Em seu lugar escrita por Aislyn


Capítulo 5
Mau contato


Notas iniciais do capítulo

Nunca sei bem o que colocar aqui, mas dessa vez tenho novidades lol

Estou montando uma seleção de músicas no youtube que me faz lembrar desses dois casais. Se alguém tiver interesse, está com nome Takara - Mikatsu. E se tiver alguma música que lembre de algum deles, só me mandar nome, banda ou link e eu acrescento ^^

O nome dessa fic surgiu quando eu estava ouvindo Astronauta de Mármore - Nenhum de nós. Tem um trecho que fala 'não era mais o mesmo, mas estava em seu lugar'. Se não combina com a situação, não sei o que combinaria melhor XDD

Enfim, boa leitura!



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O jantar com Takeo havia sido tão gostoso, que estava com medo daquela noite terminar e descobrir na manhã seguinte que tudo não passava de um sonho. O amigo era tão divertido e espontâneo, sempre conseguindo fazê-lo se sentir à vontade.

 

Uma parte bem no fundo de sua consciência o alertou que podia ter aqueles momentos com Katsuya, afinal o namorado sabia como animá-lo e era uma boa companhia também, mas logo tratou de afastar aqueles pensamentos. Queria aproveitar aquela noite, fosse um sonho ou realidade. Quando voltasse a ser ele mesmo, daria um jeito de se desculpar com o namorado e compensá-lo.

 

A distração foi tamanha durante o passeio, que só notou que haviam parado quando Takeo o pediu para descer da moto, puxando-o pela mão por um corredor. Mikaru olhou ao redor sem entender, sem reconhecer aquele lugar, mas com certeza não estavam perto do apartamento do amigo.

 

A compreensão caiu do céu quando o guitarrista abriu uma porta, revelando um quarto com uma cama enorme ao centro, coberta com lençóis brancos e pétalas de rosas vermelhas.

 

Mikaru ficou dividido entre o incrédulo e o temeroso, desejando perguntar o que era aquilo, apenas para confirmar suas suspeitas.

 

— Vem… vamos continuar nossa noite romântica… – Takeo envolveu o suposto namorado pela cintura, sussurrando em seu ouvido enquanto o puxava de leve para dentro do quarto, mas o tom de voz, por mais sexy que fosse, fez Mikaru travar, colocando as mãos entre eles em busca de um pouco de espaço.

 

— Continuar? Aqui?! – Mikaru encarou-o fixamente, a mente trabalhando ágil atrás de alguma desculpa plausível para não concordar com aquilo. Não estava negando devido ao acordo com Izumi, mas por ele mesmo, pois não tinha intenção de ir com o amigo para a cama. Podia gostar dele e não negava isso para ninguém, mas gostava muito de Katsuya e o respeitava o suficiente para saber que não era capaz daquele tipo de traição.

 

— É, aqui. Qual o problema?

 

— Por que não em casa?

 

— Porque nós não temos uma cama grande… nem espelho no teto ou uma banheira de hidromassagem… Sem falar que servem champagne e morangos aqui!

 

— Eu… estava pensando em terminar a noite com algo mais… só nós dois em casa, talvez assistir um filme…

 

— Sério isso? – Takeo riu travesso, esperando que fosse uma brincadeira do namorado. Sempre que saíam, a noite terminava daquele jeito e agora Hayato queria um programa sem graça? Só podia ser piada.

 

— Sim. Você não gosta?

 

— Não é que não gosto… Tem certeza que quer ir pra casa? Não podemos ficar nem um pouquinho? – armou um bico fazendo manha, aproximando as faces, mas Mikaru o empurrou pelo tórax, virando o rosto.

 

— Eu estou cansado. Vamos deixar pra outro dia, ok?

 

— Eu fiz alguma coisa que te chateou?

 

— Não! Você não fez nada de errado! Só não estou no clima… desculpe.

 

— Tudo bem… – aceitou por fim, com um suspiro pesado – Vamos pra casa.

 

* * *

 

Hayato colocou as roupas novas no closet logo após o banho e o lanche, gostando do contraste que elas causaram em meio ao branco. Iria experimentar todas elas com calma, mais tarde.

 

Aproveitou a solidão e liberdade na casa para visitar os cômodos que não conhecia, afinal Mikaru mal o deixava sair da sala, isso se tivesse ido com Takeo, para conseguir ao menos passar da entrada.

 

O quarto ele já havia notado pela manhã que também era em branco: paredes, lençóis, travesseiros, poltrona, tudo. Nem um único ponto em tom diferente, exceto pelas portas e moldura da janela pendendo para o marfim. A sala seguia o mesmo padrão, salvo pela TV e cortinas em tom de cinza pastel. Aquilo era um manicômio? Aquele tipo de ambiente sempre era branco nos filmes. A biblioteca fugiu do tema graças à variedade de cores nas lombadas dos livros, mas as estantes não fugiam à regra. A surpresa boa foi entrar na cozinha, toda em mármore preto, e então se lembrou que Mikaru não cozinhava e isso explicava a diferença no ambiente.

