Level Up: Almas Entrelaçadas (Interativa) escrita por Mast


Capítulo 14
Dor Excruciante


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!
Desculpem a demora pra postar mais um capítulo, a verdade é que recentemente eu estive bem desmotivado
Porém! Agora vamos chegar nas minhas partes favoritas da história. A partir de agora (e depois desse capítulo) vai ficar tudo muito tenso, então eu tenho certeza que vou amar escrever o que vai acontecer a partir daqui!
Por favor deixem os seus comentários! Vocês não fazem idéia do quão importante é para mim!
Obrigado!



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Uma flecha voa pelo ar, cortando o vento num zunido, em direção à Aura, que está presa nas mãos de uma árvore humanóide.

Kathe corre e deflete o projétil com sua espada, protegendo a garota atrás de si.

“Você está louco! Faz alguma idéia do que está fazendo?!”

Aura, atrás dela, se contorce um pouco, tirando um de seus braços da mão da criatura, que a aperta mais forte em resposta. O grito da garota faz com que Kathe se distraia, e outra das árvores vivas lhe atinge com um golpe horizontal, a fazendo voar.

“Muito pelo contrário. Como já disse, estou completamente ciente de minhas ações.”

Kathe limpa um pouco do sangue em seu rosto, se levantando lentamente. Ela conjura uma magia, se teleportando até a sua companheira e cortando o braço do monstro com sua espada mágica. Aura, que cai no chão, respira por alguns segundos e então rola para desviar de uma rajada de flechas.

Um dos entes corre para acertar a feiticeira, que desvia do soco, deslizando por entre as pernas da criatura. Porém, uma de suas raízes a agarra pela perna, a levantando de cabeça para baixo. O monstro se vira com um soco com as costas da mão e Aura voa, atingindo a parede com força.

Ela põe uma mão em uma costela e sente uma dor profunda. Algo estava muito errado.

Mesmo assim, ela se dá a força de apontar para a criatura e conjurar uma magia mortal.

“Blight!”

Uma onda de energia negra atinge o ente com força. As plantas ao seu redor começam a morrer, e suas folhas caem, murchando e secando. Os seus galhos caem e ele atinge o chão com força.

Enquanto isso, Kathe se vê rodeada por duas mais árvores vivas. Ela fecha os olhos e morde o lábio, mas os abre novamente.

“Me perdoem. Enemies Abound!

Ela põe as palmas das mãos sobre a terra, e sombras atravessam o chão até os monstros, subindo até seus rostos e os encantando. Repentinamente, a paranoia enche seus corações, e eles vêem todos ao se redor como inimigos. As duas começam a se atacar até que ambas se destroem simultaneamente.

Mais e mais flechas voam pelo ar, e uma delas atinge Kathe no braço. Ela grita de dor, antes de puxar a flecha e pular, deslizando numa ladeira abaixo.

Aura corre em direção ao arqueiro élfico e produz três chamas, as lançando em sua direção à alta velocidade. Ele se prepara para saltar longe delas, mas algo estranho acontece. Seus movimentos parecem mais lentos, e os mísseis parecem mais velozes, mais precisos.

Todos os três o atingem em cheio, e ele rola pelo chão antes de se levantar novamente. O homem atira duas flechas e se esconde atrás de uma árvore, mas Aura se protege com uma barreira mágica.

“O que foi aquilo? Curiosa habilidade.”, ele comenta, em voz alta.

“Eu posso manipular minha sorte e o caos de minhas magias! Você não tem chance alguma!”, ela grita.

“Hah. Quanto talento você tem.”, ele responde, sorrindo levemente.

Aura franze o rosto. O que ela não havia dito para o homem é que este poder possuía tremendo perigo. A qualquer momento, sua energia mágica poderia ficar instável e causar qualquer tipo de efeito aleatório, do mais bobo e engraçado até o mais perigoso, tanto para ela quanto para quem estiver perto. E abusar do caos de suas magias para ter essa vantagem apenas aumentava a probabilidade de algo assim ocorrer.

Projéteis de energia arcana destroem a árvore que o elfo usa para se esconder, mas ele não está mais lá.

“Me explique!”, Kathe grita, com uma faixa em seu braço. “Me explique o motivo de sua loucura!”

Um relâmpago cai na mulher, que fica de joelhos.

“Não preciso explicar nada para vocês. Especialmente não para você, humana!

Apesar da dor, ela pensa nas palavras dele, conjurando uma magia.

“Shadow of Moil!”

