Someday escrita por Florence


Capítulo 6
Capitulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores, tudo bem com vocês? Me perdoem pela demora, mas voltei com um capitulo enorme para vocês e cheiooooooo de emoções.... nós encontramos lá embaixo, aproveitem...



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Há pessoas que dizem sonhar muito; outras, que não sonham nada. Na verdade, os seres humanos sonham todas as noites, lembrem-se ou não dos sonhos que tiveram. Eu era a parte que dizia não sonhar nada. Tive um sono calmo pela primeira vez em muitas noites e havia sonhado com Edward Cullen. Estávamos de volta a Carolina do Norte, e então acordei.

 Fui a primeira a acordar, não havia visto Rosalie a noite, mas sabia que ela estava em casa. Liguei a TV e estava passando um noticiário local. A notícia em alta era sobre uma jovem que havia sido assassinada pelo seu ex namorado. Eu senti um arrepio ruim e senti minha nuca picando de medo ao saber que aquilo poderia ter acontecido comigo. Eu não gostava de pensar em James, mas fui obrigada a pensar sobre como ele estava, se ainda estava preso, talvez Charlie soubesse de algo.

—Bom dia, maravilhosa. –Rose passou pelo corredor entrando na sala.

—Bom dia, Rose. –eu sorri para ela. -Está de bom humor hoje ein?

—Algumas coisas me deixam extremamente felizes e sexo é uma delas. –Rose se jogou no sofá ao meu lado. –O que é isso que você está vendo? –ela franziu o cenho.

—É uma reportagem.

Quando ela entendeu sobre o que era, trocou de canal.

—Nada disso, isso só te faz mal Bella, você quer que seus ataques de pânico volte?

Eu balancei a cabeça negativamente incapaz de falar.

—Você não precisa fazer isso com você mesma, certo? –ela me abraçou. -Vi que chegou tarde ontem. Por onde esteve?

Senti meu peito florescer com a lembrança e um sorriso involuntário surgiu em meu rosto.

—Estava no restaurante.

—Sozinha?

—Você não vai acreditar... –sussurrei porque sabia que Emmett estava em algum canto da casa.

—Você transou?

—Arg Rosalie! Não! Eu sai com...

—BOM DIA DOMINGO. BOM DIA A TODAS AS MENINAS DESSA CASA.

Emmett gritou quando nos viu. Eu parei de falar imediatamente.

—Bom dia, Emmett. –eu disse.

Ele veio até Rose lhe dando um beijo em sua cabeça e se sentou ao seu lado.

—Bom dia, querida Bella. Qual o programa para hoje galera? –ele perguntou e Rosalie bufou. -Parece que atrapalhei algo entre mulheres.

—Sim, atrapalhou. –eu disse arqueando uma sobrancelha.

—Que foda. –ele fingiu arrependimento.

—Emmett vai buscar alguns cafés, por favor. –Rosalie mandou.

—Nossa é sério?

Rosalie lhe lançou um olhar que fez ele se levantar imediatamente. Ela devia estar o fuzilando pelos olhos.

—Que tipo de café? –Emmett perguntou e eu abafei uma risada com a mão.

—Sei lá, qualquer um. –Rose disse.

—Eu quero um chocolate com baunilha e chantilly. –eu disse.

—Pode trazer um desse para mim também. –Rose disse.

—Certo, vou indo, até logo garotas.

Ele beijou Rose e saiu pela porta.

Nós duas nós olhamos e gargalhamos. Gargalhamos tanto que a certo ponto eu nem sabia mais porque estava rindo. Até que Rose se recompôs.

—Então onde estávamos? –ela perguntou.

—Eu estava dizendo com quem sai ontem.

—Sim, então? –ela disse ansiosa.

—Rosalie você não vai acreditar, porque eu mesma não acredito ainda.

—Fala logo Bella, eu estou nervosa.

Eu respirei antes de dizer qualquer coisa e talvez eu tivesse me dando conta se era real ou não.

—Edward Cullen.

Rosalie me olhou como se eu tivesse duas cabeças. Ela ficou 10 segundos me encarando, depois piscou três vezes seguidas e tossiu.

