Steal Your Heart AU escrita por MusaAnônima12345


Capítulo 15
Relações & Pensamentos


Notas iniciais do capítulo

Olááááá, tudo bem com vocês?

Antes de tudo: AAAAAAAAAAAAEEEEEEE, GANHAMO MAIS UM JOGO BANDO DE BABACASSSSSSSSSSSS!! AQUI É BRASIL PÔ! BRASIL! BRASIL! B-R-A-S-I-L >.<

Huehuehue :v, agora sim. Estou de volta com um capítulo um pouco mais... Sugestivo, acho que é essa a palavra, então aqui vai o meu aviso.

AVISO: Se você, leitor, é menor do que a classificação indicativa por favor não me culpe pelo que você lerá a seguir. Na verdade, ao prosseguir da história poderá ter outras cenas como esta. Aos que continuarem do mesmo jeito: não se arrependam porque eu avisei. >.<

Enfim, boa leitura pessoal! :v

Capítulo Postado dia: 02/07/2018 às 14:09



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Alex

Resmunguei enquanto apertava o despertador da Bourgeios incessantemente para tentar desliga-lo. O relógio nos avisava que já era hora de se levantar para ir pra universidade, mas se dependesse da nossa preguiça iriamos nos atrasar mais uma vez. Como a alarme não cessou a loira pega o celular das minhas mãos e arranca sua bateria fora, me encarando com cansaço. Ela estava tão linda quanto na noite passada, mesmo com o cabelo bagunçado e com a cara de quem acabou de acordar. Ela esfregou um daqueles lindos olhos azuis e olhou na minha direção, com um sorriso sem mostrar os dentes, como fazia todas as manhãs que acordávamos juntos.

Eu e Chloé havíamos nos conhecido numa boate onde Adrien costumava ir e uma vez me levou junto. Ele disse que ia me apresentar uma amiga de infância naquela noite e quando eu coloquei meus olhos nela, cara, eu realmente me amarrei na loira. Tinha alguma coisa de diferente nela. Eu podia ver em seus olhos que atrás daquela máscara de esnobe e de nariz empinado tinha uma garota linda, gentil e por mais difícil que pareça, com um coração de ouro. Tive que investir muitas jogadas, – confesso que perdi a maioria - mas quem disse que eu desisti assim tão fácil?  Dei muito duro para conseguir o mel doce que aquela abelha rainha antes egoísta tentava esconder só para si. Ela sempre dava risada quando lhe chamava pelo seu apelido carinhoso de “abelhinha” e explicava o seu por quê.

— Bom dia Zuberg. – ela cumprimentou, se inclinando na minha direção e segurando meu rosto. Lhe dei um selinho preguiçoso. Me encarou por longos minutos enquanto eu tentava voltar pra realidade.

— Bom dia Bourgeios. – respondi com a voz ainda arrastada pelo sono. Ela bagunçou meu cabelo e se levantou da sua cama enorme estilo padrão do Le Grand Paris, uma das filiais da hotelaria de André Bourgeios, seu pai. A acompanhei com os olhos enquanto a mesma vestia um fino sobretudo amarelo para cobrir aquele maravilhoso corpo só de lingerie preto. – E então, você está mesmo planejando se vingar daquela tal de Dupain-Cheng ou foi apenas um desejo súbito e insano da sua mente que passou diante dos seus olhos noite passada?

Me espreguicei na confortável cama da minha abelhinha enquanto a mesma escovava os dentes no banheiro a alguns passos dali. Sério, eu precisava de um colchão daqueles na minha casa também.

— Sim Alex, eu ainda vou me vingar dela. Não foi apenas um desejo distante. – ouvi sua voz se aproximando de novo da cama que compartilhávamos com uma pequena escova nas mãos. – Você mais do que ninguém sabe que eu nunca desisto de alguma coisa quando eu quero. Você acha que estaria aqui agora se eu realmente não te quisesse? – ela me indagou e eu arqueei uma sobrancelha, cruzando os braços embaixo da cabeça.

— Eu devo tomar isso como um elogio senhorita? – pergunto com um sorriso presunçoso. Ela me retribui com um sorrisinho malicioso.

