Level Up: Almas Entrelaçadas (Interativa) escrita por Mast


Capítulo 10
Aura Protetora


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo já peço desculpas por esse capítulo ser grande HASHAHSHAS
eu me empolguei e não queria deixar cliffhanger nesse cap então eu entupi um pouco mais, me desculpem se demorar mt pra ler
De qualquer maneira, esse capítulo tem mta mta ação dessa vez hashashas, então esperem que gostem, também serve meio que um "level up" para os personagens já que eles usam coisas novas e mais poderosas
Aproveitem!

A PROPÓSITO
Já que costumo colocar bastante referências na história, quero ver se vocês pegam alguma referência de vez em quando! Tem uma referência bem grande nesse capítulo e se não souberem eu explico



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/758848/chapter/10

“O que está acontecendo, Norman? Nunca vi você com tanta pressa.”, Siegfried pergunta ao mago, preocupado.

Ele apenas continua a organizar suas coisas, pensativo.

“Bem...pensei que quanto mais cedo cuidarmos de tudo isso, melhor. Se tivermos como ajudar mais pessoas a cuidar desse problema de mortos vivos, então isso significa que vamos impedir que mais mortes aconteçam.”, ele fala, olhando para o paladino e esperando uma confirmação de suas próprias palavras. É como se ele não estivesse certo do que ele mesmo dizia.

Siegfried, porém, não percebeu nada disso. Ele sorri abertamente.

“Nossa! Agora estou entendendo! Vamos, então! Não podemos perder tempo!”

O jovem agarra todos os seus pertences com velocidade. A espada, o escudo, a aljava de lanças e o resto de seus equipamentos e suprimentos, logo marchando.

Norman relaxa, suspirando, e começa a segui-lo. Mirados nele, no entanto, estavam os olhos de um tiefling, que o observava discretamente.

Passados alguns minutos, o rapaz anda até o druida, que mastigava um milho assado. Ele ignora o fato de que Miro come de uma maneira deselegante e abre a boca para falar.

“Miro.”

“Mm?!”

“Você disse que o Norman tinha desintegrado uma quimera na sua frente, não foi?”

O druida para de mastigar por um momento e levanta as sobrancelhas.

“Huh?”

Kairon franze o rosto, impaciente.

“Não foi isso que você disse?”

“Fah, fão. Eu fisse fisso ferfo.”

O ladino respira fundo.

“Engole. Antes. De falar.”

Depois de um doloroso gole, Almiro tosse um pouco e começa a falar.

“Sim, sim. Foi o que eu tinha dito.”

“Você se lembra se ele usou um pergaminho para conjurar aquela magia?”

“Uhhh…”

O druida coça a sua cabeça, pensativo.

“Nossa….não consigo me lembrar, mas me lembro de ele tirar algo da bolsa mesmo. Por quê?”

“Nada. Era só curiosidade. Quem sabe ele tenha mais desses com ele, não é?”

“Ah, talvez?”, o druida diz, ainda coçando a cabeça. “Se ele tiver, acho que não é da nossa conta. Huh?”

Mas o tiefling já estava se movendo em outra direção antes que Miro terminasse de falar.

Siegfried caminhava alegremente pela estrada. Oden ainda estava a um bom tempo de viagem, então cada passo dado era um passo a menos de seu destino. O único jeito de diminuir essa distância era por um passo de cada vez.

Kai alcança o jovem e anda do seu lado, estudando-o um pouco.

“Você está bem animado para alguém que quase morreu um dia desses.”

O garoto levanta seus olhos para o amigo, confuso.

“Oi? Ah, bem. Está tudo bem agora, não está? Afinal, todo mundo está bem.”

“Hah...juro que já ouvi isso em algum lugar antes.”, Kairon diz. Ele sentia que essas palavras lhe eram familiares, mas não tinha certeza.

“Talvez um dos seus amigos delinquentes?”, o paladino pergunta, rindo.

“Não, não. Ah, quem sabe.”, o tiefling ri de volta. “É legal?”

“O quê?”