—Edward Cullen? –ela perguntou perplexa.

—Sim.

—Amigo de Emmett, CEO da empresa? –perguntou mais uma vez.

—Sim, só existe ele.

—Isabella você tem noção do que acabou de me dizer?

—Não, eu estou sem acreditar como você. Na verdade não sai com ele, foi um encontro casual.

—Como que isso aconteceu?

—Eu estava caminhando pelo centro, quando a chuva começou a cair, entrei em um restaurante para me refugiar e de repente... ele.

—Você acha que ele te seguiu? –ela disse baixinho e eu gargalhei.

—Claro que não, ele é dono de lá. Acho que foi lá dar uma volta.

—E te encontrou. Edward Cullen é dono da cidade inteira?

—Como assim? –eu perguntei curiosa.

—Bella, ele tem diversos restaurantes, e não me surpreende se for dono de mais alguma coisa.

—Bom, não sabia disso. Eu já conhecia Edward, para dizer a verdade. O conheci bem antes de vir para Seattle. –decidi revelar.

—Como assim, Bella? –ela se endireitou para ouvir melhor.

—Eu conheci Edward em uma viagem que fiz com meus pais há 10 anos atrás para Carolina do Norte, ficamos amigos durante a viagem inteira, e eu tive um amor meio que platônico por ele. Depois que voltamos nunca mais vi ou falei com ele.

—Você tem certeza que é o mesmo?

—Ora, Rosalie quantos Edward Cullen existem? Sim, é o mesmo.

—Isabella, como eu nunca soube disso?

—Não sei, Rose, talvez esse assunto nunca veio a tona.

—E você saiu com ele depois de 10 anos.

—Parece que o destino quis nos colocar frente a frente novamente, e eu virei funcionaria dele. Nosso reencontro não foi tão bom, a reação dele não foi como eu esperava. Mas, então depois de ontem, as coisas melhoraram.

—Isso é sensacional, Bella. –ela disse sorrindo. –Estou imaginando vocês dois juntos.

—Não imagine. Edward é demais para mim.

—O que? –ela franziu o cenho.

Eu suspirei. Era obvio o que eu queria dizer.

—Olhe para mim e olhe para ele.

—Estou olhando, e estou vendo uma mulher fantástica, linda, batalhadora, alegre, divertida e creio que ele viu a mesma coisa.

—Rose...

—Bella, Edward é um homem muito rico, eu nem imagino o quanto, e sei que homens assim estão cansados da mesma futilidade das mulheres que os cercam. Sempre o mesmo padrão: chatas, loiras falsificadas, siliconadas, fúteis. E se você disse que ele foi legal com você, por que não aproveitar?

—Rose, nós aproveitamos. Conversamos tanto... mas, é tao cedo para dizer alguma coisa do tipo. Edward foi meu primeiro amor, o amor mais inocente que já tive. Nós nos reencontramos e é só isso, não posso ficar criando expectativas.

Ela suspirou.

—Você tem razão. Vamos ver como as coisas vão fluir daqui para frente, ainda mais com vocês trabalhando no mesmo lugar.

Eu suspirei e não pude conter o sorriso.

.

A semana havia se iniciado, o clima na empresa estava mais agitado. Eu já havia aprendido muita coisa sobre tudo. Todos nós estávamos trabalhando mais intensamente. Eu via Edward pelo menos duas vezes ao dia, quando eu tinha que levar seu café ele puxava assunto comigo. Na terça feira recebi uma encomenda vinda de La Push, era um apanhador de sonhos, junto vinha um bilhete escrito por Jacob.

“Oi Bella,

Fiz este presente para você logo que você foi embora e resolvi te mandar para que você possa sempre se lembrar de mim. É um apanhador de sonhos ruins. Espero que goste.

Jacob”

 

Logo que recebi tentei fazer uma ligação para ele, mas só dava caixa postal, então achei melhor deixar uma mensagem de texto.

Na terça feira, tudo estava muito tranquilo no trabalho, enquanto eu pegava um cappuccino para mim, não percebi quando Mike se aproximou de mim.

—Oi gata. –ele disse me dando um breve susto.

