Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 142
MESTIÇO - Uma Reunião de Pirralhos


Notas iniciais do capítulo

bem vindos a mais um cap. desculpa pela demora. tive q sentar a bunda na cadeira e estudar um pouco de história pra esse cap kkk

no momento, estão nas Américas os grupinhos:
— Nova Roma: Frank, Lavínia, Hazel, Annabeth, Kayla, Grover, Percy, Piper,
— NY: Cléo, Paulo, Austin, Drew, Carter, e Zia
— Indo para o Peru: Meg e Apolo
— Indo para o Peru: Leo, Calipso,Magnus, Jacques, Alex, Festus, André (Brasileiro que tava na Nigéria e não sabe jogar futebol)

no momento, estão na África, os grupinhos:
— Nigéria : Olujime

no momento, os grupos que estão na EUROPA são:
— Indo para a Irlanda: Caçadoras de Ártemis (Thalia, Ártemis, etc), Clarisse, Reyna
— Inglaterra: Sam, Blitzen, Hearthstone, Anúbis, Sadie, Will, Nico.
— Indo para a Inglaterra: Mestiço, Mallory
— Alemanha: Victoria, Micaela (a menina q parece Annabeth) e Eduardo (guri chato que o Mestiço deve estar querendo esganar), Ciara



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MESTIÇO

Eu e Mallory tínhamos corrido muito quando paramos o barco nas margens do rio Tamisa. Tínhamos preferencialmente que chegar no museu antes dele fechar e já estava bem escuro. Quando chegamos na frente do museu, paramos de correr e começamos a andar mais devagar, para fingirmos ser pessoas normais. 

— Só dessa vez, eim? - disse o guarda da entrada parando de fechar o portão para deixar a gente passar.

— Obrigada. - disse Mallory. 

Aparentemente éramos os últimos a poder entrar no museu, mas a saída continuaria aberta por mais algum tempo.

Relaxados por termos conseguido entrar e depois de olhar apressadamente o mapa para entender onde era a parte egípcia do segundo andar que Sam havia dito, fomos andando mais calmamente, cortando caminhos entre os turistas. 

— Você está bem? - perguntei para ela, pensando no que tinha acontecido no barco a caminho para cá, várias conversas emotivas.

— Estou. - prometeu ela, mas eu não acreditei muito. 

Não conversamos muito mais enquanto procurávamos a porta. Eu não quis insistir, estava já satisfeito pela conversa que tivemos no barco aproveitando que estávamos a sós. Ela admitiu que embora não lembrasse muito, lembrava dos sentimentos que tinha pelas pessoas e… não vou me prolongar sobre isso e nem quero compartilhar assim. Mas resumindo, ela estava lembrando bem mais do que uns dias atrás. 

Em silêncio, logo achamos a tal porta bem onde Sam falou que estaria. Depois de olhar ao redor com medo de que algum dos poucos mortais que ainda estavam ali visse, nós entramos. Fomos seguindo o caminho escuro ladeado de colunas greco-egípcias que com certeza seriam mais bonitas se não fosse o fato de que eu me sentia observado.

— Está sentindo isso? - perguntei para Mallory.

— Será apenas um segurança do lugar? - perguntou ela, mas notei que estava tensa também. 

— Será que devemos nos preocupar? - questionei e ela deu de ombros, com as armas nas mãos. 

Apesar de nossas preocupações, chegamos sem problemas até uma entrada grande e elegante que de certa forma me lembrava a própria entrada do British Museum que havíamos acabado de deixar para trás. 

Logo na frente da porta, estava uma mulher fantasma e uma estátua viva logo ao lado dela. Ela ergueu a cabeça para nós, e sorriu antes de dizer: 

— Devem ser os amigos deles. 

— Mestiço e Mallory. - respondi - Imagino que esteja de referenciando a Sam, Blitzen, Hearthstone e os demais? 

— Sim. - respondeu ela - Podem entrar depois de pagar a entrada da biblioteca. 

— Pagar a entrada? - perguntou Mallory - Ninguém falou de pagamento. 

— Sim. A busca por conhecimento para a biblioteca não pode parar. Então, cobramos algum conhecimento que vocês tenham. Não se preocupem, Alexandre irá buscar na memória de vocês. - explicou a mulher, apontando com a cabeça para a estátua, que afirmou brevemente com a cabeça - Mesmo se for algo que aconteceu a tempo demais para que vocês se lembram, ainda conseguimos remontar a memória. 

