Laura

— Você tem certeza de que é uma boa ideia me enfiar no meio dos seus amigos assim, do nada, Jacques? - pergunto ao meu amigo de infância sentado em minha cama, enquanto tento dar um jeito de arrumar o meu cabelo.

O escuto dar uma risada fraca e reviro os olhos. Meu cabelo não estava colaborando e eu realmente estava cogitando em não sair de casa aquela noite.

— Eu te prometi que faria você se sentir bem aqui em Paris, não prometi? - escuto o loiro responder e finalmente consigo prender minha franja rebelde. Encaro meu reflexo por um tempo e pego meu batom vermelho escuro dentro do meu bolso.

— Prometeu? - repito, debochando sobre tal comentário.

O loiro resmunga alguma coisa que eu não ouço e finalmente me vejo pronta para sair. Não posso deixar de sentir uma insegurança das profundezas subir pelas minhas costas e sussurrando no meu ouvido que nada do que eu via estava bom. Respiro fundo, tentando pensar em qualquer coisa que não seja abrir meu guarda-roupa e trocar de roupa de novo. Estava usando uma calça jeans azul escura, uma camisa de manga longa vinho com vários detalhes brilhantes e meu All-Star preto com estampa de caveiras. Saio do banheiro devagar e encaro Jacques no celular, sem nem me notar parada ali. Ele estava muito bonito, sério, não dava nem pra comparar com aquele garotinho irritante e idiota de antigamente que se vestia de qualquer jeito com aquele rapaz que agora sabia muito bem como se vestir. Jac agora parecia mais velho, mais cuidado, mais... Lindo.

Não pude deixar de ficar sem graça quando ele focou seus olhos azuis em mim novamente e fez uma cara de impressionado.

— Uau, aí sim Lau. Tá muito bonita. - elogiou e eu balancei a cabeça, fingindo não ligar. - Nem parece aquela menina magricela que não sabia nem pentear o cabelo direito. - o idiota continuou, me alfinetando de leve. Lhe lancei um olhar debochado e cruzei os braços.

— Pelo menos não fui eu o garoto que, ao tentar imitar um passo de dança de um filme de animação sobre um leão, uma zebra, uma giraffa e uma hipopótamo na cama dos pais, acabou batendo o nariz com tudo no guarda-roupas dos dois e quase o quebrando de vez. - retruquei com um sorriso vitorioso nos lábios.

Ele odiava mencionar tal incidente.

O observei se levantar com as mãos estendidas, em sinal de rendição e não contive uma gargalhada.

— Ok, essa você venceu. - Jacques disse guardando o celular em um dos bolsos e estendendo uma mão na minha direção. - Pronta pra ir?

— E se os seus amigos não gostarem de mim? - perguntei abaixando a cabeça levemente para um lado. O senti agarrar minha mão e voltei a olhar para seu rosto.

— Se eles não gostarem eu vou continuar sendo seu melhor amigo do mesmo jeito. - respondeu, arrancando um pequeno sorriso de mim. - Mas eu só vou se você disser que está afim. Caso contrário vou ficar para te fazer companhia.

— Então vamos. - disse lhe puxando até a porta do meu quarto e guardando meu celular com a outra mão livre. Suspiro levemente. - Seja o que Deus quiser.

Passamos pelo corredor dos outros quartos e entramos na sala de estar onde meu tio Achille estava nos esperando no sofá com minha tia Charlotte. O pai de Jac tinha sido convocado para fazer a ronda policial daquela noite e nas próximas duas semanas, então nós iríamos ganhar uma carona até a casa do amigo do loiro. Ele parecia irritado com alguma coisa enquanto conversava baixinho com a mãe de Jacques. Quando nos viram ambos se calaram, me deixando um pouco desconfortável. Estariam eles falando de mim ou fora apenas impressão minha?

