Operação Spemily escrita por Leonardo Alexandre


Capítulo 27
Capítulo 27 - De Volta a Rosewood


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores...
Mal posso acreditar que já estamos a quatro capítulos do fim. Parece que foi ontem que voltei a repostar isso aqui. E foi uma ótima jornada com vcs.
Enfim, boa leitura...



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A vários quilómetros de Rosewood, o barulho alto e quase irritante de um despertador se espalhou por um dos quartos de uma aconchegante pousada, avisando suas inquilinas que já era hora de levantar.

Apenas quase irritante porque nada no mundo seria capaz de tirar o bom humor de Spencer depois de ser aceita em Stanford. E para completar sua felicidade, havia uma mulher linda deitada ao seu lado abraçando sua cintura, se recusando a acordar.

— Vamos, amor. Hoje nós não podemos nos dar ao luxo de nos atrasar. — Sussurrou, beijando-lhe os cabelos escuros e passeando os dedos pelo rosto sereno.

— Só mais cinco minutos, por favorzinho. — Emily pediu com o tom mesclando entre sonolento e dengoso.

— Não, não. Tem que levantar. — Respondeu se desvencilhou daquele abraço gostoso e extremamente confortável antes que acabasse se deixando vencer pela tentação e ficando ali apenas curtindo a preguiça por um tempo que não tinha disponível.

— Não quero. — Continuou fazendo birra, desta vez cobrindo-se até a cabeça.

Spencer deixou um sorriso malicioso tomar conta se seu rosto ao ter uma ideia para acordar Emily em grande estilo.

Enfiando-se embaixo do lençol, começou a beijar as pernas de sua namorada. Subindo devagar dos tornozelos para as coxas, depois se aproveitando do fato dela estar nua para subir um pouco mais. Impedindo assim que a garota permanecesse em um sono tranquilo por muito mais tempo.

Logo ao perceber uma respiração acelerada e alguns gemidos baixinhos, a Hastings saiu da cama e disse. — Agora acordou, né?

— O que?! Sério?! Isso não é justo! — Fields choramingou ofegante. — Você começou, agora vem aqui terminar.

— Eu não posso, amor. Temos hora, lembra? — Lamentou com a expressão mais cínica possível, em seguida começou a andar de costas, sorrindo de um jeito malicioso e chamando sua namorada com o dedo. — Mas dá tempo pra um banho.

Emily rosnou e saltou da cama tão rápido que fez Spencer cair na gargalhada enquanto corria para o chuveiro.

Depois de prontas (alguns minutos após do previsto), as garotas fecharam a conta do quarto, organizaram suas coisas no carro e seguiram para a casa dos Hudson-Hummel para o último café de manhã em família antes de voltar para a vida real e a Operação Spemily.

— Mas o que que é isso, Avie querida? — Kurt perguntou rindo do visual de sua irmã.

— Para de ser chato, Porcelana. — Spencer franziu o cenho, arrumando o moletom. — Daqui nós vamos direto pra Rosewood, não posso correr o risco de ser reconhecida chegando com a Em sendo que devia estar em Nova York com minha amiga Aria. Por isso o essa roupa.

— Você é tão paranoica, maninha. — O garoto comentou ainda com ar de diversão. — Como se alguém fosse reparar em mais um carro rodando pela cidade. Mas, olhando por outro ângulo, se for assumir esse look masculino, Spencer já é um nome bem apropriado.

— Obrigado, querido irmão. — Respondeu com um sorriso irônico. — Não sei se Kurt é um nome “apropriado” pra uma gazela saltitante, mas é aquele ditado: Siga seus sonhos.

Antes que ele tivesse tempo de responder, Emily entrou na conversa. — Não sei se eu deveria dizer isso, mas você até que é um cara boa pinta, amor.

Spencer estreitou os olhos, colocou as mãos na cintura e murmurou. — Hahaha. Muito engraçadinha você, senhorita Fields.

Nesse momento Finn apareceu na sala, bastante animado. — Um super oi pra minha cunhadinha e minha... — Se interrompeu confuso ao vê-la com aquelas roupas largas. — Irmã? Caramba, eu nunca te enxerguei tanto como “Spencer” quanto nesse momento.

— Não disse?! — Kurt exclamou, fazendo Emily cair na gargalhada.

— É tão lindo ver todos vocês, meus amores, interagindo. — Disse Carole, da porta que separava a sala da cozinha. — Mas ficam mais bonitos ainda bem alimentados, então vamos tomar o café da manhã enquanto ainda está quentinho.

