Os Deuses da Mitologia escrita por kagomechan


Capítulo 106
APOLO - O Rio No Meio do Nada


Notas iniciais do capítulo

eu juro q eu tô tentando botar o Apolo pra começar a narrar como Lester pra botar a fotinha dele kkk mas a hora q o cap anterior termina n tá ajudando kkk


no momento, estão nos EUA os grupinhos:
— Em Las Vegas, indo para Nova Roma: Hazel, Annabeth, Zia, Kayla, Grover
— Em Phoenix: Percy, Piper, Meg, Apolo
— Indo para Europa: Reyna
— Nova Roma: Frank, Lavínia
— NY: Cléo, Paulo, Austin, Drew, Carter

no momento, estão em alto mar, os grupinhos:
— partindo de NY, indo para País de Gales : Sam, Blitzen, Hearthstone, Mestiço, Anúbis, Sadie, Will, Nico. // Maias-Astecas: Victoria, Micaela (a menina q parece Annabeth) e Eduardo (guri chato que o Mestiço deve estar querendo jogar na água).
— Indo para Nigéria : Leo, Calipso, Olujime, Magnus, Jacques, Alex, Festus

no momento, os grupos que estão na EUROPA são:
— Indo para País de Gales: Caçadoras de Ártemis (Thalia, Ártemis, etc), Clarice
— Indo contra vontade para País de Gales: Mallory



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APOLO

Esperar é uma das piores coisas para se fazer. Sério. O pai da Piper podia estar nesse exato minuto… sei lá… falando que vai obrigar ela a trabalhar na construção de um muro enorme, certamente seria o que meu pai faria, inclusive já fez, comigo, claro. Faz muito tempo mas, ainda tem vez que só de ver um tijolo largado por aí eu me lembro da construção dos muros de Tróia. Não foi nada legal.

Pela cara, ficar quieta ali no carro esperando também não estava fazendo bem para Meg, porque ela se aproximou do vão entre os dois assentos da frente do carro, onde eu e Percy estávamos, e começou a puxar conversa.

— Me explica um negócio… - disse Meg me encarando.

— O quê? - perguntei.

— Você ficava implicando tanto que queria voltar a ser um deus e essas coisas todas. - disse Meg - Achei que você só ia ficar assim, todo adulto, loiro e Apolo-Apolo pra tudo quanto é lado mas você só está ficando assim quando necessário. Viciou no Apolo-Lester?

— Eu também achava que seria assim como você disse… - admiti suspirando - É que… sei lá… parece estranho agora ficar com vocês sem ser como Lester. Mas no Olimpo eu só fico assim.

— Falando nisso, como estão as coisas no Olimpo? - perguntou Percy.

— No geral? Bem… Vocês sabem como querer se meter para resolver problemas não é uma prática muito comum nos deuses no geral. Tem toda essa história de não interferir diretamente. - expliquei - Então já faz um tempo que tem acontecido algumas fofocas sobre toda essa confusão e discussões mas que geralmente terminavam com “Não é problema nosso”. Ártemis está desde o começo tentando ajudar, como sabem. Todos sabiam também que Hades deu umas ajudas mais pontuais então, como Ártemis estava longe e eu queria ajudar vocês, fui atrás do Hades e aí o resto vocês já sabem.

— Você se juntou aos poucos aos poucos deuses que não ficam só esperando a gente resolver todos os problemas. - comentou Percy.

— Acho que sim… Sei lá. - respondi dando de ombros - Acho que por isso e outros motivos que desde que voltei a ser um deus as coisas lá não parecem mais como antes. Ficam até meio desconfortáveis, como se eu não me encaixasse mais. Às vezes ainda tento me encaixar, por isso demorei tanto para vir. Isso, e o fato de estar com medo do meu pai, que mandou a gente não interferir. 

— Você mudou… - declarou Percy e eu sinceramente não sabia o que pensar disso.

Eu suspirei e me apoiei no volante. É, as coisas no Olimpo não estavam exatamente como eu imaginava que iriam ser depois que voltasse de minha aventura como mortal. Mas nossa conversa filosófica e psicológica teve qualquer tentativa de continuação interrompida quando Piper, o pai, e Shel apareceram saindo do hotel. Piper ia na frente, andando mais rápido e claramente com lágrimas nos olhos. Logo atrás dela, tentando acompanhar o ritmo dela, estava o pai, também com cara de choro mas também irritado, e então a namorada de Piper, Shel.

— Parece que não deu muito certo… - sussurrou Meg.

— E tinha alguma possibilidade de dar? - perguntou Percy baixinho.

— PIPER! - gritou o pai dela irritado quando ela alcançou o carro.

