Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 83
HADES - Um pequeno truque


Notas iniciais do capítulo

OLÁ! PESSOAS! OLHA SÓ O NARRADOR DA VEZ! Especial eim? mas antes... anúncios importantes
ALERTA DE SPOILER!!
> esse capítulo já considera as coisas que aconteceram em TORRE DE NERO então, POSSUI SPOILERS DE TORRE DE NERO
> esse capítulo tbm possui spoilers do capítulo 81 da minha outra fic, A Morte das Areais do Saara (se vc n lê ela, vou deixar aqui a propaganda kkk ela é toda focada no Anúbis (esse lindo maravilhoso) seguindo a história do Egito Antigo. incluirá como ele e o Hades se conheceram ;D)
enfim, bom capítulo pra vcs



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HADES

A quantidade de trabalho que um deus dos mortos tem que fazer é simplesmente absurda já que as pessoas não param de morrer. E morte é uma coisa que acontece com todos os mortais, independente de quem eles adoram ou acreditam. Então é relativamente normal acabar entrando em contato com outros deuses que cuidam da morte. Geralmente uma vez a cada década ou século, dependendo do panteão. Mas no meio daquela confusão que estava acontecendo com todos, os problemas estavam surgindo de todos os lados.

Ártemis estava ocupada tentando controlar os rios, principalmente os que fluíam para o submundo. E por ser algo de meu interesse, ela me mantinha periodicamente atualizado da situação. Sei que Poseidon também estava tendo problemas no mar tentando controlar monstros e demais rebeldes que queriam se juntar à causa de Naunet. Mas, no meio de tudo isso, algo que tinha chegado até meus ouvidos acabou movendo minha preocupação e me levou até a entrada do Museu Metropolitano de Arte de Nova York.

Era o pico da primavera, o que significava que Perséfone não estava no submundo já a mais tempo do que eu gostaria. Como o museu ficava ao lado do Central Park, e de um obelisco que fazia parte de toda aquela confusão, ela usou isso como desculpa para me acompanhar até o museu.

— Tão raro nos encontrarmos no pico da primavera. - disse Perséfone enquanto nos aproximávamos do museu evitando os turistas irritantes e os carrinhos de cachorro quente.

— Bem poderia ser em situações melhores. - eu disse.

— Sim… - disse ela um tanto triste, provavelmente vendo a minha preocupação no olhar enquanto olhava para o museu e para os turistas começando a sair dele - As coisas estão complicadas lá pelo submundo, né?

— Sim. - respondi simplesmente - Demeter sabe que está aqui?

— Não. - respondeu ela com um pequeno sorriso mas logo suspirando e se agarrando em meu braço esquerdo - O dia está perto de acabar, tenho um tempinho antes de continuar a cuidar da primavera. E sobre o submundo… Só mais um mês e alguns dias e estarei lá para ajudá-lo.

— Muito pode mudar em um mês e alguns dias. - respondi colocando a mão direita sobre a mão dela - Sem Nyx no Tártaro, as coisas vão ficando cada dia mais complicadas.

Sim, eu já havia falado com Zeus que Nyx não estava no submundo e isso era um problema. Afinal, apesar de tudo, a presença dela deixava muitos sob controle. Nyx, a deusa da noite, era certamente uma deusa bem temida. Até Zeus a temia e talvez por isso ele estivesse demorando tanto para lidar com esse problema. Lembro bem quando Hipnos, filho de Nyx, decidiu botar Zeus num sono profundo quando ainda era um garoto insensato e sonolento. Tudo foi ideia de Hera, mas a raiva de Zeus quando descobriu foi toda para Hipnos, que fugiu para os braços da mãe e só isso foi o suficiente para Zeus nunca mais tocar no assunto.

Quando alcançamos o topo da escadaria do museu, notei que alguém corria para alcançar e não era nenhum mortal. O Perséfone também pareceu ter percebido e, quando nos viramos, fiquei levemente surpreso ao notar Apolo, Apolo adulto, não Lester Papadopoulos, cruzando os turistas e atraindo olhares brilhantes de garotas adolescentes que iam embora do museu depois de um provável tour com a escola.

— Não deve ser mera coincidência você estar aqui. - eu disse.

