Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 116
THALIA - De Portugal ao País de Gales


Notas iniciais do capítulo

já fazem caps DEMAIS q nossa querida Thalia não narra. então vamos matar a saudade dela. desculpa a demora pelo cap, eu me enrolei com um bando de coisa acontecendo ao mesmo tempo.

no momento, estão nos EUA os grupinhos:
— Nova Roma: Frank, Lavínia, Hazel, Annabeth, Zia, Kayla, Grover, Percy, Piper, Meg, Apolo
— NY: Cléo, Paulo, Austin, Drew, Carter
no momento, estão voando, os grupinhos:
— Indo para Europa: Reyna

no momento, estão em alto mar, os grupinhos:
— Indo para País de Gales : - Indo para Nigéria : Leo, Calipso, Olujime, Magnus, Jacques, Alex, Festus

no momento, os grupos que estão na EUROPA são:
— País de Gales: Caçadoras de Ártemis (Thalia, Ártemis, etc), Clarisse. Sam, Blitzen, Hearthstone, Mestiço, Anúbis, Sadie, Will, Nico. // Maias-Astecas: Victoria, Micaela (a menina q parece Annabeth) e Eduardo (guri chato que o Mestiço deve estar querendo jogar na água).
— Contra vontade no País de Gales: Mallory



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THALIA

Preciso dizer que saímos de Portugal nos sentindo totalmente humilhadas? Kowalski tinha morrido, Mallory tinha sido sequestrada e nós tinhamos sido derrotadas. Aquilo havia deixado a situação pessoal demais, especialmente para Lady Ártemis. 

Estávamos mais do que com o emocional e o psicológico ferido, o físico também não estava muito bem. A vontade de consertar o desastre que havia acontecido em Portugal foi o que nos motivava a seguir em frente o mais rápido possível. Uma cura mágica aqui e ali no caminho e então só nosso psicológico e emocional estavam destroçados quando atracamos numa praia francesa perto da cidade de Nantes.

Não sabíamos exatamente para onde ir no País de Gales, então tivemos que encontrar um jeito de descobrir. O outro grupo cruzando o oceano também iria tentar, mas isso não significa que não podíamos tentar dar o nosso jeito de tentar saber onde Mallory estava o mais rápido possível. Exatamente por isso paramos em Nantes.

A viagem até ali tinha sido desconfortavelmente silenciosa. Só falamos o necessário. Bem, o único detalhe mais relevante da viagem foi que logo no começo, quando tínhamos começado a deixar Portugal para trás, aparentemente Hermes surgiu e convidou Lady Ártemis para uma reunião. Nenhuma de nós viu esse convite acontecer mas, se ela disse que aconteceu, então aconteceu. Ela disse que não iria, afinal era questão de honra agora salvar Mallory. Era uma prioridade maior e ela tinha certeza que alguém próximo, tipo Apolo, iria participar, então ela poderia saber o que aconteceu depois.

Quando ela mencionou que provavelmente vários deuses de várias mitologias estariam lá, ficamos surpresas. Mas ainda estávamos muito concentradas no luto para perguntar algo quanto a isso ou até mesmo pensar sobre. Só quando estávamos chegando em Nantes que começamos a pensar mais em como aquela reunião de vários deuses era meio interessante.  Com que frequência eles faziam coisas assim? Aconteciam brigas na reunião? Hermes passava dias entregando convites para dezenas de deuses pelo mundo inteiro? Ela respondeu brevemente nossas perguntas, ou ao menos as que ousamos fazer. Sim, brigas eram constantes e não, Hermes só entrava os convites para os deuses gregos, romanos e líderes de outros panteões. Os líderes dos panteões então repassavam os convites para quem eles queriam que fosse dentro de seus panteões.

Mas bem, como ia dizendo, atracamos nas margens da cidade de Nantes. Ninguém parecia ainda afim de conversar. Nossa cara fechada não combinava em nada com a leve alegria das famílias francesas que estavam aproveitando a praia em que atracamos. Ignorando essa alegria, entramos na cidade e a cruzamos a pé até um parque nacional. 

A caminhada demorou o suficiente para a noite cair. A falta de luminosidade era complicada, mas já sabíamos lidar com ela. Eventualmente chegamos numa área bem aguada, como um pântano. Mas um pântano mais bonito do que todo o clichê de um pântano e com áreas mais firmes entre as lagoas também. Algumas pequenas flores amarelas cresciam e algumas árvores nos davam proteção da chuva fina que caía.

