Um Caminho Para O Coração escrita por Sill Carvalho, Sill


Capítulo 29
Capítulo 28 — Um Jantar Para Dois


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! Espero que gostem do capítulo.

Caso alguém queira ler minha nova oneshot de dia dos pais, e ainda não tenha lido, deixo aqui o link: https://fanfiction.com.br/historia/793916/Papai/

Também de minha outra fic em andamento, deem uma passadinha por lá: https://fanfiction.com.br/historia/786179/Sempre_Em_Minha_Vida/



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Emmett recebeu um telefonema de Alice, pouco tempo depois do horário que Olívia deixou a escola. A princípio, pensou que pudesse ser algum problema com a filha. Acabou que era apenas o convite para Olívia participar da festa do pijama que Megan estaria realizando. Como no dia seguinte não teriam aula, por ser reunião dos professores, a sobrinha dela não quis esperar para o fim de semana.

Pensou que seria a chance de se redimir com Rosalie pelo quase fracasso do primeiro encontro. Olívia se divertiria com as amigas, vivendo sua primeira experiência com festa do pijama. E ele ganharia algumas horas a sós com Rosalie.

Saiu do trabalho mais cedo para passar no mercado e fazer compras. Um jantar romântico era o que tinha em mente. Aproveitou e já comprou flores. Comprou também mais dois pijamas de inverno para Olívia.

Enviou uma mensagem a Rosalie avisando da festa do pijama que Olívia foi convidada. Aproveitando para mencionar o jantar para os dois.

Olívia pulou de alegria quando soube que participaria da festa. Rosalie estava ajudando, embora ainda fosse cedo, arrumar a mochila com as coisas que iria levar. Já tinha ido à casa de Megan uma vez, mas essa seria a primeira vez dormindo lá.

Quis saber de Rosalie como era ir a uma festa do pijama e o que faziam.  Rosalie explicou, com base nas festas que participou quando criança e adolescente, mais ou menos como eram as festas do pijama.

Emmett não as encontrou na sala, nem na cozinha ao chegar em casa. Guardou as comprar e escondeu as flores no porão dentro de um balde com água.

Voltou à sala, e subiu a escada. Ouviu suas vozes no quarto de Olívia. A porta estava aberta, precisou apenas de uma leve batida, anunciando sua chegada. Numa das mãos segurava a sacola com os pijamas novos que comprou para a menina.

Como Rosalie estava de costas para a porta, Olívia viu ele primeiro.

— Papai! — Ela saltou da cama no chão, correndo para os braços dele.

Rosalie se virou a tempo de o ver erguendo Olívia no colo.

— Oi, amorzinho — ouviu dizer a menina, e lhe beijar o rosto. O olhar dele encontrou o seu. Ela se levantou indo para junto deles. Cumprimentaram-se com um beijo no rosto, mas foi suficiente para deixar Olívia radiante.

— Chegou cedo — notou Rosalie.

— Eu vou à festa do pijama da Megan — Olívia comentou, animada.

— Papai já está sabendo.

— Você me deixou ir.

— Deixei, sim. — Deu mais um beijo na bochecha dela. — Papai trouxe uma coisa para você.

— Pra mim? O que é?

Ele a colocou no chão, lhe entregando a sacola.

— Por que não leva até a cama e ver o que tem dentro? — Ele sorriu.

Olívia correu com a sacola fazendo exatamente como sugeriu.

Rosalie observou sua animação com o presente. Emmett aproveitou a distração de Olívia, chegando mais perto, se dobrando para falar ao seu ouvido. A mão tocando de leve sua cintura. Rosalie apreciou a carícia sentindo um leve tremor percorrer o corpo, ao som da voz dele ao pé do ouvido.

 — Você pode ir agora. Mais tarde te busco na casa de seu avô.

Ela virou o rosto para poder olhar nos olhos dele.

— Quero levar ela na festa do pijama.

— Tudo bem você ir sozinha? Queria aproveitar e arrumar umas coisas para o nosso jantar de hoje.

