komorebi escrita por socordia


Capítulo 3
Três.


Notas iniciais do capítulo

olá! a vida real interferiu muito na postagem desse capítulo - mas ele chegou. e, com ele, james potter!

(erros de ortografia nas mensagens de texto são propositais.)
(esse capítulo era pra ter TANTOS emojis. mas o nyah apagou todos eles.)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/748571/chapter/3

Lily franze as sobrancelhas diante da nova notificação que pula em sua tela de bloqueio. O aplicativo da técnica pomodoro de estudos impede que ela consiga abrir suas mensagens, e ainda faltam dez minutos para o fim de sua sessão de leitura — Lily só respira fundo e volta seus olhos para o livro didático e suas anotações. Com a disciplina de quem está acostumada a ignorar as demandas digitais da vida em favor de árduas horas de estudo, ela continua lendo com afinco, tão concentrada que o app tem de vibrar seu despertador três vezes até que Lily perceba que finalmente pode dar-se ao luxo de cinco minutos de pausa.

Ela suspira alto quando a contagem regressiva de cinco minutos começa, e espreguiça-se como um gato, os braços acima da cabeça, dedos entrelaçados e corpo indo para o alto até que ela ouve suas costas estalarem de forma leve. Lily boceja, e, agora que seu celular não está mais no silencioso, ele pipoca com pequenos sons de notificações.

Alguém criou uma conversa em grupo com vários residentes da Grifinória — e parecem estar planejando alguma coisa que Lily, por ter perdido o início da conversa, não consegue entender exatamente o quê é. Vários números desconhecidos discutem horários para a semana que está por vir, perguntando aos demais participantes se todos estão de acordo.

Lily faz a única coisa que lhe parece razoável: digita “?????” e aperta ‘enviar’ sem hesitação.

Os próximos segundos são passados com pessoas dando as boas-vindas à Lily na conversa — e até mesmo Marls manda um gif de olá, o quê deixa Lily ainda mais desconfiada. Marlene não é residente da Grifinória — na verdade, ela nunca nem morou no campus! Tudo bem, McKinnon já foi contrabandeada para dentro do dormitório vezes o suficiente (benefícios de ser amiga de dois dos RAs), mas ela está longe de ser uma residente permanente.

A conversa pessoal de Lily com Remus surge nas notificações mais recentes e ela abre-a esperando encontrar todas as respostas para suas dúvidas.

[remmie ☾ 09:53] lil

[remmie ☾ 09:53] n achei q fsse chegar em vc

Lily arregala os olhos diante da mensagem de Remus. Ela sente seu estômago colando-se em suas costelas e precisa engolir em seco antes de digitar uma resposta.

[09:53] hmmm

[09:54] o que tá acontecendo???

[remmie ☾ 09:54] black.

[remmie ☾ 09:54] juro por deus q n sei o q rola c ele!!!

[09:54] remus plmdds deixa de ser misterioso

[remmie ☾ 09:55] tá dsclp

[remmie ☾ 09:55] ele tá organizndo um Conselho de Guerra

[remmie ☾ 09:55] (cm Letras Maiúsculas pq sirius black eh um dramático da porra)

Em resposta a isso, um risinho entretido escapa de Lily sem que ela sequer se dê conta. O app de estudos soa o alarme de que sua pausa curta terminou, mas Lily prontamente ignora-o e volta para a conversa.

[09:55] caralho???

[remmie ☾ 09:56] é entao

[remmie ☾ 09:56] aparentemnte eh p planejrmos nossa vingança contra a sly

[09:56] isso ainda não explica pq ///EU/// tô na conversa

Lily quase consegue ouvir o suspiro de Remus, vindo de muitos andares abaixo de si, e acha divertida a frustração do amigo. O tal Black definitivamente dá nos nervos de Remus, mas Lily não sabe se é na melhor ou pior das maneiras — viu muito pouco das interações deles para chegar a alguma conclusão. Enquanto isso, a conversa em grupo está em chamas porque Lily finalmente apareceu e, aparentemente, ela era a única pessoa que faltava visualizar as mensagens. Ela passa os próximos minutos lendo o quê pode, ainda ignorando o aplicativo que urge para que ela volte para o livro-texto. Ainda por cima, Lily começa a receber mensagens privativas de Marlene, Alice e de um número que ela não reconhece.

[marls ♛ 09:56] ei nerd

[alice fortescue 09:57] Oi, Lily! Tudo bom?

[número desconhecido 09:57] evans! É o black. Blz?

Ela responde Marls e Alice primeiro, e depois salva o número de Black em seus contatos. É o tempo que ele precisava para explicar, de grosso-modo, o quê pretendia ao jogar Lily numa conversa em grupo — embora ele não esclareça onde conseguiu o número dela e Lily não tenha energia o suficiente para fazer essa pergunta no momento. Pelo que consegue perceber, Black tem seus contatos e jeitos de conseguir todas as coisas que deseja. Além do mais, Lily é uma RA: suas informações não são tão secretas assim para os residentes da Grifinória.