— PAI! EU TENHO QUE IR! É IMPORTANTE! - gritou ela abrindo a porta do carro e a gente, com medo de dizer qualquer coisa, só ficamos quietos.

— O QUE É TÃO IMPORTANTE PRA VOCÊ SAIR ASSIM QUE VOLTA DEPOIS DE DUAS NOITES DE FARRA?! - gritou ele me fazendo chegar a conclusão de que ela usou a minha desculpa, por mais que de fato não combinasse com ela.

— ME DESCULPA! - gritou Piper chorosa de volta - EU NÃO TINHA INTENÇÃO DE SUMIR POR TANTO TEMPO! SE EU PUDESSE TER VOLTADO ANTES, EU TERIA VOLTADO!

— VOCÊ NUNCA FOI DESSE JEITO! - gritou o Sr. McLean - O QUE ESTÁ ACONTECENDO? É ESSE CARA INFLUENCIANDO VOCÊ?

— Ãh?! Quê?! - exclamei surpreso ao ver que ele estava olhando para mim - Eu só dei a carona de volta!

— Pai… - resmungou Piper limpando as lágrimas e respirando fundo antes de olhar pro pai dela de novo  - Você vai me deixar viajar por uns dias com o pessoal e não vai se preocupar comigo.

Eu conhecia o uso de Charme quando eu via.  Já tinha visto Afrodite usar e se vangloriar. Então, num piscar de olhos, o Sr. McLean pareceu relaxado enquanto Piper parecia mais cabisbaixa e triste, e Shel, claramente perdida nisso tudo, parecia terrivelmente confusa.

Shel e Piper se entreolharam, mas nenhuma das duas falou nada por muito tempo. Eu, Percy e Meg mal ousavamos respirar. Piper inspirou e expirou lentamente se recompondo, e isso foi o que precisou para o pai dela também recomeçar a falar.

— Tome cuidado na viagem, filha. - disse ele como se nada tivesse acontecido - Me mantenha informado, viu?

— Ok… - disse Piper ainda olhando para Shel - Eu explico quando voltar. Prometo.

— Eu vou também. - declarou Shel.

— QUÊ?! - exclamou Piper enquanto a gente se conteve em encarar Shel surpresos, claro, ela não sabia no que estava se oferecendo para se meter.

— Você tem as seguintes opções, - declarou Shel levantando um indicador para cada uma das opções - Me contar tudo agora, ou me levar junto, ou a gente termina aqui.

Ok, a situação estava bem tensa e as opções da Piper eram horríveis. Mas claramente entendendo mal a situação toda, o pai dela acrescentou:

— Leve ela na viagem também. É bom fazer seus amigos e sua namorada se conhecerem e serem amigos também. 

— Pai… - disse Piper - Qual o caminho para a reserva indígena daquele cara que você tava falando que disse que o rio do lado tava estranho?

— Ah, a Reserva Indígena Gila? Só seguir para o sul pela interestadual 10 e pegar a 587. - respondeu ele - Boa viagem.

Simplesmente assim, o pai dela deu as costas e voltou para dentro do hotel deixando as duas lá se encarando longamente. Quanto tempo demora uma explicação que provavelmente começaria com “então… minha mãe na verdade é a deusa grega Afrodite, o loirão bonito ali é o deus Apolo, o resto é resto, e estamos indo salvar o mundo”? Tinha ao menos claramente todo o potencial de ser uma conversa bem interessante.

— Então? - insistiu Shel - Quer me explicar onde esteve, para onde vai e porque seu pai não conhece o cara que você disse que era amigo dele?

— Você vai achar que eu sou doida e que estou mentindo pra você. - admitiu Piper.

— Se ela achar que você está mentindo, a gente mostra alguma coisa… - sugeriu Meg.

— Não podemos levar ela, é perigoso. - lembrou Percy.

— Quis dizer mostrar aqui mesmo. - disse Meg.

— Ah… - resmungou Percy.

— Eu juro que é 100% verdade… então… ahm… o mais fácil primeiro talvez? - disse Piper suspirando - Eu nem sei qual é o mais fácil… tá. Ahm… eu estou indo levar eles para um rio aqui perto que eles pediram para ver. Meu pai realmente não conhece o Apolo, ele é na verdade meu amigo e.. eu estava em Las Vegas. Era realmente para ser rápido, mas acabei ficando presa lá.

Tá, explicação legal, mas vamos parar para notar como ela disse que eu sou amigo dela? Só eu que gostei de ter ouvido isso considerando né… que ela ficou bem irritada comigo depois do que aconteceu com o Jason. Tá que tínhamos conversado depois disso mas, era bom ter certeza que tudo ainda estava bem.

