—Carmen! – Bella entrou gritando pela governanta.

—O que foi menina, quanto desespero. Aconteceu algo com seu avô? – Carmen se virou assustada quando Bella entrou na cozinha.

—Não, o vovô continua na mesma. Quero que prepare três quartos de casal, para agora. - ordenou.

—Teremos visitas?- perguntou espantada, ninguém ia a casa, a não ser em festas.

—Sim Carmen, a família do meu marido está vindo morar aqui. Dê uma arrumada no meu quarto também, separe um espaço para ele colocar suas coisas. – pegou uma maçã e começou a comer ignorando o olhar assustado da governanta.

—Vai ficar aí parada sem me contar nada? Como assim marido?

—Até parece que não sabe de nada, sei que está de armação com o vovô, e sabe muito bem da condição que ele propôs para que ficasse com a herança.

—Não tenho nada a ver com isso menina, mas me diga como ele é?

—É homem. - se levantou irritada, ela sabia que Carmen estava envolvida com isso.

—Só isso que tem a dizer?

—Sim, agora faça o favor de fazer o que mandei, eles já estão chegando. Paul foi leva-los até onde estavam hospedados e já está voltando com eles.

—Sim senhorita, mas como foi isso, como se conheceram?

—Ai mulher deixa de ser curiosa. O conheci no hospital. A mãe dele está mal, ofereci ajuda em troca do casamento.

—Não acredito que fez isso, é horrível. – a repreendeu.

—Sem chatices. – Bella começou a andar em direção ao quarto, e Carmen estava em seu encalço.

—Ah, mas você vai ouvir. Não era isso que seu avô queria. Ele quer te ver bem e agindo certo. E não obrigando você a se casar e agir de uma forma tão desonesta.

—Não queria me obrigar? Vocês acham o que? Que tenho algum amor escondido por aí e que me casaria com ele? Pois fique sabendo que não, eu não tenho nada e nunca terei, não acredito em amor e me casando só obrigada mesmo. -gritou segurando o choro.

—Menina, as coisas não são assim, você ainda vai encontrar alguém que ame e seráfeliz. Quem sabe esse rapaz não é o amor da sua vida.

—Carmen entenda de uma vez, eu não nasci para o amor. Todos que eu amo morrem. Então pare com essa conversa de amor e que serei feliz e me deixe em paz, vá fazer seu trabalho e não se meta na minha vida.

—Ainda te ouvirei dizer que está amando e que está feliz.

—Não existe isso. Veja só, você e meu avô, pareciam tão apaixonados e nada.

—Eu ainda amo o seu avô menina, ele tinha coisas mais importantes para se preocupar, mas se tivesse outra chance agarraria com todas as minhas forças, e você deveria fazer o mesmo.

—Vá fazer o que te pedir. – apontou para porta expulsando a governanta, que saiu chateada.

Ela esperava que a menina dela fosse feliz, mas ao que parece Bella não queria o mesmo para ela, desde a morte dos pais ela se fechou num mundo só dela, e não deixava ninguém entrar, nem mesmo o avô conseguia isso. Ela era taxativa, não iria amar ninguém, pena que no coração ninguém manda, quando o amor chega não adianta fugir.

Carmen foi fazer o que a patroa pediu, ela cantarolava feliz, ela acreditava no plano e tinha certeza que as coisas mudariam. Quando escutou o barulho do carro chegando correu o máximo que a idade permitia e foi abrir a porta, ela queria saber se sua menina estava fazendo a escolha certa.

—Sejam bem vindos! – exclamou feliz.

—Oi Carmen, a senhorita Swan pediu para trazê-los.

—Sim Paul obrigada. Pode subir com as malas?

—Não precisa. Nós mesmos levamos, obrigado rapaz - Carlisle agradeceu. Paul retirou as malas do carro e as deixou na porta, se retirando logo em seguida.

—Então qual de vocês é o futuro marido da menina Isabella?- Carmen já tinha um palpite, ela olhava sorrindo para o rapaz de cabelos acobreados.

—Eu, Edward Cullen. – a cumprimentou

—Ótima escolha a dela. - o abraçou. - Boa sorte. – sussurrou e Edward apenas sorriu agradecendo. - Sou Carmen, governanta da casa, entrem – deu passagem para eles. - Se precisarem de qualquer coisa é só avisar, sintam- se em casa.

—Obrigada Carmen, nossa essa casa é linda. – Rose comentou admirando o lugar.

—E enorme, é maior que Forks até.

—Meio exagero seu Emmett. – Bella comentou parando em frente a eles. – Sintam- se a vontade, a casa é de vocês.

—Obrigada Belinha e não é exagero não. Forks é minúscula, um dia ainda irá conhecê-la.

—Só aviso que não tem shopping lá.

—Credo Rosalie como conseguia viver lá? Quero ficar bem longe desse lugar.

—Edward não vai cumprimentar sua noiva não? – Alice cutucou o irmão.

—É amor vai ficar aí quieto?- Bella o abraçou e lhe deu um beijo na bochecha. – Carmen mostre os quartos.

—Oh sim, queiram me acompanhar. – todos começaram a andar, inclusive Edward, mas Bella o deteve.

—Aonde vai?

—Ver meu quarto.

—Não seja bobo, você vai ficar no meu quarto, vem – o puxou escada acima, Edward a puxou fazendo com que parasse.

—Ficou doida? Não vou ficar no mesmo quarto que você. – comentou baixo para que mais ninguém ouvisse.

—Esqueceu que vamos nos casar, ficaria estranhou dormirmos em quartos separados, não acha? Não se preocupe não vou te atacar, a não ser que queira. - piscou passando a mão no abdome dele.

—Não vai haver nada entre nós. Que fique bem claro. – retirou a mão dela.