As conversas com Marlene e Alice continuam — as duas interessadas em saber o quê Lily pensa sobre a convocação extraordinária de Black, como se ele fosse o soberano todo-poderoso da Torre da Grifinória. A única opinião de Lily, no momento, é que todo esse fuzuê está atrapalhando o quê deveria ser uma manhã tranquila de estudos antes que ela tenha que ir pro laboratório pela tarde inteira: sentimento que ela expressa para Rem e Marls, mas que oculta de Alice. A garota não tem nada a ver com os horários doidos de Lily.

[sirius black 10:09] Então vc vai?

[10:09] eu n faço IDEIA do que posso add as ideias mirabolantes de vcs, black

[sirius black 10:10] Ah vamo lá, princess

Ao apelidinho irritante, Lily só solta um som que acumulara-se no início da sua garganta. Não era ela que há poucos segundos estava acusando Black de ser um déspota maquiavélico? Parece que ele tem a exata mesma impressão em relação a ela, e por algum motivo isso diverte Lily horrores. Enquanto digita uma resposta para ele, seu celular vibra uma notificação de outra conversa, que Lily abre logo depois de apertar ‘enviar’.

[alice fortescue 10:11] Bom, parece uma boa forma de conhecer o pessoal do prédio!

Pobre Alice. Ela parece tão ansiosa por conhecer gente nova e fazer amigos — Lily gostaria de dizer que participar de um conselho de guerra e ajudar a planejar algo que pode ter impacto prejudicial em seu currículo acadêmico pode não ser a melhor forma de começar o ano letivo, mas não sabe como fazê-lo. Há alguma coisa em Alice que faz com que Lily tenha ânsia de protegê-la de todo o mal do mundo, o quê é absolutamente ridículo.

Acima de tudo, Lily entende a necessidade de se encaixar e de ter um sistema de apoio quando se está longe de casa. É por isso, ela diz para si mesma enquanto finalmente encerra o app de estudos que tem apitado incessantemente nos últimos quinze minutos, que simpatiza com Alice.

[10:12] //interessante// vai ser com certza

[10:12] mas n sei se vou poder ir

[alice fortescue 10:13] Ah

[alice fortescue 10:13] Eu queria ir. Parece que vai ser, pelo menos, engraçado.

[alice fortescue 10:13] E você é a única outra pessoa que eu conheço do dorm...

Lily suspira audivelmente, seu instinto protetor já dando as caras. Ela põe o celular na mesa e massageia suas têmporas com vontade, aplicando pressão nos pontos certos, até que a sombra da dor de cabeça que estava sentindo desaparece. Lily pensa em Alice, e em como Alice ajudou-a com toda a meleca das tintas em suas roupas e cabelos, quando não tinha obrigação nenhuma e na realidade mal conhecia Lily. A garota foi gentil e atenciosa, e Lily sente-se na obrigação de retribuir o favor — isso, e não pode deixar alguém com tão boa vontade cair nas garras de prankster de Sirius Black.

Ela abre sua agenda, todos os dias de sua semana minuciosamente planejados, e encontra duas janelas: uma para recuperar o tempo que perdeu nessa sessão de estudos; outra, para o maldito Conselho de Guerra que Black quer convocar. Lily abre a conversa em grupo e digita rápido, enviando a mensagem logo em seguida, para que não haja tempo de mudar de opinião.

[10:15] eu só posso na quinta

[10:15] 17h45

[sirius black 10:15] Esse é um horário bem específico, princess

[10:15] é pegar ou largar

[alice fortescue 10:16] Esse horário é bom pra mim!

[marls ♛ 10:16] pra mim tb! ️

[número desconhecido 10:17] vai ser logo depois do treino de futebol,,

[número desconhecido 10:17] mas fechou!

[remmie ☾ 10:17] er.......... ok???????

[sirius black 10:18] Ótimo! Tá marcado!

[10:18] não se atrasem!!!!!

O resto da conversa volta a velocidade total assim que Lily digita sua última mensagem, e ela a silencia sem dó. Alice agradece com muitos emojis o engajamento de Lily, que se sente um tantinho mais feliz por ter feito algo legal por sua colega de dormitório. Ela gostaria que a sua RA fosse gentil desse jeito quando Lily chegou na Grifinória, e saber que está realmente cumprindo sua promessa de que seria mais legal que sua predecessora deixa Lily bastante satisfeita. Ela responde Alice, mas ignora Rem e Marls, pretendendo voltar aos seus estudos e aproveitar tanto quanto pode antes de ter de correr.

Às vezes, Lily pensa consigo mesma, a vida é o quê acontece nas pausas entre os estudos... Ela ri consigo mesma, diante da sua tentativa em filosofar, e dá reset no seu já frustrado timer de estudos.