— E você é, qual seu nome? - perguntou Mallory olhando para a mulher. 

— Hipátia. - respondeu a mulher. 

— Senhora Hipátia … - falei - Ela teve a memória apagada e ainda está se recuperando, acha que funciona? Se existir outro meio...

Hipátia olhou para Mallory por uns segundos, claramente pensativa, e se virou para Alexandre e começou a conversar em linguagem de sinais com ele. Reconheci alguns sinais que o próprio Hearthstone usava então, com palavras soltas, entendi que discutiam a possibilidade de dar certo. 

— Podemos tentar. - disse Hipátia. 

— E se não der certo? - perguntei. 

— Bem… - disse Hipátia desviando o olhar - Imagino que tenham percebido que temos um segurança… Mas pensamento positivo! Para começar, vou precisar do nome completo de vocês e local de nascimento.

— Eu vou primeiro. Mallory Audrey Keen. Belfast, Irlanda do Norte. - disse Mallory, lembrar o nome todo e da origem foram duas das conquistas da viagem.

Hipátia se debruçou sobre um papel brilhante, no qual escreveu com uma pena o nome de Mallory e então a estátua viva, Alexandre, se aproximou de nós.

— Só segurar na mão dele. - explicou Hipátia.

Notei como Mallory estava tensa quando segurou na mão que Alexandre estendia para ela. Não duvidava que estava que nem eu, com medo que a magia da biblioteca não conseguisse encontrar uma memória válida considerando que a memória dela estava já falha.

Ela tocou na mão de Alexandre e uma névoa começou a nos envolver. Por alguns minutos, nada aconteceu apenas da névoa lá, escondendo tudo que estava à nossa volta. Alexandre e Hipátia se entreolharam, o que não achei um bom sinal, mas quando a névoa começou a mudar de cor, formando uma cena ao nosso redor, eles respiraram aliviados, e eu certamente os imitei. 

A cena que se formou ao redor de nós logo exibiu uma Mallory do passado, que não parecia muito diferente da que agora estava ao meu lado, parecendo que viu um fantasma. Parecia só apenas um pouco mais nova e tinha um olhar mais triste ao invés de mais forte, como eu estava acostumado. 

A névoa foi se moldando até formar um mercado em volta da Mallory do passado. Era um mercado bem simples, e ela estava pronta para pagar a sacola de batatas e o pacote de salsicha em suas mãos. Ela olhou o homem idoso no caixa, que estava mais interessado em ler um jornal que era datado de 23 de março de 1972. Na página principal, pela qual Mallory percorreu os olhos, não parecia haver muita coisa feliz, apenas menções dos conflitos que aconteciam pela Irlanda do Norte e a crescente falta de comida e aumento do preço desta. 

Mas mais importante que isso, a data mexeu no meu coração. 23 de Março de 1972, esse era o ano em que Mallory morria. Claro que, como estávamos em Valhalla, era óbvio que um dia teria chegado o dia dela, mas isso não tornava fácil vê-la ali na memória, seguindo com seu dia totalmente ignorante de que tinha entrado na contagem regressiva. 

A Mallory da memória pagou sua comida com poucas palavras ou humor, e o cara do caixa não ficava muito para trás. Ela saiu da lojinha e caminhou por ruas largadas, com poucas pessoas e muitos destroços. 

A rua era um lugar triste, pobre e aparentemente parcialmente abandonado, salvo pelos poucos que ainda tinham coragem de morar ali (ou talvez não tinham outra escolha) e nas paredes estavam com várias pichações com desenhos da Irlanda e frases como “a irlanda sem liberdade nunca estará em paz” ou desenhos de soldados com “junte-se ao IRA” escrito ao lado.

Quando ela colocou a chave de seu bolso numa porta com a maçaneta meio torta, algo explodiu bem longe.  Assustada, ela olhou para a origem do barulho, onde uma bola de fumaça, poeira e destroços irrompeu, dedurando o local da explosão daquele dia. Olhei para o rosto da Mallory atual, e ele estava totalmente pálido e sem cor. 

— Já chega! - pedi nem um pouco calmamente.

— Creio que já temos mesmo o que precisamos. - disse Hipátia olhando para Alexandre, que afirmou com a cabeça. 

Com isso, a memória foi se desfazendo e Alexandre soltou a mão de Mallory. Quando a memória se desfez por completo, uma pequena bolinha caiu bem no centro de onde ela estava. Com delicadeza, Hipátia recolheu a bolinha e guardou-a consigo. 