— Realmente queria que não tivéssemos que perder tempo aqui antes de seguir para o País de Gales… - disse Lady Ártemis, acho que pensando em voz alta.

 - Tem algum jeito de chamar ou invocar esse amigo da senhora que deve saber onde Mallory pode estar? - perguntei enquanto algumas das meninas tentavam acender uma fogueira agora que a chuva tinha parado, mas nos deixado encharcadas.

— Tem sim. - disse Lady Ártemis soltando um suspiro e olhando para a mata - Cernunnos, guardião do caldeirão da abundância, eu te chamo.

Por alguns segundos, o vento balançou as plantas me deixando com alguma expectativa, mas quando Lady Ártemis suspirou, parecendo cansada, fiquei preocupada com nossas chances de conseguir chamar o tal Cernunnos. 

— Ele costuma ser complicado de chamar? - perguntou Clarisse se juntando a nós no segundo que a luz e o calor do fogo da fogueira surgiram repentinamente.

— Sim. - respondeu Lady Ártemis - Desde que virou um dos deuses adorados na Wicca, ele se tornou mais ocupado. Cada minuto que perdemos é mais um minuto de Mallory indo para longe. Já perdemos muito tempo nos recuperando o suficiente para seguir viagem. Não queria esperar aqui mas… chegar em qualquer lugar no País de Gales e torcer por algum sinal não me parece sábio também.

— O pessoal que tá vindo no barco não descobriu nada também ainda? - perguntou Clarisse - Disseram que tinham um deus que podiam perguntar né? Um do submundo.

— Não devem ter chegado no submundo celta ainda. - disse Lady Ártemis já parecendo meio irritada enquanto batia o pé no chão - Cernunnos, guardião do caldeirão da abundância, eu te chamo!

Dessa vez o jeito que o vento batia nas árvores até mudou. Tinha um silêncio e uma energia desconfortável ali. Gradualmente, o vento ficou mais forte, arrancando folhas das árvores. Essas folhas carregadas pelo vento começaram a girar como um redemoinho um pouco maior que uma pessoa. Na verdade, elas eventualmente começaram a tomar a forma de uma pessoa. Uma pessoa com chifres de cervo bem grandes, no caso.

A pessoa, o homem, que apareceu diante de nós parecia um sátiro ou um fauno adulto e forte que por acaso também tinha chifres de cervo. Ele tinha um cabelo ruivo ondulado que chegava até os ombros e uma barba curta, mas volumosa, que cobria boa parte do rosto dele. 

— Perdão pela demora, Ártemis. - disse o deus - Estava discutindo uns problemas com Dagda. É raro você me chamar assim, então imagino que seja importante.

— Acertou. - confirmou a deusa - Meninas, esse é Cernunnos. Deus celta dos animais, natureza e fertilidade.

— Ah, por favor… vocês romanos…generalizando tudo. - disse Cernunnos suspirando e revirando o olhar.

— Estou bem grega no momento. - rebateu Lady Ártemis.

—  Tá tá. - respondeu Cernunnos gesticulando com a mão fazendo pouco caso - Gaulês. Eu sou gaulês!

— Temos coisas mais importantes para discutir do que de qual povo “celta” você é. - rebateu ela.

— O que exatamente está acontecendo para deixar você tão de mal humor e apressada? - perguntou ele.

— Uma garota foi sequestrada por Balor. - explicou Lady Ártemis.

— Oh! É sua caçadora a garota ruiva então? - perguntou ele surpreso.

— Você a viu?! - perguntei preocupada.

— Para onde foram?! - perguntou Clarisse ao mesmo tempo.

— Não é minha caçadora mas é minha responsabilidade. - explicou Lady Ártemis levantando a mão levemente para que parassemos de perguntar tão desesperadamente.

— “Vi” de certa forma. - disse Cernunnos dando de ombros - Tenho uma certa noção do que acontece nas matas de algumas regiões, como França e o sul da Inglaterra. De fato vi Balor atravessando o sudoeste da Inglaterra junto com um pequeno exército e carregando uma garota ruiva que parecia extremamente irritada e rebelde. O perdi quando chegou no Canal de Bristol, que separa a região do País de Gales. Mencionei o mesmo para Dagda.

— Dagda está interessado neste problema também? - perguntou Lady Ártemis.

— Quem é Dagda? - sussurrou Clarisse para mim, mas eu também não sabia e Artemis ouviu a pergunta.