—E nem eu quero, só estou brincando, nunca me envolveria com um ser tão arrogante quanto você.

—E eu nunca ficaria com uma menina tão mimada igual a você.

—Olha como fala comigo, não sabe nada sobre mim, imbecil. Anda que vou te mostrar o quarto. – subiu irritada e Edward a acompanhou. - Tem um espaço no armário para você, vou deixa-lo a vontade, só não mexa nas minhas coisas. – saiu do quarto batendo a porta com força, Edward deixou a mala num canto e sentou na cama, pensando na ligação que havia recebido de Victoria mais cedo, a ligação que acabou com sua vida.

—Oi amor, estou tão feliz, já pedi demissão e em breve estarei aí, como vai a sua mãe?

—Ela vai começar o tratamento amanhã.

—Sério? Que ótimo. Como conseguiram pagar?- perguntou feliz.

—Vic, nós precisamos conversar.

—O que foi amor? É algo sério? Em breve estarei aí, só falta arrumar algumas coisas e talvez ainda essa semana consiga me mudar.

—Victoria, não. Escuta você não pode vir para cá. – se enrolou ao falar.

—Como assim? Edward o que está acontecendo, porque não posso ir para aí?

—Vic depois conversamos. Eu vou a Forks e esclareceremos tudo. - ele tentava controlar o choro.

—Edward me fale agora o que está acontecendo? Está querendo terminar?

—Não, é que...

—Tem outra. – declarou triste.

—Vic, me deixa explicar, as coisas estão complicadas, foi preciso.

—Adeus Edward. – desligou o celular. Edward ainda tentou ligar novamente, mas ela não o atendeu. Deixou recado na secretária eletrônica e mandou mensagens, esperava que ela retornasse.

Permaneceu por um bom tempo sentando pensando na vida, ele teria que ir à Forks e se explicar com Victoria, um amor tão forte não poderia acabar assim, talvez se ele contasse a verdade, ela esperasse por ele por um ano.

—Oi, pensando na Vic? – Alice entrou no quarto. – Uau, e eu achando que o quarto que vou ficar fosse grande, isso é enorme e lindo, ela tem bom gosto.

—Pois é Lice, e sim estou pensando nela, não queria que acabasse assim.

—Então porque foi traí-la com essa patricinha?

—Alice, mais respeito com ela. Ela está pagando o tratamento da mamãe e nós estamos na casa dela.

—Mas você não a ama. - concluiu.

—Quem disse isso?- tentou desconversar.

—Não vejo o brilho que via nos seus olhos quando estava com a Vic.

—Só estou cansado e triste, apesar de tudo ainda sinto algo especial pela Vic, mas vou me casar com Isabella, se acostume com isso pequena.

—Tem algo a mais nisso e vou descobri.

—Deixa de ser boba Alice e vá cuidar da sua vida. – Edward brincou com a irmã.

—Estão aí né, essa casa é demais. - Emmett apareceu pulando feliz e todo molhado. - Essa piscina é demais, hei Alice, a Rose e a Belinha vão ao shopping, quer ir também?

—Vai Alice, vai ser legal, você precisa se divertir. Estamos passando por uma barra, vai ser bom relaxar um pouco.

—Ok, eu vou.

—Agora venham. A Carmen fez um lanche incrível, vou tirar a barriga da miséria. – bateu na barriga.

—Credo Emmett, eles vão pensar que somos esfomeados.

—Será que mora mais alguém aqui com a Bella?

—Não Alice. Dá para acreditar, uma mansão dessa só para duas pessoas? A Belinha parece ser tão sozinha.

—Para você ver que dinheiro não é tudo Emmett.

Os três desceram e se encontraram com o restante da família que estavam lanchando do lado de fora da casa.

—Belinha estouamando isso aqui. Obrigada por tudo.

—Emmett para de me chamar de Belinha. É Isabella.

—Ok Belinha. – piscou sorrindo.

—Desisto. - declarou enquanto alcançava o celular em cima da mesa, era Eric. – O que foi dessa vez?

—Amanhã você tem que participar de uma reunião importante na empresa, não pode faltar.

—Está de brincadeira né?

—Não senhorita Swan, às 9 na empresa.

—Droga. - desligou com raiva.

—O que foi Belinha, podemos ajudar em algo?

—Me consegue alguém de confiança e que saiba administrar uma empresa? – perguntou em desespero.

—O Emmett é administrador, e é bom, não digo isso só porque é meu marido não.

—Sério? – ele concordou. – O que acha de ser o presidente da construtora?

—Fala sério Belinha, não posso fazer isso, é muita responsabilidade.

—Olha senão for você, vai ter que ser eu e não sei nada disso. Vou falir com a empresa em uma semana.

—Pensei que só alguém da família poderia ser o presidente. – Jasper se pronunciou pela primeira vez.

—Não entendo nada disso de leis, mas acho que está certo.

—Se quiser posso verificar isso para você. Sou advogado.

—Quero muito Jasper, o Eric é o advogado da empresa, mas preciso de pessoas de confiança ao meu redor.

—Você mal nos conhecer, como pode dizer que somos de confiança?

—Alice, o que estão fazendo pela sua mãe, só pode vir de pessoas honestas. Então vocês dois topam trabalhar para mim?Eu pago bem.

—É o mínimo que podemos fazer para você. Devia contratar Edward e Carlisle para fechar a equipe.

—Verdade Jasper. Edward é engenheiro, e você Carlisle?

—Contador, e eu já aceito.

—Ótimo e você Edward?

—Aceito.

—Isso! Todo mundo feliz. – Emmett abraçou os dois.

Tudo estava se encaminhando para dar certo, uma nova etapa da vida deles estava começando.