— Sei que às vezes não é uma experiência fácil. - admitiu Hipátia.

— Não podiam inventar um outro tipo de pagamento? - perguntei.

— Não sou eu que faço as regras. - defendeu-se Hipátia.

Mallory abraçou o próprio corpo, ainda sem muita cor no rosto, e olhou para mim um tanto desamparada. 

— Alguns meses depois disso eu morro né? - perguntou ela. 

— Sim. - confirmei - Na Bloody Friday, que é em junho. 

— Estou lembrando. - disse ela - Droga. Acho que preferiria não ter lembrado. 

— Não podemos fugir do passado, por mais doloroso que seja.  - disse Hipátia com a própria dor nos seus olhos - Lembrar da própria morte é especialmente mais doloroso. Contudo, é nossa história que nos faz ser quem somos.

Mallory olhou para ela sem ter muita certeza ainda se queria ouvir as palavras de Hipátia e considerar quer era realmente melhor lembrar da morte. Contudo, ela não disse mais nada e logo Alexandre extendeu a mão para mim. 

— Tsc. - resmunguei - Já vi que vou ter que torcer pra não ter que ir pra um psicólogo quando sair daqui. 

— Não se esqueça do nome e lugar de nascimento. - pediu Hipátia, pronta para anotar as informações.

— Mestiço Gunderson, Flåm, Noruega. - respondi a contra gosto.

Já com medo de ter que ver minha própria morte, segurei a mão de Alexandre. Tal como com Mallory, a névoa subiu e logo foi montando uma memória. Quando notei que o "eu" da memória tinha 12 anos, vi que tinha tido sorte com a data. O pequeno eu estava pulando para fora de um barco viking na minha primeira viagem longa para fora da Noruega.

Eu lembrava daquele dia. Tínhamos chegado na Ânglia Oriental a pouco tempo e nossa chegada não tinha sido tão surpresa assim. Nos viram chegando. Exatamente por isso que na memória, um pequeno grupo de soldados chegou para nos receber.

— VAMOS FAZER UMA FESTA DE BOAS VINDAS ENTÃO! - gritou o líder do nosso grupo pulando para fora do barco, ninguém menos que Ivar, o desossado. 

Logo entendi o motivo daquela escolha de memória e quando nosso grupo entrou em conflito com os soldados da Ânglia, isso ficou mais claro ainda. Sempre achei engraçado como os historiadores não conseguiam ter certeza do motivo de Ivar ser apelidado de desossado. Se era porque tinha alguma doença, ou era esguio como uma cobra quando lutava ou porque tinha problemas na cama.

Eu não tinha como dizer nada quanto ao terceiro, mas tal com a memória, que rapidamente ficou bem sangrenta, tinha visto o segundo bem de perto. Ivar era um berserker assustador de se lutar contra e também de se ver lutando. 

Certamente, com meros 12 anos, eu parecia meio deslocado dos outros guerreiros, até mais deslocado do que a moça viking que, num mero segundo no meio da memória, me impediu de ser morto por uma espada inimiga, mas eu lembro que estava tão feliz quanto estava assustado de fazer parte daquele ataque.

Quando a memória sangrenta acabou, todo mundo estava com a expressão meio enojada. Hipátia até parecia que queria lavar a bolinha de memória que caiu no chão primeiro antes de tocá-la. 

— Não esperava algo tão… sangrento… - disse Hipátia suspirando pesadamente.

— Estamos livres para entrar agora? - perguntei.

— Claro… - respondeu ela, indicando a porta pra nós - Só seguir o barulho que vão encontrar seus amigos.

— Barulho? - repeti olhando para Mallory com curiosidade, mas ela estava claramente com a mente bem longe dali.

Fitei Mallory preocupado, pensando no que estava acontecendo na cabeça dela. Não sei se ela notou, só sei que ela foi em direção à porta de entrada da biblioteca e assim que entramos, eu consegui ouvir o barulho de conversas altas vindas de mais longe à direita.

— Quer conversar antes de irmos até lá? - perguntei.

— Não… - respondeu ela - Estou bem. Só… tentando lidar com as memórias que voltaram depois daquilo.

— Se alguma hora quiser conversar, só avisar tá? - ofereci.

— Anotado. - respondeu ela antes de seguir em direção aos barulhos.