Chamas negras, escuras como sombras, se formam e cobrem todo o seu corpo. Kathe corre em alta velocidade em direção ao elfo, que está em cima de um pequeno morrinho. Ela escala pulando várias vezes, e puxa sua espada. O elfo, em resposta, enche um bastão de madeira de energia mágica.

A mulher pula, descendo sua espada prateada, mas o bastão o bloqueia com facilidade. Ela abre mais os olhos, confusa, e desvia quando o elfo revida com o seu próprio ataque. O bastão bate em uma árvore por perto de arranca uma grande lasca sem esforço, dando mais urgência à situação da mulher.

Os dois trocam golpes por alguns momentos, mas Kathe avança com uma estocada, sacrificando sua própria segurança. O golpe atinge o lado do elfo, mas ele mira uma cajadada em sua garganta. Ela rapidamente o bloqueia com a mão, mas sente uma profunda dor.

As chamas em seu corpo explodem, lambendo e cortando o elfo mágico. Os dois saltam para trás, para analisar a situação da luta e seus ferimentos.

“Você tem algum ressentimento, não é?! Eu consigo sentir isso!”

Com um movimento rápido, o corte no homem é curado, mas seu rosto se contorce em raiva. Kathe vê que estava certa.

Atrás dela, Aura finalmente termina de escalar, alcançando sua companheira. Ela corre em frente, mirando ambas as mãos no elfo.

“Slow!”
Energia salta de suas mãos, e a gravidade ao redor dele repentinamente se torna mais intensa. O homem começa a ficar mais lento. Um alvo fácil.

Kathe toma isso como um sinal para atacar, mas assim que ela avança, algo acontece.

A poderosa magia ao redor de Aura começa a se descontrolar.

“Kathe, espere!”

A fúria mágica toma uma cor alaranjada e explode numa poderosa bola de fogo ao redor da garota meia-elfa, a queimando e lançando sua aliada longe.

Aura cai no chão, grunhindo de dor e sentindo sua pele ardendo.

“Kathe...me desculpe! Eu... não consegui me controlar!”

Sua concentração no feitiço do tempo tinha sido quebrada, e o elfo corre, a chutando no rosto. A meia-elfa rola no chão, caindo morro abaixo.

O elfo mágico anda até Kathe, pisando em seu estômago e puxando uma flecha.

“Mas….por quê?”, ela pergunta.

“Vocês humanos não entendem nada, não é?”

“Eu nunca vou entender...se você não me explicar.”

“E de quê vai adiantar? Você só vai mentir como todos os outros.”

Ela tosse.

“N...N-Não...não somos...todos assim…”

“Isso também é um mentira, não é?”

O elfo atinge a mulher na perna com a flecha, e ela sente a munição atingir o chão debaixo dela.

Kathe grita alto, e seu corpo começa a ser preenchido de adrenalina.

“Me explique…! Seu...desgraçado…! O que faz valer a pena matar tantos?!”

O rosto do elfo se contorce em raiva mais uma vez.

“Me diga isso você! Qual é a sua desculpa?! Qual é o seu motivo?! Quando os humanos quebraram nosso tratado de paz e invadiram nossa floresta, matando todos os inocentes e roubando todas as nossas árvores, eles com certeza tinham um motivo perfeito, não tinham?!”

Ela não responde, grunhindo de dor.

“Não tinham?!”

“Me….desculpe….”

Os olhos dele se abrem. Porém, ver uma reação inesperada da mulher só o deixa mais frustrado e irritado. Ele põe uma flecha na aljava e começa a puxar.

“Se desculpas ressuscitassem, eu não estaria aqui.”

O elfo se prepara para matar a humana, mas antes que consiga, seus músculos congelam, e ele larga tudo que está fazendo.

A flecha, mirada na cabeça de Kathe, é solta, mas a mulher desvia logo a tempo, escutando o zunido da munição atingindo a terra do lado de seu ouvido.

Ele lentamente se vira para trás, vendo Aura se segurando na beira do morro, tendo escalado de volta. Ela mira uma mão aberta em direção ao elfo, o paralisando com um feitiço mágico.

Kathe rapidamente ataca com sua espada, abrindo cortes profundos na mão e pé direitos do elfo, que cai no chão. Ela se levanta lentamente, apesar de sentir muita dor, e aproxima a ponta da lâmina do rosto dele.

“Me….mate logo.”, ele fala, ainda paralisado da cabeça para baixo.

“Não.”

A mulher olha bem para ele.

“Não sei o que você passou exatamente, mas…-ugh…”, ela para de falar por um momento, grunhindo de dor. “...você….não mereceu o que fizeram com você. Mas, por favor...não retribua com a mesma moeda. Mais violência não vai desfazer a violência que seu povo sofreu.”