— Porque estava em Las Vegas? - perguntou Shel confusa.

— Eu notei algo estranho vindo de lá e fui investigar. - respondeu Piper claramente tentando deixar as coisas bem superficiais - E tinha de fato coisas estranhas acontecendo por lá e… por isso acabei ficando presa. Não consegui voltar. Aí por acaso encontrei com eles por lá e então eles me trouxeram de volta pra cá. Como estava de noite e estávamos exaustos, dormimos e então viemos até Phoenix.

— Coisas estranhas? - repetiu Shel - Porque raios você teria que ir pra lá investigar coisas estranhas? Se você fosse outro tipo de pessoa eu até suspeitaria que foi para Vegas para apostar ou algo do tipo, mas você não é assim…

— Coisas estranhas que entram na parte de que você talvez não acredite em mim. - explicou Piper receosa.

— Piper, olha, tenho uma sugestão… - eu disse saindo do carro mas me arrependendo disso por um segundo porque Shel parecia estar pronta para me dar um tapa ali mesmo - Vamos até o rio nós três, você fica aí tendo o que promete ser uma bem longa conversa com a Shel, e na volta passamos aqui e vemos se está tudo bem.

— Vamos esperar aqui para caso ela precise de nós. - insistiu Meg apertando o botão que retraía o teto do carro e, agora como o carro estava em modo conversível, ela foi logo sentando no porta mala do meu carro com os pés em cima do banco.

— Dá pra você tirar esse tênis sujo do assento ou tá difícil? - reclamei - Vou te largar aqui também desse jeito!

— Na verdade, acho que a ideia do Apolo é melhor mesmo. - disse Percy apoiando o braço na porta - Dado o… histórico da Piper… acho que ela vai querer explicar com calma e sem se preocupar com tempo. E temos que resolver isso logo para dar tempo do Apolo ir para Nova York e ainda ir até Nov… São Francisco.

— Pode ser perigoso vocês irem só. - disse Piper olhando para nós, me senti lisonjeado pela preocupação - Afinal, a Kowalski…

— Se vermos algum perigo grande, nos afastamos. - disse Percy - Mas dependendo do que for, nós três podemos ser o suficiente. Afinal não é nenhum rio mitológico ou sei lá, ao menos até onde eu sei, que sinceramente não é muito. 

— Eu e Percy vamos ser o suficiente. - falei enquanto empurrava Meg de volta pro assento do carro.

— HEY! - reclamou Meg - EU TAMBÉM SOU!

— É sim. Eu estava brincando. Agora fica quietinha aí no banco sem sujar ele, por favor. - pedi enquanto ela estirava a língua pra mim.

— Valeu gente… - disse ela enquanto nos arrumamos no carro novamente - Vocês devem conseguir ver o rio na Reserva Indígena Gila... 

— Beleza. - respondi ao volante novamente - Boa sorte aí.

— Boa sorte… de verdade. - disse Percy - Qualquer coisa a gente manda mensagem pra você ou você manda pra gente. Mas acho que vamos voltar ainda hoje, né?

— Eu ao menos torço para que sim. - respondeu Meg.

Torcendo para que desse tudo certo na longa explicação que Piper tinha para frente, seguimos para o sul de Phoenix. Achar a interestadual e então seguir as direções do pai da Piper foi fácil. Achar uma reserva indígena, por outro lado, talvez nem tanto. Como se parecia uma reserva indígena para começo de conversa? Eu torcia para ter alguma placa ou algo do tipo depois que saímos da cidade, mas também sentia que não ia ter tanta sorte assim.

Enquanto seguíamos o caminho, sem tirar os olhos do volante, levei alguns segundos para trocar para a forma mais “Lesteriana”. Nesse tempo, nenhum de nós três falamos absolutamente nada. Eu achava que todos estávamos preocupados com a Piper, mas acho que Meg estava só pensativa, pois ela logo perguntou:

— O que você quis dizer com histórico da Piper, Percy?

— Teve uma vez que o pai da Piper ficou no meio de uma confusão nossa. - explicou Percy - Um gigante chamado Encélado fez o pai dela refém pra chantagear a Piper. Como se não bastasse todo o tempo que ele ficou com Encélado, o pai da Piper ainda descobriu que os deuses eram reais e então ele surtou. Demais. Foi muito para ele. A sorte foi que a Afrodite deu uma poção que ela usou para apagar essa parte da memória dele. Eu não me surpreenderia se ela estiver com medo de a Shel reagir da mesma forma. Então, vamos dar um tempo para ela explicar de um jeito calmo e menos traumático a situação toda.