— Não vejo porque não. Deixo Ollie na Alice, vou ao meu avô e depois volto para cá.

Emmett apertou os dedos na cintura dela. Rosalie desejou que a beijasse, ainda que soubesse que não iria acontecer, porque Olívia estava por perto.

— Mais dois pijamas e outro par de pantufas — se alegrou Olívia, arrancando um sorriso dos dois.

— Posso ver, meu amor? — Rosalie se voltou para ela ao falar.

Olívia segurava um pijama kigurumi coala. Já tinha o kigurumi de unicórnio que Rosalie deu. O outro na sacola eram calças e blusa de manga comprida com estampa de coelho, nas cores lilás e branco. Como também já tinha a pantufa de unicórnios, essa era de coelho.

— Que lindo! — Rosalie foi ver de pertinho todas as peças.

— Você decide qual usar hoje — Emmett foi quem falou.

— Quero usar tudo.

— Tudo não dá.

Rosalie sugeriu, então. — Você pode pôr mais um dentro da mochila, como reserva. Se acontecer de sujar, tem outro.

— A pantufa também?

— Acho que não vai ter tanto espaço assim na mochila. Já que você vai levar também o cobertorzinho.

— Tá, então só um par de pantufas.

— Qual das duas você vai querer, essa ou a de unicórnio?

— A de unicórnio.

— Acho que eu deveria ter comprado mais uma de unicórnio — comentou Emmett. Rosalie e Olívia ririam juntas. Emmett aproveitou a oportunidade para falar do cobertorzinho. — Ollie, você não quer levar para a casa de Megan o cobertorzinho limpo e cheiroso?

Olívia segurou o cobertorzinho, recuando até que suas costas bateram na cabeceira da cama.

— Eu já tentei uma vez — lembrou Rosalie.

Emmett se sentiu culpado por fazê-la se afastar quando estava tão contente.

— Você pode vir com o papai e colocar você mesma na maquina de lavar, depois na de secar. Pode esperar do ladinho, para garantir.

Olívia se recusou, balançando a cabeça. A expressão em seu rosto revelou que choraria a qualquer momento, caso continuasse insistindo.

— Não é um bom momento — Rosalie avaliou. — Vai ser a primeira noite dela fora de casa. Precisa que o cobertorzinho esteja como sempre foi.

Emmett facilmente compreendeu que se referia ao cheiro.

— Tudo bem. Você não precisa fazer isso hoje. Quem sabe outro dia.

A expressão preocupada no rosto de Olívia se desfez. Ela voltou a ficar perto dos dois.

— Vamos guardar ele na mochila então? — Rosalie sugeriu. Olívia lhe entregou o cobertorzinho. Emmett abriu a mochila. O olhar de Olívia demonstrava gostar da união dos dois. Sem dizer nada, segurou a mão do pai, depois a de Rosalie e juntou as duas. Aguardou um segundo para ver como reagiam, depois pulou da cama no chão.

— Já é hora de ir? — pediu.

Emmett e Rosalie olharam suas mãos unidas. Trocaram olhares. As mãos se separaram quando Rosalie se colocou de pé.

— Eu não sei se já é hora — ele foi quem falou.

— Você já quer ir Ollie? — Rosalie pediu.

— Sim, eu quero.

— Vamos pegar suas coisas então.

Rosalie ajudou com a mochila. Emmett a pegou no colo descendo com ela a escada. Ele transferiu o assento de Olívia para o carro de Rosalie e acomodou a menina lá dentro.

— Qualquer coisa você pode pedir para Alice ligar que o papai vai te buscar. Se quiser voltar, não importa a hora, papai vai te buscar. — Ele beijou seu rosto. — Te amo — murmurou. O sorriso que Olívia lhe deu foi suficiente para saber que ela também o amava. Ele se afastou fechando a porta. — Vá com cuidado — falou a Rosalie. As mãos rondando sua cintura.