Eu havia fugido dele na sexta, não suportaria qualquer conversa com ele, mas agora não havia como escapar.

—Oi, Mike.

—Não te vi na sexta. E quando acordei você já tinha saído.

—Pois é, eu tive um imprevisto, tive que levar a chave do apartamento para Rosalie. –disse enquanto terminava de encher meu copo. Me virei para ele na intenção de já sair da sala.

Ele pareceu não acreditar.

—Bom, queria saber se podemos nos ver de novo. A noite com você foi sensacional.

Eu quis rir dele.

—Mike, não sei, eu acho melhor não misturarmos mais as coisas. Trabalhamos juntos, não é legal.

—Ah qual é Bella, nós podemos, uh? –ele disse dando um passo a frente se aproximando de mim e eu dei um passo para trás.

—Acho que não, Mike.

—Por que você não gostou? Quer dizer, sei que estávamos bêbados, mas nós podemos fazer melhor. Podemos sair para jantar.

Não dessa vez cara. Eu queria socar a cara dele.

—Mike, não estou afim de sair com ninguém, certo? Quem sabe na próxima.

Foi minha melhor maneira. Eu não esperei pela resposta e dei a volta por ele saindo da sala. Só tive tempo de ouvir um:

—Pode ter certeza que vamos ter uma próxima.

Eu bufei. Mike não era mal, só era um tanto infantil.

.

Edward estava em uma reunião com clientes e com Emmett. Ele chegara cedo demais para se preparar então eu nem o vira. Quase perto da hora do almoço eles saíram da sala, Jessica se levantou e foi até eles, enquanto eu continuei mexendo nas papeladas.

—Sr. Potter aguardo vocês amanhã para o julgamento. –Edward disse.

—Espero que esse processo esteja ganho. –o homem disse meio arrogante.

Ele tinha uma idade avançada, era baixo e grisalho. Vi quando ele lançou um olhar sugestivo para Jessica e Emmett revirou os olhos.

—O julgamento está ganho. –Emmett confirmou. –Se tudo ocorrer como esperamos, tanto as testemunhas, quanto o senhor.

—Que ótimo.

Eles se aproximaram de mim, prontos para entrar no elevador. Percebi quando o senhor demorou o olhar em mim, eu senti um pouco de repulsa pela forma do seu olhar, então percebi Edward trincando os dentes.

—Jessica vai te acompanhar até o elevador. –Edward disse.

—Nos vemos amanhã, senhores. –o senhor disse, dando mais uma olhada para mim e sendo acompanhado por Jessica.

—Isabella, você pode vir até meu escritório? –Edward disse para mim.

—Claro.

Edward andou até sua sala, enquanto Emmett ficou.

—Ele está extremamente irritado hoje, esse cliente é literalmente um pé no saco. E além do mais fica dando em cima das secretarias.

Eu ri.

—É melhor eu ir, antes que perca o emprego.

Passei por Emmett e bati na porta do escritório de Edward ouvindo um “Entre”.

Edward estava com a cabeça entre as mãos e levantou os olhos para me olhar quando eu entrei. Vi quando ele rolou os olhos pelo meu corpo e suspirou. Eu vestia um vestido tubinho de mangas compridas e um salto alto.

—Você está bem? –eu perguntei. Sabia que não podia ser tão intima, mas eu via que ele não estava bem.

—Eu estou bem.

Ele me encarou.

—Sente-se, por favor. –eu me sentei em sua frente. –Eu queria pedir para que você fizesse algumas coisas para esse processo de amanhã.

Edward estava tenso demais.

—Edward você tem certeza que deseja fazer isso agora? Você não me parece bem.

—Meu trabalho não me dá o luxo de estar bem ou não, isso não importa, eu preciso fazer.

—Mas, eu me importo. –eu disse, sem saber exatamente porque eu tinha dito isso.

Talvez fosse pelo fato de ele estar realmente demonstrando cansaço e fragilidade. Uma postura rígida e tensa, ele era lindo de qualquer forma, mas sorrindo com certeza era sua melhor forma e eu sentia falta daquele sorriso. Edward ergueu os olhos para mim, o verde de seus olhos eram intensos, ele quase cedeu.

