Happy Ending escrita por Yume


Capítulo 7
Capítulo VII – Amizade com benefícios


Notas iniciais do capítulo

Olá!!
Sabe que tá rolando tag no twitter pra trazer o elenco de Arrow pra cá pro Brasil?
Apoia lá é retuitar ou tuitar qualquer coisa com a tag HVFF COME TO BRAZIL
Obrigada pelos comentários!!!!!
Segundo os votos de vocês, a maioria quis que o Tommy aparecesse primeiro, então, acho que no próximo ele já deve dar o ar da graça!!!
Notas curtinha hoje kkkk
Nos vemos nos comentários!
Boa Leitura!
Ps.: não se enganem com o título kkkkkkk



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FS

A Mercedes devia ser o carro mais confortável que eu já havia entrado, os bancos de couro claro eram mais macios que minha cama. Apesar da chuva e do vento, o ar fazia o pequeno ambiente bastante confortável e aconchegante, se não fosse pelo enorme elefante branco sentado no banco de trás.

Oliver dirigia concentrado, nas poucas vezes que olhei para ele, pude ver o maxilar contraído e uma veia saltada no pescoço. Ele estava irritado, isso era fato. Mas eu também estava! Como ele podia ter sido tão atrevido? Ser um riquinho mimado não o dá o direito de tratar outras pessoas como bem entende. Eu estava furiosa na verdade!

Nunca gostei que me chamassem por apelidos, o máximo que já deixei foram algumas abreviaturas do meu nome. Escutar o “boneca” vindo daquela boca suja me deixou possessa. A sua insinuação sobre Moira Queen estar me atirando para cima dele, é absurda! Confesso que fiquei um pouco surpresa com a insistência dela em fazer com que Oliver me levasse até em casa, mas não era motivo para achar que ela estava querendo que eu casasse com o filho dela.

Oliver é bonito, isso não é algo que se pode negar, alto, loiro, uma barba que só faz com seu rosto fique ainda mais delineado, um corpo que acredito que por baixo dos ternos caros, seja bem definido. Eu não era nenhuma depravada que saia largando olhares deliberados para qualquer homem bonito que passasse, mas também não era cega. Fui consciente da beleza de Oliver desde a primeira vez que o vi, ele é alguém que libera uma energia quase magnética, mas isso passava no momento em que abria a boca. Oliver Queen não passava de um bilionário irresponsável e debochado.

Me mexi inquieta, eu nunca havia visto nada que me fizesse pensar que ele realmente era assim, só tinha lido alguma coisa em sites de fofoca. Na verdade, nessa última semana, exceto pela vez em que vi a Sra. Queen falando ao telefone sobre algo relacionado a ele, Oliver chegava todos os dias do serviço, sempre que o vi, ele estava com alguma pasta na mão ou vários papéis amontados nos braços, não sei se era algo que ele percebia, mas quando ia espionar o que fazíamos no quarto, nem mesmo largava o que tinha em mãos.

Como pai Oliver não era de todo ruim, vi a interação entre eles apenas duas vezes, mas em todas, ele se esforçava para tentar ter algum contato com o filho, William que sempre era hostil e grosseiro, hoje cheguei a sentir um pouco de pena ao notar a tentativa de aproximação e preocupação dele quando ocorreu o apagão, os olhos de Oliver ficaram tão tristes ao notar que o filho não queria nem mesmo que ele se preocupasse.

Já estávamos na cidade, a chuva havia diminuído um pouco, notei que estávamos apenas rodando. Eu não havia dito onde morava e Oliver não parecia que iria perguntar. Respirei fundo e engoli meu orgulho, eu não poderia ficar assim com quem pagava o meu salário e que também estava me levando em casa, mesmo que contra vontade.

— O senhor pode dobrar a direita na próxima e seguir reto pelos próximos três semáforos – Oliver me encarou por alguns segundos e então acenou com a cabeça.

Mais alguns minutos de um silêncio constrangedor, ele parecia perdido em pensamentos, segurava o volante apenas com a mão direita, o braço e esquerdo estava apoiado na porta e ele passava a mão constantemente na barba, o olhar era fixo na rua. Chegamos ao último semáforo, que estava vermelho.