“Ser um paladino? Usar uma espada, ser um cavaleiro e ainda usar magia? Você consegue fazer tantas coisas legais. Quase me dá inveja.”, ele diz, fazendo uma expressão exagerada de desgosto.

“Hm….é bem legal! Proteger as pessoas, ser um símbolo de justiça e de bondade, e ainda ter uma espada e poderes bem legais! Mas me dá medo, às vezes.”

“Por quê? Você não tem confiança em si mesmo?”

O sorriso de Siegfried desaparece. Ele pensa, um pouco melancólico.

“Bem…eu tenho. Mas...não sei. Há tanta coisa nesse mundo, e eu sou só uma pessoa que mal começou a própria vida.”

Kairon para de andar. Ele não havia considerado a possibilidade de Siegfried ter suas dúvidas.

“Você tem medo de não se provar?”, ele pergunta, o que faz o garoto pensar, parando de andar também.

“Hm….não. Eu tenho medo de não conseguir salvar as pessoas que importam para mim de perigo. É...assustador. O quão perto chegamos de perigo, quero dizer.”

“Entendo.”

Os dois continuam a andar, dessa vez mais devagar do que tinham começado.

“Eu acho que faz parte da sua natureza.”

“Como assim?”, Sieg pergunta.

“Você iria saltar num vulcão se houvesse a menor chance de salvar alguém, não iria? Esse é o tipo de pessoa que você é. Você trocaria a sua vida pela vida de uma pessoa inocente.”

O paladino hesita antes de responder.

“Acho que isso é algo heróico.”

“Talvez. Isso é o que a sociedade nos diz, afinal de contas. Que sacrifício é algo heróico.”

“Não concorda?”

Kairon cerra os dentes.

“Isso me dá ódio.”

O garoto levanta as sobrancelhas, sem entender.

“É tão egoísta, não acha? E as pessoas que se importam com você? Que se danem elas, não?”

“Não estou lhe entendendo.”

“Não acha mais inteligente salvar a sua própria vida do que se sacrificar por qualquer um? Assim você pode até salvar mais pessoas depois.”

“...talvez seja. Mas existem coisas que precisamos fazer mesmo assim, não acha? Mesmo se signifique que vamos sair na pior.”

Kai olha bem para ele.

“Acha mesmo isso?”

“É.”

“Bem...só pense no que estou lhe dizendo. É preferível que você e quem você está salvando saiam com segurança.”, o ladino diz, andando na frente. Siegfried pensa nisso que ele está dizendo, e olha de volta para o seu amigo.

“Olha, Kairon. Obrigado.”

“Pelo quê?”, ele pergunta, se virando para ver o paladino.

“Não sei. Acho que não tenho um motivo específico.”

A cauda de Kairon balança uma única vez.

“Huh. Tá certo, então.”, ele diz, se virando depressa e seguindo em frente, resmungando consigo mesmo.

 

Dois dias se passaram. Durante esse tempo na estrada, os heróis riram, discutiram, comeram e andaram muito mais do que todas as outras três coisas juntas.

Durante a manhã, eles alcançam o pé de uma montanha. A estrada passa por dentro da montanha, por meio de uma passagem escavada dentro dela.

“Pfft. Anões.”, Norman diz, para a curiosidade dos outros. “Eles vieram aqui com o propósito de escavar essa montanha atrás de recursos. Fizeram a estrada até aqui, mas não deu certo, então eles só abriram um buraco do outro lado da montanha e levaram a estrada até a capital.”

“Como que você sabe disso?”, Alire pergunta.

“Eu estudo bastante.”, ele diz, seguindo em frente e adentrando a caverna.

Porém, quando os outros o alcançam, percebem uma névoa densa no local.

“Siegfried.”

“Na hora.”

O jovem põe dois dedos na testa, abrindo seus sentidos sagrados.

“A névoa é fruto de magia negra. Temos que tomar cuidado.”, ele diz.

Subitamente, um grito ecoa pela caverna. O paladino corre na frente, e os outros o seguem.