—Isabella, não posso conversar.

—Eu posso pelo menos trazer um café para você? Depois eu prometo que anoto tudo o que você disser.

Ele assentiu. Edward ao longo da nossa conversa foi ficando menos tenso. Ele me passou diversos arquivos para reescrever e aquilo ocupou minha tarde toda. Nós não ficamos sozinho mais e não conversamos.

Sua postura comigo era altamente profissional e então eu percebi que talvez aquele encontro tenha sido como eu realmente pensei, uma mera coincidência.

.

Eu não gostava de viver muito de surpresas, gostava do concreto. Porém, nem sempre tínhamos o poder de escolher, e as surpresas que andaram acontecendo foram muito agradáveis.

Na quarta-feira, eu e Edward fomos almoçar juntos. Não foi um encontro combinado, mas dera certo. Ele havia me encontrado na loja de conveniência ao lado da empresa comprando um biscoito para o almoço.

—Eu não acredito que você ia comer só aquilo. –ele disse com tom de desdém.

—Ah Edward, eu não costumo sair para comer sempre.

—Isso é ruim, Isabella. Vou te levar para almoçar sempre que possível. –ele disse dando os ombros.

Mal percebeu que aquilo turbilhonou alguma coisa dentro do meu estomago.

.

Edward me chamou para jantar com ele outra vez no sábado. Dessa vez nos fomos a um restaurante de frente com a marina para comermos frutos do mar. Havia sido uma noite muito agradável. Depois daquela noite me dei conta que estávamos muito próximos. Mas mantínhamos uma linha tênue entre nós, nossos assuntos nunca passavam dela, nós conversávamos como amigos. E era o suficiente para nós.

Apenas uma coisa me incomodava, a força de atração que tínhamos. Parecia que Edward me puxava diretamente para ele. Parecia que tudo nele me encantava e me fazia querer passar cada vez mais tempo com ele, para poder o conhecer cada vez mais.

Durante aquela semana nós nos aproximamos mais ainda. Mesmo não saindo todos os dias, Edward conversava comigo durante o almoço. Teve uma noite que ele me ligou tarde só porque precisava ouvir a voz de alguém, ele estava em um projeto difícil e parecia que iria enlouquecer. Nós ficamos conversando durante quinze minutos e então ele desligou. Me dei conta que talvez a vida dele fosse muito solitária e cheio de trabalho.

Ele me ligou no meio da semana também para irmos a um show de uma banda pop que Alice, sua irmã, havia lhe dado os convites pois ela não poderia ir. O show estava tão ruim e eu agradeci internamente quando olhei para Edward e vi que ele também não estava gostando. Quando propus de irmos para outro lugar, ele logo aceitou. Acabamos em um dos seus restaurantes, mas não era o mesmo do nosso primeiro encontro.

—Você é dono de todos restaurantes de Seattle?

Ele riu.

—Sou um homem de investimento, Bella. Mas, não. Não sou o dono de todos, apenas três.

Eu rolei os olhos.

—Eu nunca havia ido a um restaurante assim, aquele que fomos na primeira vez que nos encontramos foi o primeiro.

—Isso é brincadeira?

—Claro que não, Edward. Forks é uma cidade muito pequena como eu te falei, tem hambúrguer, pizza, saladas, milk shake, mas só isso, se quiséssemos um restaurante mais refinado tínhamos que ir até Portland, coisa que eu nunca fiz. –dei de ombros.

—Como era sua vida em Forks? –ele mostrou interesse.

—No começo quando me mudei tudo parecia cinzo e verde demais e chovia sempre. –Edward riu. -Se você quer uma cidade longe de qualquer coisa, Forks é o lugar. Eu quase surtei, vim se uma cidade grande para uma mudança tão drástica assim, mas era necessário. Eu fiquei algum tempo sozinha, mas a cidade era pequena então eu era a novidade, logo algumas pessoas se aproximaram de mim e eu fiz algumas amizades.

—Eu imagino. Você não me parece ser aquelas pessoas que vivem rodeadas de amigos.

Eu suspirei e me apoiei na mesa.