— Minha nossa. - diz impressionado, assobiando um "fiu-fiu" típico dele, sorridente. Ele se vira para Lotte e lhe cutuca com o cotovelo. - Tá vendo isso querida? Essa garota ainda vai nos trazer problemas. Imagine só, vou precisar botar uma escolta policial por onde a Laurinha passar para prevenir que nenhum desmiolado tente encostar um dedo nela.

— Não seja tão exagerado pai. - ouço Jac resmungar do meu lado, enciumado pela atenção repentina que acabo de ganhar. Dou uma risada provocadora.

— Não está com ciúmes, está loirinho? - lhe pergunto com um sorrisinho irônico no rosto. Ele suspira com sua cara típica de "Cê tá falando sério?".

— Quem eu? - rebate cruzando os braços enquanto sua mãe vinha até ele com a mesma careta do filho. - Claro que não Lau, de onde foi que tu tirou isso?

— Ainda bem, porque isso não impresiona garota nenhuma. - Charlotte diz, me fazendo ter um ataque de risadas junto de meu tio. Ela bagunça o cabelo do filho e me dá um beijo no topo da cabeça. - Juízo, tomem cuidado e quero os dois em casa antes da meia-noite. - avisa apontando o indicador para nós dois. Balanço a cabeça, acompanhando Jacques e seu pai em direção a garagem da casa.

— Pode deixar, nosso filho vai cuidar bem dela. - escuto Achillle dizer dando uma piscadela para minha tia e lhe beijando levemente. Percebo que ela não estava feliz em ver meu tio trabalhar nas madrugadas. Nunca aprovara o trabalho dele como policial. - Boa noite Lotte, se cuida.

— Vocês também. - ela responde dando um mínimo sorriso, fechando a porta.

***

Diego

Tinha enfim chegado o dia que eu tinha de todo jeito tentado evitar. Tuggi e Tikki haviam alugado minha casa desde o início da manhã para decorar todo o ambiente para ficar como elas queriam e do jeito que preferiam. A sala tava um verdadeiro carnaval de cores, todas juntas e misturadas em formatos de corações, estrelas e um monte de outras coisas que eu nem preferi entender o motivo de estarem ali. O tema daquele aniversário era livre então por mais que eu tentasse entender a lógica daquela bagunça nunca conseguiria. As músicas tocavam conforme minha prima e o grupo dela escolhiam. Aos poucos meus amigos começavam a aparecer e conversar entre si, o que até que era mais tranquilizador para mim - pelo menos por poucos minutos. Vários familiares estavam por toda a minha casa, então era muito fácil perder alguém da minha vista.

Ao longe podia enxergar Adrien conversando com Plagg e Louis na maior empolgação. Preferi não interrompê-los e continuei procurando por Mari, as meninas e até mesmo Jacques que aquela altura do campeonato ainda não havia chegado. Olhei para meu relógio de pulso e apertei o passo para atravessar a multidão de familiares até onde estava a comida da festa. Já passava das nove da noite e eu estava viajando tanto que acabei é trombando em alguém com tudo sem querer.

— Perdão, não tinha visto você na minha frente. - digo, encarando tal alguém e levo um susto com quem realmente é. Lá estava ela. A garota dos meus sonhos. A morena dos olhos mais lindos que eu já vi em toda a minha vida. - Li... Li... Lila...?...

— Ah, oi Diego. - era ela mesmo. Por Dios, o que é que ela tava fazendo aqui? Ainda por cima sorrindo pra mim com aquele sorriso de anjo que ela tinha? - Que bom ver você. Não sabia que a Tuggi era sua prima.

— Ela... E-ela, é... Ela é sim, é... - respondo, arrumando meus óculos, nervoso.

Era aquele o momento de dizer alguma coisa inteligente? Diga isso pro meu cerébro, porque ele simplesmente parou. Abri e fechei minha boca umas cinco vezes, tentando forçar as palavras saírem e nada. Do nada eu comecei a me sentir sufocado, como se fosse morrer asfixiado se continuasse respirando o mesmo ar que a italiana. Acho que ela percebeu meu desconforto e tocou meu ombro, com os olhos estreitos. Que ótimo, agora estava preocupado ela.

