Happy Ending escrita por Yume


Capítulo 8
Capítulo VIII – Eu a chamo de Lis


Notas iniciais do capítulo

Oi???
Desculpas ainda valem??? hehehe me desculpem de verdade pela demora em postar!!! Tive alguns (vários) contratempos essa semana e foi um legítimo INFERNO!!
Esse capítulo eu também demorei a terminar, porque eu não estava ficando satisfeita com ele, a bem da verdade, ainda não estou. Eu só gosto da parte final kkkk
Me digam vocês o que acham dele!!
Mais uma vez, me desculpem!!!
Nos vemos nos comentários!
Boa Leitura!



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FS

— Como foi no trabalho hoje? – Amy me perguntou assim que saí do banho.

— Fora aquela tempestade e o fato de uma árvore ter caído, fazendo com que a mansão ficasse sem luz e eu fosse obrigada a ter uma carona do pai arrogante do William – Fiz uma careta pensativa – Foi normal.

Amy riu e sentou na ponta da minha cama – Você parecia estressada quando chegou.

— Me desculpe por não ter falado com você, mas eu estava louca para tomar um banho quente.

— Tudo bem – Amy sorriu – Temos três goteiras novas – Suspirei em desgosto, sentei ao seu lado na cama.

— Eu prometo que ainda vou conseguir tirar a gente daqui – Beijei sua testa e acariciei seu rosto – Me responde uma coisa, desde quando suas matérias na escola são tão difíceis?

— Não são difíceis, eu gosto delas – Sorri, Amy era exatamente como eu era na idade dela – O principezinho está tendo problemas?           

— Na verdade não, William é inteligente, mas ele está atrasado, então, é muita coisa para aprender em pouco tempo, o semestre está quase acabando.

— Ele quase não fala na sala, apenas responde o que o professor pergunta e quase sempre com uma ou duas palavras.

— Você já conversou com ele?

— Não, eu sento na frente e ele chega e vai para o fundo da sala no canto.

— William tem uma vida complicada.

— Eu imagino que sim, deve ser difícil viver sem a mãe, eu não sei o que faria sem você – Amy falou preocupada, a abracei com força.

— Você não vai precisar descobrir princesa – Comecei a enchê-la de beijos, eu amava escutar sua risada, era mais uma das terapias que eu tinha por ser mãe.

OQ

A energia não demorou muito para voltar ao normal, os eletricistas fizeram um bom trabalho em pouco tempo. Eu estava no meu quarto, Tommy havia ligado a alguns minutos dizendo que eu deveria ir para Verdant, sem discussões. Não é como se eu fosse negar, fazia tempo que não ia para uma festa e o dia hoje havia sido estranho, eu precisava aliviar minha cabeça.

Ajeitei a gola da camisa preta, olhei uma última vez no espelho e borrifei um pouco de perfume. Encarei o relógio, eram quase nove horas, eu pretendia voltar para casa ainda hoje e de preferência sóbrio, então resolvi sair.

Encarei a porta do quarto de William, estava fechada, fiquei dividido entre bater ou não, eu estava ansioso para me aproximar, talvez eu devesse seguir o conselho que mamãe me deu, tentar de todas as formas entrar na vida dele, mas apesar de eu não gostar de admitir, eu também estava com medo e assustado, não tive o melhor exemplo de pai presente e não sabia o que era SER um pai. Resolvi seguir meu caminho e esperar por amanhã, eu tinha a forte esperança que realmente essa ideia de usar a Srta. Smoak como ajuda, funcionasse.

Desci as escadas e mamãe estava saindo do escritório com um livro na mão, ela me encarou dos pés à cabeça e então estreitou os olhos, coloquei o meu melhor sorriso de bom moço no rosto e fui em sua direção, lhe dei um beijo estalado na bochecha e segurei seus ombros.

— Eu vou voltar cedo – Ela continuou me encarando com a mesma expressão – Eu prometo!

— Hoje é terça Oliver!

— E amanhã é quarta, não precisa me lembrar os dias da semana – Fazer piada não foi uma boa ideia, mamãe fechou mais a cara – Eu só vou me encontrar com Tommy e esfriar um pouco a cabeça, pode ficar tranquila, vou dirigindo, não pretendo beber, só quero conversar um pouco e talvez conhecer pessoas.