Olívia observou os dois pela janela. Pensando que seria muito bom que ficassem juntos.

— Pode deixar. E não precisa me buscar no meu avô. Só me mande uma mensagem quando tiver terminado o que quer que esteja preparando.

Ele assentiu, desejando poder lhe dar um beijo de despedida. Relutou contra o desejo de tomá-la em seus braços. Se concentrando em pensar que logo mais teriam um tempo exclusivo para os dois.

— Até mais tarde — Suas mãos se tocaram brevemente. Ele se aproximou da janela para falar com Olívia. — Divirta-se, amorzinho.

— Tchau, papai.

Rosalie aguardou ele se afastar para dar partida no motor. Olívia acenou para ele enquanto o carro voltava para a estrada.

[…]

— Por favor, Alice. Não deixe de me ligar caso perceba que está incomodada com alguma coisa. Ou mesmo se acontecer de as outras meninas fizerem uma brincadeira de mau gosto.  — Rosalie estava no hall de entrada da casa onde Alice vivia com a irmã, cunhado e sobrinha. A casa era herança deixada pelos avós maternos. Nenhuma delas tinha tido coragem de se desfazer do imóvel.

Rosalie avistou na sala de estar, Megan chegar segurando na mão de Olívia, que parecia tímida na presença das outras três meninas que também foram convidadas. Duas delas eram gêmeas, de pele negra e cabelos compridos trançados onde, da metade para baixo, era cor-de-rosa. A terceira menina tinha cabelos escuros, na altura dos ombros e sua pele era clara. Rosalie as conhecia da biblioteca da escola.

Todas estavam com suas mochilas. Uma das gêmeas segurava uma boneca de pano. Avistou Helena, irmã mais velha de Alice, cumprimentar Olívia e sorrir para ela. As duas irmãs se pareciam bastante, embora Helena fosse mais alta e seus cabelos, compridos.

— Se acontecer de não conseguir falar comigo, você pode ligar para Emmett. Já tem o número dele gravado em seu telefone.

— Não vai acontecer nada, Rose.

— Pode ser que eu esteja me preocupando à toa. Sei que ela já esteve aqui antes e ficou tudo bem. Só que não passou a noite toda e nem tinha outras crianças na ocasião. Eram apenas você e Megan.

— Você parece mãe dela.

As palavras deixaram Rosalie lisonjeada. Outra vez, olhou para onde estava Olívia. As outras meninas estavam falando com ela agora.

— Preciso que fique atenta na hora de dormir — pediu. — Ollie trouxe o cobertorzinho dela. Ele está surradinho e sua cor já não é a mesma há muito tempo. Ela o carrega para todo lado desde que era bebê. É importante para ela. Não permita que as outras meninas zombem dela por isso.

— Já conheço o cobertorzinho dela. Não se preocupe ninguém vai falar nada.

— Está bem. Vou confiar em você.

— Pode confiar.

 Ela olhou mais uma vez onde estava Olívia. — Ollie? — chamou.

Olívia se virou em sua direção. Então, correu até lá.

— Eu já estou indo, meu amor. Se quiser voltar, pede para Alice me ligar ou ligar para o papai. Então um de nós dois virá te buscar.

Olívia assentiu. Rosalie sorriu para ela.

— Te amo! — falou ao beijar o roto salpicado de sardas.

 Olívia passou os braços em volta de seu pescoço.

— Eu amo você também.

— Vem, Olívia! — chamou Megan. — Já vamos vestir nossos pijamas. — Ela e as outras meninas seguiam até a escada.

— Tchau, Rose! — Olívia sacudiu a mão e foi se juntar as outras meninas.

— Tchau, meu amor. Divirta-se.

— Com certeza elas vão se divertir. Preparei muitas atividades legais — Alice se gabou.

— Com minha ajuda — a irmã respondeu a caminho da cozinha. Rosalie imaginou que estava encarregada das guloseimas.

[…]

— Quer dizer que minha Abobrinha está em sua primeira festa do pijama? — Norman se alegrou com a notícia.