Vários túneis estão abertos dos lados do caminho principal, e gritos de terror continuam à frente. Suando frio, eles seguem em disparada para descobrir o que está acontecendo.

Norman agarra uma pedra do chão e desenha uma runa nela enquanto corre. A pedra brilha com uma luz, tão poderosa quanto uma tocha, e ele a arremessa para frente. O local é iluminado, e o grupo consegue ver uma carroça destruída. Perto dela, corpos ensanguentados.

Siegfried e Alire levam às mãos à boca, vendo essa cena grotesca.

Além da carroça, luzes começam a brilhar. Várias chamas azuis flutuam pelo ar. Elas iluminam a área, deixando claro a presença de um gigante, que mastiga um cadáver, e uma mulher encapuzada. Aos pés dela, um homem gordo, provavelmente um mercador, implora por misericórdia.

“Por favor...por favor! Me poupe, me pou-”

O rosto dele é atravessado por um raio de energia que deixa os dedos dela. A mulher ri loucamente.

“Sua desgraçada! O que você fez?!”, Siegfried grita. Todos viram sua atenção para o paladino.

O monstro ao lado da feiticeira maligna é alto, musculoso e azulado. Presas saem de sua boca como um javali, seus olhos são um amarelo doentio e chifres saem de sua cabeça.

“É um Oni!”, Norman grita. “E cuidado com as chamas ao lado dele! São fogo-fátuos! Eles são espíritos perigosos!”

A mulher se envolve numa capa e desaparece, e o Oni corre para frente, pronto para atacar o grupo.

O mago levanta a mão.

“Siegfried, à frente! Almiro, você também!”

O druida se transforma rapidamente num urso um tanto gordo, enquanto o paladino corre para frente com seu escudo levantado. O gigante desce suas garras afiadas nos dois, mas eles bloqueiam os golpes.

“Alire, Kairon! Usem suas magias para destruir os espíritos! Eu vou ajudar conforme for necessário!"

"Certo!", os outros dois gritam, em uníssono.

Os três gritam, lançando rajadas de magia nos espíritos, que contra-atacam com raios de energia roxa.

Siegfried desce a espada no braço do monstro, que a repele apenas com a pele, para a sua surpresa. O monstro revida com suas garras, abrindo um corte no seu braço armado, ele solta um grunhido de dor.

Miro usa o seu peso para empurrar o corpo do monstro, o pegando desprevenido. Depois, ele morde ferozmente a sua perna e o puxa, fazendo o Oni perder o equilíbrio. Siegfried, apesar da dor, enche sua espada de energia divina e penetra a carne do monstro no seu abdômen.

Os fogo-fátuos são muitos, e eles são surpreendentemente resistentes. Os heróis lançam feitiço após feitiço e diminuem seus números pouco a pouco.

"Quantos deles são?!", grita Kairon.

"Ainda temos sete! Foquem em um de cada vez, isso-", Norman grita, pulando para o lado para desviar de outra rajada. "-facilita nossa vida!"

Kairon e Alire solta uma combinação de magia arcana e divina que desintegra um dos espíritos, mas dois outros acertam a meia-elfa em cheio com seus raios de energia e ela grita.

Siegfried olha para trás.

"Alire!"

Esse momento de hesitação permite ao Oni lhe socar em cheio no queixo com sua mão enorme, e ele é arremessado alguns metros para trás, atordoado.

Miro morde o monstro com selvageria, mas pouco a pouco percebe que, com garras mais afiadas, com maior tamanho e com uma pele mais dura, a criatura estava com uma assustadora vantagem. Ela logo revida, abrindo a carne do urso dolorosamente.

"Droga!", Norman grita, enquanto a situação piora. Ele lança um feitiço mais potente nos espíritos, fazendo com que de sua boca saia um vento congelante.

"Dragon's Breath!", ele exclama, momentos antes de atingir várias chamas simultaneamente com sua respiração gélida.

Alire se levanta lentamente, mas nesse momento, algo agarra ela pelas costas e a carrega até um túnel abaixo. Ela grita novamente, surpresa, e tanto ela quanto quem a agarrou desliza para baixo.