Ela consegue ler mais do que achava que conseguiria, e por algum milagre do destino ainda tem tempo de tomar um banho rápido antes de descer correndo para pegar alguma coisa para almoçar no caminho do laboratório. E é assim que Lily passa os próximos dias da semana: indo da Torre da Grifinória para suas aulas e seus expedientes no laboratório de pesquisa, revisando anotações enquanto corre na esteira da academia no subsolo e respondendo as mensagens de Marlene e Remus quando pode. Até mesmo esbarra em Alice algumas vezes pelos corredores, e se permite conversar um pouco com a novata, que parece fascinada com suas aulas, descrevendo professores e sua carga de trabalho.

Até agora, Lily não teve que passar noites em claro enquanto estuda e equilibra relatórios com leituras, mas sabe que, conforme o semestre for avançando, isso certamente estará no seu futuro. Os professores não reservam nenhuma piedade para os estudantes de medicina, e, embora Lily queira especializar-se em pesquisa, ainda terá que cumprir uma quantidade absurda de horas em plantões num futuro não muito distante. O pensamento é igualmente aterrorizante e animador — a balança pende pra um lado ou outro dependendo do humor de Lily.

É quando ela está na sessão do refeitório que fica sempre disponível aos habitantes da Grifinória, independente do horário, na quarta-feira antes do Conselho de Guerra, que Lily é emboscada. Não é o seu melhor momento: ela está de pijamas e cabelo sujo, preso num coque ridiculamente alto, tentando alcançar uma das tigelas de porcelana para fazer macarrão instantâneo, quando um flash de cor debaixo da meia-luz do refeitório faz com que ela quase grite, espantada.

— Ei, princess!

Mas é claro que Lily, nos poucos momentos de paz que teve em seu dia maluco, iria encontrar com Sirius Black. Se ela está sendo sincera consigo mesma, é, ela tem ignorado um pouco as mensagens curiosas e desnecessariamente intimistas que ele tem mandado para seu celular, desde que conseguiu o seu número. (Remus demorou um pouco, mas depois de alguma pressão e das ameaças de Lily de roubar toda a sua insulina, acabou por admitir que foi ele que passou o número dela para Black. Ela o perdoou com facilidade — principalmente porque ele se ofereceu para revisar a gramática e ortografia de seus relatórios.)

— Black — Lily cumprimenta, com um suspiro, mas não se vira, deixando a água quente cair no macarrão que mais parece plástico e cobrindo a tigela com um prato, para que ele infusione e fique comestível. — Oi.

— Parece que não fui o único a perder a hora do jantar — ele diz, tomando o lugar de Lily diante da estação de aço inoxidável. — Fiquei até tarde jogando bola.

Ela murmura um “hmmm” desinteressado, sacando o celular e passando pelo feed do Instagram. E, para sua surpresa, uma das primeiras fotos que vê é de Marlene — com Sirius. Ela estava sorrindo e piscando um olho pra câmera, os cabelos presos firmemente e os fones de ouvido envolvendo-lhe o pescoço; ele passou um dos braços pelos ombros de Marls, sorrindo abertamente e fazendo o sinal de paz com os dedos para a câmera. A foto parece ter sido tirada ao ar livre, perto das quadras desportivas; a legenda diz: “finalmente encontrei JOGADORES À MINHA ALTURA nessa universidade!!!”, seguido de vários emojis. Lily ergue uma sobrancelha, mas dá dois toques na tela de qualquer maneira, abrindo os comentários ao mesmo tempo em que o coração na borda inferior da foto fica perigosamente vermelho.

 — Com a Marls? — Lily questiona, continuando a conversa como se não tivesse passado os últimos minutos em silêncio. Black, que já tinha voltado sua atenção para o preparo do miojo, olha para ela intrigado. — Jogando bola — tenta esclarecer, de maneira nada eloquente.

— Ah, McKinnon! — ele abre um sorriso enorme, e Lily, que não tem interagido decentemente com seres humanos há quase um dia inteiro, mal consegue conter o rolar de seus olhos. — Sua amiga manda muito bem, Evans.

Um sorriso de canto repuxa os lábios de Lily, e uma espécie de calor se acomoda em seu estômago — uma espécie engraçada e despropositada de orgulho. A amizade de Lily não influenciou em nada a aptidão de Marlene pro futebol; Marls joga desde criança, e Lily sabe que ela tem um número impressionante de troféus e medalhas em casa. Ainda assim, ela sente seu ego inflar um pouquinho, como se Marlene ter escolhido ser sua amiga fosse uma realização digna de nota. E talvez seja, porque Marlene é uma daquelas pessoas que, apesar de ser bastante simpática e educada com aqueles que retribuem sua polidez, não tem muitos amigos íntimos. Às vezes, Lily acha que ela gastou toda a sorte que tinha direito tendo amigos maravilhosos — mas aí ela lembra-se de Snape, e o pensamento logo azeda em sua boca.

