Believe in your Dreams escrita por J S Dumont, Isabela Maria


Capítulo 3
Capitulo 03 - Alec


Notas iniciais do capítulo

olá gente, mais um cap. de believe in your dreams, espero que gostem, gente queremos pedir, por favor, comentem nos caps, poxa estamos com 63 acompanhamentos, mas nem mesmo a metade está comentando, isso desanima a gente e faz nós não querermos postar semanalmente esperando mais comentários, então se puderem comentar, seria ótimo, ajudaria a vocês terem att semanal, e não quinzenalmente.
agora o que nos alegrou foi as recomendações quero agradecer elas: nick, dulce maria e arley rocha pelas recomendações, dedicamos esse capitulo a vocês, e quem mais quiser recomendar, também nos deixaria muito felizes, esperamos que goste desse cap. esses momentos serão essenciais para o desenvolvimento da fic, não percam fortes emoções estão por vir!



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3. 

Alec

— Você não quer nada para comer?  - perguntou Alec para mim, eu estava sentada na enorme mesa de jantar dele, com ele sentado ao meu lado, metade dos meus cabelos estavam caídos em cima do meu rosto, mas eu não tinha coragem de afastá-los, eu não queria olhar para ele, ele me dava pavor. Alec colocou a mão em meu ombro e só de sentir seu toque afastei-me num pulo. Olhei a minha volta, completamente desnorteada e sem saber o que fazer.

— Eu não quero! – eu disse e a voz quase não saiu, meu estomago revirava tanto que se eu tentasse comer alguma coisa, provavelmente eu iria vomitar.

Eu o senti bater levemente na mesa, em seguida se levantou.

— Tudo bem, eu vou te mostrar o quarto, vem!

— Eu não vou dormir com você... – eu disse, levantando-me rapidamente da cadeira, e afastando-me dele, fiquei de costas a ele e finalmente tirei os cabelos de cima do meu rosto, meu coração disparava tanto que eu tinha impressão de que em qualquer momento sofreria um enfarto.

— Não me diga que você é das mulheres da moda antiga? – ele perguntou num tom zombador, e então deu risada, parecia realmente ter achado engraçado eu não querer dormir no mesmo quarto que ele. – Além de bonita é virgem? – ele perguntou próximo ao meu ouvido e riu, riu novamente. Eu engoli um seco.

— Por favor, não me obrigue... – eu pedi, enquanto ele me segurava pelos braços e me virava na direção dele, as mãos dele subiram até o meu cabelo, ele passou as mãos nele e o tirou ainda mais do meu rosto, ele então olhou-me dos pés a cabeça, e soltou um longo suspiro.

— Você é muito bonita, sabia? – ele disse dando ênfase a palavra “muito”. – Mas não, não vou te obrigar! – ele acrescentou e depois afastou-se de mim, só então consegui suspirar aliviada. – Por enquanto eu vou me contentar em apenas te mostrar, vão ficar com uma inveja de mim! – ele acrescentou, pegando um copo e uma garrafa de whisky, encheu a bebida no copo e em seguida bebeu, eu continuei parada num canto da sala de jantar, de braços cruzados e olhando para ele, minhas pernas tremiam e eu já imaginava os horrores que ele poderia fazer comigo dentro dessa casa.

— Vou te dar umas semanas para me conhecer, com certeza quando rolar vai ser melhor, pois você vai curtir também... – ele disse e olhou-me dos pés a cabeça, com um sorriso muito malicioso nos lábios, não aguentei olhá-lo então desviei o olhar para o chão.

— Me deixa ir embora... – eu pedi, e então o ouvi rir.

— Para onde? Quer ir para esquina se prostituir? Por que é o que vai acontecer quando você começar a passar fome, aquele seu pai postiço não vai querer você de volta, você dá gastos a ele, é uma boca a mais para ele alimentar, ainda mais agora que ele está desempregado... – ele disse e umedeceu os lábios, ele voltou a colocar bebida no copo e começou a aproximar-se de mim, com o copo de whisky na mão. – Você não tem um centavo no bolso, então vai para onde? Para a rua? Você já passou fome alguma vez? – ele perguntou e eu discordei com a cabeça. – Dizem que é desesperador, quando isso acontecer e você tiver na rua, toda desprotegida e bonita do jeito que é, vão se aproveitar de você, ou quem sabe você não seja até estuprada pelos mendigos, que maneira triste de perder virgindade, não acha? – ele perguntou e então eu o encarei com os olhos arregalados, imaginando isso me acontecer, eu não podia negar, ele estava certo, afinal, emprego não está fácil e dificilmente vão dar emprego para uma sem teto, sem roupa, sem documentos, sem identidade, sem nada, eu iria viver na rua, qualquer um poderia se aproveitar de mim, e com certeza eu iria passar fome e frio.