— Eu só espero que ocorra tudo bem. — comentou Rosalie. — Ela já esteve com Alice antes. Confio em Alice, minha preocupação é que as outras garotinhas impliquem com ela por alguma razão.

— Espero que não sejam tão malvadas assim — concluiu Norman.

— Eu vou subir. Preciso tomar um banho e me trocar. Tenho um encontro com Emmett essa noite.

Norman sorriu, contagiado pela animação da neta.

— Que bom que estão se entendendo.

— Parece que alguém está tentando se redimir pela escolha do lugar onde foi nosso primeiro encontro.

— Fico feliz que seja assim. Minha neta merece o que há de melhor.

— Te amo, vovô.

Ela subiu a escada. Norman voltou para sua poltrona favorita, encobriu as pernas com a manta e usou o controle para ligar a televisão. Acabou cochilando nos próximos minutos. Não viu quando Rosalie desceu a escada, minutos mais tarde, pronta para seu segundo encontro com Emmett.

Ela parou diante a poltrona com a xícara de chá que acabou de preparar. Gentilmente cutucou seu braço. Norman abriu os olhos. Achou que estava linda, como sempre.

— Já está indo? Ele não vem te buscar?

— Eu disse que não precisava. Olhe! — Ela mostrou a xícara. — Preparei um chá para o senhor.

Um sorriso curvou os lábios dele ao receber a xícara de chá que a neta segurava.

— Obrigado, minha querida.

Rosalie beijo no rosto dele, na barba grisalha que estava sempre aparada.

— Não me espere acordado.

— Seja cuidadosa.

— Pode deixar vovô.

— Dirija com cuidado. — alertou vendo-a sair pela porta da frente.

[…]

Estacionou na entrada de veículos, da casa de Emmett. Ajeitou o agasalho antes de sair do carro. Tentou ignorar a imagem sombria que era o jardim deles. O nervosismo e a ansiedade meio que se aliavam ao ambiente. Era estranho estar tão ansiosa. Já tinha estado ali tantas vezes. Parou diante a porta. Pensou em pegar a cópia da chave, mas achou melhor não estragar a surpresa do que quer que tenha preparado. Acabou tocando a campainha.

Emmett não esperava que fosse tocar a campainha, ficou surpreso ao abrir a porta e ver que era ela. Rosalie ficou ainda mais surpresa com o que viu. Todas as peças de roupas que ele estava vestindo essa noite eram novas. O perfume era o mesmo da outra noite. Os cabelos ainda estavam úmidos. E a barba, essa estava perfeita. Ele havia aparado. Afastando um pouco da selvageria em sua imagem, sem perder o estilo lumbersexual.

— Por que não entrou direto? — pediu, avaliando a figura feminina da mesma forma que estava sendo avaliado por ela. A diferença é que ela sempre esteve impecável, mesmo quando estava com roupas de corrida.

— Não quis estragar a surpresa.

Emmett lhe ofereceu a mão.

— Venha, entre.

Ele ajudou com o agasalho, pendurando no gancho ao lado da porta. Rosalie sentiu uma leve estremecida com o toque das mãos dele em seus ombros. Frente a frente, os olhares se encontraram. Voltou prestar atenção na barba e não pôde deixar de mencionar.

— Você aparou a barba.

— Você gostou?

— Gostava de como ela parecia antes, mas desse jeito parece perfeita. — Ela ergueu a mão. — Posso? — pediu.

Ele segurou sua mão levando a encostar-se à barba. Sentiu as carícias das pontas dos dedos dela causar reações em todo o corpo.

A maciez e o aroma deram a Rosalie a certeza de que havia se cuidado, pensando em parecer bem para ela. Satisfação e ansiedade trouxe a sensação de borboletas no estômago.

Emmett tocou seu rosto, a mão grande deslizando para a nuca deixando um rastro de desejo. Os dedos mergulhando nos fios louros da nuca, aproximando seus rostos um pouco mais. Ela inclinou o corpo mais para frente roçando no dele, desejando desesperadamente um beijo seu.