— Eu… preciso falar com você e... sinceramente... prefiro não ter que ir ao submundo para isso. Então aproveitei a oportunidade. - admitiu Apolo - Ainda mais que não estamos conseguindo simplesmente desaparecer e reaparecer em qualquer lugar desde que fizeram o feitiço nos obeliscos.

Sim, o feitiço nos obeliscos, por mais egípcio que fosse, nos afetou também depois de um tempo. Afinal de contas, foi apenas um jeito egípcio de acessar magia muito pura e básica. O efeito provavelmente já tinha se espalhado à essa altura por todos os panteões e, com quase nenhum deus egípcio no mundo mortal no momento, a situação estava um pouco difícil de ser resolvida num piscar de olhos.

— Sobre? - perguntei.

— Não aguento mais. - disse Apolo - Pressionei meu pai tempo o suficiente e o máximo que tenho coragem sobre irmos ajudar mais os semideuses no meio dessa confusão toda. E agora ele começou a mencionar mandar algum de meus filhos para lidar com Nyx!

— Zeus não deixou ajudarmos diretamente…Nem Atena aprova muito uma intervenção tão direta. Ela diz que não podemos arriscar entrar em conflito com todos os povos que estão dentro da confusão. - lembrou Perséfone - Ajudar indiretamente e defender de ataques direcionados especificamente à nós é uma coisa mas… diretamente… bem… Ártemis já está desobedecendo. Todos sabem… mas…Apolo… você... 

— Achei que estava se comportando direitinho desde que teve sua experiência de mortal. - eu lembrei ele enquanto me virava e nós três entravamos no museu - O que quer de mim?

— Eu… vou… eu… não sei. - disse Apolo que claramente, embora não sei se todos já tinham notado, parecia outra pessoa depois que passou um bom tempo como Lester - Eu não posso entrar em contato diretamente com o acampamento ou ninguém sem meu pai descobrir e Ártemis está com as caçadoras em Portugal. Você fala com Anúbis, né? Sei que Will e os outros estão lá com ele. Atena reclamou um dia que você deu permissão para ele entrar no Acampamento Meio-Sangue.

— Se é com ele que quer falar, veio no dia certo. - respondi.

— Como vai falar com Anúbis num museu? - perguntou Apolo claramente perdido. 

Não me surpreendi. Poucos dos Olimpianos se importam minimamente com qualquer coisa ao sul do Mar Mediterrâneo que não fosse ouro, muito provavelmente não conheciam aquele pequeno truque que eu estava prestes a usar.

— Sim. - respondi sem entrar em muitos detalhes - Preciso checar a extensão dos rumores que ouvi falar de problemas nos submundos. 

— Não gostei desse plural. - comentou Apolo.

— Também não gostamos dele. - admitiu Perséfone.

— Estou cheio de problemas para resolver e agradeceria muito se pudesse tirar ao menos um da lista por hoje. - expliquei - Sobre Nyx, é outro problema que preciso que seja resolvido o mais rápido possível.

— A situação de Nyx… - disse Apolo - Não quero que ele mande meus filhos. Ele disse que como ela é deusa da noite e da escuridão, talvez algum filho meu seja a melhor opção entre os semideuses. Não quero que ele mande algum filho meu! Nem nenhum semideus pra falar a verdade. Tentar derrotar Nyx é suicídio.

Sem responder, apenas continuei a andar evitando os visitantes do museu até chegar na parte egípcia do museu. Obviamente, a parte tinha visitantes mas não foi muito difícil fazer os mortais saírem por conta própria ao se sentirem desconfortáveis em estar no mesmo lugar que eu. 

Dentre as prateleiras protegidas de vidro exibindo peças de várias idades diferentes, encontrei aquela que me interessava. A que me interessava era uma pequena estatueta de Anúbis, pouco maior que um palmo e de aparência frágil causada pela idade. Tanto Apolo, quanto Perséfone apenas acompanhavam em silêncio o que eu fazia embora em Apolo havia um claro olhar de curiosidade e dúvida. Com um mero aceno de mão, fiz surgir duas velas de incenso já acesas, uma de cada lado da estatueta só que do lado de fora da caixa de vidro que a guardava. Logo soltei um suspiro (meio mal humorado, admito), meu egípcio estava um tanto enferrujado, mas ao menos era um texto mais antigo que eu e já bem decorado.

