Operação Spemily escrita por Leonardo Alexandre


Capítulo 26
Capítulo 26 - Estruturas ao Chão


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores...
O meu notebook bugou e não sei quando sai do concerto. Eu tenho a fic completa num arquivo no celular (exceto o último capítulo), mas os capítulos estão brutos, sem revisão. Eu dei um tapinha no capítulo pra dar uma melhorada, mas mesmo assim desculpa qualquer erro.
Enfim, boa leitura...

P.s.: 97 comentários ou cinco recomendações pra haver uma segunda temporada. /:



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Eram quase nove horas da manhã de domingo quando Hanna começou a despertar, sentindo as pálpebras pesadas e a garganta seca, além de sua cabeça não parar de girar. Não conseguiu focar a vista logo que abriu os olhos, porém, assim que o fez, percebeu de imediato que estava em um hospital.

Como estava sem forças para se mexer, esquadrinhou apenas as partes do quarto que poderiam ser alcançadas por suas íris azuladas naquela posição. Isso possibilitou ver Ashley cochilando em uma cadeira de acompanhante ao lado de sua maca.

— Mãe. — Chamou baixo com dificuldade, se esforçando para falar mais alto por não estar se ouvindo. — Mãe. Mãe. Mãe!

Hanna começou a se desesperar. Porque não conseguia se ouvir?

Já vira milhares de filmes e muitas temporadas de Grey’s Anatomy e sabia que deveria ouvir um bip, porém tudo estava mergulhado em silêncio mórbido e preocupante.

Um desespero crescente começava a tomar conta de seu peito. Ela não poderia estar morta porque se sentia péssima e, se era capaz de sentir algo estava viva. Ou talvez essa fosse a sensação ao morrer.

Foi quando, mesmo com a garganta ardendo como o próprio inferno, permitiu que um grito aterrorizado saísse, fazendo sua mãe acordar em um pulo, correndo para abraça-la com todo o cuidado por conta dos machucados e fraturas, assim acalmando-a por apenas alguns segundos, até a ficha cair.

Se Ashley podia ouvi-la gritar, porque o silêncio continuava berrando em seus ouvidos?

— Mãe, o que houve?! — Exclamou se esforçando ao máximo para falar alto, sentindo a secura em sua boca aumentar a cada palavra. — Eu não to escutando nada! Mãe! Por favor, me ajuda! O que aconteceu?!

Ashley era incapaz de pronunciar uma palavra sequer naquele momento, tudo o que conseguia fazer era chorar, falhando em sua auto promessa de se manter forte para Hanna.

Depois de alguns minutos, conseguiu por fim recuperar um pouco de sua compostura, apenas o bastante para quebrar o abraço e tentar fazer sinais indicando que iria sair do quarto para chamar o médico.

— Doutor Miller! Doutor Miller! — Bradou andando pelo corredor, até encontrá-lo em um quarto não muito distante dali.

— Sim, senhora Marin? — Ethan respondeu após fazer um sinal sutil para a enfermeira com quem estava conversando continuar o assunto depois.

— Ela acordou. — Ashley informou com certo ar de preocupação na voz.

— Bom... Isso é ótimo. — Replicou, com as sobrancelhas levemente franzidas.

— Claro. Sim, com certeza. Por um lado, sem dúvida eu fiquei aliviada em ver os olhos dela de novo depois desses dias que pareciam não passar, cada segundo era como uma hora inteira. Mas por outro... — A mulher enterrou os dedos no cabelo ruivo, se sentindo um pouco acuada e culpada por estar pensando assim. — Doutor, como eu vou encarar a minha menina e explicar pra ela? Explicar que ela nunca, jamais, vai ouvir normal de novo? Como eu posso... Como eu poderia...

Ethan se aproximou e a tomou nos braços assim que percebeu que ela cairia no choro. — Hey! Vamos lá, senhora Marin? Ela acordou, vai melhorar daqui pra frente. Por favor, só... Só tente se acalmar.

— Como posso ficar calma? Meu bebê está surdo! — Mesmo que seu tom tenha sido rude, Ashley se deixou mais uma vez aninhar no corpo do médico, que teve toda a paciência do mundo com ela naquele momento difícil.

— Senhora, o aparelho auditivo vai ajudá-la quando chegar. — Tranquilizou enquanto lhe acariciava as costas com delicadeza. — É comum demorar semanas pra entregarem, mas eu consegui com que chegue daqui a dois dias. Sua menininha vai poder ouvir de novo logo, logo. E assim vai ter tempo pra se acostumar à nova condição.

— Ter tempo pra se acostumar à nova condição. — Repetiu com um riso amargurado quase involuntário. — E isso é possível, Doutor Miller?

— É o que ela pode fazer. — Ethan suspirou e manteve seu tom calmo e sério, embora houvesse uma ponta perceptível de tristeza. — Já aconteceu, agora é só aceitar e seguir a vida. Pelo que a senhora tem me contado sobre ela, é uma garota muito forte. E, se a tivesse visto quando ela chegou aqui, saberia que é uma benção enorme que ela ainda esteja viva e, agora, consciente. Desculpe por soar repetitivo, mas... Daqui pra frente, as coisas vão melhorar.

— Você não tem nada pra se desculpar. Na verdade, tá coberto de razão. — Sussurrou Ashley se desvencilhando do abraço. — Eu que tenho que pedir perdão por soar desesperada assim. É só que... Eu preferia mil vezes que tivesse sido eu. Daria tudo pra que minha filha não precisasse passar por isso.

— A senhora também não tem que pedir perdão. — Sorriu compreensivo. — Se não existe um manual de como ser a mãe perfeita, imagina um manual de como reagir depois dos filhos vivenciam uma experiência traumática. Acho que, assim como ela, a senhora vai precisar de tempo

— Muito obrigada, Doutor Miller. — Murmurou sentindo-se um pouco mais calma. — Eu não sei o que teria feito sem o seu apoio. É bem provável que eu tivesse surtado.

— Imagina. — Sussurrou baixando a cabeça, levemente constrangido. — Eu só quis ser útil e ajudar. E-enfim... É melhor eu ir examinar a paciente. Ela deve estar nervosa e bastante confusa agora.

— Ah! Claro! — Ashley arregalou os olhos e se afastou de imediato para dar passagem ao médico, que seguiu de cabeça baixa para não mostrar sua vermelhidão momentânea.

Hanna tentava manter a cabeça erguida para ver a porta, porém sentia uma tremenda exaustão e acabava desistindo e voltando ao aconchego do travesseiro.

Ethan pegou uma caneta que estava no bolso de seu jaleco e usou a parte de trás de uma folha de receitas para escrever.

“Olá. Sou o Doutor Miller. Como está se sentindo?”

— Com sede. — A garota respondeu alto sentido um enorme desconforto na garganta. — Com muita, muita sede.

“Isso é normal. Você passou um tempo sedada. Depois que resolvermos isso, importa-se de eu te examinar?”

Hanna apenas acenou um não muito sutil com a cabeça já que não conseguia se mexer mais que isso e tampouco estava animada para sentir aquela ardência na garganta mais uma vez.

Ashley por fim se acalmou um pouco vendo como Ethan tratava Hanna com bastante cuidado atenção, ajudando-a a se sentir melhor e menos confusa.


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Notas finais do capítulo

Xoxo
Atenciosamente, o autor.



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