Seus lábios se tocaram num roçar vagaroso. Sutilmente a barba roçou-lhe o rosto, mas não a beijou. Esboçou um sorriso quando, um gemido de frustração, deixou os lábios dela.

— Vamos entrar. — Ele deu um passo para trás indicando a sala de jantar. Se ela achava que não podia se surpreender mais, estava enganada. A mesa posta, impecável. Perfeita para um jantar romântico. A louça que usou, nunca tinha visto antes na casa dele. Os porta-guardanapos, os próprios guardanapos. As flores no centro da mesa. Pétalas de rosas e velas faziam parte da decoração.

Quando passou pela sala de estar notou o vaso de flores na mesinha de centro. E a manta nova sobre o sofá. A lareira estava acesa oferecendo seu calor e aconchego.

Emmett se movimentou, apagando algumas das luzes do teto para dar destaque a luz de velas. Pôs música para tocar em som ambiente. Tinha criado uma playlist com músicas que se adequavam ao momento.

Rosalie avaliou tudo sem conseguir deixar de se sentir surpresa. E, ao mesmo tempo, fascinada. Conhecendo Emmett como conheceu, quem podia imaginar que debaixo da casca-grossa se encontrava escondido um homem romântico.

Voltou para perto dela, segurou uma das mãos na altura do peito, e a outra espalmou nas costas trazendo-a para mais perto. Podia sentir a respiração um do outro agora. Rosalie inclinou o rosto, sem querer esperar mais para ser beijada. Novamente, ele repetiu o roçar de lábios e a barba em seu rosto. Então se afastou servindo as taças de vinho. Quase obrigando desejar seu retorno.

— Gosta? — Ele olhou em volta dando a entender que falava de como estava decorada a sala de jantar e estar.

— Você sabe como agradar uma mulher, quando quer.

— Você — sussurrou no ouvido, abraçando-a por trás. — Quero agradar somente a você.

Ela dobrou sutilmente o pescoço de lado se permitindo sentir os arrepios causados pelo toque e o hálito dele em sua pele. A voz grave quase como um feitiço a mexer com seus sentidos. Os lábios trilhando um caminho na pele de seu pescoço. As mãos afastando seus cabelos para o lado.

Começava entender porque Sarah o amou tanto. Porque desistiu de alguns sonhos para estar ao lado dele. Porque preferiu viver um grande amor. Emmett era fascinante de diversas formas. Ainda que, para quem olhasse de fora, fosse um selvagem.

— Está com fome? — perguntou resgatando-a dos devaneios. Se colocando em sua frente.

— Continue me surpreendendo — desafiou. Um sorriso desenhou os lábios de Emmett. Ele tomou a mão dela na sua e a conduziu à mesa de jantar. Tendo o cuidado em puxar a cadeira para ela sentar.

Rosalie pensou, vendo ele se afastar, que estava se apaixonado de verdade.

[…]

Olívia estava curtindo sua primeira festa do pijama. O quarto de Megan era espaçoso suficiente para caber todos os colchonetes restando ainda espaço por onde se movimentar. Olívia já conhecia a decoração amarela e branco de sua primeira visita à casa de Megan. Uma televisão com aparelho de DVD foi colocada no quarto para que pudessem ter uma sessão de cinema mais tarde.

Todas as meninas usavam pijamas kigurumi. A noite do pijama começou com as crianças desenhando e mexendo com colagem. Mesmo a cola era colorida e com glitter. Alice se empenhou em deixar tudo muito colorido. Divertido. Enquanto os trabalhos manuais secavam, as meninas fizeram um lanche na cozinha. De volta ao quarto, tiveram o momento SPA. Todos os produtos usados eram infantis e hipoalergênicos. Rodelas de pepinos foram colocadas sobre os olhos enquanto tinham suas unhas pintadas. Mais tarde passaram para o jogo de mímicas que, inclusive, Olívia se saiu muito bem. Agora se divertiam jogando twister. Sobre o tabuleiro gigante, as garotinhas se encontravam com seus braços e pernas atravessando o caminho uma das outras. O som de suas risadinhas era constante. Olívia se acabou de rir, depois de ter se desequilibrado deixando a brincadeira. Permaneceu ao lado torcendo pelas demais, com Alice no comando da roleta.

