Black escrita por morisawa


Capítulo 7
Cygnus Black


Notas iniciais do capítulo

Eu gosto muito de contos infantis como "O Patinho Feio", e ao ler o significado do nome de Cygnus, automaticamente se transformou no tema dessa drabble.

Boa leitura!



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Cygnus olhou para seu reflexo na água, ignorando tudo que seu colega da Sonserina reclamava sobre a última aula de Poções. Mesmo que borrado, conseguia enxergar perfeitamente seus defeitos; a roupa da Sonserina não lhe caía bem, por mais bonita e elegante que fosse, o verde nunca foi uma cor que combinasse muito com ele – nenhuma outra parecia adequada, também. Talvez seus pais nunca tivessem percebido isso, já que encontrar algum tecido que não fosse nesse tom, em seu guarda-roupa, era uma raridade. Mordeu os lábios, sentindo o gosto metálico na boca. Aquilo doía tanto.

Seu cabelo não ajudava muito quando o quesito era “deixá-lo com uma boa aparência”. Sempre estava duro, não importando quantos banhos ele tomasse sua textura parecia querer continuar permanentemente ruim. Desleixado, a palavra ecoou na sua cabeça, entre muitos outros derivados que se perderam em um só eco. Seus olhos grandes, a sobrancelha arqueada, os lábios ressecados formando uma linha reta, tudo que formava Cygnus não tinha como ser considerado bonito – imagem refletida, logo ali, comprovava aquilo. Uma imensa vontade de fazer toda aquela água cristalina desaparecer tomou-o, contudo, nada fez. Não é como se Cygnus pudesse apagar sua imagem tão facilmente.

Sua pele não era macia. Não tinha uma voz intensa e masculina. O perfume que usava, sendo o mais caro da loja, não combinava com sua aparência. Não havia coragem para chegar a alguma garota e chamá-la para sair. Não era bom em Quadribol. Não tinha as melhores notas. Era desastrado, demasiado quieto. Intimidava todo mundo, mesmo não propositalmente. Os animais, e aparentemente bem como os humanos, não gostavam de Cygnus. Era um Sonserino de primeira classe, embora sua falta de disposição fizesse toda a ambição e planos evaporarem como nada. Tinha orelhas grandes demais. Nariz muito pequeno, enquanto o queixo era largo e torto. Não era caprichoso. Seus trabalhos orais sempre foram como um teatro de comédia para seus colegas; poderia pensar em milhares, bilhares e talvez até mais adjetivos para si mesmo, fazia aquilo quase toda hora – no banheiro em frente ao espelho, no reflexo do copo brilhante, na água, a sua imagem na corrente para cachorro, em alguma placa muito limpa, no vidro da janela, nos troféus de Hogwarts, em seus sapatos muito bem limpos, nos olhos de outros.

Seus pais haviam lhe dado aquele nome por um motivo: Cisne, um animal belo e exuberante, como deveria ser. No entanto, tudo que o garoto conseguia enxergar era apenas um patinho feio que, ao que tudo indicava, continuaria sendo o mesmo patinho feio para sempre.


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