— Um lembrete. – ela responde sorridente. – Há homens muito mais gostosos que você por ai. – estreito os olhos enquanto ela balança a cabeça, fingindo estar pensativa e caminhando até onde eu estava. – Vejamos... Quem não daria tudo o que tem para estar aqui, dentro dessas quatro paredes, com uma das garotas mais populares, ricas e maravilhosas de toda a França? Eu só não largo você porque sua ousadia ainda me surpreende Alex Zuberg. – ela conclui me encarando sedutora e parando na minha frente.

Me levanto da cama apenas com a roupa de baixo e a encaro de cima para baixo seriamente. Aquele sorrisinho prepotente e toda aquela provocação só a deixavam mais desejável pra mim. Dou uma gargalhada grave quando a loira agarra meu pescoço. Seguro com força seu cabelo e a puxo levemente para trás.

— Se você queria mais alguma coisa era só me pedir abelhinha. – sussurro e mordisco sua orelha de leve, soltando um sorriso antes de beijá-la novamente, com algo queimando dentro do meu peito e entre nós dois.

Cara, como eu amava aquela garota. Não queria nem lembrar que ficaríamos aquele dia inteirinho longe dela numa aula super interessante de engenharia civil enquanto a mesma enfrentava uma aula super produtiva de economia. Ela puxa meu cabelo e passa as unhas no meu pescoço, me arrepiando no mesmo minuto. Gesto após gesto, nós acabamos é nos desequilibrando na beirada da cama e caindo um encima do outro, com uma pequena risada. 

 – Tem certeza que você precisa ir pra universidade hoje? – lhe pergunto nos separando por alguns segundos. Encaramos-nos um pouco ofegantes. Ela morde o lábio, desviando o olhar para longe.

— Você sabe do acordo que eu fiz com a minha mãe. – Chloé diz e eu reviro os olhos por alguns segundos, sentando no colchão com a mesma. Ela abraça meu peito nu procurando se distanciar dos vários pensamentos que tentam lhe atacar. – O trato era cursar a faculdade até o fim com a frequência sempre alta se eu não quisesse desaparecer do mapa com ela.

— O maldito trato de Stella. – resmungo lhe abraçando e lhe apertando, firme. Não consigo pensar o quão injusto a mãe da Bourgeios poderia ser mesmo separada do pai dela. – Seus pais não podem simplesmente entrarem num acordo com você? Tipo, ao invés de você morar só com o seu pai ou com ela, você ter um meio tempo entre os dois?

— Alex não é tão fácil assim. – a ouvi dizer parecendo um pouco frustrada. – Minha família nunca vai ser unida, eu já aceitei isso. Se Stella realmente amasse o meu pai ou até mesmo eu, ela jamais teria nos abandonado. No mínimo ela teria explicado os motivos do por que foi embora e até hoje ela nunca fez isso. – suspirei mexendo nos cabelos loiros da mesma. Pude notar o quão doloroso era tocar naquele assunto delicado. – Ela nunca me amou Alex. Nem meu próprio pai me ama.

— Eu amo você. – soltei sem querer e na mesma hora me arrependi. A loira se afasta de mim com um pequeno empurrão, me encarando profundamente e colocando novamente a tão fingida máscara que lhe protegia.

— O amor não existe Zuberg. – ela começa virando as costas pra mim e amarrando seus fios louros num coque bagunçado, saltando para o meio do quarto. – Se você realmente me amasse não ficaria de conversinhas com qualquer garota por ai. Se você me amasse mesmo como diz não me trairia com essas vagabundas das boates que insistem em dar encima de você. – ela me encara irritada enquanto pega as minhas roupas espalhadas pelo chão. – Agora vai colocar sua roupa que nós já estamos atrasados! – ela grita atirando minha muda de roupas na minha direção e indo para o banheiro, batendo a porta atrás de si.

Parabéns seu idiota, você acaba de destruir um raro momento de paz.

Bufo com raiva enquanto trato de vestir minha roupa o mais rápido possível e esperar a loira no térreo do prédio. Tudo bem que eu poderia não ser o melhor “namorado” – se é que posso me auto chamar assim, já que nunca assumimos nada de verdade entre nós – do mundo, mas tenho certeza que se ela fosse homem ela entenderia. Eu sou livre para ter todas que eu quiser, mas porque é que eu me importava tanto em não ferir os sentimentos daquela mesquinha da Chloé?