—Conte-me mais. –ele pediu.

—Bom, tudo isso acabou quando eles foram para a faculdade, então foram apenas colegas. Foi ai que eu comecei a pensar que deveria estar indo para uma também.

Edward me olhou sem dizer nada e eu continuei.

—Ai a vida começou a ficar entediante lá, então eu comecei a explorar a cidade.

—Como assim?

—Bom, eu me dei conta que não conhecia absolutamente nada em Forks. Sempre que tinha tempo livre eu procurava alguma coisa para fazer, então comecei a procurar os lugares que não conhecia da cidade. Eu conheço muitos lugares em Forks e aos arredores.

—Eu gostaria de conhecer Forks. –Edward disse.

—Sério?

—Sim, Bella, gostaria muito.

—Você acabou de ouvir que é uma cidade sem graça?

—Não me pareceu sem graça pela sua visão. –Edward deu de ombros.

Eu sorri. Edward me surpreendia cada dia mais.

—Bom, um dia eu te levo para conhecer minha famosa cidade.

—Isso seria muito interessante. –ele sorriu para mim. E eu tive que me lembrar de forçar a minha respiração. –Depois dos seus amigos da faculdade você nunca mais teve amigos la?

—Oh, sim, eu tive. Eu ainda tenho na verdade, eles são da reserva.

—O que? –ele pareceu genuinamente curioso.

—Eles são descendentes de índios, tudo o que eu tinha de tempo de livre e quando não estava com Charlie, eu passava com eles. Nós fazíamos fogueira na praia durante a noite, fazíamos trilha, íamos ao penhasco e a campina. Essas coisas, acho que eles me ensinaram muitas coisas, e me ajudaram a passar por uma fase muito complicada, é por isso que os considero muito.

—Bella, eu tento entender porque você deixou tudo isso para vir até Seattle. Parece que a vida em Forks era muito mais fácil e mais tranquila.

—Edward como eu disse, eu queria realmente ter uma carreira e la não era o lugar. Eu vim de cidade grande, me adaptei para morar na cidade pequena, mas eu tive que me mudar.

Edward me sondou, sua expressão era indecifrável.

—Eu fico feliz que você tenha vindo, Bella, pelo menos eu te reencontrei. –ele sorriu e eu sorri com ele. –E me diz, você tinha algum namorado lá?

—Sabia que você ia perguntar isso. –eu ri.

—O que? Não me diga que não tinha.

—Não Edward, não é isso, é só que eu sabia que uma hora ou outra você ia perguntar. Sim, eu tinha um namorado. Jacob é o nome dele, foi a primeira pessoa da reserva que falei, nós nos tornamos amigos e depois namorados.

—E nem ele te fez ficar lá?

Eu desviei o olhar dele.

—Eu não o amava da mesma forma que ele me amava.

Percebi que Edward suspirou do outro lado da mesa.

—Me conte sobre você agora. –eu pedi.

—O que você quer saber? –ele perguntou.

—Sobre por onde anda sua família, não sei, mais sobre você.

—Bom, eu cresci na Califórnia, depois me mudei para estudar em Harvard e agora estou aqui. Você se lembra ainda da minha família?

—Uma lembrança bem longe, lembro que seu pai era loiro e sua mãe era muito adorável.

—Você lembra na noite que jantamos todos juntos?

—Claro!!! Minha mãe amou a sua. –disse me recordando exatamente do momento.

—Eu me lembro de algumas coisas apenas. –Edward deu um gole em sua bebida. –Então, eu tenho uma irmã, você não a conheceu, se chama Alice. Ela é uma pessoa sensacional, mas quando você a conhece melhor ela sempre acha que pode opinar na sua vida.

—Uau. –eu ri.

—Alice... –ele sorriu carinhosamente lembrando da irmã. –Ela é uma ótima pessoa.

—Pelo jeito que fala dela, vocês são bem próximos.

—Sim, somos. –ele disse enquanto bebia sua bebida. –Talvez ela seja a única pessoa que não me odeia. –uma sombra passou pelos seus olhos.

Eu suspirei para aliviar o clima tenso.

—Eu não te odeio também.

