Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 82
ALEX - Tentando colher informações


Notas iniciais do capítulo

oláaaaaa!! bem vindos ao cap novo. como disse no cap anterior, ele já tava pronto. por isso saiu rapido.
divirtam-se ♥



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ALEX

Antes de eu estar andando preocupada de um lado para o outro no corredor, eu estava dormindo e antes disso estava na enfermaria com o Magnus. Ele não tinha nenhum ferimento preocupante nem nada do tipo. Estava lá, segundo a médica, por precaução. Afinal, estava bem fraco e o fato do Jacques ter voltado a ser pingente não ajudou muito. Fiquei esse tempo todo que fiquei ao lado de Magnus pensando no… deus… ser.. ou sei lá que vi aquele dia em Israel. O fato de Leo ter mencionado que estava indo para a Nigéria, fez a memória surgir em minha mente novamente. Seja lá quem era aquele homem que vi, eu tinha certeza que devia ser africano.

 Mas, quanto a ficar na enfermaria com Magnus, eu bem queria ficar mais lá, assim como Zia que estava ao lado de Carter, mas logo a médica nos expulsou de lá e mandou a gente ir dormir. Sem ter muitos argumentos mais convincentes do que os dela, eu acabei indo fazer exatamente isso. Peguei um dos quartos livres, que felizmente estava bem equipado com cama, cobertor e até uma escrivaninha com uma cadeira, e dormi. Mas não foi um sono muito pesado e nem durou tanto quanto eu gostaria que ele durasse. Porque eu comecei a ter um sonho. 

Só o começo do sonho me deixou de estômago embrulhado, pois reconheci bem o lugar meio desértico, com poucas plantas e com o mar no horizonte. Era aquele mesmo lugar em Israel que, no meio de uma luta perto do obelisco egípcio, o TJ morreu. No começo, foi só a imagem do lugar mesmo, até que apareceu uma pessoa que me lembro bem de ter visto naquela mesma ocasião, só que rápido e breve demais. 

Era um homem, ou assim parecia, bonito, negro, forte, mas baixinho e com um olhar muito sério. Usava uma saia dourada florida com uma espécie de avental azul por cima. Tinha brincos de argolas enormes e na frente do rosto, escondendo-o, estavam penduradas várias pérolas que iam de um lado para o outro. Como um colar que por algum motivo a pessoa resolveu colocar na frente da cara ao invés de pendurado no pescoço. Para completar o visual, tinha também um chapéu dourado que eu apostaria uma action figure que era feito de ouro. 

No sonho, o homem me encarou. Só isso. Mais nada. E só isso me deixou arrepiada. Fiquei lembrando do Leo falando que tinha que ir para a Nigéria com um amigo. Eu não sabia nada de deuses africanos, mas eu sentia que aquilo era um deus africano. Se era da Nigéria ou não, isso era outra história. Mas eu queria apostar que era sim. 

Sei que não foi um sonho muito agitado, mas isso foi o suficiente para me fazer acordar agitada e de repente. Eu tive a sensação de que só tinham se passado no máximo 1 hora desde que me deitei, mas me surpreendi, ao notar pelo relógio na parede, que já passava um pouco de meio-dia.

Assim, querendo resolver essa situação logo, me levantei da cama e fui atrás do Leo e do amigo dele que eu não sabia o nome. Não precisei andar muito pelo corredor até encontrar o quarto com o nome do Leo logo ao lado do da Calipso e de um tal de Olujime que, por eliminação, deduzi ser o amigo deles. Eu já estava indo bater na porta quando Rosa apareceu comendo um pacote de salgadinhos.

— Eles estão dormindo. - alertou ela antes que minha mão fizesse qualquer barulho na porta de Olujime - Não acho uma boa acordar eles. Parece que chegaram bem tarde. Ou melhor… bem cedo.

Minha mão começou a abaixar lentamente pensando naquilo melhor, mas minha ansiedade não abaixou nem um pouquinho.

— É muito urgente? - perguntou ela - Não deve demorar muito mais para eles acordarem.

— Não sei nem se ele saberia responder... - eu disse suspirando e começando a andar de um lado para o outro - Queria saber quem é o cara que vi nos meus sonhos e em Israel.

Foi nesse momento que Frank veio descendo o corredor e se juntou com a gente. Acho que ele não demorou a notar minha frustração, pois a primeira coisa que ele perguntou foi:

— Está tudo bem?

— Não. Achava que a essa altura esses três já teriam acordado.  - eu disse apontando para a porta de Leo, Calipso e Olujime.