Alice prestou atenção nela, imaginando que Emmett e Rosalie tinham se preocupado à toa. Ela estava curtindo à beça.

A próxima a se desequilibrar e deixar o jogo foi Becky, uma das gêmeas. Ela se posicionou ao lado de Olívia aguardando a próxima a deixar o jogo. Logo depois foi a vez de Stacy deixar o jogo, restando apenas Megan e a outra gêmea, Brianna. Na segunda rodada, Olívia foi até o final, mas quem ganhou foi Stacy.

— Você quase ganhou Olívia — Megan comemorou segurando suas mãos, girando no mesmo lugar. — Estava torcendo por você. — confessou sendo cuidadosa em não deixar que as outras meninas ouvissem. — Podemos iniciar outra partida, tia Alice?

— Por que não?! — concordou Alice.

Outra vez as meninas estavam embaralhadas no tabuleiro se equilibrando com dificuldade. Olívia ficou por baixo das demais quando se desequilibraram caindo todas de uma só vez. Alice foi resgatá-la. Olívia estava rindo quando a tirou de lá. Quando percebeu, Alice estava rindo com as meninas.

A próxima brincadeira foi com balões coloridos, ganhava quem conseguisse estourar mais em um determinado tempo. Mesmo caindo duas vezes, Olívia conseguiu o segundo lugar, perdendo apenas para Becky.

Então resolveram que era a vez de dançar. Ao som de músicas infantis todas as garotinhas dançaram. Olívia não fazia ideia dos passos de dança que estava fazendo, mas, achou que estava se divertindo demais. Sua dança era desengonçada e divertida. As gêmeas cochicharam sobre seu modo de dançar. Megan percebeu, passando assim imitar o modo de Olívia dançar. As outras três logo estavam fazendo igual. Até mesmo Alice entrou na dança.

O sorriso no rosto de Olívia foi grandioso ao se dar conta que dançavam como ela. Pensou no papai e em Rosalie, queria que eles pudessem vê-la agora. Se divertindo com amigas de verdade.

[…]

Emmett retornou a sala de jantar servindo a entrada; mini morangas recheadas com shimeji, requeijão e filé mignon.

— Madame — brincou ao servi-la.

Rosalie avaliou o prato de entrada.

— Com certeza me surpreendeu. Não sabia que era tão prendado. Claro que provei de sua comida outras vezes, mas nada tão caprichado assim.

— Há coisas sobre mim que você ainda não conhece.

Rosalie levantou o rosto para olhar para ele. O olhar dele estava nela, avaliando sua reação.

— Como o quê? — ela arriscou.

— Como é fazer amor comigo — falou sem rodeios, causando rubor a seu rosto. Estremeceu só de pensar nisso. Ainda que não tenha dito nada, ficou ansiosa por viver esse momento. — Deixei você sem fala? — provocou. Ela abriu e fechou a boca sem emitir som algum. O que o levou a rir.

— Podemos comer? — Rosalie sugeriu, mudando de assunto. — Estou salivando com isto aqui. O cheiro é muito bom.

Emmett ocupou seu lugar à mesa. Em seguida, foi servida a salada de pepino agridoce. O prato principal; carne assada na manteiga. E batatas rusticas como acompanhamento.

Entre um gole de vinho e outro, estendeu a mão sobre a mesa tocando a dela.

— Definitivamente — acrescentou Rosalie, limpando sutilmente os lábios no guardanapo — você me surpreendeu.

— Ainda não acabou. — segurava a taça de vinho sacolejando o pouco que ainda restava nela.