Eles sentam-se juntos, e, embora Lily tenha se juntado a Black mais por educação do que por qualquer outra coisa, tem que admitir que ele não é má companhia, apesar de seu miojo ser completamente insano: ele enfiou a tigela num micro-ondas, evaporando toda a água do macarrão e deixando-o numa consistência bizarra, e depois jogou uns quatro pacotinhos de manteiga em cima da pilha fumegante de massa e misturou tudo sem muita delicadeza. Lily observa o processo, simultaneamente impressionada e enojada, divertindo-se tanto que até faz um boomerang de Sirius completamente compenetrado na confecção de seu jantar.

Lily mostra o videozinho de poucos segundos para Sirius, que ri e pede para que ela poste e marque-o; o quê Lily até faz, depois de rir do user dele (@acanismajoris) e segui-lo. Os dois comem em silêncio — Sirius parece perceber que Lily não está lá muito a fim ou muito apta a jogar conversa fora, e ela é grata por ele não tentar forçar a barra. É bom ter alguns minutos em que a cabeça não está ocupada por leituras e descrições de patologia, onde tudo que existe é o barulho dos talheres contra a porcelana, e a única preocupação de Lily é se alimentar para poder ir dormir.

— Você não tá esquecendo de amanhã não, né? — pergunta Sirius, desconfiado, conforme os dois depositam a louça suja no lugar apropriado.

— Como se você fosse me deixar esquecer — ela responde, estalando a língua contra os dentes. Ele tem a pachorra de rir diante da irritação dela. — Ainda não entendi porquê a minha presença é tão importante, mas...

— Não se preocupa não. Você vai entender, princess.

Os dois se despedem no hall de elevadores, os tons mutantes de vermelho da decoração se desbotando nas pontas, provavelmente por conta do cansaço de Lily. Ela dorme sem muitas dificuldades, assim que cai na cama, e por alguma misericórdia divina consegue abocanhar as 7 horas e meia de sono que almejam todos os estudantes de medicina. A manhã será passada no laboratório, porque Lily tem aula à tarde, e à noitinha vai acontecer a temida e esperada reunião — mas Lily nem tem muito tempo pra pensar nisso, conforme lava e seca o cabelo, na correria, passando no refeitório para filar o café-da-manhã e correndo em seguida para o laboratório.

Francamente, Lily não sabe mais como viver uma vida calma e sossegada, sem ter que ficar fazendo malabarismos com seu tempo entre amigos, aulas, pesquisa e lazer. (É importante notar que, de forma bastante preocupante, as refeições estão ausentes na lista de prioridades de Lily, mas paciência.) Ela considera que não saberia mais voltar ao ritmo lento de sua infância em Surrey, especialmente quando lembra da forma morosa pela qual seus pais conduziam suas vidas.

Dividindo sua atenção entre o microscópio com seu experimento e seu caderno de anotações, Lily passa uma manhã até que calma, sem surpresas. Ela divide o laboratório com mais quatro estudantes de medicina, todos de diferentes períodos e com diferentes horários; hoje, por exemplo, está sozinha dentro do ambiente controlado, prestando irrestrita atenção ao ritmo de replicação das células na sua lâmina. Conforme a hora do almoço vai se aproximando, Lily permite-se relaxar, espreguiçando-se e fazendo alongamentos logo quando seu turno caminha para o fim e arruma sua estação de trabalho. Lily transfere as anotações de seu caderno pessoal para um arquivo de texto no computador, dando seu expediente por encerrado precisamente ao meio-dia e meia.

Ela tira o jaleco, pendurando-o no gancho com seu nome marcado em caneta permanente, que fica perto da porta de saída, e assim que sai pro corredor ouve uma voz conhecida. Virando em seus calcanhares, Lily consegue avistar os cabelos de Marlene mesmo à distância — e soergue uma das sobrancelhas ao reconhecer a amiga. Marlene está conversando com um rapaz que parece vagamente familiar, bem mais alto que ela, de membros lânguidos e postura perfeita. Os anos de experiência fazem com que Lily identifique sem dificuldades um filho das classes mais favorecidas, e seu primeiro instinto é rolar os olhos. Todos os cursos têm as pessoas que se acham superiores às outras por conta de sua situação financeira — mas a medicina apresenta uma demografia de filhinhos de papai muito superior aos demais.

— Marls!

Marlene vira-se, seus grandes olhos arregalando-se mais ainda, diante do susto, e suas feições se suavizando ao ver Lily. Marls despede-se do rapaz desconhecido, que acena também para Lily — e isso só reforça as suspeitas de que deve tê-lo visto por aí, em algum lugar. Bem, ela pondera, ele tá no prédio do meu curso... Temendo ser mal-educada, Lily acena de volta — e ele logo desaparece para dentro de um dos banheiros.

— Olá — cumprimenta Marls, entrelaçando um dos braços nos de Lily e ficando na ponta dos pés para estalar um beijo na bochecha dela. — Não sabia que você conhecia o James.