— Viajaram a noite inteira, no meio da chuva e tudo mais. Acho que vão dormir bastante ainda. - Frank respondeu - Porquê tanta pressa?

— Hoje, no sonho, vi de novo o… cara… não sei… - disse sem conseguir aparentemente escolher as palavras direito - É um deus africano! Tenho certeza! Aquela pessoa que vi tanto tempo atrás lá em Israel ainda no dia que… no dia que o TJ… 

— E por isso você quer falar com eles para poder ir também e quem sabe se o Olujime sabe quem é esse deus? - disse Frank deduzindo precisamente o que eu queria.

— É! - exclamei - Foi tão rápido e tão pequeno no meio de tudo que aconteceu aquele dia que nem dei tanta importância. Mas não consegui tirar isso da minha cabeça a noite inteira.

— Se for um deus africano, já que o garoto dorme, tem alguma chance de Anúbis saber quem é. - disse Yac surgindo literalmente sem avisar nem nada e quase matando nós dois do coração.

— CARA! Você podia avisar antes de surgir assim do nada! - pedi e notei que, assim como eu, Frank já tinha ficado preparado para atacar. Rosa parecia normal. Talvez já estava acostumada com o deus surgindo assim no meio da conversa dos outros.

— Eu andei o corredor todo. A culpa não é minha se não notaram. - disse Yac dando de ombros - Anúbis está aparentemente na sala de cinema do terceiro subsolo.

— Vocês têm uma sala de cinema? - perguntou Frank surpreso mas Yac simplesmente continuou a andar seguindo o caminho dele.

Nos entreolhamos com a falta de resposta e começamos a andar em busca da tal sala de cinema do terceiro subsolo. Rosa nos guiava até lá, então foi bem fácil.

— Que outras coisas além de uma sala de cinema vocês tem por aqui? - perguntou Frank curioso.

— Uma biblioteca, uma quadra, piscina… mas meus favoritos são os jardins. - disse Rosa - A maioria das coisas foram feitas depois. Mas os jardins estão aqui desde muito e muito tempo. Provavelmente desde que a Base Del Quinto Sol foi construída.

— Aqui é embaixo da terra… - lembrei - Como vocês trazem luz para os jardins.

— A gente dá um jeito. - disse Rosa dando de ombros - Cada jardim tem um jeito diferente de ter a própria luz do sol. Alguns são mágica mesmo. E ali… ali é a sala de cinema.

 De fato, quando fomos chegando perto, comecei a ouvir o barulho de um filme que eu não consegui identificar qual era só pelo som. Sem demorar um segundo, entramos na tal sala mas quase imediatamente paramos novamente. Isso porque Anúbis estava deitado no sofá apoiando a cabeça no colo de Sadie. Ela fazia cafuné na cabeça dele e claramente tentava focar na televisão mas acho que estava falhando miseravelmente nisso, porque ficava olhando para ele toda hora já que ele passava a mão na bochecha dela e falava alguma coisinha baixinho deixando ela bem vermelha. Parecia um momento íntimo demais para a gente ir atrapalhando assim.

Notei como, do meu lado, Frank se remexeu e se encolheu desconfortavelmente. Uma olhada para a cara dele e tudo que eu vi foi um tomate. Rosa parecia meio envergonhada também, mas não tanto quanto Frank. 

— Mais cedo vi o nome dos dois na porta do quarto… - sussurrou Frank, ainda vermelho, provavelmente torcendo pra que nenhum dos dois tenha ouvido.

Eu ignorei o comentário de Frank sem entender totalmente ao o que ele se referia. Infelizmente… ou felizmente, depende do ponto de vista, eu não estava tão acanhada assim e estava agoniada por respostas. Talvez tenha sido um pouco cara de pau, talvez não seja a ideia mais sensata do mundo interromper um deus no meio do namorico dele, mas eu fui logo entrando decidida.

— Oi! Licença! - eu disse em alto e bom tom enquanto entrava na sala - Senhor deus da morte! Me falaram que você conhece os deuses africanos!

— Alex…. - disse Frank entre dentes provavelmente tentando me impedir de continuar minha interrupção.

— De qual parte da África? - perguntou Anúbis que não parecia muito ter gostado da interrupção, mas não demonstrou muito isso… mas também não se levantou.

— Ahm… Nigéria? - tentei

— Pode parecer surpreendente para alguns, - respondeu Anúbis suspirando calmamente como se provavelmente já tivesse escutado uma pergunta parecida antes - mas só porque eu sou do norte da África não significa que conheço todos os outros deuses dela. A quantidade de povos e consequentemente de deuses do sul do Saara e no decorrer da história é absurda. Assim, não, não conheço os deuses da Nigéria, com exceção de Iansã e Exu, que pelo o que entendi preferem ser chamados de orixás. 