"Alire!", Siegfried grita novamente, correndo em direção à ela, enquanto Miro enfrenta o Oni sozinho. O paladino pula no mesmo túnel e segue os rastros de sua amiga e de quem a raptou.

"Ah, merda!", Kairon grita. "Quando foi que passaram por nós?! Meus olhos estavam abertos o tempo todo!"

Um raio atinge seu braço e ele solta um grunhido, mas logo revida com uma explosão gelada de suas mãos. A combinação das magias dele e do mago deixava o teto da caverna coberto de gelo.

Miro luta com o gigante até ser empurrado para trás. O monstro solta um rugido, enquanto um vento gelado começa a emergir de sua boca. Ele se prepara para lançar uma magia de gelo poderosa, e o druida sabe que deve agir rápido. Ele cobre o quanto é possível do caminho com seu corpo, protegendo Kairon e Norman, que lutam sem notar a situação do druida.

Um cone de gelo preenche o corpo do urso e as paredes da caverna, por pouco não congelando os dois atrás também, que finalmente percebem o que aconteceu.

O druida cai no chão, seu corpo de urso azul e imóvel. O Oni pisa nele ao passar em direção ao mago e o ladino.

"Merda! Kairon, se afaste! Isso vai ser perigoso!"

O tiefling salta para trás, enquanto Norman fecha sua mão num triângulo, mirando no gigante e nos espíritos que o rodeiam.

"Vire cinzas! Fireball!"

Uma bola de fogo imensa explode dentro da caverna, lançando o mago um pouco para trás e até chamuscando um pouco as costas do urso. O pelo começa a pegar fogo.

Quando a fumaça cessa, uma sombra se move.

Norman abre a boca.

"Sem chance…", ele diz, surpreso.

O Oni congelou seus braços, usando-os para proteger o resto de seu corpo da explosão. Os fogo-fátuos perderam boa parte de sua força com o ataque, mas permanecem.

Norman se abaixa, ofegante. O gigante anda até ele e o agarra, o levantando.

"Norman!", Kairon grita, procurando uma faca para arremessar desesperadamente. Onde estão elas? "Droga, minhas mãos! Parem de tremer! Parem de tremer, agora!"

 

Siegfried rola através do túnel e cai desajeitadamente no chão.

Ele se levanta aos poucos, olhando em volta.

“Alire!”

“Siegfried! Espere!”

Seguindo a voz dela, o paladino imediatamente corre em sua direção.

“Sieg, não!”

Runas azuis brilham aos pés do garoto, e ele tem apenas alguns momentos para entender o que acontece antes que uma descarga elétrica seja disparada das runas, chamuscando parte de sua armadura.

Ele atravessa a armadilha, que logo perde seu poder, e olha em volta. Está escuro, então o paladino põe a mão na espada.

Sacred Weapon!

A lâmina brilha com uma luz amarela, iluminando o local.

O paladino se move pela escuridão, brandindo a espada luminosa. De longe, ele vê um vulto no chão. Ele corre até a sombra.

“Alire?”

“Sieg…”, a moça responde, fracamente.

Ele imediatamente põe suas mãos sobre ela e percebe que ela está sangrando. As mãos do jovem brilham verde, e a ferida no estômago dela começa a fechar. Ela respira com um pouco mais de facilidade e se levanta lentamente.

Passos ligeiros atrás de Siegfried, ele se vira, mas não vê nada.

Dor.

O garoto olha para o seu braço esquerdo e vê uma ferida se abrindo, sentindo metal atravessando sua carne. Em frente dele, a mulher encapuzada de antes aparece, sua invisibilidade se desfazendo.

Ele grita, cambaleando para trás, e puxando a adaga que agora estava visível em seu braço.

“Nossa, querido.”, a mulher diz, retirando seu capuz. Ela é uma humana de vinte e poucos anos, pele clara e cabelo loiro. Seu rosto tem um sorriso maligno. “Você parece bem saudável. Acho que vou lhe transformar num soldadinho, hihi!”

