Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 115
NICO - O Problema Celta


Notas iniciais do capítulo

cap novo saindo rápido pq eu tava empolgada XD

no momento, estão nos EUA os grupinhos:
— Nova Roma: Frank, Lavínia, Hazel, Annabeth, Zia, Kayla, Grover, Percy, Piper, Meg, Apolo
— NY: Cléo, Paulo, Austin, Drew, Carter
no momento, estão voando, os grupinhos:
— Indo para Europa: Reyna

no momento, estão em alto mar, os grupinhos:
— Indo para País de Gales : Sam, Blitzen, Hearthstone, Mestiço, Anúbis, Sadie, Will, Nico. // Maias-Astecas: Victoria, Micaela (a menina q parece Annabeth) e Eduardo (guri chato que o Mestiço deve estar querendo jogar na água).
— Indo para Nigéria : Leo, Calipso, Olujime, Magnus, Jacques, Alex, Festus

no momento, os grupos que estão na EUROPA são:
— Indo para País de Gales: Caçadoras de Ártemis (Thalia, Ártemis, etc), Clarisse
— Indo contra vontade para País de Gales: Mallory



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/747866/chapter/115

NICO

Minha cabeça e meus olhos estavam pesados e eu só tinha uma leve noção das vozes ao meu redor. Elas diziam alguma coisa, com certeza, mas demorou muito até eu conseguir juntar os sons em palavras, e mais ainda até juntar as palavras em frases.

— Acha que ele vai querer ajudar? - foi a primeira frase que minha cabeça lentamente conseguiu encontrar o sentido e identificar quem falava, no caso, Sadie.

— Não de primeira. - respondeu Anúbis.

Quem vai querer ajudar? Eu não fazia ideia. Aliás, a conversa me forçou a tentar lembrar onde eu estava e o que estava acontecendo. Foi aí então que tudo veio até mim talvez meio rápido demais. A viagem de barco até a Europa, ou melhor, País de Gales, pois tinham sequestrado Mallory, a namorada do Mestiço. O bicho feio, Asag, seguindo a gente e então a caravela cheia de zumbi que vimos no horizonte. Lembrei da caravela atirando, nós acertando ela com um pato e então com o nosso barco, a briga começando, uma garrafa pegando fogo explodindo e atingindo o Will e aí acordei num pulo.

— WILL! - gritei pulando acordado e assustado. 

Ainda sentado no chão, procurei desesperado por Will, mas não demorou muito, ele estava logo ao meu lado e prontamente segurou meu rosto em suas mãos. Apesar das minha memória de ver ele bem machucado, com o rosto ferido e o braço num estado preocupante, ele estava bem.

— Hey. Tá tudo bem. - disse ele gentilmente - Você apagou. Está tudo bem agora.

Eu fiquei uns segundos, me controlando, olhando para ele. Respirei fundo e peguei em uma das mãos que ele deixava na minha bochecha e comecei a processar mais das coisas ao meu redor. Will estava bem, isso era fato. Os demais também pareciam bem. Estavam ao redor, sentados ou de pé olhando para o que vinha na nossa frente, ou deitado tirando uma soneca, que era o caso de Hearthstone e Blitzen. Provavelmente estava difícil ver o que vinha pela frente, pois estávamos no meio de uma densa neblina que arrepiava minha nuca.

— O que eu perdi? - perguntei - Só lembro de você ter ficado ferido com aquelas bombas caseiras de garrafa...

— Bem… a Micaela me curou e enquanto isso você mostrou quem é que manda. - explicou Will - Tá todo mundo bem, ao menos do nosso lado, do inimigo mal sobrou o barco.

— Eu mostrei quem é que manda? - perguntei perdido me perguntando o que eu tinha feito que não lembrava.

— É… - confirmou Will abaixando as mãos do meu rosto, mas segurando as minhas firmemente  - Os zumbis, o velhote que no final das contas era Cortés… meio que foi você que deu conta de todo mundo e aí você desmaiou. A gente te trouxe de volta pro barco, reparamos o nosso barco do jeito que dava e continuamos a viagem.

