Flowers For You Grave. escrita por Any Sciuto
Notas iniciais do capítulo
"O ciumento passa a vida a procurar um segredo, cuja descoberta lhe destruiria a felicidade. - Axel Oxenstiern."
— Acho que isso pode ser uma boa notícia. – O médico entrou no quarto, dando de cara com Hotch. – Agente Hotch. – O médico ficou sério de verdade. – Eu não esperava por você aqui.
— O agente Morgan ainda não voltou. – Hotch disse secamente.
— Tenho uma ótima notícia se eu puder chamar assim. – Ele ignorou totalmente. – Os exames da senhorita Penelope voltaram e nenhum sinal de abuso sexual.
— Ele pode ter usado camisinha. – Hotch disse em resposta.
— Ela ainda teria sinais de violação. – O médico se virou nervoso. – Do tipo que deixaria marcas.
— Ela poderia estar drogada. – Hotch não entendeu o que ele estava tentando fazer.
— Estava torcendo para ter sido violada? – O médico não entendeu Hotch. – Acha isso o absurdo que eu acho?
— Jamal Abaza é um terrorista filho da puta, que sequestrou a minha melhor agente e melhor amiga por seis meses. Ele é um puto desgraçado que se acha acima das leis de Deus e distorce as leis de seja lá qual seja sua religião para matar e torturar pessoas. – Hotch praticamente gritou. – Se ela a forçou, se ela foi violada ele saberia muito bem encobrir seus rastros.
O médico apenas olhou para Hotch, assustado com a explosão do agente.
Hotch se sentiu mal por ter esse surto. Não era a hora para isso.
— Desculpa. – Hotch parecia triste. – Vou ver se Morgan está vindo.
— Chefe. – Penelope chamou com a voz ainda um pouco faca. – Aaron.
— Sim? – Hotch voltou para perto de Penelope em um segundo. – O que foi Garcia?
— Fique aqui, por favor? - Ela pediu, com a voz um pouco cansada.
— Eu acabei de ser um idiota. – Hotch tentou sair. – Eu não posso estar aqui.
— Não importa. – Ela tocou no braço dele. – Eu ainda te amo por isso.
— Qual é o seu defeito Garcia? – Hotch perguntou. – Você é sempre tão doce com as pessoas.
Penelope sorriu. Ela não sorria muito ainda, porém para Hotch e equipe quando ela o fazia era muito bom.
Olhando para a interação a sua frente, o médico saiu do quarto.
— Doutor? – Hotch o chamou. – Eu sinto muito. Sinto muito por ser um babaca.
— É normal. – O médico apenas sorriu para Hotch. – E vejo que você a defende com unhas e dentes.
— Podemos conversar lá fora se você quiser. – Hotch pediu. – E são boas notícias. – Hotch se ajoelhou na frente de Penelope. – Eu volto logo.
— Eu sei que sim. – Ela sorriu e voltou a dormir.
— Não entendo porque ela ainda adormece assim. – Hotch confessou quando saiu. – Ela parece estar acordada, porém não vê ninguém conhecido.
— Ela tem o que é chamado de distúrbio de despersonalização-desrealização. – O médico explicou. – Pessoas com esse distúrbio sonham acordadas realmente. Ela pode ter adquirido isso durante o tempo de cativeiro.
— O que pode ser feito? – Hotch a olhava através do vidro.
— Tratamentos existem atualmente e acredite ela pode voltar a ter uma vida maravilhosa. – O médico explicou. – Terapia, remédios e ela levar uma vida com os amigos pode melhorar.
— Isso é certo? – Hotch suspirou aliviado. – Eu espero mesmo.
Derek estava no corredor do hospital e viu Hotch trocar confidencias com o médico. Passando direto elo chefe e indo para o quarto, ela parecia mais feliz dormindo.
— Deusa. – Derek a tocou com carinho, com medo. – Eu trouxe comida.
— Derek – Ela bocejou, se acomodando a cama. – Porque a demora?
— Precisei fazer outra coisa. – Derek respondeu. – Ainda não posso contar, porém pode ficar despreocupada. Você vai gostar. Eu prometo.