— James? — Lily pergunta, confusa, franzindo a testa. As duas começam a caminhar para o térreo, onde encontra-se o refeitório.

— É. James Potter? — Marlene aponta com o dedão para onde estava conversando com o cara desconhecido, há poucos instantes. — Vocês literalmente acabaram de se cumprimentar, Evans.

— Ah. — Lily sente as bochechas esquentarem diante da declaração embaraçosa que terá que fazer. — Eu não tinha certeza se o conhecia mesmo. Ele pareceu familiar, mas...

— Também pudera — Marls afirma, categórica. — Ele é da Grifinória!

Lily só dá de ombros e solta os cabelos que estavam firmemente presos num coque baixo, empurrando seus livros para Marlene para que possa desembaraçar os cabelos com os dedos.

— Eu tenho estado ocupada, se é que você não percebeu — rebate Lily, empurrando Marls com o ombro. — Mas, ei — Lily pausa, subitamente percebendo que o prédio em que Marlene tem aulas é do outro lado do campus —, o quê você está fazendo aqui?

Marlene agita os cabelos de um lado pro outro e aponta para o celular de Lily, na pilha de livros e cadernos que está carregando.

— Há quanto tempo você não checa suas mensagens? — Lily enrubesce, e sabe que Marlene deve estar apreciando a visão de suas bochechas tingidas de cor com tanta frequência. — Falei que vinha almoçar com você.

— Mas, Marls, eu tenho...

— ... aula, às duas. — Marlene sorri de canto, satisfeitíssima consigo mesma. — Eu sei, babe. Mas parece que faz séculos que não nos vemos! E está cedo demais no semestre pra você ficar sumida por conta de suas obrigações acadêmicas. Que são muitas. Obrigações demais pra serem consideradas saudáveis, se eu posso ter uma opinião...

Lily só suspira e pega seus livros de volta, deixando seus cabelos soltos. Ela espera, porque alguma coisa no tom de Marlene sugere que ela não terminou ainda de discursar, embora sua desaprovação dos hábitos de estudo de Lily esteja clara.

— E eu também queria ter certeza que você não vai furar o rolê!

— Ah, agora sim! — Lily ri, alto, e logo em seguida sente os dedos de Marlene cutucando-lhe as costelas, o rosto da amiga retorcido em uma expressão contrariada. Lily usa o braço livre para abraçar Marls pelos ombros, beijando-lhe a têmpora. — Isso é mais sua cara.

As duas alcançam o refeitório e deixam suas bolsas e materiais em uma das mesas ao lado das janelas. Em seguida, entram na fila da comida e continuam conversando amenidades. Marls pergunta de Alice, que conheceu na conversa em grupo, e Lily conta-lhe o quê sabe de Fortescue, que não é muita coisa; a colorização automática de Alice parece interessar Marlene, no entanto, e ela passa o resto do almoço especulando como deve ser ver cores desde sempre. Lily dá de ombros, tentando não encarar os diversos pontos vermelhos do refeitório, e avalia o avanço de sua colorização em silêncio.

Desde domingo, as coisas têm permanecido no mesmo estágio de vermelho. Sua mente científica diz-lhe que isso é normal; afinal de contas, o processo é demorado, e Lily deve esperar ganhar cores aos poucos. Mas ela também sabe que as cores só aparecerão se ela passar tempo com sua alma gêmea, e, no presente momento, ela não tem nenhuma noção de quem essa pessoa pode ser.

Lily só tem uma lista de pessoas que não são suas almas gêmeas: Marlene, Remus, Dorcas... Não ajuda nada o fato de que sua colorização começou bem no início do semestre, em que Hogwarts está explodindo de calouros e ela foi apresentada a todo um dormitório de novatos. Lily conheceu pessoas novas em seu laboratório, em suas aulas, na balada, em seu prédio, nos refeitórios... Só a ideia de que um dia terá que sentar-se e efetivamente investigar o processo que está acontecendo consigo já lhe dá dor de cabeça.

Por isso, ela faz o quê lhe parece mais sensato, embora não seja nada corajoso: Lily age como se nada estivesse acontecendo e como se o mundo ao seu redor permanecesse preto, branco e tons de cinza. Terminando de almoçar, Marlene deixa Lily na porta de sua sala e sai correndo para sua aula, fazendo com que Lily prometa que estará, com certeza, na sala de recreação da Torre da Grifinória às 17h45.

Lily sente-se sortuda por ter três horas de aula pela frente, para poder se distrair da loucura de Marlene e da conversa em grupo que está explodindo e devidamente silenciada em seu celular. Ela deixa o prédio sentindo-se levemente anestesiada, como sempre acontece depois de uma aula tão cheia de informações como essa, e já planeja sua noite ao redor de passar a limpo suas anotações, com mais cuidado e esmero, conferindo as informações no livro-texto e na apresentação que a professora usou na aula.