Parabéns Diego, você só atrapalha mesmo.

— Você está se sentindo bem Diego? - me perguntou e eu lancei um sorriso amarelo em resposta, balançando a cabeça vagamente e tentando respirar de novo.

— É eu tô legal, tô bacana... Hã, eu acho que vou ver como as margaridas estão... Quer dizer, as meninas estão... - dou uma risada sem jeito e dando uns passinhos marotos para trás. A Rossi assentiu, parecendo confusa. - A gente, hã... Se vê por aí, depois... Quem sabe...

Vocês talvez estejam curiosos em saber o que aconteceu depois. Ora, simples: eu saí correndo pro lado de fora da festa. Eu estava suando frio, achei que fosse ter um treco e cair duro com minha pressão arterial baixa. E não! Eu não estava sendo dramático! Eu realmente estava passando mal, tá? Acho que se não fosse os mini-tacos mexicanos que eu roubei da mão da minha prima enquanto ela estava passando eu poderia ter batido as botas de tanto nervosismo. Ela me olhou de cima a baixo como se tivesse visto um fantasma e me sacudiu como se eu estivesse mesmo morrendo na frente dela. O cabelo liso ondulado ruivo chamativo estava solto; usava roupas dignas de serem chamadas exageradas; brincos de pimentas douradas e uma camiseta M vermelha com um coração amarelo grande com vários outros corações pequeninhos ao redor.

— Diego, o que é que tu tem? Tá mais branco que folha de papel! Viu algum fantasma por acaso? - ela me questionou assustada. Eu bufei e lhe empurrei com raiva.

— E você ainda tem a coragem de me perguntar o que é que eu tenho? - disse em voz alta. A minha sorte é que só tinham alguns familiares do lado de fora da minha casa então não precisava consertar meu tom. - Você vai lá, sem me perguntar nada, chama a Lila Rossi pra sua festa de aniversário e nem sequer avisa que ela estava lá dentro no meio daquele povo todo?! Tuggi, você ficou maluca? Não se faz esse tipo de coisa assim com um primo e muito menos com esse primo aqui! - solto irritado, vendo as lentes do meu óculos serem tomadas por vapor.

— Tu tá maluco Diego? - a ruiva tingida me indaga olhando para dentro da festa e avistando Lila conversando com Adrien e Trixx. Ela me parece tão surpresa quanto eu quando percebe que realmente é ela. - Não fui eu que convidei ela Di.

Reviro os olhos com um suspiro sarcástico, enquanto esfrego meus óculos na camisa com estampa de uma banda pouco conhecida.

— Tá bom Tuggi. - digo, atraindo o olhar castanho mais sério que já viera da mesma. Na mesma hora vejo que está falando a verdade e engulo em seco.

— Não fui eu Diego. - a mesma repete, voltando a olhar o meio da festa e encarando alguém que não entendi quem era. - Acho que Trixx chamou ela. Sabe... As duas são conhecidas bem chegadas e...

— E você disse pra Trixx - grito exaltado e recebo milhões de olhares reprovadores e um super indiscreto "shh" de Priscilla. Envergonhado abaixo a cabeça, ainda revoltado com a língua solta da minha prima. - E você disse pra Trixx que eu tenho uma queda pela Lila? Não foi você mesma que disse que não iria contar pra ninguém? - lhe indago baixinho.

— Não foi pra te prejudicar, eu juro priminho. - ela assegura segurando meus ombros com um sorriso envergonhado. - Nós só pensamos que essa seria uma maneira de fazer você finalmente chegar naquela italiana sem sal e tentar falar com ela.

— Tuggi, não é tão simples assim tá legal? - respondo balançando os braços, mas ela me ignora.