— Não seja insolente Derek. – Ela o repreendeu. – Você sempre tem certeza que eu vou gostar.
— É porque eu conheço seus desejos e gostos. – Morgan colocou o saco de comida na frente dela. – Espero que esteja do seu agrado. X-Salada, sem carne e uma garrafa de água com gás.
— Obrigado Chocolate Thunder. – Ela brincou. – Quer dividir?
— Eu tenho um para mim. – Derek levantou um pacote de lanche. – Podemos comer e conversar.
— Seria ótimo. – Penelope começou a abrir o pacote, como se a comida fosse desaparecer.
— Está tudo bem, deusa? – Derek percebeu a hesitação. – O que você está esperando?
— Uma ordem. – Ela falou com medo.
— Ordem? – Derek não entendeu. – Porque eu deveria de dar uma ordem para comer?
— Você precisa começar primeiro. – Ela ouviu sua voz falar na última palavra. – Você me trouxe essa comida.
— Pen. – Derek se aproximou. – Porque eu deveria te dar uma ordem para isso?
Ela não respondeu. Abaixando a cabeça, Derek percebeu.
— Ele te fazia pedir permissão? – Derek viu Penelope balançar a cabeça positivamente.
— Eu não podia comer até que ele me desse uma permissão. – Ela falou. – Fiquei quatro dias sem comer.
— Você nunca mais precisa pedir permissão Penelope. – Derek a observou começar a comer seu lanche.
Hotch escutou o que ela falou para Derek e isso o fez se perguntar sobre o que mais ela passou.
— Acha que ela já pode sair daqui? – Hotch perguntou, evitando o olhar do médico. – Por favor.
— Mantenha o olho nela e ela pode ir para casa. – O médico respondeu. – E incentive ela a contar sobre o bebê que ela abortou.
— Ele estava esperançoso com esse bebe. – Hotch comentou.
— Se serve de conforto ela vai poder ter outro filho em breve. – O médico respondeu. – Pedi exames mais complexos que podem determinar se ela foi abusada ou não.
— Obrigado. – Hotch se sentou no corredor.
Ele se lembrou dos dois primeiros meses que ela desapareceu.
Quatro meses antes...
Hotch encontrou Derek sentado em sua mesa. A academia e quebrar paredes não faiam efeito para o agente a sua frente.
— Venha comigo. – Hotch ordenou.
Derek o seguiu muito a contragosto. Ele podia ter bebido algo há duas horas para acalmar esse sentimento.
Hotch o fez entrar na sala e o mandou para o sofá da sala. Pegando o frasco de aspirinas na gaveta ele fez Morgan se sentar e engolir o remédio.
— Agora Derek. – Hotch começou. – Em que estado você acha que Penelope vai encontrar você quando ela voltar?
— Não me dê sermão Hotch. – Derek fechou os olhos. – Tudo o que vejo é ela sendo levada enquanto eu fico lá no chão.
— Não foi forte para apagar você. – Hotch disse. – Apenas o suficiente para que eles a levassem.
— Ela sempre foi um alvo. – Derek constatou. – Porque eles iriam levar a garota mais doce e forte? E o que eles vão fazer com o meu bebê?
— Você é um especialista em perfis, Derek. – Hotch o instigou. – Trace o perfil dele.
— Ele a sequestro não para ele. – Derek começou. – Alguém o pagou alto para sequestrar Penelope. Eles estavam nos vigiando em todos os lugares. Sabiam que ela estava comprando roupas de bebês então eles sabiam que ela estava grávida. O bebê não serviria para nada, porém colocar em uma casa de adoção seria fora de questão. O DNA de Penelope está no banco de desaparecidos e em uma checagem eles descobririam que ela havia tido um bebê.
Derek suspirou quando a constatação do que era possível acontecer entrou.
- Eles vão fazer ela abortar. – Derek se sentiu derrotado. – Droga Hotch. Eu não posso beber mais. Tenho que ser forte por ela. Se ela vir o estado que eu estou agora, parecendo ter ido lutar na guerra ela vai ficar ainda pior.
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