Não sei se a biblioteca tinha regra de silêncio, como era comum nas bibliotecas, ou se Hipátia tinha simplesmente desistido, mas o pessoal não estava mais conversando, estava gritando. Todos falavam ao mesmo tempo e, prestando atenção, cheguei a conclusão de que havia mais gente do que o pequeno grupo que havíamos deixado para trás. 

Alcançando a fonte dos barulhos, notei que eles estavam sentados todos do lado de fora, numas almofadas coloridas postas ao redor de uma mesa grande e redonda, Hearthstone estava com um par de óculos no rosto, que eu não entendi bem o motivo, olhando de uma pessoa para a outra, aparentemente tentando acompanhar a conversa. Não devia ser um feito fácil já que, além das pessoas ali presentes, a conversa ainda acontecia com mais duas mensagens de íris e uma ligação de celular.

Pra piorar, Blitzen estava num canto segurando uma mangueira d’água fazendo a água se espalhar com o dedo e Will fazia as mãos brilhar, juntos, eles faziam um arco-íris que parecia segurar uma terceira mensagem de íris.

No celular estavam Carter, Zia, Cleo e uma menina ruiva, uma das mensagens de Íris era uma confusão com Frank, Hazel, Annabeth, Percy, Grover e duas meninas que eu não conhecia tentando falar. Chutei que uma delas devia ser a tal Piper, mas não sei se a de cabelo castanho ou a de cabelo rosa. Na segunda, estavam Ártemis e suas caçadoras ao fundo e na terceira e última estava uma garota de óculos redondos com um cara de cabelos loiros ao fundo e ventava tanto que eles pareciam estar voando.

— Não podemos estar em todos os lugares ao mesmo tempo. - dizia Sadie.

— Temos que montar uma estratégia para lidar com os obeliscos e as pirâmides. - dizia Annabeth.

— Não sabemos onde vai ser a próxima pirâmide e elas são mais importantes. - disse Frank exatamente ao mesmo tempo que Annabeth, tornando muito difícil entender qualquer um dos dois.

— Seria interessante transcrever o feitiço para algo mais… legível… - dizia Carter que parecia estar tendo uma conversa totalmente diferente.

— Posso fazer isso. - disse Anúbis ao mesmo tempo em que Sam dizia algo numa terceira conversa com Blitzen e Hearthstone, sem notar que Hearthstone parecia mais perdido do que tudo.

— Conseguiram entrar em contato com Magnus? - perguntou Sam.

— Não acham que a Ásia tá muito largada até agora? - perguntou Nico passando a voz por cima da de Sam. 

— Grover não era o que estava tentando? - perguntou Blitzen - Não estamos muito cheios de moedas e arco-íris por aqui.

— Uma certeza é que conseguimos lidar com o obelisco de Nova York também já. - dizia Zia ao mesmo tempo que Blitzen.

— Temos que nos preocupar com a Oceania? - perguntava Will ao mesmo tempo que Zia terminava de falar - Não achamos nenhuma pirâmide por lá né? 

— Grover… - chamava Sam, em meio a confusão.

— As maiores concentrações de obelisco são o Egito e a Itália. - dizia Artemis fazendo a voz de Sam ficar escondida - São os países que precisarão de mais gente.

— Temos bastante gente concentrada em alguns lugares, podíamos nos dividir mais… - dizia Grover, claramente sem ter ouvido que era chamado.

— Egito tem que ficar para o final. - disse Percy - Se eu não entendi errado… não é isso Carter?

— Temos que impedir um massacre de acontecer no Peru… - disse a menina ruiva no telefone ao mesmo tempo que Percy.

— Me diz o que eles estão falando aí Meg! - pedia o cara loiro atrás da menina de óculos, Meg, aparentemente, em uma das mensagens de Íris.

— Grover! - chamou de novo Sam.

— Eu não tô conseguindo acompanhar muito bem… - disse Meg.

— Eu ouvi meu nome? - perguntou Grover ao mesmo tempo em que a voz dele era abafada por Anúbis descrevendo alguma coisa para Zia com a maioria das palavras em outro idioma.

— Conseguiu entrar em contato com o pessoal indo pro Peru? - perguntou Sam, para Grover.

— Cara… eu não tô entendendo nada… - disse a garota de cabelo rosa ao mesmo tempo de Sam.

— Ah, não. Ainda não! - disse Grover tentando elevar sua voz sobre a de Reyna que começou a falar quase ao mesmo tempo.