— Me desculpe Srta. Smoak – Sua voz não foi mais que um sussurro, por um momento achei que fosse minha imaginação. O encarei por um momento, ele endireitou a postura e me encarou, logo desviando o olhar.

— Por que exatamente? – Eu sou orgulhosa, sei que deveria ter sido mais humilde e simplesmente aceitado, mas uma veia rebelde não permitiu que fosse assim tão fácil.

Ele suspirou e vi o maxilar ficar ainda mais rijo – Você sabe porquê! – Praticamente gritou, ergui uma sobrancelha em resposta, mais um suspiro, dessa vez acompanhado de uma longa piscada de olhos – Me desculpe pela minha reação mais cedo, eu não deveria ter insinuado nada, muito menos ter falado da maneira que falei.

Acenei com a cabeça, o semáforo abriu – Pode dobrar a esquerda no próximo cruzamento – Fiquei em silêncio novamente, Oliver parecia esperar alguma resposta – Acho que eu deveria me desculpar também, não respondi como deveria, afinal de contas o senhor é meu chefe.

Ele sorriu com o canto da boca – Na verdade, acho que William é seu chefe, você trabalha para ele.

— Mas o senhor paga o meu salário – Encarei a janela, estávamos quase chegando na minha rua, a chuva já havia parado quase que completamente – Pode me deixar aqui – Eu não queria que o Sr. Queen tivesse que colocar aquela nave na rua mal calçada que eu morava.

— Aonde a senhorita mora? – Oliver encarou os lados, parecia procurar algum prédio residencial ou casa, já que estávamos em um quarteirão comercial.

— É aqui perto, mas não precisa ir até lá, vai acabar estragando seu carro.

Ele acenou com a cabeça e estacionou – Não acho que seria o caso, mas não vou insistir – Oliver me encarou mais uma vez, parecia querer falar algo, mas as palavras morriam antes de abrir a boca.

Não iria esperar outro pedido de desculpas, ele já havia me surpreendido com o primeiro – Muito obrigada pela carona Sr. Queen, boa noite – Eu estava quase abrindo a porta do carro quando senti o leve aperto em meu braço.

— Espere Srta. Smoak – Voltei minha atenção para Oliver, notei que longos suspiros era algo frequente quando ele estava nervoso – Eu sei que não sou o tipo que pessoa que a senhorita gosta de ter tratos, também sei que demonstrei ser um cretino arrogante nas poucas vezes que nos vimos, mas gostaria de pedir um favor.

— Certo...

Mais um longo suspiro – Eu notei como é sua relação com William, ele parece gostar da senhorita, então, gostaria que me ajudasse a me aproximar do meu filho, desde que ele veio para cá, tem sido difícil, por alguma razão ele me culpa pela morte da mãe, ou talvez porque eu nunca estive presente, eu não sei, ele simplesmente... ele não fala comigo! – Ele estava ao ponto de desespero, novamente senti aquela pontinha de pena.

— Eu não sei o que poderia fazer para ajuda-lo Sr. Queen, eu apenas o ajudo com a escola, mais especificamente, com os deveres, William nunca se abriu para mim.

— Eu sei, mas eu nunca o vi sorrir com mais ninguém, você o faz rir Srta. Smoak, mesmo que seja apenas estudando. Eu entendo que ele não quer nem mesmo ouvir falar meu nome – Oliver soltou a gravata que parecia sufoca-lo – Nessa última semana tenho observado a sua interação com ele.

— Eu sei – Falei sem nenhuma intenção, mas ele pareceu surpreso por ter sido pego no flagra.

— Certo – Segurei a vontade de sorrir, Oliver estava acuado, não sabia como agir – Gostaria de estar mais presente na vida dele.

— O que sugere?

— Que tal se eu acompanhar a próxima seção de estudo? – Ele estava inseguro, não parecia o CEO poderoso e seguro de si, mas sim uma criança assustada.

— Não acho que William vá gostar da ideia, com todo respeito Sr. Queen, mas a menção do seu nome o deixa revoltado e fechado a conversas, sua presença só fará com que ele desista de estudar.