—--

Já estávamos na estrada dentro da limusine preta do pai da Chloé e nos aproximando lentamente do François Dupont quando encarei a loira retocando sua maquiagem, fria e calada. Características indicadoras de quem está bolando alguma coisa dentro daquela mente brilhante que só minha abelhinha tem. Hesito por longos minutos, mas enfim tomo coragem para retomar o assunto que nós mesmos interrompemos dentro do quarto da Bourgeios.

— O que você pretende fazer? – lhe indago procurando lhe chamar a atenção. Ela continua passando seu rímel com toda a paciência do mundo, o que era incrível com todo o balanço que o carro fazia em seu percurso.

— Jacqueline já me deu várias sugestões do que fazer com Marinette, porém eu ainda não tenho certeza. – Chloé disse piscando algumas vezes parecendo sentir o olho arder. Logo voltou o olhar na minha direção. – Eu quero algo que consiga tirá-la do François Dupont e que a deixe bem longe do Adrien. Os dois têm andado muito juntinhos ultimamente e eu não gosto nada disso.

Reviro os olhos e cruzo os braços, um pouco enciumado. Ela continua a terminar sua maquiagem enquanto passava seu costumeiro batom nude rosa claro matte.

— Uma pegadinha, talvez? – sugiro, encarando seu reflexo na janela da limusine. Ela assente de leve, terminando de arrumar alguns fios loiros rebeldes.

— Algo que a humilhe tanto que ela pense duas vezes ao tentar me ridicularizar de novo na frente da universidade. – a loira responde com a expressão fechada, digna de um Oscar de melhor atriz. Estava dividindo meu oxigênio ali com a Rainha da Escola, não com a garota de mais cedo. Ela me encara subitamente com um pequeno sorriso. – E se nós derrubássemos sem querer um balde de tinta vermelha nela durante o intervalo? Conseguiríamos deixar o recado bem claro para todos que ainda pensam em tentar me enfrentar como a Cheng fez.

Balanço a cabeça, indiferente.

— Até que não é má ideia majestade. – digo, colocando a mão no rosto, pensativo. – Se bem que, como pude notar há um tempinho, Adrien está amarradão nessa garota. Se o cara descobrir que a culpada dessa história foi você, ele e aquele nerd do Diego vão encher a boca pra dizer pro Damocles.

A risada esganiçada da Bourgeios fez meu coração acelerar. Ela me encarou entre risos e segurou uma lágrima em seu rosto para não estragar sua produção.

— Meu amor, o Damocles come aqui ó! – exclamou estendendo a palma de sua mão direita na minha direção. Ela revira os olhos, me encarando admirada. – Sinceramente eu achava que você já tivesse entendido isso. Alex, você realmente acha que o Damocles iria perder a grande oportunidade de ter o meu pai como financiador dessa universidade? – respiro fundo e balanço a mão.

— Claro que não, mas eu não acho bom enfrentar o cara de frente assim, do nada. Já se esqueceu de que além de tudo o diretor também conhece a sua mãe? – lhe indaguei fazendo a mesma calar a boca imediatamente. – Se você quer se vingar de alguém tem que fazer uma coisa bem feita e que não atraia atenção de ninguém pra você. Tem que ser esperta majestade. – ela conseguiu me deixar irritado. Reviro os olhos e dou de ombros. – Eu acho que isso é muito arriscado, mas se você está dizendo que se garante vá em frente. Não diga que eu não lhe avisei.

O silêncio desconfortável que se enfiou entre nós dois enquanto cruzávamos o portão da faculdade foi quebrado quando a Bourgeios agarrou meu rosto e me roubou um beijo rápido e ao mesmo tempo muito demorado para tal ocasião. Antes da porta do carro se abrir ela apenas me disse a frase que me perseguiu o resto do dia:

— Não vai ser minha mãe que vai me arrancar daqui.

  ***

Diego

Eu estava na universidade jogando um dos meus jogos favoritos no meu celular onde estava há um tempão juntando gemas para comprar baús e receber tais prêmios que poderiam vir. Sabe aquele tipo de jogo que aparece em algumas propagandas enquanto você está jogando OUTRO jogo maneiríssimo? Pois é, esse jogo é basicamente desse estilo: destruir torres inimigas, escolher cartas de personagens para batalha, abrir baús, ganhar gemas... Esse tipo de coisa. O baú da vez era um dos baús lendários, onde já fazia uns três meses que eu estava juntando verba pra comprar. Obsessivo? Talvez.