Ele cerra os dentes.

“Seu verme!”, Sieg ruge, largando a adaga no chão. “Você acha que vai se safar?”

“Ah, eu já me safei de perigos maiores, meu caro.”

“Desgraçada...eu vou lhe pegar!”

“Ui.”, ela responde, rindo consigo mesma e soprando um beijo até o paladino antes de se envolver em sua capa novamente, desaparecendo.

A névoa de outrora subitamente aparece no túnel, ficando mais densa.

“Sieg...onde ela está?”

“Eu não sei.”

Ele pega a adaga de antes e escuta.

Uma pedra se move em algum lugar.

O jovem arremessa a arma na direção do barulho, mas o metal bate na parede de pedra do túnel e cai no chão.

Atrás deles, a mulher reaparece, mirando no paladino.

Lightning Bolt!

Um relâmpago explode, acertando-o nas costas e o fazendo cair no chão.

“Hihihi!”

A risada ecoa pelo túnel, e enquanto ela ri, o garoto agarra uma das lanças em suas costas e a lança na maga, que não consegue desviar completamente a tempo. O ataque abre a carne da superfície de seu lado e se finca na parede atrás dela. O sangue da mulher mancha a parede e o chão.

“Gah! Seu….seu primata! Como ousa ferir alguém do meu intelecto?!”, ela grita, descontrolada, e reúne todas as suas energias mágicas.

A mulher fecha ambas as mãos juntas.

“Morra! Blight!

O tempo se torna mais lento, aos olhos do garoto.

Um grito tenebroso emerge das mãos da mulher, e junto dele, uma caveira feita de fumaça, que voa em direção à Siegfried.

Ele sente um poder imenso vindo do magia, e começa a lentamente suar.

Esse é o fim?, ele pensa.

O paladino fecha os olhos. Deve ter algo que ele pode fazer.

Não. Não tem nada. Não há tempo para fazer nada, e se ele desviar, a Alire, atrás dele, vai ser atingida. A magia com certeza a mataria.

Seu rosto se contorce de raiva.

Não. Eu tenho que resistir! Se eu falhar agora, é o nosso fim!

O tempo se move normalmente.

A caveira o atinge e uma explosão de fumaça enche o túnel. A névoa se dissipa lentamente.

Pouco a pouco, a fumaça se desfaz. Alire levanta os olhos para onde seu amigo estava, dando um suspiro súbito, surpresa.

Siegfried afasta a fumaça que o cobre com uma mão. Acima de sua cabeça, uma auréola brilha intensamente, espalhando uma luz calorosa por perto e cobrindo tanto ele quanto a meia-elfa.

Seu poder de paladino despertara uma habilidade adormecida em meio ao perigo. A sua aura protetora, que emergia da auréola, lhe fortalecia, impedindo que a magia da maga o ferisse.

A mulher dá um passo para trás.

“O….o que é isso?”

Os olhos do paladino brilham com fúria.

 

Kairon finalmente puxa uma faca de sua bolsa, mas ele treme. Dessa forma, ele irá atingir Norman.

Mas, para sua surpresa, o Oni larga o mago repentinamente, tentando respirar. Kairon então percebe que sente dificuldade de respirar também, mas corre e puxa o mago para longe de lá, sendo acertado por mais um raio de um espírito.

Quando o homem é resgatado, ele começa a respirar melhor, se levantando.

“Eu destruí...o ar dentro da caverna com as chamas.”, ele explica.

Pouco a pouco, o oxigênio retorna à mina, e tanto Norman quanto o Oni recobram os sentidos.

O monstro se prepara para atacar os dois novamente, seu rugido ecoando pelas paredes, até o momento em que um pilar de luz branca o atinge, destruindo alguns espíritos ao mesmo tempo. A criatura grita de dor e se contorce enquanto sua carne começa a queimar, logo então correndo para fora do pilar.

Um pouco distante, Miro está de pé, completamente saudável, apontando para o pilar com um brilho no seu dedo indicador. A magia pertence ao druida.

