Black escrita por morisawa


Capítulo 8
Alphard Black


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela demora, sinceramente. Ocorreu muitas coisas nessas últimas semanas e apenas pude postar agora, mas vou tentar resumir: meu PC acabou estragando e quando consegui-o de volta, fiquei sem internet, para completar minha desgraça. Imagina minha situação? Enfim, não vou enrolar, mas quero deixar que vocês tirem sua própria interpretação dessa one-shot sobre Alphard.

Boa leitura e novamente, desculpem-me pelo "sumiço".



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Deitado, Alphard refletia sobre seus atos. Quando se está triste, até uma pequena dobra do lençol vira um grande incômodo; além de suar bastante, mesmo estando no inverno, o que piorava sua situação, e consequentemente afastava o desejado sono. “Desesperado” era uma boa palavra para descrevê-lo naquele exato momento, a tal emoção prevalecia sobre o homem mais do que qualquer outra, tomando conta de sua alma. O barulho do relógio, e o ranger da cama a cada vez que ele se mexia, eram mais fatores que tiravam o sossego de Alphard, qual tanto precisava.

Alphard não conseguia se mexer pelo peso das suas atitudes, sejam as mais recentes ou as antigas. Errar não era uma das coisas que mais gostava de fazer, afinal, talvez de ninguém. Alphard não era um homem muito preso ao passado, não que se preocupasse muito com coisas fúteis como aquela — afinal, de quê adianta chorar pelo leite derramado? —, porém, quando alcançava um nível como aquele, ele não podia fazer nada além de tentar dissimular, em vão, suas preocupações. Walburga mandaria uma carta para Alphard em no mínimo uma semana, obviamente seria fácil descobrir sua “traição”, e claro, ainda mais fácil seria tirá-lo da tapeçaria dos Black: mesmo que Alphard nunca tenha importado-se tanto em continuar como um membro fiel da família, a real preocupação que habitava os confins de sua mente era, na verdade, o que mais eles fariam sobre isso. Afinal, todos sabiam o quanto os Black não gostavam de rebeldes, tampouco outras famílias sangue-puro. A morte e Alphard andavam lado-a-lado naquela corda bamba, enquanto o mundo ao redor parecia virar fumaça.

Era sempre assim. Fizera uma boa ação e seria recompensado com uma visita. A sombra que se esgueirava pela porta de seu quarto, o barulho dos seus passos assíduos e a aura devastadora. E enfim ela botava-se ao seu lado, deitava na cama molhada pelo suor desesperador de Alphard e dava-lhe bons sonhos, na interpretação dele, pesadelos. Sempre o mesmo, todos os detalhes familiares, os gritos, a sensação de estar caindo e a vontade imensa de acordar, mas sem nunca realmente fazê-lo. Era como se “ser alguém bom” não combinasse com os Black, principalmente Alphard.

Embora que, naquele exato momento, um vento frio entrou pela janela e pareceu dissipar todos seus sentimentos ruins. Dissipou também seus temores, a respiração descompassada e os batimentos acelerados. O calor de seu corpo e a dor, tão conhecida, deixando apenas Alphard. Apenas Alphard, seu corpo sem vida e o ruído dos galhos na janela.


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