— Eu sei bem como você quer conhecer pessoas – Mamãe revirou os olhos e então suspirou – Não faça nenhuma besteira, não se meta com nenhuma aproveitadora e, por favor, Oliver, lembre-se que você já tem um filho, então, cuidado!

— Eu sou um homem prevenido mamãe – Pisquei e lhe dei um beijo na testa – Boa noite!

— Boa noite Oliver – Ela revirou os olhos mais uma vez e sorriu antes de subir as escadas.

Peguei meu carro e fui dirigindo com calma, Tommy havia entrado como sócio com Thea mesmo antes de saber que eram meios-irmãos, isso veio bem a calhar agora que ela estava nessa crise de identidade e havia sumido a quase um ano.

Eu amava Tommy como um irmão, crescemos juntos, ele sempre foi meu melhor amigo, sempre foi quem se metia comigo nas piores confusões, tínhamos algo bom um com o outro. De certa forma eu invejava um pouco Tommy, ele não era obrigado a ficar sentado o dia inteiro em um escritório, não tinha que ler páginas e páginas de projetos que não faziam sentido, ele era “dono” de uma boate, trabalhava de noite e dormia de dia, apesar de ser um Merlyn, não tinha que carregar o peso do sobrenome nas costas, não como eu tinha que carregar o Queen quase como um burro de carga.

Suspirei e relaxei os ombros, eu não queria pensar sobre problemas pelo menos pelas próximas horas, se tivesse sorte encontraria alguma mulher para uma transa rápida, algo que serviria apenas para aliviar a tensão, e então poderia voltar para casa e dormir um pouco antes de ter que enfrentar o resto da semana.

Cheguei em frente a Verdant, como sempre, estava lotada, a fila era grande e o entra e sai de gente era constante. Deixei o carro com o manobrista e fui até o segurança, ele já me conhecia, deixou que eu passasse sem complicações.

Como esperado, aquilo parecia um formigueiro, estava muito cheio, o cheiro de bebida e perfume misturado a suor era tanto quanto o som alto de uma música eletrônica, as pessoas pulavam e ninguém parecia muito atento a quem estava do lado, subi para o segundo piso, ali estava um pouco mais calmo, procurei com os olhos por Tommy, para encontra-lo logo em seguida, flertando com uma ruiva que estava sentada próxima ao bar, cheguei um pouco depois de vê-la colocar um cartão no bolso no casaco dele e sair com um sorriso sacana.

Tommy ainda a encarava de longe quando me viu, abriu um sorriso largo, como ele sempre fazia e veio com os braços abertos na minha direção me apertando em um abraço sufocante. Bati em suas costas e o empurrei com um sorriso.

— Achei que não fosse vir!

— Quando que eu nego um pedido seu?

— Negou mês passado quando propus aquele encontro duplo, a dois meses quando negou que me conhecia para o policial que veio atrás de mim por causa do carro, no dia da bandeira quando... – Lhe dei um empurrão e revirei os olhos.

— Eu já entendi Tommy, não precisa me lembrar de todas as vezes que você teve planos idiotas e quis me meter no meio.

Tommy sorriu e voltou a se sentar no banco do bar – Mas então, como estão as coisas com seu filho?

— Na mesma, ele me odeia – Suspirei e sentei ao seu lado – Mas não quero falar sobre isso hoje, vim aqui porque preciso esfriar minha cabeça – Comecei a prestar a atenção nas mulheres que estavam em volta, algumas já me encaravam com claro interesse.

Analisei as opções, morenas, ruivas ou loiras. Todas pareciam iguais, de certa forma eu estava um pouco cansado com esse mesmo padrão, eram todas perfeitas demais, maquiada demais, artificiais demais. Suspirei, mas isso não seria empecilho para algumas horas de sexo sem compromisso.

Encarei uma loira que estava sentada do outro lado, ela sorria diretamente em minha direção. Era bonita, loiras não eram minha preferência, mas essa me chamou a atenção, tinha um belo corpo que estava emoldurado pelo vestido que tenho certeza que deve ter sido colocado a vácuo, azul marinho, os saltos pretos e o decote era generoso, eu conseguia me imaginar afundando minhas mãos nos fartos seios.