“Vocês….humanos! Sempre precisam se achar os certinhos, não é?! Sua verme! Como ousa tentar me ensinar uma lição?!”

“Fique calado! Você é quem está cooperando com assassinos! Eu nunca contribuí para a morte do seu povo, nunca nem soube que eles existiam!”, ela diz, cerrando os dentes. “Estou poupando sua vida! Nada o impede de ir atrás de mim e se vingar, mas vou lhe poupar mesmo assim, porque quero que você entenda que humanos ainda sentem compaixão!”

Aura desfaz a paralisia aos poucos, mas o elfo permanece no chão, mais furioso por ter sido derrotado por uma humana em ideais do que em combate.

A meia-elfa corre até sua aliada, a ajudando a andar, e as duas começam a se retirar do local.

“Eu….eu não vou me esquecer disso!”, o elfo grita, sua voz ressoando pela sala inteira.

Kathe não responde, mas isso era justamente o que ela queria. O quanto mais ele pensar sobre isso tudo, melhor.

Afinal, ela não queria que ele ficasse confortável pensando em seus próprios erros.

 

Kairon corre para frente, tremendo de ira e ódio.

De uma das mesas, um homem se levanta. Ele é um tiefling assim como a mulher em cima do palco. Vestindo um terno, tendo um cabelo ajeitado e aparência física perfeita, os seus chifres saem de sua testa e são enormes.

“Ah, meu filho! Como vai sua vida? Voltou para seus queridos pais?”

“Akmenos...e Kallista!”

“Kairon, se acalme!”, Siegfried diz, puxando o braço do amigo. “Esses são seus pais?”

“Esses monstros não são meus pais!”

Miro anda para frente, analisando o local.

“Puxa, que baita tranqueira vocês fizeram aqui, ein? Isso tudo dentro daquele cabaré minúsculo? Que loucura.”

“Que bom que gostou do nosso humilde local.”, Akmenos, o homem, diz.

“Ah, não, eu odiei. É muito exagerado.”

O sorriso do adulto não se desfaz, e ele ri com as palavras do druida.

Do palco, uma harpa é tocada, e Kallista, a mãe de Kairon, começa a levitar, junto da cadeira em que ela se senta.

“Agradeço muito por ter voltado, meu filho!”, ela fala, sendo seguida por Akmenos. 

“Agora podemos fazer de você o que o seu irmão nunca foi.”

Os olhos do ladino se abrem, e ele treme de fúria. Ele arremessa uma faca numa velocidade impressionante.

A faca atravessa o crânio de Akmenos, que cai no chão, morto.

“K...Kairon!”, Siegfried grita, horrorizado.

“Ele….ele mereceu!”, o ladino responde.

Kallista, porém, não parece nem um pouco preocupada. Com um toque de sua harpa, relâmpagos roxos surgem no ar, criando distância entre o corpo e os aventureiros, que saltam para trás.

Uma fumaça se forma entre eles. Repentinamente, a adaga de Kairon voa de volta em sua direção. Ele desvia por pouco, mas sua bochecha ainda é cortada.

O ar negro dividindo os dois grupos se dissipa, e Akmenos está de pé, com um buraco em sua cabeça. Em poucos segundos, o buraco se fecha e ele solta um bocejo, despreocupado.

“O...o quê?”, o ladino se pergunta.

“Sabe, Kaizinho, depois que o imprestável do Therai nos deixou mais jovens, nos encontramos com um amigo que nos emprestou de um pouco de imortalidade.”, Kallista fala. Ela sorri para Akmenos, que responde com o seu próprio sorriso e a beija.

“Não pode ser.”, ele diz, surpreso e enojado.

Siegfried compreende o que eles dizem e põe os dedos na testa, sentindo a presença mágica ao seu redor. Ele sente uma poderosa presença maligna vindo dos dois à frente deles.

“Kairon! Cuidado, eles são vampiros!”

“Por quê não ficarmos jovens para sempre? Temos que evitar a luz do sol agora, sim, mas como sempre andamos de noite, isso não será um problema!”, Akmenos ri. “Que tal, filho? Junte-se a nós.”

Os olhos de seu pai se cerram.

“É a sua última chance de voltar a ser obediente.”

O ladino puxa sua nova adaga mágica.

“Você consegue crescer uma língua nova, pai? Ouvi dizer que répteis regeneram partes do corpo, então talvez uma cobra como você consiga.”, ele diz, completamente frio.

“Hah. Muito bem, então.”