— Obaaaaa! — Spencer e seus irmãos exclamaram ao mesmo tempo, atropelando uns aos outros em uma corrida não declarada para ver quem chegava primeiro à varanda.

Carole e Emily foram atrás, saboreando a maravilhosa sensação de observar uma cena tão cômica quanto fofa em suas perspectivas.

Sentar ao redor daquela mesa e se sentir tão acolhida fazia parecer que nas próximas horas Spencer não estaria voltando para a realidade, e sim saindo dela. Porém saber que agora faltava pouco para poder ser quem realmente era, rodeada das pessoas que a amavam assim, lhe dava conforto e segurança partir em paz.

— Obrigada por esse banquete delicioso, mãe. Devo ter engordado uns quinze quilos essa semana, mas valeu cada grama. Eu viraria uma bolinha muito feliz se pudesse comer aqui todos os dias da minha vida. Pena já ter que ir embora.

— Aaaaaaaa. — Os Hudson-Hummel lamentaram em uníssono.

— Vamos sentir saudades. — Disse Burt, sorrindo triste. — Das duas.

— Nós também, papai. — Spencer sussurrou, segurando as lágrimas.

Despediram-se em um grande abraço, então as garotas foram para o carro e seguiram caminho para Rosewood.

— Amor, quanto tempo você correu até achar o vilarejo? Leva uma hora e meia, duas horas de carro. — Emily indagou depois de dirigir por alguns quilômetros.

— Não faço ideia. Eu tava com tanta raiva naquele dia. Quando comecei a correr, o sol tava queimando a minha pele e quando cheguei ao restaurante da mamãe já estavam abrindo pro jantar. — Spencer respondeu relembrando os detalhe. — Desde que eles decidiram me dar aquele voto de confiança, se tornaram meu maior refúgio. Meu porto seguro.

Emily sorriu e disse. — Sempre oro agradecendo a Deus por ter colocado os Hudson-Hummel na sua vida pra cuidar de você tão bem quanto você merece. Amo todos eles.

— Minha mãe disse a mesma coisa. Que é grata a Deus por você e o Toby cuidarem de mim quando ela não pode. — Revelou sorrindo também. — Não sei dizer se eles já te amam, o Senhor e a Senhora Hudson-Hummel são verdadeiros leões quando se tratam dos filhos, Finn e Kurt aprenderam a ser assim também quando se trata de família. Mas todos viram como você me faz feliz e te aceitaram de verdade. Só falta eu conseguir apresentar o Toby direito. Depois as meninas. Quando toda essa loucura acabar, é claro.

— Quem sabe a gente acabe finalmente tendo uma vida normal.

— Aria Montgomery, Emily Fields, Hanna Marin, Spencer Hastings e Toby Cavanaugh tendo vidas normais? — Murmurou rindo de como as palavras soavam. — Amor. Estranho é o nosso normal. Aceitei isso com treze anos.

— É, eu também. — Em também riu antes de ligar o rádio.

O fluxo de carros estava mais baixo do que o esperado na estrada, por isso as garotas chegaram a Rosewood meia hora adiantadas e decidiram passar esse tempinho extras juntas. Ao invés de ir direto para o ponto de encontro com Toby, foram para a casa das Marin.

— Que estranho. — Emily comentou ao abrir a porta da frente e ver a correspondência do dia anterior ainda ali chão da sala, em seguida abaixou-se para pegar. — Eu sei que a Hanna só sai do quarto nos finais de semana porque o estômago dela cobra ou quando tem alguma festa, mas a senhora Marin... Opa.

— O que foi? — Spencer perguntou franzindo o cenho.

— Também recebi minha carta da faculdade. — Respondeu, levantando-se segurando o envelope. — Eu sei que deveria abrir com meus pais, mas... Eles só vem pra Rosewood daqui a um mês. Eu quero tanto abrir.

— A decisão é sua. E seja qual for, eu apoio você. — Expôs com uma expressão neutra que não deixava transparecer o quanto queria que ela lesse.

Emily não disse mais nada, apenas respirou fundo, abriu o envelope e tirou a carta de dentro, começando uma leitura silenciosa. Depois de alguns segundos sem expressão alguma, estendeu os papeis para que sua namorada pudesse ver.

Ao passear o olhar pelas palavras, os lábios dela tremeram de leve um segundo antes de formar um sorriso radiante. — Você entrou.

— Vamos estar juntas em Stanford ano que vem, amor! — Emily exclamou empolgada, enquanto a agarrava pela cintura e a girava no ar.