Vamos Diego, se você conseguir ganhar essa partida você vai conseguir juntar todas as gemas que faltam pra finalmente abrir o baú.

— E ai cara, tudo bem com você? – ouvi Jacques dizer, mas o repreendo com um “shh”. Ele não ficou muito feliz pelo visto. Ou melhor, pelo não visto de minha parte. – Que “shh” o que ô, tá doido? O que você tá vendo ai?

— É uma decisão muito importante na minha vida então eu ficaria muito feliz, mas muito feliz mesmo se você calasse sua boca pra não me atrapalhar. – respondo vendo minha frente de batalha indo pro espaço. Xingo mentalmente por não ter pegado cartas com jogadores mais fortes. – Ah, droga. Minhas frentes de ataque já estão indo pra cucuia. – reclamo baixo.

— Não sabia que o seu amigo Dieguito era tão vidrado nesse tipo de coisa Jacques. – reconheci a voz de Kattie comentando mesmo sem tirar os olhos da tela do celular. Adivinhei que as meninas haviam chegado juntas mais uma vez.

— Bem, ele ainda tá respirando. – Marinette comentou com uma pequena gargalhada. Não prestei muita atenção no resto da conversa.

Não, não, não, não! Ele vai... Esse infeliz do outro jogador vai...

— Porcaria, perdi! – gritei com raiva batendo o telefone na minha perna e esfregando o rosto com a outra mão. – Eu não acredito nisso, mas que droga, pocilga...

— Diego, é só um jogo. – Alya me repreendeu e eu não contive um suspiro pesado.

— Era um jogo muito importante. – rebati guardando meu celular no bolso, irritado. Ouvi a gargalhada de Marinette enquanto a mesma se sentava do meu lado com um pequeno sorriso.

— Fique feliz por ter outra vida pra jogar mais tarde, porque o mundo real não tem um botão de “reset” pra recomeçar do zero Diego. – ela me disse e eu arqueei uma sobrancelha.

— Não acredito que você é a amiga que vem com aquelas frases reflexivas e tristes pra quebrar o meu tabu. – reclamo com um suspiro. Olho para o resto dos reunidos e aceno. – Me desculpem, eu não sou tão bom na vida real como nos jogos virtuais então se acostumem com a minha frustração sempre me virem com o celular na mão.

— Relaxa cara, a gente sabe que você é antissocial mesmo. – Jacques me responde e cerro os punhos.

— Não sou antissocial. – digo encarando o vidro dos meus óculos serem tomados por certa névoa de nervoso. – Eu tenho dificuldade de me enturmar, é diferente. – explico pegando meus óculos e esfregando na minha camisa amarela favorita coberta pela jaqueta marrom que costumava usar em dias frios.

— O que eu acho muito engraçado já que você se enturmou com nós três de uma hora pra outra. – Alya brinca tentando aliviar o meu desconforto. Dou uma risada fraca e olho em sua direção. – E nem me vem com essa história que foi por acidente ou acaso, que é tudo mentira sua! – ela continua com um largo sorriso.

Realmente, como é que eu fui me meter com essas loucas, meu santo Chapolin Colorado?

Começamos a conversar sobre as férias que estavam se aproximando, da paz que finalmente bateria em nossas portas dali a apenas uma semana e cara, só então eu me dei conta de que meses já haviam se passado. Por mais que eu gostasse da companhia das minhas amigas eu confesso que continuava hesitante em relação a toda aquela aproximação. Assim, não é que eu não goste da companhia delas, mas o fato de uma das três estarem na mira de Jacqueline desde o inicio daquele semestre... O que? Acham que eu sou louco? Vocês já pararam pra pensar o que uma garota que separa as pessoas com minúsculas intrigas que viram uma baita fofoca cabeluda, que uma vez quase deixou uma garota universitária careca e que acusou uma outra garota de estragar o baile de outono TODINHO por ter dito que não gostava dos produtos Gagnon, pode fazer? Eu não acredito na possibilidade de Chloé ter desistido de socorrer a amiga, mas nem que a vaca tussa.

