Reencarnado escrita por Filippi Araújo


Capítulo 5
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Oi, tudo bem? Espero que sim.
Pessoal, desculpem pelo atraso na postagem do capitulo, eu fiquei sem internet e fiquei meio desmotivado pra escrever também. Gostaria de pedir mais interação de vocês, que seja um comentário de duas palavras, mas já ajuda bastante. Enfim, aqui está o capítulo. Boa leitura.



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   Imediatamente me levanto e começo a me afastar lentamente deles. Penso em voltar ao dojo, mas as duas figuras bloqueiam o caminho.
 — Não tente resistir. Podemos te destruir em instantes. – Um deles diz. Sua voz é ríspida e profunda.
 Lentamente, me posiciono para enfrenta-los. Um deles, que aparenta ser mais velho, ergue sua mão em minha direção, provavelmente para fazer o mesmo tipo de poder que da última vez. Antes que pudesse me atacar, parto em sua direção. Consigo surpreendê-lo e acertar um gancho em seu queixo, e ele cai para trás. Imediatamente, o outro youkai agarra meu braço. Ele tenta me acertar um chute na lateral do corpo, mas consigo esquivar por pouco. Ele então começa a carregar um ataque com a mão que segura meu braço. Àquela distância, o ataque provavelmente me destroçaria. Faço força para me libertar, mas ele é claramente muito mais forte que eu.   O outro youkai já se recupera do soco, enquanto o ataque do mais jovem continua a carregar, e sinto meu pulso ficar cada vez mais quente.
 — Eu pretendia usar você para obter informações a respeito dos outros deuses, mas agora, vou simplesmente te destruir. – O youkai diz, limpando o sangue que escorre da sua boca devido ao meu ataque. – De qualquer forma, os outros não devem estar muito longe.
  Consigo ouvir as batidas do meu coração, extremamente aceleradas. Começo a focar meus pensamentos nelas, e em alguns instantes, entro em estado de meditação. A mesma imagem de antes começa a se formar: a lua enorme, brilhante, me atraindo para perto dela. Antes que ela começasse a me puxar, imagino uma corrente ligada a ela e minha mão, e começo a puxá-la para perto de mim. Sinto a mesma sensação de antes, e quando abro meus olhos, os dois youkais estão no chão, estupefatos.
 Sinto algo muito forte irradiando de dentro para fora do meu corpo. Assim que o youkai mais velho se levanta e parte para cima de mim, eu intercepto seu ataque. Desfiro um chute, e mesmo ele tendo bloqueado, ainda o faz voar por metros.
 — Então, você despertou. – O outro diz. – Interessante. Bom, de qualquer forma, você ainda não é oponente para um Oni*.  
  Uma energia ainda mais sinistra começa a se condensar ao redor do homem, e de repente, um par de chifres vermelhos começam a sair lentamente de sua testa. Seus caninos crescem, até se parecerem com dentes de um tigre, e seus olhos irradiam um brilho vermelho ainda mais ameaçador.
 Em um piscar de olhos, ele aparece na minha frente, agarra meu pescoço e me ergue do chão. Tento resistir, mas sua força esmagadora aperta meu pescoço com cada vez mais força, e minha respiração se dificulta cada vez mais, até que minha visão começa a se esvair.
 Subitamente, uma tempestade começa a se formar sobre nós. De repente, uma enorme descarga elétrica cai sobre o inimigo, e ele me solta por tempo o suficiente para desferir um poderoso soco no meio do seu rosto. Ele voa por vários metros e se choca contra uma árvore.
 Respiro fortemente para recuperar o fôlego, e escuto uma voz chamar meu nome.
  —Mizuki! – Reconheço a voz como sendo de Raiden, e em alguns instantes, ele, Akane e Haru estão ao meu lado. – Você está bem? – Ele pergunta, e apenas concordo com a cabeça, ainda atordoado.
 O outro Youkai aparentemente percebe sua desvantagem, e imediatamente, corre para onde seu companheiro incapacitado está, coloca ele sobre o ombro e desaparece nas sombras. Minha respiração finalmente se acalma.

[...]

 Passo todo o caminho de volta para o apartamento com meus pensamentos nos dois Onis e em todos os outros monstros poderosos e assustadores que esperam por uma oportunidade de me matar. Mesmo com todo o meu treinamento, todo o meu preparo mental, a imagem daqueles monstros com chifres ainda me faz estremecer.
 Haru está sentado ao meu lado no banco de trás do carro de Raiden. Apesar de estarmos próximos um do outro, sinto uma enorme distância entre nós, causada por aquele poder ainda misterioso para mim; ainda assim, o jovem de cabelos castanhos esboça um sorriso simpático e reconfortante.
  Raiden e Akane discutem no banco da frente sobre como os youkais chegaram tão perto de um dos esconderijos deles. Ambos parecem extremamente preocupados, e de certa forma me sinto culpado sobre aquilo. Penso em pedir desculpas, mas não parece uma boa hora, então apenas fecho os olhos e volto a me concentrar nos meus pensamentos.

[...]

 Penso que após uma boa noite de sono eu me sentiria menos aterrorizado pela experiência do dia anterior. Fiz a mesma coisa na noite do dia em que minha mãe morreu: deito—me na cama, fecho os olhos e espero o sono chegar, na esperança de que no próximo dia quando acordar, tudo aquilo não passaria de um sonho ruim. Mas assim como naquele dia, o sono não vem de forma alguma.
 Ouço Haru se levantar e ir em direção ao banheiro. Fico em silêncio até ele voltar e perguntar se eu havia dormido, e respondo que não consigo. Finalmente me encorajo para dizer algo que ficou entalado na minha garganta o dia todo:
  —Haru... me desculpe sobre hoje cedo no dojo. Eu não quis machucar você. Eu só... ainda não faço ideia de como isso funciona, de como controlar isso. Até poucos dias atrás, eu era só o herdeiro de um clã que nunca me importou, e agora, sou um a reencarnação de um Deus que pode tomar minha consciência a qualquer momento. Me desculpe mesmo, eu não pedi por nada disso.  – Digo, impressionado com a intensidade com que aquelas palavras saem da minha boca, e sinto meus olhos começarem a lacrimejar.
   Ele apenas se senta na minha cama, e vejo seu rosto fracamente iluminado pelo pequeno abajur do quarto. Seus olhos fitam os meus, e não consigo decifrar sua expressão.
  —Mizuki, tá tudo bem. Eu não fiquei assustado hoje cedo por causa do seu poder, eu fiquei assustado pelo que pode acontecer com você a qualquer momento sem que eu possa evitar de alguma forma. – Ele diz, pousando delicadamente sua mão sobre a minha. Sinto meu coração acelerar descompassadamente. – Olha, eu não faço ideia do que você está passando agora, mas você consegue lidar com isso. Você é muito forte.
 Ele coloca sua mão no meu ombro, e puxamos lentamente um ao outro para um abraço. Ele envolve suas mãos no meu torso, e envolvo as minhas no dele. Naquele instante, eu esqueço de todos os problemas que passei nos últimos dias e coloco toda a minha atenção no toque das suas mãos macias nas minhas costas, no calor do seu corpo, no seu cheiro, e aquela sensação até então desconhecida que sinto quando estou com ele começa a se manifestar mais forte do que nunca, mas finalmente, começo a entende-la.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. O próximo capítulo sai dia 01/04, às 15 horas. Aguardo vocês lá.



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