— Ei… - disse Micaela chegando perto e se ajoelhando ao meu lado - Que bom que está bem. Me deu um susto.

— Valeu por cuidar do Will. - disse.

— Nada. - respondeu ela sorrindo.

— O velhote então, no final das contas era Cortés? - perguntei lembrando de toda a confusão que tivemos com Apolo quando os imperadores romanos resolveram nos irritar também.

— Pois é. Lembra do que aconteceu com meu pai aquela vez né? - perguntou Will.

— É… - disse suspirando lentamente - Será que não dá pra ressuscitar alguém que não cause problemas. Alguém que ajuda a gente na verdade?

— Talvez porque depois que morrem eles ficam “Ah não! chega! Já fiz minha parte, agora deixa eu ter sossego ao menos morto.” - brincou Will rindo.

— Acha que ele vai voltar? - perguntou Micaela - Ele ameaçou voltar e… se está desde sei lá quando não deixando a gente chegar na Europa, não seria estranho se ele já tiver sido derrotado por alguém alguma vez, a história ter se perdido, e ele voltado.

— Acho que não… - respondi incerto tentando lembrar do que eu tinha feito com Cortés, conversaria com Will melhor depois, no momento estava incomodado com aquela névoa - E… o que aconteceu no meio do caminho pra estarmos nessa névoa que não parece nem um pouco normal? Me lembra um pouco do submundo… 

— Bem, provavelmente porque, pelo o que eu entendi, estamos na entrada de um submundo. - explicou Will olhando ao redor - Quando estava desacordado, Anúbis também enviou uns cachorros de névoa pra tentar falar com o tal deus que cuida do submundo celta e aí, um tempo depois, fomos engolidos por esse nevoeiro. Aquele bicho feio, Asag, não aparece faz um bom tempo também. Achamos que ele não entrou na névoa.

Não era hora para ficar ali sentado. Me levantei e fui pra ponta da frente do nosso barco, onde Sam, Anúbis, Sadie, Mestiço e Victoria tentavam ver o que vinha pela nossa frente. Victoria foi a primeira a me notar chegando. Ela abriu um largo sorriso e abriu um espaço para mim e Will.

— E aí? - disse ela - Bem vindo, Bela Adormecida. Se sentindo melhor?

— Melhor… - respondi.

— Ele deve ser amistoso, né? - dizia Mestiço em alguma conversa que claramente eu havia pegado pela metade - Se ele está deixando a gente entrar.

— Ahm… não necessariamente. - respondeu Anúbis.

— Pode ser uma armadilha. - avisou Sam.

— Você disse que ele está com problemas no submundo dele né? - disse Sadie, que parecia muito cansada, parando sua fala para soltar um grande bocejo - Mortos fugindo ou algo assim, segundo Hades.

— Não seria melhor você estar dormindo? - perguntei olhando para Sadie.

— Acordei faz pouco. Daqui a pouco vou pra outra soneca. - explicou ela.

— Qual o nome do cara com quem a gente tá indo falar? - perguntei me juntando a conversa.

— Arawn. - respondeu Anúbis que, assim como Sadie, não parecia no auge da sua energia ainda - é o deus e rei do submundo celta… ao menos na versão galesa dele.

— Tem mais de uma? - perguntei perdido.

— Os celtas não eram um único povo com uma única crença, um único costume e uma única cultura. - disse Mestiço parecendo um professor de universidade ao invés de um viking brigão - Tinham o mesmo idioma e algumas similaridades culturais, mas são vários povos diferentes.

— É meio então que nem só simplesmente falar “os latinos”, mas aí tem um monte de nacionalidade aí no meio e culturas diferentes e tal apesar de algumas coisas em comum? - perguntou Victoria.

— Por aí. - disse Mestiço - Acho que estou vendo alguma coisa.

Todos forçamos a vista, mas demorou bastante até eu conseguir de fato ver qualquer coisa no meio da neblina pesada. Lá no horizonte, parecia ter uma ilha com algumas montanhas e morros e, em cima do mais alto dos morros, parecia ter alguma construção grande. 