— Descobrir que sua namorada é filha de uma deusa deve ser menos traumatizante do que descobrir que sua filha é filha também de uma mulher com poderes que é umas 50 vezes mais velha que você. - comentei.

— E imortal. - acrescentou Percy.

— E imortal. - concordei.

O assunto continuou por aí, os prós e os contras entre contar pra Shel e contar pro Sr. McLean. Seguimos o caminho dado, interestadual, a curva para entrar na 587 e comecei a esperar uma placa indicando uma reserva indígena. Nenhuma placa apareceu, apenas algumas casas simples à esquerda e de repente, um rio passando por debaixo da pista, o que me fez parar imediatamente no acostamento.

— Dá pra parar sem tentar matar a gente? - reclamou Meg no banco de trás.

— Foi mal. - respondi.

O rio era forçadamente afunilado para um túnel que passava discretamente por baixo da pista sem a necessidade de transformá-la numa ponte, mas o túnel mal conseguia aguentar toda a água que era forçada para dentro dele. Não sei como o rio não tinha transbordado ainda e invadido a pista. Era como se tivessem feito um túnel para um filete de rio, não um rio como aquele.

Aquele era o tal rio Gila? Provavelmente, sim, provavelmente não. Era só deserto ao nosso redor e não tinha ninguém à vista para perguntar. Mas isso talvez não fosse ajudar muito também, considerando as habilidades dos americanos em geografia, eles provavelmente diriam que aquele era o Nilo. Se aquele era o rio Gila, então o monte de casas pelas quais passamos era a reserva indígena. Afinal não tinha literalmente mais NADA ao nosso redor. 

— Acha que esse é o tal rio? - perguntou Percy.

— Talvez… - respondi.

— Não parece tão anormal assim. - respondeu Percy saindo do carro e se aproximando do túnel que passava a água por debaixo da pista - Parece só um rio… Apesar de ter uma fluxo de água maior do que o túnel ali aguenta.

Eu e Meg saímos do carro também e quanto mais perto eu olhava, mais normal o rio de fato parecia. Não consegui ver nada de anormal na água que corria rápido no solo arenoso ameaçando arrancar as pequenas plantas secas e sem graça características do deserto.

Começamos a andar pelas margens do rio juntos, tentando encontrar alguma coisa anormal no rio além do fluxo de água anormal. Então, eu pensei, será que o fluxo de água anormal não era exatamente o que havia de estranho ali? 

Eu não era especialista em engenharia ou geografia, mas, parando para pensar, ali não parecia de jeito nenhum um lugar que passava um rio daquele tamanho. Não por ali ser um deserto, afinal o Nilo é enorme, mas por ao redor do rio não ter nada além de areia e por não ter chovido tanto assim nos últimos dias para justificar mais água que o normal. Ou sei lá, vai ver que eu estava só superestimando o rio. Não entendo de rios e geografia. Mas então, eu fui tirado de meus devaneios por um berro de Meg.

— OLHA! ALI! UMA NÁIADE NA ÁGUA!

A tal náiade, que tinha um rosto bem redondo e inocente e parecia praticamente ter a idade de Meg, assim que nos viu, começou a nadar para longe. Eu e Meg corremos na mesma direção, mas Percy tinha chances bem maiores de alcançá-la, pois ele pulou na água e, bem, fez seus jeitos de filho de Poseidon. Michael Phelps teria inveja.

— A GENTE SÓ QUER CONVERSAR! - gritei para a náiade torcendo para ela ter ouvido - Bem… eu acho que a gente só quer conversar. Não vejo motivo para comprar briga com uma náiade que sai correndo da gente.

— DESCULPA, EU NÃO DEVERIA FALAR COM VOCÊS! - gritou a náiade saindo um pouco da água e então controlando uma quantidade considerável de água ao redor dela para atacar a mim e Meg na margem do rio.

A intenção dela de tacar água na gente e nos deixar completamente encharcados era certamente louvável, mas a coitada da náiade, claramente não muito acostumada com batalhas, esqueceu que Percy estava perseguindo ela. A tentativa de golpe dela foi completamente frustrada quando Percy saiu da água e segurou um dos pulsos dela com uma mão enquanto outra já estava com a contra-corrente desembainhada.

— Prefere lutar? Tem certeza? - perguntou ele, acho que até tentando ser gentil, espero ao menos, mas pareceu meio ameaçador. 

Coitada da náiade, parecia a beira do choro.


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Notas finais do capítulo

gente, queria opinião de vcs. os capítulos sempre tem entre 2k e 3k de palavras. acham q está bom ou aumentar um pouco seria interessante na opinião de vcs?



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