— Eu sei, mas eu gostaria de tentar.

O encarei por longos segundos, nunca fui boa em ler sentimentos, ou saber se alguém está realmente falando a verdade, mas Oliver realmente parecia querer aquilo e mesmo que eu achasse que não daria certo e que no fim de tudo eu apenas ficaria sem emprego porque William não ia querer ficar no mesmo ambiente que eu, resolvi dar uma chance, eu sabia como era viver sem um pai e sabia o quão difícil era ter uma filha que não tinha um pai, William merecia uma figura masculina na vida dele, mesmo que Oliver Queen não seja o melhor dos exemplos.

— Tudo bem, amanhã pode acompanhar a aula, você entende alguma coisa sobre trigonometria, seria interessante se tentasse participar e demonstrar interesse pelo que ele está estudando?

— Não tenho a mínima ideia do que seja isso – O encarei incrédula – Em minha defesa, eu larguei quatro faculdades e durante a escola, minha maior qualidade era ser charmoso.

— Eu não duvido – Ele riu com meu deslize. Acabei de admitir que acho meu chefe charmoso. Decidi ignorar minha última sentença e torci para que Oliver fizesse o mesmo – Mesmo assim, acho que seria uma boa se tentasse participar.

— Certo – Mais uma vez o silêncio constrangedor estava começando a se fazer presente.

Resolvi sair, não tínhamos mais nenhum assunto, sorri e soltei o cinto –Mais uma vez, muito obrigada Sr. Queen – Ele meneou a cabeça e eu sai do carro.

Acenei uma última vez antes de andar, vi que ele ficou parado com o carro até que eu dobrasse na esquina. Suspirei, hoje havia sido um dia “bem louco” como a Amy diria.

OQ

É, Felicity Smoak não era tão ruim assim, apesar do jeito teimoso, era fácil conversar, notei que ela realmente se importa com William. Eu concordo que talvez não seja mesmo uma boa ideia estudar junto com ele, tenho consciência de que talvez até mesmo prejudique ele na escola, mas sou egoísta ao ponto de tentar mesmo assim.

Já que estava na rua, resolvi passar no eletricista em vez de ligar. Fui até a empresa que cuidava do sistema elétrico da empresa e da mansão, eles ainda estavam abertos. Consegui que uma equipe me acompanhasse até em casa.

O caminho inteiro de volta me fez pensar na conversa que eu teria com minha mãe. Até agora eu apenas havia deixado que essa coisa de arranjar uma esposa esfriasse, uma hora ela iria desistir, fora que eu havia me livrado de todos os encontros que ela havia arranjado, não cheguei nem mesmo a conhecer nenhuma de suas pretendentes. Mas agora era diferente, ela estava colocando alguém que já estava em nossa casa, era uma jogada esperta.

Eu tinha certeza que ela iria negar assim que eu abordasse o assunto, mas eu conhecia minha mãe, eu conhecia aquele olhar dela e também aquela simpatia toda, não era por acaso. Eu só não entendia o porquê de ela ter insistido em Felicity. Até agora mamãe havia arranjado filhas de amigas, em sua maioria, dondocas que gostavam de fofocar e tomar o chá das cinco.

Cheguei na mansão e pedi que Jarbas e uma outra empregada mostrassem o que deveria ser feito aos eletricistas. Subi direto para o quarto de mamãe, ela estava sentada na sacada encarando o céu, bati levemente no vidro da porta, ela sorriu e mostrou o lugar ao seu lado para que eu sentasse.

— Levou a Srta. Smoak em segurança? – Sorri com deboche. Ela devia pensar que eu era idiota.

— Está jogando ela para cima de mim – Não era uma pergunta, era uma afirmação, eu não daria a chance para ela mentir.

— Estou – Ok. Isso foi uma surpresa. A encarei em choque, ela simplesmente admitiu, sem rodeios, sem as tradicionais desculpas – Parece surpreso Oliver, mas não era isso que veio me falar?

Engoli em seco – Sim, mas achei que fosse refutar como normalmente faz.

— Estou cansada Oliver.