— Eu peço mil desculpas. - continua segurando minhas duas mãos juntas e fazendo um biquinho choroso. Arqueio uma sobrancelha. - Ah Dieguito, você não vai ficar brabo comigo justo no dia do meu aniversário vai? Eu e as meninas fizemos uma dança especialmente para você. - eu podia ver aquelas lágrimas de puro drama da Turquesa surgindo bem diante dos meus olhos, mas quem disse que eu tinha um gênio tão ruim e insensível pra resistir aquilo?

Suspiro contrariado e balanço a cabeça.

— Tá legal. - digo, observando o drama ir embora tão rápido como surgira num abraço apertado da ruiva. Dou um tapinha em suas costas pra evitar tanta comoção forçada. - Vou te dar um crédito por hoje ser seu aniversário, mas não se alegre porque amanhã vou continuar bravo com você.

— Certo, certo. - Tuggi solta bagunçando meu cabelo com um pequeno sorriso. Acabo retribuindo sem querer. - Amanhã nós resolvemos isso então, ai eu quero ver você...

— Vem Tuggi, nós já vamos começar! - Lily, a melhor amiga de Trixx - uma loira com cabelos loiros bem cacheados e olhos azuis celestes, muito bonita por sinal, e que se parecia bastante com Chloe de costas - nos interrompe, chamando a atenção da minha prima.

Ela agarra minha mão com um sorriso largo.

— Vamos Dieguito. Vou precisar que alguém grave o show.

***

Narradora

É chegada a hora da apresentação e todos os amigos se reúnem na área reservada pelos familiares de Diego, onde Tuggi e Tikki se posicionavam entre Lily e Trixx. As quatro melhores amigas se entreolham, misteriosas, como se guardassem algo para si e mais ninguém soubesse do que se tratava. Tikki estava usando um vestido vermelho com bolinhas pretas, um clássico das roupas de seu guarda-roupas. O cabelo ruivo solto e liso em contraste com os olhos azuis era o ápice de sua presença como aniversariante. Trixx havia optado pelo cabelo degradê marrom para o branco solto também, porém uma fina tiara estilo hippie em sua testa lhe destacava como original daquela panelinha (?). Já Lily, a principal estranha para os olhos de alguns ali, era uma das melhores amigas de Chloe Bourgeios e também das gêmeas Turquesa. Apesar de não ser nem um pouco discreta em suas roupas, parecia contentada em usar uma camisa amarelo escuro colada ao corpo com uma leggin preta que marcava bem o seu corpo. Marinette, Alya e Kattie aguardavam ansiosas para ver o que iria acontecer próximas das figuras que conheciam e procuravam não se afastarem: Adrien, Louis, Nino e próximo da mesa de som, Diego juntamente de Jacques e uma garota que as três melhores amigas se perguntavam sobre quem se tratava.

— Acha que devemos ir até lá? - Kattie pergunta a Dupain-Cheng, ambas encarando de relance a garota vestida de camisa vermelha.

— Adorei a camisa vermelha. - Alya comenta baixinho, apenas para as três ouvirem. A mestiça concorda com a cabeça.

— Tem bom gosto pra se vestir. Parece ser uma boa pessoa. - Marinette diz, analisando com curiosidade a nova companhia do amigo de Diego. Se vira pras duas companheiras e volta o olhar para a prima do mexicano. - Mais tarde vamos lá conversar com eles.

Tudo está pronto: Plagg, Duusu, Wayzz e Nooroo param de costas para as quatro garotas. Ninguém entende o que está acontecendo, porém, quando o namorado de Tikki dá o sinal para Diego na mesa de som e a música começa a tocar... Bem, veja você mesmo.