— Não? — a expressão de surpresa registrada no rosto.

— Falta a sobremesa. Por que não espera por mim na sala de estar?

Rosalie se retirou da mesa imaginando o que teria preparado para sobremesa. A lareira crepitando e a luz de velas deixou tudo ainda mais aconchegante na sala de estar. A música instrumental de um violoncelo entrou na sequência. Acabou saltando para a próxima, não queria que Emmett pensasse em Sarah. A noite era deles dois, apenas.

Se acomodou no sofá com a manta nova e aguardou. Emmett retornou pouco tempo depois trazendo uma tigela de frutas picadas e o conjunto para fondue de chocolate.

— Não acredito! — achou maravilhoso. Um jantar perfeito. Música boa. Uma lareira crepitando numa noite fria. E fondue de chocolate para encerrar.

Emmett acomodou tudo na mesa de centro, tendo o cuidado de mudar as flores de lugar. Beijou Rosalie nos lábios pouco antes de lhe servir um morango suculento mergulhado no chocolate derretido.

— Você gosta?

Ela terminou de mastigar para então falar.

— Adoro.

Emmett lhe deu outro beijo. Mas ela não quis um simples roçar de lábios, queria mais. Entreabriu os lábios ansiando o momento em que suas línguas se tocariam avaliando sabores e texturas. Ele fez exatamente como queria.

[…]

Finalizando a noite do pijama, Alice preparou o filme para as crianças verem. Todas elas se posicionaram em seus colchonetes diante a televisão. Tigelas de pipocas foram servidas. Cinco pares de olhos se concentraram na tela assim que o filme começou.

Alice deitou na cama de Megan, aguardando que o filme terminasse, distraída mexendo no celular. Ainda enquanto o filme rodava, a mãe de Megan passou no quarto para ver como estavam as meninas.

[…]

Mais da metade das frutas mergulhadas no chocolate tinha sido comida por eles.

Rosalie se pegou pensando, como um homem capaz de coisas delicadas e surpreendentes foi capaz de deixar Olívia passar por momentos difíceis ainda no início da vida.

— O que foi? — tentou, notando a expressão distante. — Está arrependida de estar aqui comigo?

O sorriso no rosto dela não lhe pareceu convincente.

— Só estava pensando…

— Que sou um cretino?

Rosalie estendeu a mão acariciando sua barba.

— Não. Que é capaz de coisas incríveis.

— Mas que também sei como ser cruel. Não foi isso que pensou?

A pergunta a obrigou desviar o olhar.

— Eu sabia — concluiu Emmett.

Ela segurou na mão dele impedindo que se colocasse de pé.

— Não.

— Vou te levar na casa de seu avô — respondeu. — E talvez devesse buscar minha filha. Já deixei que ficasse com outras pessoas por tempo demais.

Rosalie sabia que estava se referindo aos anos de descaso.

— Ela está em sua primeira festa do pijama. Alice não telefonou o que significa que está tudo bem. Além disso… — segurou o rosto dele de modo que o olhar se mantivesse focado no seu. — Quero passar essa noite com você.

Suas testas se tocaram. — Você em certeza? — Emmett confirmou. Sua voz não passou de um murmúrio.

A resposta veio com um balançar de cabeça. Afetada pela proximidade, respirando de forma irregular.

— Me mostre como faz amor — murmurou em resposta.

As mãos grandes e ásperas mergulharam em sua nuca. Suas testas ainda se tocando. Os lábios se tocaram, propositalmente, lento demais. Ele se afastou deixando a incomoda ausência de suas carícias. Mas foi para surpreendê-la com a forma segura e firme com que a pegou nos braços. Um quase grito escapou dos lábios de Rosalie quando isso aconteceu. Suas mãos foram para os cabelos dele, então, a barba. Não suportava mais ter de esperar.

Emmett subiu a escada carregando-a no colo com uma facilidade que a surpreendeu.

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por chegar até aqui.
;)