— Cara, eu não aguento mais uma semana com todas essas provas Cognitivas que os meus professores estão dando. – reclamo esfregando as têmporas. – Sério, é que vocês não tem noção do ranço que eu tenho dessa época. Parece que a cada prova eu perco mais neurônios e isso é péssimo.

— A professora Aline também está pegando bastante no nosso pé nesse final de semestre. – Kattie contou dando um pequeno bocejo. Podia notar algumas olheiras mesmo com a maquiagem bem feita. – Ela quer um seminário inteirinho sobre plantas. Vocês sabem o quão complexo e extenso é esse assunto? Eu passei a noite e a madrugada inteira resumindo um livro de noventa páginas em vinte e cinco pra hoje montar os slides com o Louis, e entregar na aula de amanhã. – a ruiva explicou choramingando, parecendo exausta. - E ainda sobrou bastante informação fora do meu resumo.

— Meu curso de jornalismo também não está sendo fácil. – Alya comentou se escorando no ombro de Marinette, se sentando entre nós dois. – Eles querem arrancar o nosso couro (?) e escrever um artigo de cinco folhas sobre ele.

— Não tá fácil pra ninguém. – a Dupain-Cheng declarou olhando para a entrada da universidade onde figuras conhecidas surgiam. De longe pude ver Adrien e Louis vindo para onde estávamos junto de Nino. Pareciam tão cansados quanto nós. – Passei a semana inteira confeccionando minhas peças de roupa e hoje é a minha apresentação.

— Imagino que tenha sido terrível trabalhar com o Adrien nesse meio tempo. – palpito, encarando ambos intercaladamente. Para minha surpresa ela nega com a cabeça.

— Na verdade não foi tão ruim assim. – ela responde dando ombros. – Estamos nos entendendo no fim das contas.

— Macacos me mordam, eu ouvi isso? – brinco arrancando algumas risadas das meninas. – Marinette Dupain-Cheng virou amiga de Adrien Agreste? É isso mesmo produção?

— Seja lá qual for a resposta, não é mais importante do que a notícia que você não deu Diego. – uma voz que reconheci imediatamente soltou parecendo irritada atrás de mim. Senti meu maxilar travar num sorriso de pânico ao virar meu pescoço para trás e encontrar uma turma muito conhecida ali parada. – Vai me dizer que já contou da festa pra seus amigos primo? Duvido!

— Tuggi, é que... Bom, eu... – balbuciei, tentando arrumar uma desculpa convincente a minha falta de memória. Preciso dizer que falho miseravelmente?

— Nem começa Dieguito, nem começa. – minha prima me pede estendendo uma mão na minha direção e revirando os olhos castanhos da nossa família. Digamos que Tuggi sempre foi bem... Explosiva em algumas questões, então é, decidi não insistir muito. – Pra quem não me conhece sou a prima do Diego e irmã gêmea da Patrícia, a Tikki, que alguém já deve ter encontrado correndo com a Trixx por ai. Amanhã a noite é o nosso aniversário...

—... E nós adoraríamos que os amigos e amigas do Diego fossem, sabe, pra ele não ficar sozinho em mais uma festa. – Tikki completou gesticulando com as mãos e apontando com as mãos para os amigos que sempre andavam com ela e minha prima. – Duusu nos disse que seria ótimo ter rostos novos na casa do Diego para nos conhecermos melhor. O que acham?

— É, vai ser muito divertido gente. – Trixx incentivou chamando a atenção com suas costumeiras roupas laranja e o delineador de dar inveja em Alya. Tive de segurar um riso para não apanhar. – Eu, as duas doidas ai e a Lily – ela apontou para a garota loira de cabelos cacheados presos em dois rabos de cavalo e olhos azuis iguais aos de outra pessoa. – vamos fazer uma apresentação, vai ter bastante comida, música... Qual é, o que cês tão esperando?