— Acho que acabou de achar sua distração – Tommy tocou em meu ombro e me encarou com um sorriso cúmplice.

— Sim – Eu estava levantando, antes pedi que o garçom levasse uma bebida para moça.

— Vou passar na sua casa amanhã Oliver, tenho que levar alguns papéis da Thea.

— Certo – Não prestei mais atenção em Tommy. Fui em direção a loira.

Assim que ela me viu ir em sua direção, virou-se para o bar e tomou sua bebida com uma lentidão proposital, me aproximei e sentei ao seu lado.

— Obrigada pela bebida – Apontou para o copo e piscou.

— Ela tem um preço – Toquei em seu braço e fiz uma leve carícia ali.

— Cobre o quanto quiser – Sorri.

Não ficamos conversando, não falei meu nome e nem ela falou o dela, ou se falou, eu não prestei atenção. Fomos até o banheiro feminino e pelos próximos minutos eu me concentrei em descarregar toda minha frustração naquele ato de pura devassidão e desejo carnal. Foi divertido, mas nada extraordinário, para minha surpresa, eu realmente estava ficando cansado desses encontros casuais.

FS

Mais uma vez eu fui de ônibus até a mansão, porém, dessa vez resolvi não pegar o táxi até chegar lá, mas fui caminhando, eu realmente achava que hoje fosse ser meu último dia de trabalho. Tinha certeza que William iria se irritar porque eu também o estava forçando a ter o pai presente, então o Sr. Queen iria ficar puto também e diria que era culpa minha, eu seria demitida e voltaria a minha vida miserável.

Suspirei enquanto encarava as árvores que cobriam toda a extensão que levava até a mansão Queen. Eu havia tomado um antialérgico antes de sair de casa, aquele cheiro de natureza me fazia ter uma crise de espirros. Eu com certeza não havia nascido para ficar em contato com árvores, flores e plantas.

Estava andando distraída quando um carro de luxo que eu não tenho a mínima ideia de que marca seja, passou com o som muito alto tocando uma música eletrônica, ele levantou uma poeira considerável, me fazendo tossir um pouco, parei minha caminhada e esperei o pó baixar. Com pesar notei que o carro havia parado e estava dando ré. Tive o pensamento de ser um psicopata que pegava moças sozinhas no meio do mato. Minha vontade de correr foi cancelada assim que o carro parou e o vidro do carona foi aberto, mostrando um moreno de olhos azuis com um sorriso menino. Definitivamente o perfil de um psicopata de floresta.

— Ei princesa, está perdida?

— Não – Optei por respostas curtas enquanto pensava em uma rota de fuga.

— Então também está indo para mansão Queen?

— Hã? – Eu fiquei confusa, não era possível que aquela estrada gigantesca fosse apenas para uma casa. O fato dele saber para onde eu estava indo me assustou ainda mais.

— Você não parece uma das amiguinhas do Oliver – Acredito que ele tenha falado um pensamento em voz alta, ergui uma sobrancelha.

— Quem é você?

Ele sorriu ainda mais largo – Tommy Merlyn, ao seu dispor doçura – Uma piscada e mais um sorriso cafajeste – Quer uma carona?

— Por que eu deveria entrar no carro de um estranho?

— Não sou um estranho, acabei de me apresentar, você que é a estranha aqui.

— Você pode muito bem ser um psicopata e assim que eu entrar no carro vai me levar para um casebre antigo e me matar – Ele explodiu em gargalhadas, fiquei confusa. Não era para ter sido engraçado!

— Está certo senhorita estranha, eu estava seguindo você, quero te matar – Ele ficou sério por dois segundos antes de explodir em gargalhadas novamente.

— Você é um idiota!

— Calma docinho! – Ele ergueu as mãos para cima em sinal de rendição – Mas agora falando sério, ou você está perdida ou realmente está indo para mansão Queen, nas duas situações eu posso ajuda-la – O encarei por alguns segundos, minha ideia do psicopata não fazia tanto sentido assim e pensando bem, acho que já escutei Tommy Merlyn em algum lugar.

— Como sabe que estou indo para mansão Queen?

— Porque essa estrada leva para lá.

Eu estava surpresa – Não achei que esse caminho gigantesco fosse apenas para uma casa.