Garotas Cantando Juntas

Meninas, amigas de verdade

Fazendo dos sonhos e das fantasias realidade

Tikki

Com decisão e sem duvidar

Com os pés no chão

Voo até o céu (todas)

Oh, oh

Lily

Tocando o sol, voando vou

Não há nada que me pare

Vou ser o que quero (todas)

Oh, oh, o-ooh

Trixx

Pouco me importa o que pensam de mim

Estou deixando minha pegada

Voo até o céu (todas)

Oh, oh

Garotas Cantando Juntas

Tudo está no coração

Somos as meninas guerreiras

Conquistando

Lutando, vou pelo que quero

Um "não posso" não me para

Meninas, amigas de verdade

Fazendo dos sonhos e das fantasias realidade

Meninas, amigas de verdade

Nós temos o poder

Podemos acender nossa luz

O destino está afora e não pode esperar

Tuggi

Minha vida é o que sou

Uma aventura que começa

Voo até o céu (todas)

Oh, oh

Tikki

O mundo inteiro caminhando

Tenho as asas abertas

Se é o que quero (todas)

Oh, oh, o-ooh

Trixx

Não busco uma explicação

Sei que não tenho fronteiras

Voo até o céu (todas)

Oh, oh

Lily

Porque o coração nos move

Somos as meninas guerreiras

Avançando

Lutando, vou pelo que quero

Um "não posso" não me para (todas)

Garotas Cantando Juntas

Meninas, amigas de verdade

Fazendo dos sonhos e das fantasias realidade

Meninas, amigas de verdade

Nós temos o poder

Podemos acender nossa luz

O destino está afora

O destino está afora

O destino está afora

Nesse momento as quatro mudam sua formação, trocando de lugar graças a uma pequena coreografia que faziam. A música lhes preenchia e também alguém na plateia: Laura. A brasileira conhecia tal canção e quase não conseguia se conter de emoção cantando a mesma juntamente com as quatro amigas. A batida contagiava a todos e foi num desvio de olhares entre Alya e Nino que Jacques viu sua amiga de infância tão animada com tal momento que se passava diante dos seus olhos.

— Não sabia que curtia esse tipo de música. - o loiro comenta baixinho para a morena ao seu lado. Ela dá uma pequena gargalhada, sem encará-lo nos olhos.

— Você não sabe muita coisa sobre mim Jac. - a garota responde, exatamente quando a batida da música cessa.

Garotas Cantando Juntas

Lutando, vou pelo que quero

Um "não posso" não me para

Meninas, amigas de verdade

Fazendo dos sonhos e das fantasias realidade

Meninas, amigas de verdade

Nós temos o poder

Podemos acender nossa luz

O destino está afora

O destino está afora

O destino está afora

E não pode esperar

Algumas pessoas batem palmas, entretanto a apresentação ainda não terminou. Uma interrupção é ouvida - sim, aqueles típicos barulhos que um DJ usa para se deslocar de uma música para a outra - e uma batida ainda mais conhecida por Laura ecoa por toda a festa de aniversário. As gêmeas trocam de posição, deixando Lily no centro da rodinha e fazendo os quatro garotos se virarem para os convidados da festa.

Oh, oh, oh, oh, oh

Yeh, eh, eh, eoh

Lily

Quem põe limite ao desejo?

Quando você quer ser bem sucedido

Não importa nada o que eu quero

É cantar e dançar

A diferença está aqui dentro

Em meu circuito mental

Sou uma estrela destinada a brilhar

Tuggi, Tikki, Trixx e Nooroo

Encontro tudo em minha música

Porque eu estou sempre dançando

Eu necessito que minha música

Me diga o que estou buscando

Buscando em mim

A coreografia da música chamava a atenção de todos os presentes ali. Antes que Diego pudesse notar ou mesmo entender os motivos, o mexicano pôde ver Nino passando por sua frente e se sentando na mesa de som onde havia soltado o remix com as músicas que sua prima dançava. Sem questionar - na verdade agradecendo a Deus por se livrar daquele fardo tão complicado - ele rapidamente se juntou a Marinette, Jacques e Laura. No mesmo instante as luzes da festa começavam a piscar, tornando aquela festa em algo semelhante a uma verdadeira balada controlada.

Plagg, Wayzz e Duusu

Se não há dúvida nenhuma dúvida

A única verdade está em seu coração

Se não há dúvida nenhuma dúvida

Se fazer claro o caminho

Chegarei ao meu destino

Lily

Quem põe limite ao desejo?

