Point of View – Justin Bieber  

O baile foi uma grande ideia, pena que elas não se divertiram. Exageramos ao querer fazer uma festa nas primeiras horas delas aqui, todas estavam tensas e tentando impressionar a família real. Tinha escolhido 37 meninas, as que mais me agradaram.  

—Como está? — Chaz perguntou e eu o olhei entrando no quarto.  

—Apreensivo, hoje realmente começa tudo. — disse cansado só de imaginar o que estava por vim.  

—Conseguiu algo com elas ontem? — neguei com a cabeça e ele se sentou na minha frente. — Qual a primeira impressão?  

—Ruim, todas estavam tensas e tentando impressionar, além de que os vestidos iguais ficaram uma bosta. Pareciam um monte de robô, sei lá. Não era elas. Pelo menos, espero que aquelas não sejam elas. — Ele riu.  

—Você queria descobrir sua mulher ontem? Não é assim, cara. Claro que elas estavam tensas, é a família real, quem não fica? Foi o primeiro contato delas com você, com seus pais, os líderes desse pais. Eu avisei dos vestidos e que o baile era uma péssima ideia. 

—Eu sei, mas como dizer não para o meu pai. 

—Esse é o problema. O que farar agora?  

—Vou deixar elas se acomodarem e amanhã penso em algo. Certeza de que estão surpresas com as coisas que tem em seus quartos.  

—Muitas nunca imaginaram a tecnologia que temos aqui. — Assenti.  

—Por isso, darei esse dia para elas começarem a se acostumar. Amanhã elas têm a primeira aula com a Gal.  

—Foi impressão minha ou tem uma menina de cabelo roxo entre as selecionadas? — Chaz perguntou de forma curiosa e maliciosa. 

—Tem, por isso escolhi ela. Achei bastante interessante a cor do cabelo e ela não ter mudado nem para a foto ou vim para cá. Isso mostra que ela é segura de si.  

—Verdade, mas sabe que ela não pode continuar com o cabelo assim?  

—Sei, eu avisei a ela, não dou uma semana para mudarem o cabelo dela. — Ele riu.  

—As outras não tem nada que chamem atenção.  

—Tem, elas querem me dar! — falei fazendo ele gargalha.  

—Todas querem, Justin. Você tem uma coroa, isso é afrodisíaco.  

—Eu sei, por isso não vou focar nas que querem me dar e sim nas outras.  

—Vai ficar nas santas? — ele me olhou desconfiado. 

—Por ai, você sabe que essas não tem nada para oferecer por isso pulam para a parte essencial de um relacionamento.  

—Sabe que não pode fazer isso, não é? — assenti — Se você fizer e uma delas acabar engravidando... — interrompi o moreno. 

—Nem fala isso, cara, por favor. Farei as coisas certas, dessa vez.  

—Até porque não tem volta. — Concordei e suspirei.  

—Pelo menos, aproveitei bem meu tempo. — disse e ele riu.  

—E como aproveitou. Não sei como seu pai não descobriu. 

—Ele sabe, só não de tudo. — Sorri travesso fazendo Chaz ri. 

—Teremos alguma diversão aqui? — ele perguntou e eu entortei a cabeça um pouco pensativo. 

—Talvez, tem apenas os guardas, sem pai, sem mãe, sem ninguém nos vigiando, a não ser nos mesmos. Posso tirar vantagem disso — ele sorriu largo — veremos.  

[...] 

A noite caia e eu não tinha saído do meu quarto. Coloquei a toca laranja e puxei o capuz do casaco bege que usava, combinando com a calça.  

—Está pronto? — Chaz perguntou entrando no quarto, concordei pegando algumas pulseiras e minha carteira. 

—Tudo certo? — perguntei parando na frente dele. 

—Sim, vamos lá. — Chaz foi na frente e eu o segui para fora do palácio, entrado na Ranger Rover preta que me esperava, Kaio estava ao volante e Ryan ao seu lado. — Podemos ir! — Chaz falou batendo no ombro do Kaio, que deu partida.  

Sorri travesso vendo os muros do palácio ficarem para trás. Seria minha última festa, isso me assustava. Não estava pronto para uma vida de casado, sempre que me apaixonava algo dava muito errado e isso me deixa apavorado.  

Não demorou para chegarmos até a melhor boate da cidade. Chaz desceu enquanto Kaio estacionava, os dois ficaram a minha volta e eu estava de cabeça baixa.  

—Por aqui! — Chaz chamou e eles me levaram para a saída lateral. Ao entrar dei uma rápida olhada no local, já lotado, sorri de lado e dispensei os meninos.  

A música agitada me contagiou, sem problemas andei pela pista indo até o bar. Pedi um drink e fiquei por ali observando as pessoas se divertindo.  

Ao terminar o drink deixei o copo transparente no balcão e me aproximei da pista de dança. Já estava de olho em meu alvo da noite, uma ruiva com roupa apertada. Passei meus braços em sua cintura trazendo seu corpo malhado para perto do meu. Ela se assustou e virou para ver quem a abraça, sorri de lado e coloquei meu indicar em seus lábios, aproximei minha boca de seu ouvido.  

—Se ficar quieta, terá uma noite maravilhosa! — disse firme e senti ela arrepiar — Entendido? — questionei afastando meu rosto do seu e ela assentiu.  

[...] 

Sai do banheiro antes da ruiva, mas meus planos de fugir dela fora por agua a baixo quando me puxaram.  

—Você não muda mesmo, hein! — fitei a morena dos pés a cabeça e revirei os olhos. 

—O que quer, Selena? — perguntei sem paciência para as tentativas falhas da latina de voltar comigo.  

—Você não deveria estar no palácio preso com as selecionadas? — ela perguntou cruzando os braços. 

—Sim, deveria e você deveria parar de me perseguir. — falei me afastando dela, mas a mesma segurou meu braço. 

—Por que não fui escolhida, Justin? — perguntou aproximando seu corpo do meu, olhei dentro de suas orbitas castanhas.  

—Por que eu não gosto de você! — disse friamente, fazendo ela dar um passo para trás. — Já te disse isso, então para de me perturbar, Selena. Terminamos tem mais de 3 anos e você continua atrás de mim.  

—Eu gosto de você, Justin. — ela falou de forma manhosa, bufei impaciente.  

—Acabou! — disse firme me afastando dela. Voltei ao bar e pedi um shot de tequila, essa morena me tirava do sério.  

Selena foi minha primeira namorada seria, tivemos nossa primeira vez com 15 anos, 4 meses depois de começarmos a namorar. Achava que a amava, mas com o passar do tempo percebi que era apenas atração por ela e então terminei, ela já não me atraia mais. Foram dois anos ótimos, mas que ficaram totalmente no passado. Não para Selena, sempre que estávamos na mesma cidade dava um jeito de me ver. Amava ver no jornal que ela estava em turnê, isso me deixa extremamente aliviado.  

—Esta tudo bem? — Ryan perguntou aparecendo do meu lado. 

—Selena está aqui! — disse sem olha-lo, levantei o copo atraindo a atenção do barman.  

—Quer que eu tire ela daqui? — Ryan questionou 

—Por favor — pedi vendo o cara encher o copo, Ryan se afastou me fazendo respirar fundo.  

Selena era tudo que eu não precisava nesse momento. Como se não bastasse toda a pressão da Seleção, ainda tenho que manter minhas selecionadas longe dessa louca.  

Não estava mais no clima de dançar ou ir atrás de mulher, resolvi ficar apenas no bar bebendo.