Ele sorriu – Vamos lá, pode entrar, se quiser eu mostro meus documentos.

Considerei, eu já estava arrependida de ter ido a pé, não havia calculado certo a distância e ele não parecia ser mal, pelo menos não do tipo perigoso, respirei fundo e entrei no carro. Tommy sorriu e voltou a ligar o som no mesmo volume.

— Se vai continuar com essa música alta, vou descer agora mesmo – Falei séria, eu não precisava de uma bela dor de cabeça por estar escutando aquele “tum-tum-tum” constante.

— Certo, princesa.

— Não me chame de princesa!

— Como você é brava! – Não era uma reprimenda, ele falou sorrindo e ergueu uma das mãos em rendição – Eu a chamaria pelo nome, se soubesse qual é.

— Felicity Smoak.

— Certo Felicity, posso te chamar de Fel?

— Não.

— Licy?

— Não!

— Ah ok, então será Lis! – O encarei em alerta e mais uma vez fui respondida com um sorriso largo e uma piscadela – O que faz na mansão Queen Lis?

— Sou a tutora do William.

— Ah sim, o filho problemático do Oliver.

— Ele não é problemático, só está passando por bastante coisa.

— Se você diz – Tommy não falou mais nada, respirei fundo e encarei a janela, nós já havíamos chegado e eu nem mesmo havia notado.

— Chegamos?

— Sim! – Tommy desceu do carro e eu fiz o mesmo, encarei a mansão e fui atrás do moreno que parecia bem conhecido do lugar, pois entrou sem nenhuma cerimônia – Queen! – Ele gritou e logo Oliver saiu do escritório com um sorriso.

— Não achei que fosse vir cedo Tommy – O cumprimentou com um tapa nas costas e então me notou – Srta. Smoak? Também chegou mais cedo que o normal, William ainda não chegou.

Ah sim, eu acabei pegando uma carona – Encarei o moreno que sorria na minha direção.

— Carona?

— Sim... – Encarei o moreno que sorria para mim, eu não me sentia à vontade em chama-lo de Sr. Merlyn, resolvi ignorar formalidades – Tommy me encontrou no meio do caminho.

— Lis é a nova tutora do William, isso é legal!

— Lis? – O Sr. Queen me encarava sério, os olhos crispando em dúvida, segurei o olhar no dele, até que ele desviasse para Tommy – Vocês já se conheciam? – O tom imperativo mostrava que ele não estava nem um pouco satisfeito com isso.

— Não, eu a encontrei no meio da estrada, andando sozinha, parei o carro e ela me confundiu com um sequestrador de moças indefesas.

— Um psicopata na verdade – Apontei o corrigindo, sem ao menos notar que para Oliver, aquilo parecia ser uma conversa séria.

— Parecem bem íntimos para dois estranhos que se conheceram agora pouco – Eu não estava entendendo aquela desconfiança toda, o encarei em dúvida.

— Me desculpe Sr. Queen, mas está insinuando alguma coisa?

Ele meneou a cabeça, encarou Tommy e depois a mim – Não Srta. Smoak, só achei estranho a forma como se tratam.

— E por que seria diferente, temos quase a mesma idade – Tommy bateu em suas costas – Na verdade, eu estou achando estranho vocês dois se tratando por senhor e senhorita, onde estamos, no século dezenove?

Tommy tinha um ponto. Oliver e eu não deveríamos ter tanta diferença de idade, eu mesma achava estranho chama-lo de senhor, só o fazia por questão de que, ele é meu chefe.

— Está certo, você tem razão Tommy – Oliver me encarou – Pode me chamar de Oliver – Ele estendeu a mão para mim, em forma de cumprimento, um sorriso fraco pendia em sua boca.

Sorri e apertei sua mão – Me chame de Felicity.

Tommy colocou sua mão sobre as nossas e falou com um sorriso bobo – Eu a chamo de Lis, acho que somos mais íntimos do que você Ollie – Oliver soltou sua mão e fez uma careta, não pude segurar o riso. De certa forma Tommy fez com que evoluíssemos nossa relação e mesmo que hoje talvez fosse meu último dia, foi a primeira vez que me senti à vontade dentro da mansão.


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Notas finais do capítulo

Minhas desculpas estão nas notas iniciais hehe Beijos!



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