokvais.

Ele iria salvar Elliot!


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Notas finais do capítulo

Gostaram da pipoca? Do refrigerante? Mais importantemente, gostaram do capítulo?
Então estão esperando o quê??? Deixem um comentário ué!!
Hashahshas, vejo vocês dia 02/08!



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