— Nenhum deles parece um cara que usa uma saia dourada, brinco de argolas, um monte de pérolas na cara e chapéu dourado? - perguntei e, pela expressão de Anúbis, ele estranhou o quão específica a pergunta foi.

— Não…A não ser que tenham mudado de visual...  - respondeu ele depois de uns segundos me fazendo suspirar, derrotado, e me largar no sofá ao lado de Sadie.

— Aconteceu alguma coisa? - perguntou Sadie - Quem é esse deus?

— Exatamente o que quero descobrir. - reclamei suspirando - Acho que tenho que esperar Olujime acordar então. Ou simplesmente ir com eles pra Nigéria e torcer pra isso ser uma ideia boa.

Sadie e Anúbis se entreolharam e depois olharam pra mim. Sem explicações, eu apenas dei de ombros. Frank e Rosa então finalmente terminaram de entrar na sala de cinema e acho que Sadie e Anúbis passaram para o modo de fingir que a gente não estava ali, pois ela recomeçou a fazer cafuné na cabeça dele.

— Aliás, desculpa usar assim a sala de cinema de vocês. - disse Sadie olhando para Rosa - Estávamos precisando relaxar os nervos um pouco. Parar de pensar um pouco no que aconteceu em Teotihuacan e tudo mais. Esse daqui ficou a noite inteira pensando nisso e em todos os possíveis significados daquele texto na parede.

— Não. Tudo bem. - respondeu Rosa sorrindo - A gente disse para vocês se sentirem em casa, afinal de contas.

— Que texto na parede? - perguntei ouvindo dessa pela primeira vez.

— Achamos um texto dentro da pirâmide do Sol em Teotihuacan. - disse Frank - Negócio estranho. Não temos certeza se é uma profecia ou não.

— Eu não acho que seja uma profecia. - opinou Anúbis - E acho que o fato de terem escolhido a Pirâmide do Sol também não foi mera coincidência ou capricho. Foi algo necessário.

— Bem que queria que todos acordassem logo para falarmos disso. - disse Rosa suspirando.

— Ah nem me fala. - disse Sadie - Estamos na escuridão por tempo demais! Ter certeza de alguma coisa e entender mais o que Naunet e os demais estão fazendo seria muito bom. 

Olha, verdade seja dita, o cafuné ali devia estar muito bom porque Anúbis não fazia o menor esforço para levantar e conversar direito com a gente. Será que tava acontecendo com ele que nem acontece com cachorro quando a gente faz carinho na barriga? Enfim, meu olhar desviou para a televisão para ver o que afinal de contas eles estavam assistindo e deixei um riso escapar ao notar que eles estavam vendo um desenho, que já tinha assistido (forçadamente) quando era menor, chamado “O Príncipe do Egito”. Resumindo, era um filme que contava toda a história das pragas do Egito.

— Escolha de filme peculiar. - comentei rindo.

— Eu estava tentando forçar ele a contar a versão dele dos fatos. - admitiu Sadie - Já que ele estava vivo na época e tudo mais.

— E? - perguntei curiosa olhando para os dois.

— E… Eu prometi nunca mais perguntar nada que tenha a ver com a bíblia para ele. - disse Sadie rindo - E ele também não me falou nada. Não imaginava que era tão bom de guardar segredo sendo que tantas outras coisas que não era pra me contar, me contou rapidinho quando estávamos lutando contra Set e então contra Apófis.

— São duas coisas diferentes. - disse Anúbis.

— Ambas são segredo. - argumentou Sadie.

— Já tínhamos saído desse assunto… - resmungou Anúbis suspirando - Vamos voltar a falar de assuntos que não envolvam nada de antes de você nascer, por favor.

Até que, de repente, Anúbis se senta rápido e do nada, como se algo tivesse acontecido. Sadie se sobressaltou com a ação repentina e a minha atenção e a de Rosa e Frank foi atraída com tanto sucesso que ninguém ousou falar um ‘a’. 

— O que foi? - perguntou Sadie estranhando tanto quanto a gente.

— Tem alguém tentando me invocar. - disse ele como se isso fosse super normal.

— Isso é… normal? - perguntei num mero sussurro para Sadie e ela simplesmente deu de ombros.

— Sabe quem? - perguntou Sadie depois de alguns segundos.

— … Hades. - disse Anúbis.

 


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Notas finais do capítulo

eu tô doida pra fazer o proximo capitulo! hehe



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