O Oni enlouquece, correndo desesperadamente até o ladino e desferindo um soco em sua direção. A mão enorme do gigante atinge Kairon e o lança longe, mas o jovem ruge em resposta ao golpe. Chamas infernais surgem de seu corpo, queimando o rosto do demônio no momento em que há contato com de seu punho com a pele do tiefling.

“Quer saber?! Cansei de você, seu desgraçado!”, Norman grita repentinamente, furioso. Ele fecha os olhos e se concentra, trazendo à memória um feitiço. O mago aponta o dedo para o gigante e grita. “Suma daqui! Banishment!

Com uma explosão de fumaça, o Oni desaparece da caverna.

Kairon vê a oportunidade e, ainda no chão, conjura mísseis mágicos, mirando nos quatro espíritos sobreviventes e destruindo todos eles ao mesmo tempo.

Um minuto se passa e Norman relaxa, se sentando no chão.

“Ele não voltou. Então ele não deve ser dessa dimensão.”

Miro tosse um pouco.

“Ei...onde estão os dois pirralhos?”

Os outros dois olham em volta.

 

Siegfried corre até a feiticeira com sua espada, mas ela desvia e se cobre com o capuz, desaparecendo. Alire conjura uma magia, fazendo com que várias fadas apareçam e voem ao redor dela.

Spirit Guardians!

O paladino segue a trilha de sangue que a feiticeira deixa para trás e logo vê as fadas atracarem-se em grande número num objeto invisível.

A espada dele brilha com energia e ele a desce num arco vertical.

“Branding Smite!”

A lâmina atinge o seu alvo, e a vilã deixa escapar um grito estridente pelo túnel. Sua invisibilidade é desfeita graças à magia, e ela cerra os dentes.

“Thunder Step!”, ela urra.

Um som intenso explode na caverna, atingindo ambos os heróis e as paredes do túnel, que começam a quebrar. A aura protetora de Siegfried protegeu os dois da magia, e por isso eles não estão tão feridos.

A mulher está longe deles agora, e fica parada, esperando o próximo movimento.

Em algum momento, o pensamento de que esta é uma pessoa viva que eles poderiam acabar matando cruza a cabeça dos dois. Eles começam a suar.

“Pare de lutar!”, Alire grita. “Não precisamos nos matar aqui! Só se renda e vamos poupar a sua vida!”

“Isso! Não tem porquê jogar fora a sua vida agora!”, o garoto concorda.

Essas palavras, porém, só a deixam mais furiosa.

“Vocês estão tendo peninha de mim…? Quem lhe disse que eu preciso da sua simpatia?!”, ela grita, tremendo de raiva e dor. “Vou lhes dizer o que vai acontecer. Eu vou matar vocês dois, depois vou matar os seus outros amigos, e depois vou ressuscitar todos vocês como mortos-vivos para que sejam meus brinquedos! Seus vermes!”

“Você está louca, não percebe?! Acha que essa sua atitude vai lhe levar a algum lugar?!”, o paladino responde, seguido pela clériga.

“Você está num caminho sem volta! Desista dele enquanto ainda há tempo!”

Nadine odiava isso.

Desde que nascera, todos tratavam as coisas erradas que fazia com um olhar desapontado.

“Você nem se tenta ser melhor, não é, Nadine?”

“Olhe o que você fez. Esse tipo de coisa é errado, e você não vai ser ninguém na vida se continuar assim.”

“Você é a vergonha dessa casa.”

Ver estes jovens olharem para ela e lhe dizerem o que ela deveria fazer o que era o certo lhe enchia de frustração e ira. Quem são eles para julgar as dificuldades dela? Quem são eles para saber o quão longe ela irá na vida?
Nadine não precisa de ninguém. Ela só precisa dela mesma, e ela vai mostrar o quão longe ela vai chegar pisando em todos os outros.

“Seus pirralhos desgraçados! Eu vou mostrar a vocês quem está em perigo aqui!”, ela grita, se envolvendo em sua capa mais uma vez.