— Temos assuntos a resolver em Roma… - dizia Reyna, que notei estar logo atrás de Ártemis - Podemos resolver os obeliscos da Itália. Nosso número é bem grande mesmo.

— Falar com a gente? - perguntou Meg.

— Gente… - disse Will olhando para mim, mas foi completamente ignorado. 

— Com a situação que está aqui, seria bom nos dividirmos. - dizia Sadie ao mesmo tempo que Meg - Uns cuidam dos obeliscos do Reino Unido e outros vão atrás dos demais da Europa.

— Quê? Não.. outro pessoal indo pro Peru. - respondeu Grover.

— Concordo. - disse Ártemis ao mesmo tempo que Grover.

— Gente… - tentou Will novamente

Tentando processar o que acontecia ali, notei que, sobre a mesa, estava um tablet com o mapa sobre a América do Sul com um ponto piscando. Considerando a presença de dois deuses ali, imaginava que eles teriam conseguido botar ordem na confusão de vários adolescentes falando ao mesmo tempo, mas pela cara não. 

Anúbis claramente tinha o mesmo nível de maturidade daqueles que os rodeavam, e Ártemis ao menos se dava o trabalho de parecer irritada com a bagunça pois revirava os olhos e massageava as têmporas constantemente.

— HEY! - gritei sem mais nem menos dando um tapa forte na mesa.

Aqueles mais perto de onde me esgueirei para dar o tapa na mesa se sobressaltaram, mas o lado bom foi que todos calaram a boca.

— O que raios estão achando que estão decidindo nesse caos todo?! - questionei nem um pouco delicadamente.

— Muitas coisas… eu acho… - tentou Percy. 

— Porquê Hearthstone está de óculos? - perguntei. 

— Essa é a primeira pergunta que você faz? - questionou Blitzen. 

— Alexandre deu pra ele. - explicou Sam - É um óculos com uma lente mágica que traduz o idioma de tudo. No caso do Hearth, passa tudo para ESL. 

"Bem prático." Sinalizou Hearth "Mas não deixou essa confusão tão mais entendível."

— Certo… - eu disse refletindo e aceitando o óculos mágico - E quem,... e só uma pessoa responde tá?... Vai me explicar o motivo desse caos todo? 

— Descobrimos o feitiço que arruma os obeliscos. - disse Will depois de erguer a mão para indicar que iria falar, como se ali fosse uma escola - Só testamos em um até agora. O Google Maps mágico da Sadie começou a apitar no Peru e não conseguimos entrar em contato com o pessoal que está indo pra lá… isso é, com exceção do meu pai e da Meg. 

Ele apontou para a memória com a garota de óculos, que aquela confusão já tinha me explicado que se chamava Meg, e o cara loiro atrás dela. O cara loiro finalmente virou-se para a mensagem de íris para dar um tchauzinho e um sorriso de apresentador de tv, e pude ver que ele estava dirigindo um carro. 

— Apolo… - deduzi.

— Eu mesmo. - disse Apolo todo orgulhoso. 

— Como a situação no Peru parece ter se apertado e não conseguimos entrar em contato com o pessoal lá… - explicava Hazel - Achamos que seria melhor estarmos mais prontos para o que vier, isso é, nós espalharmos mais nas prováveis pirâmides. 

— Mas não sabemos direito ainda em quais investir nosso esforço. - continuou Annabeth. 

— E ao mesmo tempo queremos arrumar os obeliscos. - completou Carter - Ficamos sempre um passo atrás por tempo demais. É nossa chance de arrumar isso. 

— Certo…. - eu disse pensativo - Mapa. Quero um mapa. E não dessa porcaria minúscula de touch screen, um de papel que eu possa rabiscar. 

— Não sei se aqui vai ter… ainda mais considerando a parte de rabiscar. - disse Nico. 

— Ó grande biblioteca de Alexandria … - disse Sadie como se proclamasse um poema - eu gostaria de um grande mapa-múndi. 

O chão embaixo de Sadie começou a brilhar e traçar um caminho pelas estantes da biblioteca. 

— Vou ver se encontro algum. - disse ela se levantando - Alguém quer ir comigo para implorarmos para Hipátia que nos deixe desenhar no mapa?

— Será que a loja do museu não tem? - perguntou Anúbis - Ele deve fechar daqui a pouco. Se já não fechou…

— Bem, passar sem ser visto é mais sua especialidade do que minha. - disse Sadie - Vem comigo então? 