É aí que ela sente o celular vibrando no bolso de sua calça e vê a mensagem de Remus.

[remmie ☾ 17:12] oi tudo bem vc quer dar um bolo no conselho????

[remmie ☾ 17:12] pq eu quero

[remmie ☾ 17:12] tipo muITO

[17:13] lkasjfdksahdkjfhksdjhah

[17:13] babe o q aconteceuuu

[remmie ☾ 17:13] nada

[remmie ☾ 17:14] eu só prefriria estr em qq lugar

[17:14] sutil

[remmie ☾ 17:14] ?????

[remmie ☾ 17:14] o q vc qr dizer c isso lil

[17:15] nada

[17:15] mas eu tenho q ir

[17:15] prometi p marls E alice

[remmie ☾ 17:16] a marls te ameçou c danos corporais?

[17:16] tipo isso

[17:16] te vejo lá, ok?

[remmie ☾ 17:17] deus nos ajude

[17:17] amém

Lily põe para tocar no Spotify uma de suas playlists de música indie conforme caminha de volta para o dormitório, apertando o passo para ter tempo de jogar suas coisas em seu quarto antes de ter que encarar metade do prédio no quê, Lily sabe no fundo de seu coração, vai ser uma reunião para decidir como quebrar uma centena de regras do código de conduta. Ela está igualmente aterrorizada e interessada na ideia maluca de Sirius em se vingar da Sonserina. Lily pensou que acharia toda essa história ridiculamente infantil e nada congruente com o fato de que são todos alunos, a grande maioria na pós-graduação — mas a mera imagem mental de todos os sonserinos frustrados e incomodados com algo tão inofensivo como um banho de tinta nos seus RAs é surpreendentemente divertida.

Ela caminha no ritmo da música, chegando no dormitório junto com uma manada de estudantes que saem das aulas da tarde. O refeitório começa a encher, as pessoas se acumulando numa fila do lado de fora, no corredor que dá no hall de elevadores. Lily acena para as pessoas que a reconhecem, mas não tira os fones dos ouvidos e chama o elevador para ir ao seu andar. Chegando em seu quarto, ela chuta os sapatos para longe, joga sua bolsa a esmo e deposita os livros em cima de sua cama. Lily se espreguiça e boceja, pausando a música e indo ao banheiro para molhar um pouco o rosto e espantar um pouco o cansaço.

Alguém bate em sua porta e Lily não precisa abrir para saber que é Alice que a espera do lado de fora, com um sorriso tímido. Ela só grita que a porta está aberta e ouve o barulho de alguém tirando os sapatos e entrando no seu quarto. Alice aparece em seguida, com seus óculos de armação grossa e franja impecável na altura dos olhos, sorrindo sem mostrar os dentes.

— Oi, Lily.

— Oi. — Lily sorri, por cima do cansaço. — Tudo bem?

— Sim! Estou empolgada! — Alice responde, inquieta, e ajeitando a armação no rosto. — E você?

— Bem também. — Lily pega seu celular e sua carteira, mexendo em sua bolsa para achar seu hidrante labial. — Muito curiosa sobre o quê Sirius quer comigo, mas um pouco irritada com todo esse mistério. — Lily rola os olhos enquanto hidrata os lábios e Alice ri baixinho. — Estou pronta. Vamos?

As duas pegam o elevador até o subsolo, jogando conversa fora — Alice diz que Frank pediu detalhes sobre a reunião e que está tão animado quanto ela, querendo saber se vai poder ajudar, mesmo morando fora do campus. Lily acha tudo isso extremamente fofo: Alice e Frank combinam tão bem, mesmo não sendo almas gêmeas... Oops, Lily, não vamos pensar nisso, ela diz para si mesma, assegurando Alice que com certeza podem achar algo para Frank fazer.

Quando chegam no subsolo e Lily tem sinal de novo, várias mensagens pipocam em seu celular, mas ela as ignora: sabe que são de Marlene e Remus, e vai vê-los dali a alguns segundos. Lily pausa em frente à porta da sala de recreação, que explode com vozes em diferentes volumes, e respira fundo. Alice lhe dirige um olhar empático e, conforme Lily expira, abre a porta quase que com violência.

Ninguém para de falar, e ninguém parece perceber sua presença — a não ser por Sirius, que levanta o olhar e, ao ver Lily e Alice no batente, abre um sorriso enorme.

— Evans! Fortescue! — Ele pula de onde estava sentado na mesa de sinuca e caminha até as duas. — Que bom que resolveram se juntar a nós.

— Você fala como se eu tivesse escolha, Black — responde Lily, num tom doce, mas olhando para Sirius de forma ameaçadora. Ele apenas ri e as conduz, desnecessariamente, até algumas cadeiras de armar que estão espalhadas pela sala.

— Gente! — Ele chama a atenção do resto do pessoal. Lily consegue ver Remus sentado no fundo, celular em mãos, escrevendo furiosamente: quando vê Lily, interrompe-se imediatamente e faz uma careta. Ela ri baixinho, mas Sirius continua. — Lily chegou. Evans, não sei se você conhece todo mundo...