Saudações à ti, Inpu.— eu disse sem emoções e no melhor egípcio que eu conseguia ainda dizer - Escute meu chamado, protetor das tumbas, dos mortos e dos órfãos. Guia das almas dos que se foram. Que sua balança guarde o julgamento honesto tal como guarda os segredos da morte. Aquele que está sobre a montanha, que embalsama e que preside o estande dos deuses. O chacal governador dos nove arcos. Deus da mumificação. Deus dos funerais. Deus da morte, chamo-te.

Ao final do longo texto, a pequena estatueta com cabeça de chacal começou a emanar um brilho dourado, principalmente dos olhos estreitos cujas pontas eram marcadas pelo típico delineador que usavam na época.

— Que legal… - ouvi Apolo sussurrar ao meu lado segundos antes da estátua começar a se mexer.

— É bom que seja importante, Hades. - disse Anúbis pela estátua cuja boca se mexeu como se não fosse uma estátua - Eu estou ocupado.

Era um truque muito bom isso que os deuses egípcios conseguiam fazer de possuírem as próprias estátuas estejam eles onde estiverem. Apolo parecia bem surpreso com aquilo, pois estava boquiaberto e bem notei Perséfone rindo da cara que ele estava fazendo. Aquilo não era nem um pouco novidade para ela. Já havia visto eu ou outra pessoa, às vezes até mortais, fazendo aquilo com Anúbis ou outros deuses egípcios. De toda forma, ignorei os dois telespectadores da conversa, e fui logo para os assuntos relevantes.

— Serei breve então. - eu disse - Agora que está aí, indo para todo lado com os semideuses, quem está protegendo o seu submundo?

— Ammit está lá. - respondeu Anúbis cruzando os braços da estátua.

— Você realmente deixou o submundo aos cuidados de um demônio?! - perguntei incrédulo.

— Primeiramente, só porque Ammit é um demônio, não quer dizer que ela é má. - disse ele defendendo o demônio e fazendo eu revirar os olhos - Confio nela totalmente. Segundo, não sou idiota. A balança está guardada em outro lugar, a pena está comigo e o portal para o Aaru está selado. Não tem porque ninguém ir ao Salão do Julgamento agora a não ser que queira virar comida da Ammit. Não passa de uma sala vazia. Esquece-se que não é como se tivesse muitas almas indo para o submundo egípcio.

— Esse selo que fez no Aaru, é bom mesmo? - perguntei talvez direto demais.

— Hades… - sussurrou Perséfone delicadamente mas em tom de alerta lembrando antes de mim qual foi o outro selo que ele já tinha feito e me fazendo notar que eu talvez estivesse entrando muito perto de um assunto muito delicado.

— … É uma versão melhorada do mesmo que fiz alguns anos depois de Cleópatra. - respondeu ele depois de um breve segundo e com certo vazio na voz que eu bem entendia melhor do que queria. Os anos depois de Cleópatra foram muito ruins para os deuses egípcios, por vários motivos, e para ele também, por outros vários motivos - Ele resistiu muitos séculos da primeira vez em situações piores. Acho que aguenta novamente. Se tivesse acontecido alguma coisa, eu teria sentido.

— Aguenta quanto? - perguntei com um suspiro odiando ter entrado num assunto que ele odiava que viesse à tona, os péssimos anos entre Cleópatra e Napoleão - Se você virar mortal como quer, não poderá cuidar do submundo. Ainda mais sem a presença de Osíris.

— Desde quando você se preocupa com o que eu faço no meu submundo? - perguntou Anúbis claramente já ficando de mau humor, marca registrada dele em alguns séculos, me fazendo notar que talvez eu já tivesse cutucado a ferida demais. Era incrível como eu me sentia lidando com um adolescente (o que de fato ele era) apesar de ele ser também mais velho do que eu. Idade… é uma coisa complicada quando se é imortal.

— Desde quando os mortos começaram a fugir do submundo celta. - respondi sem rodeios e aproveitando para mudar o foco da conversa.

