Logo a luz diminuiu, revelando uma Hina um pouco mudada. Asas haviam crescido em suas costas e suas roupas mudaram assim como um báculo que apareceu em sua mão. Naygara olhava-a, ela agora estava flutuando e logo desceu para perto dele.

“Não se preocupe príncipe, eu te protegerei!” – reverenciando-o.

Naygara achou aquela atitude estranha vindo da parte dela.

“Hina você esta bem?”

“Desculpe príncipe, mas Hina não existe mais. Essa alma e esse corpo me pertencem”

“Como assim? Quem é você?” – assustado.

“Não se preocupe não irei te machucar. Estou aqui pra acabar com Wenniger!”

“QUEM É VOCÊ! Traga a Hina de volta!”

“Eu não posso!” – Ela tocou no colar, que agora estava completo e brilhava com o toque da fada.

“Meu nome é Cristya! Quando as partes do colar se reuniram elas me libertaram. A garota que você conheceu não existe mais!”

Naygara não estava entendendo. Onde estava Hina? Como aquela alma não poderia ser dela?

Cristya era a fada guardiã de Naygara. Quando ela fora entregue para família de Hina perdeu totalmente a memória, para que assim protegesse sua identidade, até que encontrasse o príncipe para que juntos dominassem o mal que surgiria.

Agora com as duas metades do colar ela recuperara todas as memórias e principalmente se lembrara de sua missão.

Um estrondo foi ouvido e o vulcão começou a jorar lava.

Cristya se pôs em frente ao príncipe e com um simples movimente em seu báculo fez uma proteção onde a lava não conseguia chegar.

Rylo se aproveitou da distração da raposa e a atacou jogando-a no vulcão, mas antes de cair ela conseguiu agarrar ele e os dois caíram dentro do vulcão fazendo ele se agitar mais ainda.

“Nós precisamos sair daqui!” – Cristya mostrou uma saída pra Naygara e ele correu, mas antes de sair disse:

“Vem vamos embora!”

“Eu não posso! Vai logo!”

Naygara ia voltar pra onde ela estava, mas Cristya fez com que algumas pedras caíssem fechando a passagem.

            Naygara correu pelos túneis que haviam na caverna tentando achar alguma passagem que o levasse de volta para o vulcão, não podia deixá-la lutar sozinha, mesmo que agora ela não fosse mais a Hina, tinha que ajudá-la afinal eles eram praticamente um único ser. Ele sentia a energia da fada que o guiava até uma pequena passagem.

A passagem estava fechada, não havia como passar. Ele tentou quebrar algumas pedras, mas tudo foi em vão.

Cristya foi até o casulo de Wenniger e ia destruí-lo antes da transformação completa. Ela lançou um raio de luz com seu báculo, mas não fez nem se quer um arranhão.

De repente o casulo começou a quebrar. A transformação estava feita.

Cristya se distanciou por causa do calor quase insuportável que saia junto com a fumaça do casulo. Depois de um tempo o casulo se rompeu e Wenniger saiu mostrando sua verdadeira forma que era horrenda. Estava mais alto com o corpo cheio de músculo, chifres, e dentes enormes. Sua aparência era assustadora.

Ele estralou seu pescoço e olhou para Cristya que se pôs em posição de ataque. Ele mostrava um sorriso satisfeito. Sua transformação estava completa, mas para ter o poder total precisava do colar e da fada. Teria que dar a fada de oferenda para o vulcão, assim que fizesse isso as trevas dominariam o mundo, fazendo a escuridão reinar e seus poderes voltarem com força total. Somente assim os três mundos seriam finalmente unidos e nem todos os anjos e fadas poderiam acabar com ele.

“Como você é ingênua fada! Vai poupar meu trabalho. Você poderia ter fugido, mas não ficou aqui” – Ele riu – “Cadê seu protegido? Esta tentando poupá-lo?”

Cristya não disse nada. Ela precisava de Naygara, mas algo dentro dela fez com que ela mandasse o embora. O amor que Hina sentia pelo príncipe, não deixou que ele ficasse. Cristya não entendia esse sentimento, mas sabia que se ele se machucasse ela nunca se perdoaria, por isso mandou ele ir.

Não conseguiria lutar sem ele, sabia que seria impossível, mas tentaria. Faria de tudo para acabar com Wenniger, mesmo que pra isso tivesse que morrer junto com ele.

Naygara ainda procurava um jeito de chegar até onde Cristya estava, queria ajudá-la. Aquela luta também era dele, ele precisava lutar, precisava acabar com Wenniger. Afinal foi ele que acabou com sua família, ele quem destruir sua vida.

Ele estava desesperado, pensando em como poderia chegar até a fada. Alguns pequenos terremotos começaram a ser sentidos. Parte dos túneis começou a ruir. Naygara estava ficando sem saídas.

Agora ou ele chegava até ela ou morria soterrado por que desistir da idéia de ficar e lutar Naygara não desistiria, era cabeça dura e enquanto não desse umas boas surras em Wenniger não sossegaria.