Spencer segurou o rosto dela com ambas as mãos e beijou-a com intensidade. — Eu to tão orgulhosa de você. Parabéns, amor.

— Obrigada. — Sussurrou, colocando-a de volta no chão. — Caracas, eu to muito feliz! Vou lá em cima contar pra Hanna. To nem aí se vou apanhar por acordar ela.

— Essa eu quero ver. — Spencer respondeu rindo e seguindo a namorada.

Porém, ao subir as escadas e chegar ao quarto, perceberam que a amiga não estava lá.

— Hanna Marin fora da cama em um domingo de manhã? Tem alguma coisa errada. — Constatou Emily já pegando o celular e discando o número decorado há tempos.

Depois de alguns toques, a ligação foi atendida, porém a voz do outro lado da linha não era a da loira.

“Alô.”

“Senhora Marin?” — E questionou com o cenho franzido.

“Oi, Emily. A Hanna não vai mais poder atender ao celular.” — A respondeu com a voz contida, porém evidentemente triste.

“Por que ela não pode atender o celular?” — E repetiu alto já que Spencer a olhava com uma expressão confusa.

“Ela foi agredida. Danificaram a audição dela de um jeito irreversível, então ela não vai ouvir nada até o aparelho chegar daqui alguns dias. Nada de telefone.” — A

“Agredida? O estado dela é muito grave?” — E exclamou com os olhos arregalados.

— O que aconteceu? — Spencer não aguentou ficar em silêncio depois de ouvir algo tão alarmante, mas recebeu como resposta apenas um sinal sutil pedindo para que esperasse um minuto.

“O médico disse que poderia ter sido bem pior, mas quando a sua única filha fica surda já é algo bem ruim.” — A murmurou com uma risada sem humor. — “Só estou feliz porque ela está viva e até ficou acordada um pouco hoje. Fora a perda da maior parte da audição, ela quebrou alguns ossos e tá com alguns hematomas. Vai ficar bem em alguns meses.”

“Entendi. Vou dar uma passada aí no hospital.” — E

“Não. Eu estou aqui como acompanhante. O horário de visitas é só das três as cinco e meia da tarde.” — A

“Certo. Então a tarde eu vou aí.” — E

“Ok. Tchau, Emily.” — A

“Tchau, senhora Marin.” — E

— O que aconteceu? — Spencer perguntou, aflita.

— Pelo que eu entendi, alguém bateu na Hanna. Muito. — Emily respondeu ainda mais embasbacada com a situação depois de dizer em voz alta.

Spencer arregalou os olhos e soltou uma exclamação de surpresa. — Arn! E quando vamos poder vê-la?

— O horário de visita começa as três. — Murmurou, parando um segundo para pensar. — Mas eu não sei se, oficialmente, você deveria saber disso.

— Caramba, é mesmo. — Concordou com um muxoxo frustrado. — Melhor eu ir logo encontrar o Toby, daqui a pouco temos que ir pro aeroporto. Você vai ficar bem?

— Vou sim. Dá um abraço nele por mim. — Emily sorriu tentando passar segurança.

— Claro. Pode deixar. — Depois de se despedir com um selinho, Spencer se virou e foi embora.

(...)

Ao chegar em casa, o primeiro pensamento de Aria foi ligar para Hanna, porém o voo havia sido tão cansativo que logo essa ideia foi deixada em segundo plano e a garota apenas tirou as botas e se atirou na cama, seguindo o exemplo de seu pai.

Ao levantar, percebeu o tom crepuscular do céu através de sua janela e constatou que dormira demais, já estava mais que passada a hora de telefonar para sua amiga.

Discou o número e assim que a chamada foi atendida disse. — “E aê, loirinha gostosa.”

“Aria?” — Ashley franziu o cenho ao ouvir aquilo.

“O-oi, senhora Marin.” — Aria gaguejou, sentindo suas bochechas queimando com a vergonha.

 “Hanna foi agredida e perdeu a audição. Não pode atender.” — Ashley explicou outra vez, sentindo o coração se despedaçar de novo.

“Nossa! To indo pro hospital agora.” — Aria correu para pegar as chaves do carro, mas antes que pudesse foi informada.

“O horário de visitas acabou agora pouco. Vem amanhã.” — Ashley

“Ok. Até amanhã, senhora Marin.” — Aria

“Até, Aria.” — Ashley desligou.

— Puta merda. Agredida? Mas quem faria uma coisa des... — Aria fechou a cara com o pensamento que lhe invadiu a mente.


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Notas finais do capítulo

xoxo
Atenciosamente, Leo Guedes.



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