— É um importante deus celt- - disse Ártemis mas logo foi interrompida.

— Irlandês - acrescentou Cernunnos - Ele é um dos Tuatha Dé Danann. Muito forte e muito sábio. E sim, ele está interessado no problema. Fazem séculos que Balor não aparece e, quando aparece, se junta com Hafgan e seu exército de mortos fugidos do submundo e ainda sequestra meia dúzia de pessoas.

— Pera. Meia dúzia? A Mallory não foi a única? - perguntei.

— Ah não, a amiga de vocês não foi a única e exatamente por isso que estamos preocupados, sabe? - disse Cernunnos suspirando pesadamente - Sequestros, exércitos e tudo que tem acontecido com deuses de outros panteões, rios, e tudo mais. 

— Exatamente isso que estávamos investigando quando Mallory foi sequestrada. - disse Lady Ártemis.

— Ah, eu sei. - garantiu Cernunnos - Dagda me falou o que Hermes contou para ele quando o convidou para a reunião que vai ter no Olimpo em breve. Depois de amanhã, né? Já passou da meia noite? Foi convidada também, né?

— Dagda te convidou para a reunião? - perguntou Lady Ártemis.

— Sim. E vou com certeza. - garantiu Cernunnos - Tudo isso é estressante demais. Estamos tentando deixar tudo nas ilhas britânicas e aqui nas margens da França, Bélgica e Holanda sob controle, mas não é fácil. Prova disso é esse problema no meio do País de Gales.

— Onde no País de Gales estão? - perguntou Lady Ártemis.

— Infelizmente não sabemos. - revelou Cernunnos - Estamos tentando descobrir. Dagda está falando com Arawn nesse momento, afinal ele talvez consiga sentir onde os mortos estão.  Até o momento, estamos em dúvida entre três regiões do País de Gales.

— Conseguem descobrir qual das três é? - perguntei.

— Arawn e Balor estão complicando para nós, mas estamos tentando. - explicou Cernunnos - Ou melhor, Dagda está tentando. Sabe como ele é.

— Vão demorar? Estamos com pressa. - reclamou Clarisse.

— Imagino… - suspirou Cernunnos - Vamos fazer assim, vocês vão indo até… ahm… Pembroke. Conhece? Fica em uma das pontas do País de Gales e tem um castelo legal lá. Posso pedir para Dagda encontrar vocês lá e, se ele tiver encontrado o lugar que sua amiga está no tempo que vocês levarem para chegar em Pembroke, ele pode levar vocês até lá.

— Temos um grupo também vindo pelo mar e que vai tentar conversar com Arawn e ver se ele sabe. - disse Artemis.

— Ele também está tentando, com certeza. - disse Cernunnos - Estamos em contato entre nós e com outros deuses também. Mas desculpe, não consigo ser mais útil do que isso no momento.

— Tudo isso parece indicar uma luta, irá participar? - perguntou Lady Ártemis.

— Errm… não. - respondeu Cernunnos - Estou ocupado demais. Boa sorte para vocês.

Deuses, sempre ocupados demais ou fingindo que estão ocupados demais para ajudar. Seja lá qual era o caso dele, a conversa não durou mais muita coisa. Não tinha mais com o que Cernunnos pudesse nos ajudar. Então, cansadas e tudo mais, seguimos caminho voltando para o barco e então deixando a França para trás.

— Podemos confiar nele? - perguntei para Lady Artemis enquanto a França sumia no horizonte.

— Provavelmente sim. - respondeu ela - Em Dagda tenho mais certeza. Ele é famoso por ser bonzinho e meio coração mole.

— Acha que avisamos o outro grupo para nos encontrarem em Pembroke? - perguntou uma das caçadoras.

— Vamos chegar bem antes deles lá provavelmente. - disse Lady Artemis - Afinal estão vindo de longe e a distância é algo a se considerar mesmo que tenhamos perdido algum tempo nos arrumando para sair de Portugal e mais agora na França. Vão dormir. Aproveitem que não temos lutas no momento. Vão precisar de toda a energia quando encontrarmos Mallory.

Era difícil dormir preocupada, mas era pior ainda lutar cansada. Então tentei dar um jeito aproveitando o barulho tranquilizador do mar enquanto navegávamos no meio da noite indo até a tal cidade de Pembroke. Chegamos numa praia em Pembroke ainda no escuro, sem conseguir ver muita coisa da cidade que ficava escondida atrás de uns morros fracamente iluminados pela lua. Ficamos lá descansando com Ártemis de olho em tudo até Dagda aparecer, o que aconteceu pouco depois do sol nascer, quando estávamos comendo.