— Se Arawn é o rei do submundo celta galês… então tem outros submundos celtas por aí? - perguntei.

— Sim, e não. - respondeu uma voz seca e meio fantasmagórica vinda da água.

O barco parou de andar de repente, como um carro freiando do nada me fazendo lembrar que nosso barco não era lá muito normal. Nós nos debruçamos no barco e olhamos para a água logo abaixo de onde estávamos seguindo o som daquela voz. Ali, a névoa estava estranha, mais densa, negra e fazendo movimentos estranhos. 

A névoa parecia estar se juntando e tomando forma, a forma de uma pessoa, no caso. Ele era alto e tinha uma capa preta que cobria o corpo todo, que, pelo formato da capa, dava para imaginar ser musculoso. A barra da capa se desfazia em névoa quase dando a impressão de que ela era feita de névoa também. Ele até tinha um rosto, mas não dava para ver o rosto dele, pois estava escondido atrás de uma máscara feita de um crânio cervo com chifres longos, brancos, numerosos, retorcidos e nem um pouco naturais. 

— Graças aos romanos e ao cristianismo, poucos de nós restam, filho de Hades. - disse a figura - Eu cuido do que sobrou do submundo celta. Seja galês, irlandês, gaélico…  juntei-os aqui.

— Ele é o Arawn? - sussurrou Sadie para Anúbis.

— Sou. - respondeu a figura antes que Anúbis respondesse - E vocês vem até aqui, sem vergonhas, pedir a minha ajuda em nome de Anúbis como se você, Anúbis, tivesse falado comigo ao menos cinco palavras em toda a sua vida! Que, se me lembro bem, suas únicas palavras para mim foram “não é problema meu”.

No meio do discurso, Micaela e Eduardo se juntaram ao grupo, Blitzen e Hearthstone continuaram dormindo. E todos nós ali na ponta do barco olhamos para Anúbis imaginando o que teria acontecido entre os dois para existir uma conversa que a única coisa que um lado fala é “não é problema meu”.

— Foi uma década ruim? - perguntou Sadie.

— Milênio ruim. - respondeu Anúbis.

— Então, me diga, porque eu deveria ajudar vocês? - perguntou Arawn - Não é problema meu, afinal de contas.

— Bom argumento… - comentou Eduardo.

— Será? - perguntou Anúbis - Se fosse isso, poderia simplesmente não ter aberto o submundo para entrarmos e ainda assim, aqui estamos. E isso são mais que cinco palavras.

Não tinha como ver o rosto de Arawn por causa do crânio que ele usava como máscara, mas eu podia imaginar uma expressão fechada e irritada nos pequenos segundos que ele ficou lá em silêncio. 

— Disse que Balor sequestrou uma garota que estava com vocês… - disse Arawn.

— É! - confirmou Mestiço - O nome dela é Mallory! Cabelos bem ruivos, meio boca suja e sem filtros.

— Não vi a garota. Não vejo Balor também a muitos séculos. - disse Arawn - Não posso mais sair daqui. Exige já muito de mim cuidar dos submundos. Mas ouvi falar que Balor está com Hafgan e meus mortos fugitivos.

— Seus mortos estão mais pra zumbis, ou almas, ou que nem esse cara aqui? - perguntei apontando para Mestiço.

— Ei. - reclamou Mestiço.

— Mais para ele. - respondeu Arawn indicando Mestiço com o nariz, ou melhor, com o focinho do crânio que usava no rosto - Se aceitarem mandar meus mortos de volta para mim, posso ajudá-los levando mais ou menos para o lugar certo.

— “Mais ou menos para o lugar certo”? - repetiu Sam estranhando aquilo.

— Já estamos cansados e vamos ter que aguentar um “Mais ou menos para o lugar certo”? - sussurrou Micaela.

— Podem ir resolver as coisas de vocês. - disse Mestiço - Nós salvamos a Mallory. Não vamos atrasar vocês.