A informação provavelmente o deixou tão preocupado quanto a mim. Pois ele ficou alguns segundos em silêncio e, apesar dos olhos da estátua não passarem de uma luz dourada, eu quase podia ver preocupação estampada neles. Uma fuga do submundo, não importa de qual, dificilmente é algo bom. Está bem alto na lista de coisas que acabam com a ordem e o equilíbrio do mundo. Quando essa informação chegou até mim mais cedo naquele mesmo dia, fiquei tenso e em silêncio enquanto já fazia uma anotação mental para checar também a situação do submundo sob os cuidados de um certo alguém que decidiu deixar o próprio submundo para que pudesse ficar mais perto da namorada. 

— Falou com Arawn? - perguntou Anúbis sériamente se referindo à um dos deuses celtas da morte.

— Já. - respondi - Arawn veio pessoalmente me pedir ajuda hoje de manhã. Alguns mortos estão aparentemente simplesmente indo embora. E provavelmente é obra de Hafgan.

— Sempre achei que um dia isso eventualmente iria acontecer… - comentou Anúbis. 

— Também. - concordei. O submundo celta não tinha nada de “sub”. Era de muito fácil acesso, talvez por isso concordávamos na falta de segurança dele.

— E você realmente está ajudando ele? - perguntou Anúbis sem esconder a surpresa na voz.

— Estou extremamente ocupado com outros assuntos. Mas ao menos penso em ajudar a impedir que mais mortos saiam. Agora, quanto aos que já saíram, não tem muito que possa fazer. - respondi - Mas ele não tem muito a quem pedir. Muitos dos deuses celtas desapareceram depois do Império Romano. E nem venha reclamar das conquistas do Império Romano pois tenho certeza que os núbios, fenícios, hititas e assírios não gostam muito das conquitas do Império Egípcio também.

— Eu não ia falar nada. - disse ele suspirando - Mas sobre Arawn, estamos falando por aqui em ir para a Inglaterra depois do México. Caso isso não se resolva até lá, posso tentar descobrir mais do que está acontecendo e quem sabe ver alguém para ajudar. Os semideuses astecas e maias têm coisas para resolver na Europa também.

— Apenas checar se a situação vai bem talvez seja suficiente. - expliquei - Queria mais saber se não havia sido irresponsável com o próprio submundo. Sobre Arawn, como eles não tem semideuses para fazer os serviços, penso em falar com Freya e Odin. Sei que Valhalla tem muitos guerreiros disponíveis. Mas não sei se vai adiantar de muito ir falar com os dois.

— O… O Will também vai pra Inglaterra? Ele… também está aí no México né? - perguntou repentinamente Apolo cortando a conversa preocupado com o filho.

— Não sei dizer se ele vai. - respondeu Anúbis - Estão todos mais preocupados em descansar do que em discutir os próximos passos no momento.

— De toda forma… - eu disse - Temos muitos problemas. Seria bom se não surgissem novos por causa de mortos fugindo do submundo ou por causa de mortais conseguindo poder e imortalidade. Como Calígula e Nero fizeram, por exemplo. E sei que foi antes de meu tempo, mas sei que Imhotep chegou a conseguir fazer isso. Escapar do Aaru e virar imortal.

— Imhotep foi um caso totalmente diferente. - defendeu-se Anúbis.

— Só porquê ele foi “só” o arquiteto da primeira pirâmide e não um faraó? - perguntei - Quem garante que alguém tipo Quéops e Quéfren não escape? São bem famosos hoje em dia. Principalmente aquele faraó garoto, o Tutancâmon.

— Khufu e Khafre… - corrigiu Anúbis - Porquê vocês têm essa mania de dar nomes gregos para todo mundo? E sobre isso… O Aaru não estava selado daquela vez com Imhotep e também, ao contrário de você, a maioria dos mortos de caráter ruim foram devorados por Ammit. Não tenho muitas almas ruins com as quais me preocupar. Khafre é uma dessas almas que Ammit adorou.