Edward me encarou.

—Mas, já odiou.

—Edward, de forma alguma, foi um momento de raiva eu nunca poderia te odiar.

Edward desviou o olhar, eu coloquei minha mão sobre a sua para voltar a atenção a mim. Edward olhou para nosso contato e eu tirei rapidamente minha mão, mas ele voltou a pega-la e eu suspirei de alivio.

—Continue contando. –eu pedi.

—Meus pais e minha irmã vivem aqui em Seattle também, mas moram próximos a marina. Se mudaram para cá faz dois anos, antes eles moravam na Califórnia.

Edward falou sobre os tempos da sua faculdade e depois contou sobre algumas aventuras. Quando havíamos acabado nossa comida, ele propôs:

—Bom, estava pensando que de repente poderíamos ir beber algo mais forte, o que acha?

—Você está tentando me embebedar? –Edward fez uma expressão de confusão e então eu ri. –Relaxa Edward, estou brincando com você. O que vamos beber?

—Você escolhe.

Nós fomos para a outra parte do restaurante que era um bar muito aconchegante, havia um balcão enorme onde as pessoas iam até ali para pedir as bebidas, ao redor haviam sofás e mesas para as pessoas que desejassem sentar por ali. Edward me conduziu para o sofá e foi buscar nossas bebidas. Ele voltou com dois martinis e me entregou um. Nós bebemos e conversamos muito, uma conversa muito tranquila e leve, como grandes amigos. Edward mantinha seu joelho roçando na minha perna e seus olhos fixos em mim com uma expressão capaz de desestabilizar qualquer mulher. Isso combinado com as várias doses de álcool estavam me fazendo ficar tonta e querer loucamente pular sobre ele. Meu desejo por ele havia aumentando cada vez mais, a cada minuto que eu passava na sua presença era mais difícil de controlar. Eu nunca havia sentido aquilo por ninguém, e isso me assustava.

—Olha Bella! O homem de camisa roxa vai dar em cima da moça de cabelos compridos. –Edward disse.

Dei mais um gole em minha bebida e virei para onde ele estava apontando.

—Aquilo não é cabelo de verdade.

Ele franziu o cenho.

—Mentira, é uma peruca? –disse chocado.

—É um aplique. –eu afirmei.

—O traseiro e falso também?

—Edward você está olhando traseiros de outras mulheres?

—Não, Bella, é que o dela parece ter algo além de músculo.

—Talvez seja silicone.

Edward gargalhou tanto que perdeu o ar, eu ri dele.

—Então, será que rola?

—Não estou convencida de que ela gosta muito dele.

—E, percebi que ela reparou no cara de sapato verde. Está interessada nele. –Edward disse analisando.

—Edward nenhuma mulher gosta de sapatos verdes.

—Ai caramba, não sei nada de mulher mesmo. Um dia vou entender a cabeça das mulheres, entendo juízes, criminosos, inocentes, mas não entendo as mulheres.

—Quem sabe você passa a entender algum dia.

Seu olhar se perdeu um pouco e eu terminei de beber o liquido do meu copo.

—Mas, aquela mulher ali... –apontei discretamente, chegando mais perto dele para poder falar mais baixo. –Está interessada em você. Ela não tira os olhos daqui.

—Isso te incomoda? –ele disse com uma voz baixa e intensa. Eu olhei fixamente para sua boca, enquanto ele falava passava a língua pelos lábios. Meu corpo se aqueceu, eu queria muito aquela língua em mim. Eu pigarrei.

—Ah sim, bastante.

Edward passou um braço pelo meu ombro e pegou minha mão na sua, com a outra ele colocou meu cabelo para trás expondo meu pescoço e então depositou um beijo quente ali. Todos os pelos do meu corpo se arrepiaram e eu fechei os olhos sentindo o desejo me dominar.

Pensei que Edward me beijaria, mas quando olhou em meus olhos vi todo seu receio.

—Você vem sempre nesse lugar? –eu disse tentando quebrar o clima e escondendo meu desapontamento.

—Não muito, acho que é a primeira vez. –ele disse.

—Imaginei. –eu ri.

—Por que, Bella?