— Não. - insistiu Victoria - Já conversamos sobre isso. Vamos ajudar vocês. Depois seguiremos nosso caminho. É o mínimo que podemos fazer.

— Já perdemos tempo demais. - lembrou Sam - Quão longe é “Mais ou menos para o lugar certo”?

— Ah, não. - reclamou Sadie cruzando os braços, séria, encarando Arawn - Despachar um bando de mortos, sabe-se lá quantos ainda por cima, vai ser mais caro do que um “Mais ou menos para o lugar certo”. Você é um deus! Então pode dar seu jeito aí de nos levar exatamente para o lugar que a Mallory está ou pelo menos dê um jeito no monstrengo feioso que tá insistentemente seguindo a gente. Notei que ele não entrou nessa sua névoa dramática teatral. 

Senti Will ao meu lado segurando a risada e vi Anúbis se colocando na frente de Sadie, enquanto Arawn ficou em silêncio e claramente chocado com alguém, uma garota mortal ainda por cima, falando com ele daquele jeito.

— Pela descrição, imagino que essa seja a tal garota que Hades mencionou? - perguntou Arawn - Realmente, você tem um gosto estranho, Anúbis.

— Estão fofocando sobre mim nos submundos por aí? - questionou Sadie curiosa.

— Garota, - disse Arawn elevando a voz - vou deixar essa petulância passar… pois admito que seus contatos são bons demais, até onde sei. Não posso levar vocês direto para onde sua amiga pode estar ou Hafgan está. Meus poderes não são mais como um dia foram e Hafgan está mascarando o local exato de mim, provavelmente usando magias de druidas. Assim, não posso fazer mais do que isso… mas talvez possa falar com Dagda para que não deixe o Asag entrar no Reino Unido ao menos por tempo o suficiente para vocês encontrarem um lugar seguro talvez.

— E quem é Dagda? - perguntou Victoria.

— Um dos deuses celtas, irlandês no caso. Um dos mais fortes que sobraram. - explicou Arawn.

— Mas estamos indo para o País de Gales, não para a Irlanda. - lembrou Mestiço.

— Eu disse que poucos de nós restam. - repetiu Arawn - Temos que cuidar de mais do que cuidávamos antes para não deixar nada desamparado. Tivemos que nos rearranjar. Dagda está cuidando do País de Gales também. Isso é o que posso fazer. Talvez ele saiba o local exato que sua amiga está.

— Trato feito. - disse Mestiço socando o nosso barco.

A neblina aumentou de intensidade rapidamente. Tanto que ela engoliu Arawn e então eu não conseguia nem mesmo ver Will, logo ao meu lado. Eu agarrei Will preocupado de ele estar sumindo, mas senti ele ainda ali. Ele claramente pensou o mesmo que eu, pois ele também se agarrou a mim. 

Por mais tranquilizante que seja saber que o Will não tinha sumido, a névoa continuou a aumentar e o tom de cinza ficava cada vez mais escuro até que eu estava na mais plena escuridão. Minha cabeça ficou pesada, eu me sentia tonto. Minha voz não saía e eu não ouvia nada. Era como se eu fosse desmaiar novamente (o que eu não estava muito afim). E então, de repente, tudo se clareou num piscar de olhos.

Não estávamos mais no meio do mar, agora o barco estava tranquilamente flutuando perto de uma praia sem graça, cheia de pedras e cascalho, águas meio azul e meio cinza, numa pequena cidade formada por algumas casas e as ruínas de um pequeno castelo num morro a beira mar. 

A parte interessante, no entanto, foi notar que na praia sem graça, estavam as Caçadoras de Ártemis, a própria Ártemis, e um homem enorme e barbudo que segurava um enorme cajado e vestia um manto com capuz que escondia quase seu rosto inteiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

sexta feira saiu cap novo da fic do Anúbis, hoje saiu dessa, vou tentar postar outro cap do Anúbis o mais rápido possível pq eu to ansiosa pra o q vai rolar lá kkk
beijinhos e até o prox cap



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os Deuses da Mitologia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.