Queria salientar que ele não podia reclamar muito dos nomes gregos, já que usava mais “Anúbis” do que “Inpu” no dia a dia, mas tínhamos coisas mais importantes para discutir do que escolhas de nomes. Certamente o fato de as almas não dignas do Aaru serem fadadas à inexistência traziam um certo conforto de não ter que se preocupar com elas voltarem. Não sabia o quanto podia confiar nisso, mas ele parecia despreocupado com isso, então resolvi confiar nele.

— Falando em próximos passos. - eu disse - Nyx está em Las Vegas já à no mínimo uma semana. Ela com certeza se juntou nessa bagunça toda.

— Meu pai estava mencionando mandar algum filho meu, ou o Leo, ou o Percy lutar com ela. - disse Apolo preocupado e a parte dos filhos de Hefesto e Poseidon me pegou de surpresa também - Nyx… Nyx é forte. Não pode pedir pra Rá, ou sei lá, ir lá lutar com ela?

— Não consigo entrar em contato com os outros deuses. - explicou Anúbis - Já é incrível, e preocupante, o suficiente que Naunet tenha vindo até aqui. Sem falar que Rá está bem velho. Apolo, você é um deus do sol também. Você não poderia ir?

— É Apolo… porquê você não vai então e ajuda? - repeti a pergunta querendo alfinetar mesmo Apolo, admito.

— E-Eu… e-eu… - começou a gaguejar Apolo sem saber o que responder e logo abaixando o olhar.

Eu, Perséfone e Anúbis esperamos alguma decisão de Apolo mas, vendo que ele provavelmente não daria nenhuma tão cedo, eu simplesmente dei de ombros. Não sabia o tanto que Anúbis sabia sobre a pequena aventura de Apolo como mortal, mas essa pequena aventura certamente tinha deixado Apolo mais temeroso em desafiar Zeus.

— Nico usou a água do Cocytus em quem? - eu perguntei curioso com os detalhes da briga no México, dos quais sabia bem pouco.

— Coatlicue. - respondeu Anúbis e eu tentei imaginar a deusa asteca em pura depressão, mas graças a imagem de severa e tenebrosa que ela passa, falhei totalmente - Se Nyx está no nosso caminho, talvez a do Lethe ou Aqueronte sejam úteis em breve.

— E a do Estige… - completei - Se um deles tomar.

— Eles aguentam beber a água do Estige? - questionou Anúbis num tom de voz que questionava a sanidade da minha ideia - O Estige é.. bem.. o estige. Não é do mesmo nível que os outros rios.

— Jackson deve aguentar por já ter banhado nele no passado. - comentei.

— Se você diz… Mas… Apolo, já que está aqui… - disse Anúbis -, queria sua opinião se um trecho parece uma profecia ou não.

— Qual? - perguntou Apolo subitamente voltando a prestar mais atenção na conversa.

— Na contagem conjunta do espiritual e material. - citava Anúbis - Na lua e na música a sorte aparece afinal. Nos caminhos para o céu as mazelas que se espalhem, Com água, sangue e coragem. Um futuro novo seja escrito em contraste com o passado proscrito.

Apolo parou por uns segundos analisando o verso silenciosamente até que começou a negar com a cabeça.

— Não. - respondeu ele - Pode até ter algumas rimas, mas não sinto que seja uma profecia. E acho que de profecias eu até entendo.

— Deixando prováveis profecias de lado, decidiu se vai desobedecer ordens e vai ajudar diretamente seus filhos? - perguntei pra Apolo que logo desviou o olhar.

— Pare de pressionar, Hades… - pediu Perséfone em tom suplicante - Não vê que ele precisa pensar?

— Sobre Nyx em Las Vegas… - continuou Anúbis claramente pensativo apesar de ser difícil ler expressões faciais numa estátua de centenas de anos - Sabe dizer onde especificamente por lá?

Ao ouvir a pergunta, simplesmente me olhei para Perséfone. Afinal, ela era a minha fonte dessa informação.

— Não consigo lhe dizer o lugar específico, - disse Perséfone - mas provavelmente mais para o sul.

— Não sei se é no sul… mas acho que eu tenho um chute. - disse Anúbis.


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Notas finais do capítulo

a cara de pau do cara q fala pro Hades falar logo pq 'tá ocupado' quando na real tá só é ganhando cafuné da namorada



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