Quando você quer ser bem sucedido

Não importa nada o que eu quero

É cantar e dançar

Tuggi, Tikki, Trixx e Nooroo

Algo soa em mim algo

Algo soa em você

Mova seu corpo

Muevelo

Todos Cantando Juntos

Encontro tudo em minha música

Porque eu estou sempre dançando

Eu necessito que minha música

Me diga o que estou buscando

Buscando em mim

Laura não podia se controlar. Estava tão eufórica que nem mesmo percebeu se deixar levar pela música. Era como se sua alma tivesse sido tomada por aquele pequeno momento de liberdade e ela simplesmente não precisasse mais se importar com o mundo ao seu redor... Era como se fosse só a música. Sabia todas as coreografias de tal banda que as aniversariantes haviam arrancado aquele remix e não pôde deixar de dançar juntamente com ambos os amigos de Tikki e Tuggi.

Tuggi e Tikki

Algo soa em mim algo

Algo soa em você

Trixx

É tão diferente e fantástico

Talvez fosse seu tom de falar alto demais ou mesmo ter se empolgado tanto que acharam que a brasileira novata queria aparecer mais que as aniversariantes. Vocês têm algum palpite do que as gêmeas fizeram com a Laura? Não? Oras, achei que tinha ficado fácil para vocês, me ajudem galera. As duas simplesmente arrastaram Laura para o meio da rodinha e continuaram cantando!

Laura e os Outros Cantando Juntos

Soa em instinto

Dança o seu coração

Mova seu corpo

Muevelo

Encontro tudo em minha música

Porque eu estou sempre dançando

Eu necessito que minha música

Me diga o que estou buscando

Buscando em mim

A festa finalmente vira um caos e todos começam a dançar, incentivados principalmente pela desconhecida doida o suficiente para já chegar chegando no meio de uma apresentação e arrasar sobre o olhar de todos. E, bom... Tecnicamente era essa a ideia da festa desde o princípio: diversão, isso em todos os sentidos possíveis. O show de luzes de Nino, somado ao resto da coreografia feita pelo grupo de amigos e misturado com os familiares e amigos do primo de Priscilla que só iam seguindo o que a multidão fazia, bom... Era, sem dúvidas, a melhor festa de aniversário que, mesmo não querendo admitir, Diego já havia participado. As coisas não haviam saído do controle, seus amigos ainda estavam inteiros, nenhuma confusão ou barraco havia acontecido, podia considerar a apresentação um sucesso graças as ideias loucas de Tuggi... Tirando o fato de Lila estar no mio de toda aquela confusão a toa, aquela era uma ótima noite.

Todo Mundo Cantando

Encontro tudo em minha música

Porque eu estou sempre dançando

Eu necessito que minha música

Me diga o que estou buscando

Buscando em mim

***

Jacques

— Aquilo foi demais! - Laura comemorou gritando no meu ouvido e pulando que nem uma garotinha que acabou de ganhar um pirulito. Ela parecia radiante, como se nunca tivesse feito aquilo na vida - e aposto que nunca havia feito mesmo. - Você viu? Elas simplesmente começaram a dançar e cantar essa música comigo... Tipo assim, do nada! Mano do céu, isso foi muito legal!

— Também não é pra menos, você cantou a apresentação delas todinha aqui atrás. - disse com um sorriso de canto, levando é um soquinho no ombro vindo da morena. - Tá vendo? E você nem queria dar as caras.

— Lógico, eu não conheço ninguém aqui. Você foi convidado, não eu. - ela respondeu revirando os olhos e rapidamente acrescentando baixinho no meu ouvido. - A propósito... Quem era aquele povo todo? Eles não acham ruim eu simplesmente brotar aqui do nada?