—É só que você não parece se encaixar aqui. –eu disse simplesmente.

—E eu me encaixo bem aonde?

“Talvez no meio das minhas pernas” Eu pensei. Quando me virei para Edward ele me olhava como se eu tivesse duas cabeças e então gargalhou.

—O que há de tão engraçado, Edward?

—Talvez você tivesse que provar para ver se eu me encaixo bem no meio das suas pernas. –ele piscou.

Então eu corei e quase morri de vergonha quando percebi que não tinha só pensado.

—Ai que merda, eu sou terrível bêbada. –disse colocando o rosto entre as mãos.

—Eu diria que você é interessante.

—Desculpe eu não deveria ter falado isso, acabei com o clima.

—Nada é capaz de quebrar o que está acontecendo aqui.

Edward não disse nada. Ele passou um braço pela minha cintura e me puxou para mais perto dele. Edward era tão lindo. E talvez fosse a primeira vez que eu ficasse tão perto dele. O álcool me fazia ficar mais sensível e mais destemida. Observei atentamente o rosto de Edward. Os cílios emolduravam seus olhos verde, sua boca era sexy e muito apetitosa, sua mandíbula era quadrada e céus a barba, eu desejava passar a mão por toda ela. Eu podia sentir minha pele queimar embaixo de suas mãos. Eu passei a língua em meus lábios para o umedecer e vi quando os olhos de Edward ficaram negros.

—Por que você é tão lindo?

Eu disse enquanto passava de leve a ponta dos meus dedos sobre sua bochecha. Edward fechou os olhos por um instante.

Cheguei mais perto dele, agora eu podia sentir sua respiração contra meu rosto. Nós estamos alheios a qualquer pessoa e qualquer barulho.

—Bella, você devia parar.

—Você que está me segurando próximo.

Ele apertou minha cintura.

—Eu sei, mas você é mais forte que eu, por isso deveria me parar.

—Quem disse? –ele suspirou fechando os olhos. –Talvez eu seja tão fraca quanto.

Eu aproximei meus lábios do dele, e apenas o lábio superior encostava no seu.

Fui calada quando a outra mão de Edward puxou meu rosto e ele grudou os lábios nos meus. Eu acho que suspirei e no segundo seguinte minhas mãos tinha agarrado seus cabelos. Seu toque me fez ofegar. Tudo explodiu.

Edward invadiu minha boca com sua língua e a explorou. Seu beijo era bom, bom demais. Ele tinha gosto de um pouco de álcool e de Edward, mas o cheiro que emanava de seu perfume era inebriante. Edward respirou com força e suas mãos me apertaram. O calor me invadiu. Suas mãos passeavam pelo meu corpo que tremia ao seu toque, e eu sabia que meu corpo nunca havia reagido a ninguém daquela forma.

—Uau. –eu disse. –Esse foi melhor do que há 10 anos.

—Eu não sabia o que estava fazendo há 10 anos atrás.

—E agora sabe?

—Talvez seja a única coisa que eu sei.

E então ele me beijou de novo.

..

Enquanto caminhávamos de volta para o carro um vento frio passou por nós e eu me encostei mais perto de Edward e senti seu braço sendo passado pela minha cintura.

Nós andamos em silencio lado a lado, eu sabia que ele também estava perdido em seus pensamentos por isso não disse nada.

A sensação de estar abraçada a ele era extraordinária, como se eu pudesse ficar assim minha vida inteira. Ele tinha um cheiro maravilhoso, eu me encostei mais para poder sentir mais de perto. Naquele momento eu percebi o quanto me sentia diferente desde que começara uma amizade com Edward, ele me fazia sorrir, me fazia ficar bem, era simpático, gentil, mas também sabia quando eu precisava só de uma companhia. Ele não me xingava se eu decidisse ligar para ele a noite só para saber como estava e ele me ligava também quando queria falar com alguém que não fosse seus papeis. Nós nos tornamos muito próximos nas duas últimas semanas e Edward parecia preencher a parte de mim que ficava sozinha ali. Com ele era diferente. Mas, o que havia acontecido tinha mudado tudo em mim e todas as coisas que senti foi diferente de tudo que já havia acontecido comigo.