Meus amigos se entreolham enquanto os outros garotos finalmente chegam onde estamos. Eu tô torcendo pra que ninguém vá. Não sou um cara antissocial, mas quando a turma da minha prima se junta... Alguma coisa sai errado. Tipo, MUITO ERRADO mesmo. Uma vez Plagg, Tuggi e Lily cobriram a casa do meu vizinho com papel higiênico e quase foram presos. Numa outra vez, Tuggi e Tikki picharam o nome de Duusu no telhado de uma casa no fim da minha rua. Mas a pior de todas foi a festa de aniversário de 17 anos das gêmeas que eu não tinha aguentado ficar a madrugada inteira com eles e acabei virando motivo de chacota pelo resto do ano: minha querida prima ao invés de afastar os convidados do meu quarto enquanto eu dormia, como toda pessoa ajuizada faria, não, ela chamou todo mundo, pegou a maleta de maquiagem dela que tinha ganhado de aniversário da Lily e me PINTARAM inteiro. Minha foto ficou de tela de fundo do celular de todos eles até o Réveillon, e mesmo assim até hoje sou zuado de “O Nerd Cor-de-Rosa”.

Acho que eu tenho motivos pra não chamar meus amigos pra essa festa, não acham?

— Eu topo. - Marinette disse pro meu completo desespero. – Acho que merecemos terminar esse semestre com uma distração. O que acham meninas? – a encarei balançando a cabeça enquanto as duas se entreolhavam com um sorrisinho.

— Demorou gata, tu sabe que eu nunca dou cano em uma festa. – Alya respondeu cutucando uma Kattie que cochilava no seu ombro. – Eu e a Ferrugem Dorminhoca aqui topamos também prima do Diego.

— Pode me chamar só de Tuggi. – minha prima disse prendendo o cabelo em o que era pra ser um coque, mas estava mais parecido com um ninho de passarinho. Esfreguei o rosto, pra disfarçar minha risada. – E vocês meninos, também vão?

— O que você acha Louis? – ouvi Adrien indagando ao primo de cabelos escuros. Ele deu uma gargalhada e bagunçou o cabelo ruivo de Kat.

— Nós vamos sim. – ele afirma arrancando um pequeno sorriso da garota. Arqueio uma sobrancelha. Aqueles dois... Tem alguma coisa rolando.

— Então se prepara Tuggi, porque essa festa vai bombar. – Jacques exclama animado com tal noticia dada. Reviro os olhos e amaldiçoo aquela ruiva ingrata que tem o meu sangue latino.

— Então está combinado. – Tikki disse sorridente e só então o sinal que toca. Que a maldição de Sammy caia sobre o cara que toca esse sinal. – Nos vemos amanhã a noite, às oito horas. Se o Diego não quiser levar vocês vão atrás de nós...

—... Ou procurem o Jacques. – Tuggi completa piscando pro loiro descaradamente. – Ele sabe o caminho da mãe Joana.

Peguei minha mochila e forcei um “até loguinho” pelos amigos, porque senão ninguém iria se mexer e ir pra aula. Mentira. Vai que minha prima começa a falar dos meus podres pra eles? Eles nunca mais me levariam a sério! Mas eu também estava atrasado para o meu curso de medicina então é, eu sai dali antes que a conversa continuasse contra a minha vontade.

— Como assim “casa da mãe Joana”, Dieguito? – escuto Jacques me perguntar subitamente e dou um pulo de susto. Praguejo baixinho.

— Maneira de se expressar Jacques. – explico apertando o passo.

Logo consigo enxergar meu prédio. Vejo Chloé atravessando a passarela. Ela estava muito bonita... Quer dizer, vendo de onde eu estava. Notei que Alex não estava com a mesma e franzi a testa. Será que haviam brigado mais uma vez? Ela geralmente não ficava bem quando isso acontecia, enchendo a cara para esquecer os problemas. Enchia uma taça de 500 ml de Uísque e bebia até esvaziar duas garrafas, não conseguindo nem ficar em pé direito. Pensando bem, não, ela não estava com cara de quem estava com dor de cotovelo. Eu conhecia aquela cara. Conhecia bem até demais.

Ela estava planejando fazer alguma coisa, assim como minha consciência tanto havia insistido dentro da minha cabeça. Porém dessa vez vai ser diferente. Dessa vez eu vou fazer alguma coisa. Dessa vez eu não vou ficar parado olhando alguma coisa acontecer sendo que agora eu posso fazer alguma coisa.

Se prepare Jacqueline. Dessa vez eu não vou jogar a toalha.


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