Os dois então se afastaram e foram atrás do nosso mapa. Enquanto isso, eu olhei para o resto do pessoal. 

— Magnus, Alex, Leo, Calipso e Olujime. O que sabemos sobre eles? - perguntei.

— Olujime está na Nigéria. - disse Sam - Parecia estar bem. Não deixamos a ligação com eles pois é provável, ao menos segundo Alex, que tenha um espião na Nigéria. 

— O último contato do resto do pessoal foi várias horas atrás quando estavam saindo da base no meio da Amazônia para ir para o Peru. - explicou Blitzen. 

— O mesmo que você já tinha me contato? - perguntei para Sam, e ela afirmou com a cabeça - Alguma chance da Amazônia ser simplesmente fora de área?

— Impossível. - disse Artemis - Íris é muito orgulhosa de sua área de cobertura. 

— Não tem nada que conseguimos fazer além de ficarmos preocupados? - perguntou Mallory repentinamente, fazendo todos ficarem meio chocados dela ter aberto a boca finalmente. 

— Ela … lembra de tudo? - perguntou Blitzen. 

— Pedaços. - admitiu Mallory, cabisbaixa - Ainda não lembro o nome de vocês. Mas… sinto que gosto de vocês. 

— Ownnn que fofa…. - falei e ganhei um tapa no braço da própria Mallory.

— Mas não.. não vejo outra opção a não ser nos preocuparmos com eles… - disse Annabeth.

— Mana, podemos tentar pedir pro Guaraci ou pra Jaci checarem… - sugeriu Apolo - Ou talvez Inti e Mama Quilla. Se estiverem do nosso lado... claro. 

— Quem são esses? - perguntou Meg.

— Deuses tupis e incas do sol e da lua. - explicou Apolo.

— O que raios é tupi? - perguntou Meg.

— São do Brasil. Mas acho que isso deveria ser nossa última opção. - disse Ártemis - Eles podem estar simplesmente ocupados. Sei que fazem horas que se comunicam, mas não tantas assim. Se até amanhã de manhã ainda não ouvirmos nada de novo, então você pode falar com o Guaraci, Apolo.

— Acha mesmo bom esperarmos tanto assim? - perguntou Sam, tirando as palavras da minha boca.

— Não é tão simples contatar eles e ainda pior eles estarem disponíveis - disse Ártemis - E como Apolo disse, não sabemos bem de que lado eles estão ainda.

— Uma droga não saber em quem confiar. - disse Apolo.

— Vamos continuar a discussão sobre o que fazer com o resto e tentamos novamente depois que tudo estiver resolvido. - sugeriu Annabeth - Se ainda assim não responderem, pensaremos no que fazer. 

— O que é mais urgente que consertemos primeiro? Obeliscos ou pirâmides? - perguntei.

— Nem sabemos como resolver a questão das pirâmides. - lembrou Zia - No máximo, se dermos sorte, conseguimos chegar na próxima pirâmide antes deles e tentar impedir que ela seja a próxima. Mas como também não temos certeza de quais vão ser as próximas pirâmides, é tudo uma questão de sorte.

— Até agora foi a em Las Vegas, a em Teotihuacan e a próxima é a do Peru. - disse Hazel, pela cara.

— Houve uma tentativa de uma na China pelo o que disseram na reunião com os outros deuses, mas falharam nessa. - disse Apolo.

— Será que faz sentido considerarmos que elas têm que estar espalhadas? - perguntou Cleo - Porque com isso temos 3 nas Américas e uma tentativa na Ásia. Sem falar nas altas chances de tudo terminar em alguma pirâmide egípcia, ou seja, África.

— Quais pirâmides temos na Europa? - perguntou Mallory.

— A do Louvre deve contar, se Las Vegas conta, a do Louvre conta. - disse a garota ruiva no telefone e que era a cara da Mallory.

— Qual seu nome mesmo? - perguntei.

— Rachel. - respondeu ela.

— Cabelo rosa e cabelo castanho aí do lado de Percy. - falei apontando para as duas - Nome.

— Lavínia. - disse a de cabelo rosa.

— Piper. - disse a de cabelo castanho.

— Ok. Melhor agora. Voltando para as pirâmides da Europa então… - eu disse e nesse momento Sadie e Anúbis voltaram com um mapa mundi enrolado embaixo do braço e um par de canetas.

— Roubamos da loja do museu. - disse Sadie toda orgulhosa.