Quando voltamos era tarde demais. Ele me levou até o apartamento de Rosalie e me acompanhou até a portaria. Edward parou de frente para mim, seu corpo bem próximo do meu.

—Fazia tempo que eu não tinha uma noite cheia dessas. –ele disse sorrindo.

—O meu mundo pode ser divertido também, não?

—Pode sim.

Edward franziu o cenho quando me viu tremer de frio.

—É melhor você subir.

—Você não quer subir? –sussurrei. Vi um traço de confusão nos olhos de Edward.

Edward me puxou para mais perto dele e enroscou os dedos em meu cabelo para me beijar. Eu mantive minhas duas mãos em seu peito. Ele era muito firme. De repente senti um desejo enorme me tomando, eu o queria tanto... Edward parou o beijo depois de morder de leve meu lábio inferior.

—Preciso ir embora.

—Você tem certeza? –eu disse meio, mole. Eu tinha certeza que se ele me soltasse eu ia cair, Edward me deixava sem sentido.

—Sim, eu estou tentando fazer o certo, não torne isso mais difícil. –ele sussurrou com a voz carregada de desejo. Nossos narizes se tocavam. Ele deu um beijo molhado em meu pescoço e inspirou o perfume dali. –Te vejo amanhã.

Edward me soltou, me deixando ali. Maldito álcool. Eu me sentia abandonada.

—Tchau... –eu disse quando ele não podia mais me ouvir.

Arrastando os pés eu subi para o apartamento, deitei em minha cama e nem me preocupei em tirar a roupa.

Minha mente vagou para Edward e tudo o que aconteceu. Eu podia sentir seus lábios nos meus ainda. Minha pele queimava só de lembrar. Eu sabia que eramos somente amigos, mas algo havia mudado depois daquele beijo. Eu não sabia se ele sentia o mesmo desejo por mim, mas eu o queria e o queria muito. Queria tanto estar com ele que chegou a doer. Acabei adormecendo pelo cansaço da noite.

.

Na sexta feira Rosalie acordou mais animada que o normal. Ela não fez nenhum comentário sobre nada, então estranhei seu jeito. Ela me arrastou para o shopping a tarde já que eu havia saído mais cedo do trabalho, nós fomos ao cinema e voltamos para a casa. Edward não ligou e eu também não havia o visto na empresa.

.

Naquela mesma noite, eu me revirava na cama, sentindo que devia fazer alguma coisa. Sentindo imaginações fluírem pela minha mente. Olhei no relógio já se passavam da 1h da madrugada. Levantei no silencio para não acordar Rosalie e fui ate a cozinha beber agua. Meu notebook estava sobre o sofá, por muitos dias eu havia passado longe dele, não suportava a ideia de não conseguir escrever. Eu respirei fundo. Desde que havia começado a sair com Edward algo inexplicável havia acontecido, eu havia vindo tendo muitas ideias como se ele fosse a energia que meu cérebro precisava. Mas, ainda assim eu não havia voltado a escrever. Havia perdido totalmente o sono, então me sentei no sofá e abri o notebook. O arquivo com poucas palavras se abriu, meus dedos começaram a fluir continuamente pela tecla. Por um momento foi como se eu nunca tivesse parado de escrever.

Me senti muito cansada, quando olhei para o relógio havia se passado duas horas e meia. Eu sorri com aquilo, salvei o arquivo para poder continuar depois e voltei para cama. Tendo a certeza que as mesmas palavras estariam no dia seguinte. Porque talvez eu tivesse então encontrado a inspiração que me faltava.


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Notas finais do capítulo

E ai minha gente???? Haja fôlego para esse casal...
Bom, explicando melhor... quem nunca teve aquela duvida pós primeiro encontro com o crush nao é mesmo? Mas, no decorrer já percebemos que os dois deram mais que certo, e esse beijo minha gente???
Queria agradecer todos os comentarios recebidos até aqui e queria pedir que vocês continuem comentando, isso e o qe nos motiva, se puderem recomendar e favoritar eu tambem ficaria muito feliz.
Um grande beijo para vocês e até logo.



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