Porém, antes que conseguisse fugir, Sieg arremessa uma lança, que atravessa a sua capa e a prende na parede. Nadine, sem conseguir escapar, puxa com força. A capa pouco a pouco se rasga. Ela aponta uma mão, prestes para lançar um feitiço na clériga, mas o garoto age antes, temendo pela vida de sua amiga.

A espada dele atravessa o estômago da mulher. Sua capa termina de se rasgar, e ela cai no chão, sangrando e perdendo suas forças.

A meia-elfa aproxima-se da vilã. Ela não gosta de ver isso. Não é certo. Pessoas não deveriam se matar.

Mas talvez essa fosse a consequência das ações dela. De quantos inocentes ela já tinha tirado a vida?

Siegfried engole seco, apontando para o anel no dedo dela.

“Quem lhe deu isso? Quem está empoderando necromantes em Lore?”

“Vá...à….merda….”
O garoto fecha os olhos. Não há o que fazer.

Os dois começam a se virar, mas são impedidos pela mão da mulher, que pateticamente tenta segurá-los.

Nadine percebeu agora. Ela vai morrer. Deve ter algo que ela possa fazer, por mais vergonhoso que seja.

“Por….favor….”

Os olhos de Alire se abrem.

“...me….ajude….”

A clériga olha para a feiticeira, seu rosto se contorcendo de ira e desprezo.

“...tenha….misericórdia….”

“Como ousa implorar por misericórdia?!”, a menina grita. “Você não entende o que fez? Por acaso você foi misericordiosa com os inocentes que foram esquartejados pelo monstro que você trouxe?! Você foi misericordiosa com o homem que lhe implorou para que o poupasse?! Você não merece nada!

Sieg põe uma mão no ombro de sua amiga, que está ofegante. Ele sabe que se a situação fosse a inversa, ela não pensaria duas vezes antes de matá-los. Mas mesmo assim, ele não consegue sentir apatia.

“...me….perdoe…”, Nadine fala, começando a chorar.

A garota fecha a mão com força, tremendo.

Ela a abre na frente de Nadine, e uma luz verde cura a feiticeira.

“......pronto. Eu lhe dei um pouco da minha energia. Agora você não irá morrer.”, ela diz, se virando e começando a andar, com Siegfried. “Não cometa mais crimes e fique longe da civilização, ou eu não vou ser piedosa da próxima vez.”

A mulher se levanta vagarosamente. Ela nunca foi tão humilhada, nunca implorou tanto por ajuda e misericórdia antes. Uma fúria a preenchia a cada momento que passava.

Como ousam me fazer passar por isso?! Não sabem o quão inteligente e talentosa eu sou? Vocês cometeram um terrível engano ficando no meu caminho!

Ela começa a preparar uma magia em sua mão, o que faz com que os heróis se virem para olhar.

“Vocês devem morrer…. nas minhas mãos!”

Ela lança um relâmpago na clériga que a curou, mas Alire é mais rápida.

Sua face jovem se contorce de raiva novamente, e ela lança um raio de energia divina com todo o seu poder mágico restante, em resposta.

“Sua TOLA!”

A lança de energia brilhante destrói o relâmpago da feiticeira, que em momentos vê a si mesma sendo atravessada pelo ataque. Ela começa a cair para trás, e o brilho da vida logo deixa os seus olhos.

Uma explosão brilhante arruína o resto das paredes da mina e pedras caem em cima de onde o corpo de Nadine estava.

Rochas começam a cair em cima dos dois, mas o paladino pula e puxa sua amiga para longe. Eles caem no chão, em segurança, mas logo se levantam, para olhar para o local do desmoronamento depois que a poeira cessa.

No coração e nos olhares dos dois está uma terrível culpa por matar um ser humano, que provavelmente não os deixaria por muito tempo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ayo! Obrigado por acompanharem o capitulo!
Me digam o que gostaram e tals! Até o próximo!
Se tudo correr bem, próximo capítulo tem gente nova no pedaço!