Kairon corre em direção a seu progenitor. Ele ataca com sua adaga mágica, cortando fora os dedos da mão esquerda de Akmenos. O ladino desvia de um soco vindo da mão direita e corta o tornozelo do pai, rolando para trás dele e tentando o atingir com uma facada no pescoço. Porém, ele é paralisado quando correntes mágicas o seguram, vindo das mãos de Kallista. Kairon recebe um soco poderoso em seu estômago e é lançado longe.

Siegfried corre em direção a Akmenos, que termina de regenerar seu tornozelo e dedos. O cavaleiro desce sua espada num arco vertical. O vampiro simplesmente põe sua mão no caminho, despreocupado, pensando em regenerar qualquer ferimento depois.

Para sua surpresa, porém, a sua mão é cortada fora, e ele grita de dor. Seu ferimento queima com uma energia sagrada, que o impede de se curar.

Miro corre, se transformando num urso gordo. Ele atinge o vilão com suas garras, dilacerando seu corpo, enquanto Kairon volta e o ataca ferozmente.

Todos os três gritam de dor quando um relâmpago muito poderoso eletrocuta os heróis instantaneamente.

Kallista voa sobre eles em sua cadeira, ainda tocando sua harpa. Ela salta e se transforma, criando grandes asas de morcego. A mulher voa para cima e lança mais relâmpagos nos três, que se focam em desviar.

A energia divina cessa no corpo de Akmenos, que corre para longe enquanto sua mão se cura. Kairon vê isso e corre atrás dele, não querendo desperdiçar o progresso feito em derrotá-lo.

“Kai, espere!”, Siegfried grita, mas é inútil. Ele arremessa uma lança, mas devido à distância, Kallista desvia com facilidade. Ela atira raios de energia arcana em Siegfried, mas Miro pula em sua frente, o protegendo com seu corpo de urso. O dano desfaz sua transformação, o transformando num gentinha novamente.

Ele cai sobre seu traseiro, mas logo se posiciona e cria um pilar de luz divina.

“Moonbeam!”

A luz divina queima Kallista, a forçando a desfazer sua transformação em pleno ar. A mulher cai de uma altura de 20 metros e seus ossos estalam alto. A dor tremenda a congela.

Akmenos abre o seu grimório e lança uma magia extremamente perigosa dela.

“Morra! Disintegrate!”

Um raio extremamente concentrado é atirado em Siegfried. Ele congela, com medo, mas Miro o empurra para longe, ainda estando relativamente saudável.

O gentinha se transforma num urso novamente, logo a tempo de ser atingido pelo raio. A dor é intensa, e ele sente parte de sua carne se dissolvendo e desaparecendo.

Felizmente, ao sua transformação o salva, e ele cai no chão, extremamente ferido, mas vivo. O sangue do druida começa a se espalhar pelo piso.

“Miro? Miro!”, Sieg grita.

“Que pena! Pensei que iria transformar ele em cinzas!”, Akmenos grita.

O paladino reúne todas as suas reservas de magia curativa e as usa no amigo, que fora devastado pelo feitiço.

Miro se levanta aos poucos, ainda em choque. Ele não morreu por muito pouco, e se aquela magia o tivesse desintegrado, não teria como resgatá-lo.

O vampiro mira outro raio poderoso no paladino, mas seu livro é cortado ao meio pela adaga habilidosa de Kairon. Ele mira um feitiço no rosto de seu pai, que é atingido em cheio no rosto por uma fumaça negra. 

“Fear.”

Caindo no chão, um medo intenso o preenche. Ele começa a se arrastar para longe de Kai, que simplesmente pula em suas costas e começa a esfaqueá-lo repetidamente. O rosto do rapaz está distorcido de ira, e ele não consegue parar.

Kallista começa a se levantar, mas Siegfried corre até ela, a acertando com uma segunda espadada cheia de energia divina, a impedindo de continuar a se regenerar.

Kairon levanta sua adaga novamente, mas é chutado para muito longe, caindo em cima de Siegfried. Os dois atingem o chão.

Kallista se levanta com a ajuda do seu esposo, e ela treme de raiva, conjurando um feitiço poderoso em Kairon.

“Power Word Pain!”

O tiefling começa a se contorcer, sentindo uma dor intensa. Ele não consegue se levantar, e a dor é tão grande que sua saliva começa a escapar da boca, com os olhos completamente abertos.

“Seu porco! Você deveria ter ficado sob o nosso comando!”, Kallista grita.

“Você era mais útil enquanto seu irmão imprestável estava vivo!”, Akmenos ruge.

“Todos vocês são um desperdício de potencial!”