— Eu deveria dizer o mesmo – Bufei irritado – A senhora está nessa de me arranjar uma esposa desde que soube que eu tenho um filho, o que é contraditório, já que no mundo em que vivemos, a única razão para casar é para ter um herdeiro.

Ela se virou em minha direção e pegou minha mão – Eu não quero isso para você Oliver, quero que seja feliz.

— E por que acha que se eu me casar com a primeira que aparecer, eu serei feliz?

— Não é com a primeira que aparecer Oliver, mas você não se esforça em procurar alguém.

— Eu saio com alguém – A encarei com um sorriso de canto, mamãe revirou os olhos.

— As mulheres que você encontra em uma noite e depois nem mesmo sabe o nome, não são alguém – Mamãe acariciou minha mão, como costumava fazer quando eu era criança, um leve carinho na palma, costumava me relaxar quando eu não conseguia dormir – Eu não estou dizendo que a única coisa que o fará feliz é casar, muito pelo contrário, estar casado envolve tristezas e desafios também, mas você está sozinho Oliver e a cada dia que passa não está ficando mais novo.

— Não precisa me chamar de velho para tentar me convencer.

— Não estou dizendo isso, mas Oliver querido, agora não é só você, existe William também, ele precisa de algo estável.

— Ele me odeia mamãe, não vai ser arranjando alguém para me casar que vai mudar esse fato.

— Talvez não, mas se ele visse que pode ter uma família completa e normal, isso o traga um pouco mais de tranquilidade, William está assustado Oliver, e ver o homem que ele deveria chamar de pai continuar levando a mesma vida que levava antes de saber sobre ele não ajuda

— Isso não é verdade! Eu não levo a mesma vida de antes, deixei meu apartamento e vim morar aqui, não vou mais a tantas festas quanto antes, até mesmo contratei uma tutora para o ajudar na escola!

Mamãe sorriu doce – Mas você não age como um pai Oliver.

— Ele não deixa! – Levantei irritado, passei as mãos nos cabelos em busca de controle.

— Ele não precisa deixar – Mamãe levantou e veio até mim, me abraçou de lado – Apenas seja o pai dele, se preciso, force a entrada na vida dele, mostre com tudo que tem que realmente quer ser o pai dele.

Sorri, com minha mãe as coisas pareciam mais simples – Certo – Suspirei e lhe dei um beijo no topo da cabeça – E onde jogar a Srta. Smoak em meus braços ajuda nisso?

— Felicity é boa com ele, eu sei que você já viu como eles interagem – Me encarou com o canto do olho. Senti meu rosto esquentar, parece que eu não fosse tão discreto quanto achava que era, enquanto espiava os dois – Eu andei pesquisando sobre ela, a Srta. Smoak é bastante inteligente, tenho certeza que só não cresceu mais porque teve uma vida complicada, mas ela é alguém que com o incentivo certo é capaz de chegar longe.

— E acha que se colocasse ela para casar comigo seria esse incentivo?

— Pelo contrário Oliver, ela não precisa de um homem para fazê-la crescer, é capaz de se fazer ser notada por conta própria – Mamãe beijou minha bochecha – Na verdade, acredito que ela seja o incentivo que você precisa – A encarei confuso – Por que não procura conhece-la melhor, você é tão rabugento Oliver, talvez o jeito alegre da Srta. Smoak o contagie – Fiz uma careta e estava pronto para responder, mas ela não deixou, apenas piscou para mim e entrou no quarto, saindo para o corredor em seguida.

Voltei a me sentar na cadeira. Verdade seja dita, Felicity Smoak não me atraia fisicamente, não da maneira selvagem que eu estava acostumado a ter com as mulheres que conhecia nas festas que ia com Tommy. Ela é bonita, é claro que é, um pouco apagada é claro, mas com uma beleza natural, simples. Eu não iria tentar seduzi-la ou algo do tipo, não pretendo ter nenhum relacionamento, mas vou manter a ideia de tê-la por perto como amiga, tanto por ela parecer ser uma boa companhia, quanto pelo fato de que tinha a esperança que ela me ajudasse com William. Seria uma amizade com benefícios, não do tipo que eu estava acostumado, mas seria bom.

 


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