— E a consciência tá bem? - perguntou Will, rindo.

— Mais da metade desse museu é de coisas roubadas mesmo… - comentou Anúbis enquanto abria o mapa no meio da mesa.

— Vamos marcar as pirâmides no mapa. - disse Hazel, tendo a mesma ideia que eu.

Prontamente Sadie pegou a caneta azul que tinha roubado e começou a marcar os países ou cidades que íamos listando colocando um círculo nas prováveis pirâmides e um X nas que já haviam sido atacadas. Então, tínhamos Las Vegas, Cidade do México com um X e o Peru com um X e um círculo ao mesmo tempo, visto que o ataque ainda estava acontecendo. As prováveis pirâmides foram mais difíceis de listar, Paris, Cairo e China eram os fáceis, mas Roma, Norte do Sudão, Camboja, Iraque, Indonésia, Grécia e Guatemala tivemos que juntar nossos conhecimentos e pesquisar um pouco pela biblioteca, e também não ficamos muito confiantes em todas elas. Já que algumas mal pareciam pirâmides ou estavam decrépitas demais.

— Não sabemos qual é a próxima, mas só por isso já digo que temos que ficar de olho na Ásia mais do que estamos de olho agora… que é nada… - disse Reyna.

— Ainda bem que estamos com bastante gente aqui na Europa também. - completou Nico.

— Onde estão os obeliscos? - perguntou Frank.

— Tem um aqui em Nova York. - disse Carter enquanto Sadie trocava de caneta para uma vermelha e fazia as mesmas marcações no mapa só que com outra cor - Eu e Zia podemos cuidar dele.

— A maioria está no Egito ou na Itália. - disse Anúbis enquanto Sadie ia marcando - Mas tem uns aqui pelo Reino Unido, um em Paris e aquele que vimos em Israel. Também tem um na Polônia e outro em Constanti… quer dizer… Istanbul. 

— Você decorou? - perguntou Percy.

— Você também ia decorar se estivessem arrancando objetos sagrados da sua terra e levando pra fora como se fosse souvenir. - respondeu Anúbis.

— Temos coisas a resolver na Itália. - disse Artemis - Estamos lidando com os rios do submundo e acho que posso invocar o Flegetonte perto de Florença. Pode deixar os obeliscos italianos conosco. Disseram que acham que conseguimos fazer o feitiço.

— Na pior das hipóteses você deve conseguir se suas caçadoras não. - disse Anúbis e Ártemis afirmou com a cabeça.

— Vão pelo mar, né? - perguntou Sadie começando a desenhar uma linha desde da Irlanda, onde Ártemis estava, até a Itália - Tinham um barco afinal…

— Isso. - confirmou Ártemis .

— Em Paris então temos tanto a pirâmide do Louvre como um obelisco. - notou Will - Acho que é um bom lugar para irmos, nem que seja só para arrumar o obelisco e ter certeza que tudo está em ordem.

— Podemos ir para lá e outra parte fica aqui no Reino Unido para cuidar dos outros obeliscos por aqui. - disse Sadie - De Paris podemos ir de trem… na verdade, vários trens… até Istambul resolver o obelisco de lá e a questão do gênio. Mas fiquem a vontade se quiserem roubar um banco para irmos de avião também. Mas de trem ou ônibus acabamos no caminho passando perto da Grécia então se algo acontecer por lá, estamos perto também.

— Gênio? - perguntei, perdido.

— É… tem um gênio por lá, segundo Hipátia. - disse Sadie - Acho que só depois que pedirmos a tal coisa, chave ou sei lá conseguimos descobrir como arrumar as pirâmides. Não chegamos nem minimamente perto disso pelos documentos que tem por aqui. Os melhores pareciam que tinha alguma informação faltando.

— Assim vão acabar tendo que passar muito rápido por Paris. - disse Blitzen - Como estamos perto também, podemos ficar de olho nas coisas por lá caso nada aconteça até vocês terem que sair de Paris.

“E qualquer coisa podemos tentar resolver o obelisco da Polônia.” sinalizou Hearthstone.

— Podemos ver o da Polônia também… - disse Blitzen, traduzindo Hearthstone.

— E de Istambul podemos resolver o de Israel… e com isso foram todos os obeliscos… - disse Sadie, continuando a rabiscar os caminhos de cada um pelo mapa - Assim ficaremos bem pertinho para ir pro Egito também.