“Não mereceram nem o teto que lhes demos!”

“Morra!”

“Morra! Morra!”

“Mo-”

Os dois vampiros gritam de dor quando um gigantesco pilar de luz desce sobre eles. A luz prateada e radiante começa a queimar a pele vermelha dos monstros, e eles ambos caem no chão, incapazes de escapar. Kairon, que estava sofrendo, instantaneamente para de sentir dor e se levanta.

Longe dali, Miro concentra-se em sua magia, sujo de sangue. Mas antes que desintegrasse os mortos-vivos, Kairon grita.

“Pare! Pare, agora!”

O feitiço é desfeito, muito para a confusão do druida. Kairon se aproxima dos dois com sangue nos olhos, sua cauda balançando rapidamente.

Ele começa a rir.

“Finalmente. Finalmente vou fazer vocês pagarem por tudo que fizeram.”

Siegfried, que está por perto, olha para o seu amigo com preocupação.

O ladino se aproxima de seus pais, com uma adaga em cada mão. Ele está prestes a matar ambos ao mesmo tempo.

“Quando vocês chegarem no inferno, peçam aos demônios de lá pra verem o que eu vou alcançar. Morram.”

Ele levanta ambas as mãos, mas antes que consiga descê-las, ele é empurrado para longe.

Um único corte atravessa o ar, e ambos Kallista e Akmenos gritam de dor, lentamente começando a se desfazer enquanto poder divino os incinerava.

Kairon olha para Siegfried com uma fúria extrema.

Seu desgraçado! Por quê?! Por que você me roubou esse prazer?! Sabe por quanto tempo eu desejei isso?!”

Ele se levanta e agarra o paladino pelo colar, resistindo a vontade de o estrangular.

“Por quê, Siegfried?!”

Silêncio.

“Me responda!”

O paladino começa a chorar, para a surpresa do tiefling. Siegfried olha para os cadáveres que estão sendo dissipados pelo tempo.

“Kairon….eu vi.”

“....huh?”

“Eu vi o seu olhar. Eu….eu pensei…”

O ladino enfraquece o seu aperto no garoto.

Siegfried levanta o rosto para olhar para seu amigo.

“Eu consegui sentir, Kairon…”

“Sieg…”

“Filhos...não devem…”, ele soluça, limpando os olhos. “...ter que matar seus próprios p-pais.”

Algo toca o coração negro do ladino. Ele não tinha completa certeza, mas algo lhe dizia que tinha sido salvo de um destino terrível, por mais que estivesse frustrado. Mas uma pergunta o incomodava. Por quê Siegfried via isso com tanta importância? Ele poderia estar apenas fazendo o que achava correto, mas por quê ele chorava?

“Eu….eu senti. Se você o fizesse, Kairon, você seguiria por um caminho do qual você nunca voltaria.”

Ele pensa sobre as palavras do garoto, e o abraça, chorando também.

Kairon finalmente estava livre do que o atormentava, sem precisar ter pago o preço com sua alma. Agora, ele via Siegfried como um novo irmão. Nada disso traria Therai de volta, mas sua dor diminuiría, mesmo que só um pouco.

De longe, Miro via a cena, com um sorriso cansado no rosto.

 

“Cure-o.”

“O quê?”

“Só um pouco, Alire.”

A meia-elfa, relutantemente, cura Farald. Ele tosse sangue, mas ainda continua imóvel. Ele direciona seus olhos para Norman.

“Seu….velho...desgraçado…”

“Onde está o Elliot? Me diga e vou lhe poupar.”

Farald tosse um pouco mais, mas começa a rir, sua risada misturada com a dor em seu corpo.

“Elliot...está a leste daqui. Além do rio...depois da antiga ponte….no castelo abandonado…”

O mago levanta as sobrancelhas, surpreso. Ele não esperava que fosse tão fácil conseguir uma resposta.

“Foi mais simples do que imaginei.”

Farald ri novamente.

“Qual é a graça?”

“Norman….hah….haha…..”

O mago simplesmente mantêm seus olhos no seu antigo conhecido.

“Por quê me disse tudo tão facilmente?”

“....E...Elliot vai….lhe matar...e todos os seus amigos…”

Ele cospe sangue de novo, mas apenas ri novamente, seus dentes sujos de sangue.

Norman cerra os olhos, e um relâmpago de suas mãos acaba com a vida de Farald de uma vez por todas.


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Notas finais do capítulo

Olá!! Gostaram do capítulo, amigos?
Deixem seus comentários e vejo vocês no próximo! Espero que todos vocês estejam seguros! Falou!