— Claro que não, fica fria. Eu conheço a maioria aqui. - disse balançando a cabeça e a observando fazer a típica cara de "Aham, tô lascada". Avisto Diego conversando com Tuggi e Tikki, vindo na nossa direção em passos largos. - Lau, quero te apresentar meu melhor amigo, Diego. - aponto para o mesmo de óculos enquanto minha amiga acena com um sorriso simpático. - E as primas aniversariantes que você dançou como se estivesse num filme do High School Musical (?), Priscilla e Patrícia.

— Pode nos chamar só de Tuggi... - a ruiva de camiseta vermelha corrigiu, brincalhona.

—... E Tikki. - a outra ruiva de cabelos lisos e vestido vermelho de bolinhas completou. - É um prazer te conhecer...?

— Laura. - a mesma respondeu prontamente, um pouco sem graça. - Hã... A festa de vocês tá um verdadeiro arraso.

— Tá de brincadeira? - Tuggi retrucou, arqueando uma sobrancelha divertida. - Você que arrasou dançando com a gente agora pouco garota! Tu manda muito bem! - a ruiva exclamou, fazendo Lau abaixar a cabeça, envergonhada com tal elogio.

— É difícil encontrarmos alguém que conheça nossas músicas. - Tikki continuou, admirada com minha melhor amiga. - Aliás, você não parece ser daqui. Sinceramente, nenhum francês que eu conheci por essas bandas conhece música boa. Então você só pode ser de outro lugar, estou certa? - indagou com um sorriso gentil.

— Ela morava no Brasil. - informei as duas figurinhas repetidas (?). - Vai passar um tempo com a gente aqui em Paris.

— Interessante - escuto Diego dizer ao lado de ambas primas. - Era ela a brasileira do intercâmbio que você ia...

— O quê Diego? O que é que cê tá falando? - questiono em voz alta, rindo de nervoso. O reprovo com o olhar e ele parece não entender o que quero dizer... Ou aquilo poderia ser uma vingança passada, sei lá. - Ah, claro, que cabeça a minha! O intercâmbio... Bom, minha mãe me enganou sobre isso. Era apenas a Lau vindo pra cá mesmo, que coisa né?

— A verdade é que eu sempre curti música estrangeira. Principalmente em espanhol, é a língua que eu domino melhor que o inglês. - Laura se justificou me encarando com aqueles olhos mel e querendo dizer "Em casa a gente conversa isso TIM-TIM por TIM-TIM senhor Jacques Olivier". O olhar número 1 da minha mãe. Suspiro, tentando me desviar do assunto. - Jac me contou que você veio do México.

— É, bem... Eu e minha família nos mudamos faz pouco tempo. Assim como a família delas e dos O'Green, a família de uma amiga que veio do Canadá. - Diego respondeu, tentando soar o mais natural possível. E parece que conseguiu.

— Que demais. - ouço a morena murmurar, admirada de repente.

— Nós vamos deixar vocês conversarem melhor. - Tikki diz cutucando a irmã com o cotovelo e apontando para o outro lado da sala com a cabeça. - Nós ainda temos alguns assuntos para resolver. - a gêmea assente com a cabeça.

— Aproveite a festa Laurinha. - Tuggi solta dando uma piscadinha e desaparecendo com a irmã no meio das pessoas.

Cruzo os braços, encarando ambas ruivas sumirem do meu campo de visão. Logo não importa muito: eu a avisto. Alya está em um canto da casa de Diego, comendo, sozinha. É a minha chance de tentar puxar um papo e até mesmo - quem sabe, se eu tiver sorte - chamá-la pra sair. Olho rapidamente para Diego e Laura conversando animados entre si já em espanhol.

— Lau, eu vou precisar dar uma saidinha. O Diego vai ficar de olho em você alguns minutinhos pra você não fazer nenhuma besteira, ok? - aviso encarando o mexicano pronto para protestar e tenho um ideia genial. - Ei, olha lá! - exclamo apontando para a direção oposta a de ambos.

Não fico para descobrir se ficaram bravos por eu ter sumido do nada ou se realmente procuraram algo na direção que eu tinha apontado, só sei de uma coisa: aquela noite talvez não estivesse totalmente perdida.