Black apresenta Lily a alguns rostos conhecidos mas anônimos, e ela identifica o rapaz que estava conversando com Marls, mais cedo, apoiado contra a mesa de sinuca. O cara — James, ela se lembra, no último segundo — acena com a cabeça e ela retribui o cumprimento de maneira descontraída. Depois das apresentações, Sirius senta-se na mesa de sinuca, ao lado do amigo, e pega uma das bolas de bilhar e fica lançando-a no ar enquanto a conversa é reanimada. Sirius declara que ainda está faltando Marlene, e que vão esperar mais alguns minutos para que ela chegue.

Lily pega Alice pela mão e senta-se perto de Remus.

— Você se atrasou! — Ele diz, em tom acusatório. Lily finalmente tira o celular do bolso e vê as dezenas de mensagens aterrorizadas de Remus. — E Marlene também não tinha chegado ainda! Aí eu tive que ficar aqui, conversando com pessoas que eu não conheço.

Lily rola os olhos.

— Rem, nós atrasamos cinco minutos. Calma aí.

Ele parece prestes a dizer alguma coisa quando Marlene entra, e grande parte da sala comemora por poder dar início à reunião. Marls acena para Lily, Remus e Alice, mas não vai se sentar com eles: para a surpresa de Lily, ela senta-se na mesa de sinuca, ao lado de Black e Potter. Lily pisca em confusão mas prefere ficar calada.

— Agora sim podemos começar! — Black exclama, batendo as mãos e abrindo um sorriso enorme de novo. — Nossos convidados de honra, por favor, venham pra cá.

Convidados de honra?

Todas as cabeças da sala viram-se na direção de Lily e Remus, num movimento único e fluído. Alice não se controla e ri, escondendo-se por detrás de suas mãos, e Lily cede diante da pressão social e fica de pé. Ela fuzila Marlene com o olhar, numa intensidade que assusta metade dos ocupantes da sala, mas não McKinnon, e acaba por sentar-se ao lado da amiga. Remus está tentando o seu melhor não parecer frustrado e contrariado, mas Lily sabe que ele odeia ser o centro das atenções e por isso pega uma das mãos dele na sua, entrelaçando seus dedos nos dele e descansando a cabeça em seu ombro. Ele relaxa um pouco debaixo do toque amigável de Lily, mas ainda está tremendamente desconfortável e evitando olhar para Black.

Sirius, por sua vez, parece muito satisfeito com o tanto de gente que apareceu para sua reunião nada secreta. Lily tenta se lembrar do número de pessoas que participam da conversa em grupo, e acaba palpitando que a maioria apareceu. Agora que está se dando ao trabalho de olhar para todo mundo, reconhece até alguns dos outros RAs: Mary, Bea, Henry e Gideon. Eles são os que mais se divertem ao verem Lily e Remus tão claramente fora de seu elemento, e Lily quase estira a língua em provocação, querendo apagar os sorrisinhos de seus rostos, mas tenta controlar seu temperamento.

— Boa noite, senhoras e senhores — Black começa, ficando de pé e espanando as mãos nas calças. Seu amigo Potter está com os lábios apertados numa linha fina, os olhos brilhando, tentando não rir, e Lily sente uma antipatia súbita por ele. — Vocês sabem porquê estamos aqui...

— Na verdade, não sabemos — interpela Lily, em tom neutro, quase morto, mas sem conseguir interromper Sirius.

— ... então não vou tomar mais de seu precioso tempo. — Um murmúrio de concordância toma de conta da sala e Lily franze as sobrancelhas em confusão. — Todos fizeram o dever de casa?

— Dever de casa? — ela inquire quase silenciosamente para Marls e Remus, os únicos que conseguem ouvi-la. — Do quê Black está falando?

Ao redor deles, a sala explode em atividade, com diferentes pessoas de diferentes cursos e momentos acadêmicos falando por cima das outras. Marlene só dá uma risadinha e inclina-se na direção de Lily, para que possa ser ouvida sem ter que levantar a voz.

— Qual foi a última vez que você leu a conversa? — Quer saber Marls, com um olhar de quem tem plena consciência de qual vai ser a resposta de Lily.

Lily apenas dá de ombros — não há motivo para mentir pra Marlene, que sabe muito bem que ela só abre a janela para acabar com as notificações, ao invés de se preocupar com o conteúdo das mensagens. Marlene estala a língua em resposta, muito desaprovadora.

— Sirius pediu pra todo mundo trazer ideias sobre como nos vingarmos da Sonserina — esclarece Marlene, enquanto Lily consegue ouvir planos mirabolantes que envolvem a caixa d’água do dormitório sonserino e até mesmo seu sistema de aquecimento. — E o pessoal parece tá muito empolgado!