— Ainda bem que estamos em grande quantidade dessa vez… - resmungou Grover - E não só com três pessoas para resolverem tudo…

— Depois decidimos como vamos nos dividir entre ir para Paris ou ficar aqui. Mas… Precisamos de voluntários para uma ronda de garantia na Ásia então. - disse Sam.

— Pode me colocar na lista. - disse Percy.

— Eu também. - disse Annabeth - Já ficamos tempo demais por aqui em Nova Roma. Podemos nos separar entre nós para montar um time para fazer uma ronda pela Ásia mas sem deixar Nova Roma tão desprotegida.

Paramos alguns segundos ali para processar e memorizar as decisões que tínhamos tomado e para cada grupo pensar um pouco no que teria que fazer. Tínhamos que nos dividir de uma forma inteligente, então gastamos algum tempo separando como ficaria cada grupo. Quem iria para Ásia afinal de contas? E para Paris e então Istambul? Quem ficaria no Reino Unido? O time da Ásia teria que se dividir em dois para cobrir mais território? Tantas perguntas. 

Contudo, admito que uma boa parte de mim estava ainda preocupada com o pessoal no Brasil indo pro Peru. Queria que aquela conversa acabasse logo, mas tínhamos que nos organizar. E vai que estávamos atrapalhando alguma coisa lá na América do Sul por estarmos ligando tantas vezes?

— Posso tentar dar um jeito de ir pra Ásia também depois de arrumar o obelisco daqui… - sugeriu Carter olhando para Rachel.

— Veremos o que a minha visão com você dirá até lá pra ver se você vai mesmo pra Ásia pra começo de conversa. - disse Rachel.

— E eu? - perguntou Apolo.

— Resolva as coisas no Peru primeiro, por favor… - disse Sam - A situação lá me preocupa.

— Podemos alterar esse plano conforme as coisas vão evoluindo também. - disse Hazel - Mas é bom ter alguma base para começarmos.

— Passe o feitiço que precisamos fazer nos obeliscos. - pediu Ártemis.

Gastamos então alguns minutos passando todos os detalhes do feitiço, tradução, texto original e tudo o que pudesse ser necessário para que os outros pudessem fazer. Eu, e notei que Sam, Blitzen e Hearthstone também, estávamos agoniados, queríamos entrar em contato novamente com Mangus, Alex e os outros, mas fazia mesmo algum sentido esperarmos alguns minutos antes de entrarmos em desespero.

— Vou fazer no obelisco aqui perto enquanto ainda tem sol… - disse Carter - Aviso vocês se consegui ou não.

— Obrigada fuso horário. - disse Sadie.

— Agora podemos de novo entrar em contato com o resto do pessoal? - perguntou Sam.

— Vamos nos organizar quanto à nossa parte. - disse Artemis - Me avisem se precisar entrar em contato com alguém na América do Sul.

Todas as mensagens de Íris e ligações terminaram, mas Sam olhou para Will, que era nossa fonte de sol para fazer um arco-íris junto com a água da mangueira que Blitzen segurava.

— Podemos abusar de sua boa vontade de novo? - perguntou ela.

— Claro. - disse Will. 

Assim, mais uma vez tentamos nos comunicar com o pessoal e depois de alguns minutos de tensão, mais uma vez falhamos.

 


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Notas finais do capítulo

sobre o Ivar... realmente não tem nenhuma certeza, ao menos até onde eu li, sobre se o cara era deficiente ou não. tem argumentos pra todos os lados kk muito complicado kk

uma história conta q por causa de uma treta mágica aí do Ragnar, o Ivar nasceu com ossos fracos...
mas os vikings não deixavam vivas crianças deficientes...
mas muitas histórias tbm dizem que ele era um guerreiro muito foda...
mas não é incomum a galera exagerar nos feitos...
mas outras histórias dizem que o apelido era pq ele... erm... tinha problemas na cama...
alguns falam que ele era carregado constantemente num escudo... outros que não, que a parte de carregar num escudo acontecia só depois de vitórias em batalha e era comum fazer isso com os líderes do exército viking...
mas aí outras fontes dizem que ele era gigante... e que o apelido era pq ele lutava de um jeito tão foda q parecia q não tinha ossos....
na série Vikings ele é deficiente..
em Assassins Creed Valhalla ele não é...
enfim.. tudo isso pra dizer q eu tirei na sorte como ia ser o Ivar kk

por hj é só e até o próximo capítulo :)



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