 

A vontade de jogar uma cor nas paredes foi grande, mas Hayato sabia que não devia mudar tanto a vida do outro. Já era suficiente mexer nas roupas e mostrar que ele podia ser estiloso sem precisar de um terno caro.

 

Aproveitou que já estava na cozinha e começou a revirar os armários e a geladeira, procurando qualquer coisa que pudesse preparar para o jantar. Como não tinha Takeo por perto, precisava se virar sozinho.

 

Colocou o arroz para cozinhar e começou a preparar os ovos, conferindo a receita num site de culinária. Omuraisu era gostoso e Takeo sempre fez parecer fácil de preparar e pelo que leu, não havia como errar. Conferiu de tempos em tempos cada uma das panelas, tendo a certeza que não queimaria nada, se preparando para virar o ovo na frigideira, não fosse um pequeno detalhe.

 

— Que cheiro bom… – Hayato acabou jogando tanto a panela quanto os talheres que usava pra cima, se virando assustado para ver quem o abordava.

 

— Katsuya! – o que ele estava fazendo ali? Mikaru havia dito que ele costumava aparecer apenas nos fins de semana!

 

— Desculpe! Não queria te assustar! Eu sinto muito, mesmo! – o rapaz se adiantou, desligando o fogo e pegando o que caiu no chão – Parecia que ia ficar tão bom… Onde aprendeu a fazer?

 

— O que está fazendo aqui? – Hayato mordeu a língua assim que soltou a pergunta, notando o olhar arrependido que Katsuya lançou em sua direção. Não queria soar rude, mas havia sido pego desprevenido.

 

— As meninas na cafeteria disseram que você estava estranho hoje. Pensei em passar aqui pra ver se estava tudo certo. Sinto muito por isso também.

 

— Não, tudo bem. Não foi sua culpa. Eu estava distraído e não te ouvi chegar.

 

Katsuya colocou as vasilhas na pia, lançando um olhar preocupado na direção de Mikaru antes de começar a lavar a louça.

 

— Eu posso tentar fazer outro pra você. Ou posso pedir pra entregar alguma coisa.

 

— Não se preocupe, eu não estava com tanta fome assim.

 

Hayato começou a olhar ao redor nervosamente, tentando repassar o que havia conversado com Mikaru e como deveria agir na frente do garoto. Precisava pensar e principalmente, precisava manter a calma.

 

— Quer que eu vá embora? – o rapaz questionou após um instante, incomodado com o silêncio.

 

— Não! – Hayato cobriu a boca, repetindo que não podia se exaltar – Não, tudo bem. Pode ficar.

 

— Aconteceu alguma coisa?

 

— Por que acha isso? – uma pergunta com outra, isso reteria a curiosidade de Katsuya. Mikaru disse que isso funcionaria caso não quisesse ou não pudesse responder. Esperava que ele estivesse certo.

 

— Você parece um pouco agitado.

 

— Impressão sua, estou bem. – Katsuya pareceu aceitar a resposta, pois voltou a atenção ao serviço à sua frente. Hayato permaneceu parado ao seu lado, ainda sem saber como agir.

 

— Pronto, terminei. Você trouxe serviço pra fazer aqui hoje?

 

— Não, estou com a noite livre.

 

— Que bom! Vamos ver um filme?

 

— Claro! Parece ótimo! – Hayato agradeceu internamente pelo rapaz ter tomado a iniciativa em escolher um programa para os dois, acenando para a sala e caminhando à sua frente, esperando que ele não percebesse. Mikaru o mataria se deixasse o namorado notar que havia algo muito errado ali.

 

Chegando à sala, Katsuya sentou em um lado do sofá, fazendo Hayato instintivamente sentar na outra ponta, deixando um assento vago entre eles.

 

— Ah… quer escolher o que vamos assistir? – Katsuya ligou a TV, pegando o controle que estava mais próximo a ele, estendendo para o namorado, que negou com um aceno.

 

— Você escolhe, confio no seu gosto.

 

Katsuya colocou um suspense policial, se acomodando melhor no sofá. Assistiram sem trocar palavras, os olhares entre eles se intercalando, desconfiados, mas por motivos diferentes. Não entendeu porque Mikaru manteve aquela distância entre eles e só podia supor que o namorado estava irritado com alguma coisa e precisava de espaço. Iria respeitar aquilo e esperava que ele o procurasse para conversar quando se sentisse mais à vontade.

 

Lá pelo meio do filme, Hayato simplesmente apagou, acostumado que estava a dormir cedo. Katsuya tentou acordá-lo, estranhando o sono pesado, mas imaginou que o cansaço fosse o motivo do namorado ter agido estranho mais cedo, agradecendo internamente a oportunidade de poder levá-lo para o quarto no colo.


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Notas finais do capítulo

Continua ^^



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