Lily olha imediatamente para Remus quando alguém menciona fantasiar a estátua do patrono da Sonserina como uma tartaruga ninja. Silenciosamente, os dois chegam à conclusão de que têm que se afastar dessa reunião o quanto antes, se desejam manter suas bolsas de estudo.

— Ok, tá tudo muito divertido — Lily começa, levantando-se e passando as mãos nervosamente pelos cabelos. Black gira em seus calcanhares e encara-a com uma sobrancelha soerguida. — Mas esse é o último lugar em que nós — ela aponta para si mesma e para Remus, e depois para os demais RAs — deveríamos estar.

— Mas vocês são os mais interessados! — diz Sirius, como se Lily tivesse acabado de desdenhar de seu corte de cabelo. — Vocês foram os alvos da crueldade da Sonserina!

— Nós só levamos tinta na cabeça, Black — Remus rebate, de maneira calma e centrada. — Não foi exatamente a invasão da Polônia.

— Mas os nazistas invadiram a República Tcheca antes da Polônia — observa Potter, por cima do seu bloquinho de papel aonde estava anotando todas as sugestões disparadas por todo mundo na sala. — E todo o objetivo aqui é impedir que a guerra nesse estágio.

— Não acredito que você está sugerindo um ataque preemptivo no contexto de dormitórios universitários — Remus diz, incrédulo e simultaneamente impressionado.

— Na verdade tá mais pra retaliação — corrige Potter. — Eles já atacaram.

— Ei, nerds, o ponto não é esse! — Lily chama a atenção dos três rapazes para si. — Em primeiro lugar que comparar a rivalidade entre a gente e a Sonserina com a Segunda Guerra Mundial é, no mínimo, desnecessariamente dramático e um tanto desrespeitoso. — Isso faz com que Potter e Remus desviem o olhar dela e prefiram encarar as paredes. — Em segundo lugar, se a administração souber que qualquer um dos RAs esteve envolvido em planejar travessuras contra outro dormitório, nós vamos ser exonerados assim! — Lily estala os dedos para ilustrar seu ponto, e vê que suas palavras têm efeito no rosto de seus colegas. — E aí vocês não vão mais ter RAs que são simpáticos à causa de vocês.

Diante das últimas palavras de Lily, os rostos de Black e Potter se iluminam.

— Então você também acha que a gente tem que pagar os sonserinos na mesma moeda? — pergunta Sirius, genuinamente curioso.

— Eu acho que pode ser divertido — Lily responde, com um dar de ombros. — E eu com certeza não vou ficar no caminho de vocês. E isso porque, vejam bem, nenhum de nós soube dessa reunião ou das intenções nefastas de vocês. — Ela vira-se para poder encarar Potter e Black nos olhos, e alguma coisa no rosto de Potter faz com que ela pause, incerta. Lily espanta essa impressão pra lá antes de continuar. — Façam o quê quiser, só deixem a gente fora disso.

— É, Black — é Mary quem fala, ficando de pé e pondo-se ao lado de Lily. Os outros RAs parecem acenar em concordância unânime, e Lily sente-se aliviada. — Nós precisamos dessa bolsa.

— Nós podemos dar cobertura pra vocês — sugere Gideon, com um sorriso travesso. — Não vemos nem ouvimos nada. — Ele procura cada um dos RAs com um olhar inquisitivo, e a única resposta de Lily é um aceno de cabeça. — E vocês negam qualquer participação nossa, caso forem apanhados.

Sirius troca um olhar com Potter e ambos abrem sorrisos idênticos ao mesmo tempo.

— Fechado.

Lily sente um alívio imenso espalhar-se por seu estômago e expira fundo, apoiando-se contra a mesa de sinuca. Ela ainda vai ter a oportunidade de ver o resultado das maquinações malucas de Marls, Black e Potter em primeira mão, sem todo o estresse de ter que defender-se com a Professora McGonagall. Menos uma coisa que faria com que ela perdesse o sono à noite — embora os motivos para preocupação só estejam se acumulando...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

antes de continuarmos essa fic, sinto que preciso esclarecer que 1) eu nunca estudei em universidade gringa, então a minha experiência vem principalmente de livros/séries/filmes e provavelmente não resulta em descrições precisas; e 2) não sou estudante de medicina, então não faço IDEIA do que acontece nesse curso e vou 100% improvisando conforme eu sigo em frente, baseando as experiências da lily nas histórias de uma amiga minha que é estudante de medicina. (bjs pri!!!) pfvr hidratem-se e não negligenciem alimentação/horas de sono por conta da escola/universidade.

não sei se vocês perceberam, mas agora temos uma capa! que foi feita pela linda, talentosa e estonteante montilyet, com quem eu escrevo uma outra fic jily.

por fim, meu humor é excessivamente nerd, o quê acaba passando para lily & seus amigos. espero que vcs gostem fjfoskfw

comentários são amor!!! até a próxima e obrigada por lerem!!! ♡



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "komorebi" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.