Ouvimos um assobio vindo da praia e, quando corremos para ver largando a comida para trás, vimos um homem enorme (para todos os lados, mas principalmente para cima). Ele tinha uma grande barba castanha e um cajado bem alto. Não consegui ver seu rosto, pois ele também usava um manto bem clichê de mago que escondia o rosto inteiro e era tão longo que a borda estava suja de areia.

— Desculpa a demora, Artemis. - disse o homem num tom de voz bem característico de um Papai Noel de shopping - Não queria vir até vocês sem ter a resposta que já fui informado que querem.

— Dagda. - disse Lady Ártemis - Descobriu para onde precisamos ir?

— Descobriu então para onde Balor levou nossa amiga? - perguntei ansiosa.

— Mais ou menos, criança. - respondeu Dagda - Consegui diminuir a área de busca de um país inteiro para uma floresta. Uma antiga floresta no vale do rio Glaslyn.

— Vou tentar falar com o resto do pessoal. - declarou Clarisse .

— Não conseguirá. - disse Dagda - Eles estão dentro das névoas que cercam nosso submundo. Nenhuma mensagem de Íris… ou de celular, chegará até eles. Poucas coisas conseguem atravessar essa névoa.

— Vou tentar mesmo assim. - declarou Clarisse dando as costas para o deus e indo tentar entrar em contato com o resto do pessoal.

— Arawn já está sabendo que descobrimos onde aproximadamente podem estar os mortos e sua amiga. Ele os enviará para perto. - disse Dagda - Uma pequenina cidade que dará a rota perfeita até dentro da floresta. Posso me juntar a vocês no barco? Assim poderemos ir para mais perto do lugar.

— Claro. - respondeu Lady Ártemis.

E mais uma vez, começamos a navegar. Eu já não via a hora de atracar novamente e, dessa vez, ficar mais do que só algumas horas em terra firme. Já estava de saco cheio do balançar do barco e das limitações de coisa para fazer. Mas tinha que reconhecer que o barulho das ondas era reconfortante.

Poucos minutos depois do barco recomeçar a andar, fui atrás de Clarisse e a encontrei, meio raivosa, num dos banheiros do barco.

— Tá tudo bem? - perguntei.

— Ninguém atendeu a minha mensagem de Íris. - disse ela - Acha que o pessoal que está vindo está bem?

— Espero que sim. - respondi suspirando, não estava afim de perder mais gente - Vamos torcer pra ser mesmo só interferência do tal submundo celta que nem Dagda disse.

Ficamos uns minutos em silêncio, preocupadas, mas nossa preocupação foi interrompida quando uma das caçadoras passou por perto e falou:

— Lady Artemis está chamando todas nós.

Seguimos a garota e outras caçadoras iam na frente. Em alguns segundos estávamos todas ao redor de Lady Ártemis e Dagda.

— Atenção. - disse Lady Artemis - Dentro de algumas minutos ou horas nos espera uma provável luta contra mortos, que não parecem tão mortos assim, e com pelo menos dois deuses celtas. Já conheceram o cretino do Balor, líder dos Fomorianos, quase o equivalente aos Titãs gregos. Tenho contas a acertar com ele pelo o que nos fez, mas não precisam se segurar para deixar o golpe final comigo. Só tomem muito cuidado. Já viram o estrago que ele pode causar e já viram que ele não é um alvo pequeno. O nosso outro alvo divino confirmado é Hafgan. Ele era um dos reis do submundo, mas isso não é importante agora. O que importa é que, segundo Dagda, ele só pode ser morto por um mortal, o que diminui bastante nossa lista de pessoas que podem dar o golpe final nele. Mas isso também significa que temos que tomar cuidado. Um golpe final dado por um imortal irá fazer ele se recuperar totalmente de qualquer ferimento. Fiquem de olhos abertos, tomem cuidado e não corram riscos desnecessários. Quando nos encontrarmos com o outro grupo acertaremos os detalhes de uma luta contra Hafgan.

E isso tudo foi um resumo do que aconteceu até nos encontramos com os demais na praia de uma pequena cidade no País de Gales, prontos para acertar as contas com algumas divindades celtas.

 


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