Realmente eu não podia me iludir achando que fora dessa casa eu ia conseguir alguma coisa, não sem dinheiro, seria tolice eu ir embora sem nenhum centavo no bolso, eu tinha que raciocinar, eu tinha que pensar e não agir por impulso e medo e piorar ainda mais a minha situação.

— Beba! – ele pediu, fazendo-me acordar dos meus pensamentos.

— Eu não bebo... – eu disse, e ele sorriu de um jeito estranho para mim.

— Beba... – ele repetiu, entregando o copo, eu o peguei com as mãos tremulas, fechei os olhos com força e bebi, o liquido era ruim, fiz uma careta enquanto engolia com dificuldade. – Estamos começando a nos entender, vou deixar você no quarto de hospedes... – ele acrescentou, enquanto eu abria os olhos e voltava a olhá-lo. – Por enquanto!

***

Eu nunca tinha tido em uma casa tão grande e chique assim antes, na verdade a única coisa que eu conhecia antes de vir parar aqui é a casa pequena e simples de Charlie, Alec me conduziu até o quarto de hospedes, eu entrei no quarto e olhei a minha volta.

— Eu comprei algumas roupas, espero que sirva! – ele disse entrando no quarto logo atrás de mim, ele já foi direto até o guarda-roupa e o abriu, eu olhei para aquelas roupas e fui então me dando conta de como aquilo foi extremamente planejado.

Algumas lágrimas caíram dos meus olhos e limpei-as rapidamente.

— Nesse quarto tem banheiro, fica ali! – ele disse apontando para a porta, e eu a olhei, concordando com a cabeça. – Lá tem toalhas, tem até mesmo um roupão caso precise! – ele disse e então voltei a olhar para ele. – Qualquer coisa, pode me chamar! – ele acrescentou, virando-se e saindo do quarto, fechando a porta atrás de si.

Eu respirei fundo e comecei a olhar com mais atenção cada canto do quarto, a cama era grande e confortável, até mesmo era de casal, havia um guarda-roupa, uma cômoda, um criado mudo e uma janela coberta por uma cortina fina e branca, parei o olhar na porta que levava ao banheiro, ela estava fechada. Não era tão difícil acostumar-se com isso quando não se tem muita coisa, isso se eu não soubesse quais são as intenções de Alec e ele me desse tanto medo.

Fui até o guarda-roupa e o abri, vi que noventa por cento das roupas eram vestidos, a maioria provocantes, ou chiques, eu fechei rapidamente o guarda-roupa e abri a primeira gaveta da cômoda, encontrei uma maleta de maquiagem e uma pequena caixa já com joias, como ele teve tempo de arrumar tudo isso? Que tipo de homem ele é? Aquilo começou a me assustar, fechei a gaveta e voltei para a cama, com o coração disparando. O que será que ele está pensando em fazer? Vai me transformar numa boneca de luxo? Ele vai me obrigar a me arrumar, a usar esses vestidos, para ele ficar se aparecendo comigo em seus ciclos sociais?

Varias coisas passaram pela minha mente, e infelizmente uma pior que a outra, eu não o conhecia e pelo que eu estava vendo, isso estava sendo planejado algum tempo, e também mesmo que eu quisesse, eu não conseguia ver aquela estadia na casa dele de forma positiva, eu não conseguia ver boas intenções em Alec, afinal, que tipo de homem traz uma estranha para viver com ele? Mesmo que ele me ache bonita isso não é motivo suficiente para ele querer dividir sua vida comigo, isso se não tiver algo mais sombrio por trás disso tudo.

Deitei na cama, abracei o travesseiro e fiquei um bom tempo ali, pensando no que eu faria, pensando no que seria menos perigoso. Manter-me nessa luxuosidade mesmo sem saber quais são os planos do dono da casa? Ou fugir e correr o risco dos perigos que as ruas trás?

Fiquei chorando um bom tempo, até então levantar-me e tomar um banho, vesti uma calça e uma blusa de manga longa que encontrei dentro de uma das gavetas das cômodas, eu não iria usar a camisola que Alec comprou, afinal, não havia chave na porta, e eu não queria correr risco dele entrar no quarto e me ver com uma roupa sensual eu não queria provoca-lo, não queria que ele mudasse de ideia e me obrigasse a dormir com ele.

***

— Há quanto tempo vocês planejam isso? – perguntei a Alec, logo no outro dia de manhã, nós estávamos na mesa tomando café da manhã, ele estava olhando fixamente para mim e eu para ele, embora eu ainda me sentisse incomodada em encarar esses olhos frios.

— Eu já dei essa ideia ao seu pai postiço há algum tempo, mas ele só chegou a aceitar agora que ficou desempregado!

— E você em pouco tempo já comprou tantas roupas, joias, sapatos, maquiagem?... – eu disse, impressionada.

— Eu queria que você fosse recebida bem, mas claro, tem que comportar-se a altura, ser uma ótima mulher para casa, não vou obrigar você a limpá-la, porque eu não quero que estrague essas lindas mãos, aliais tem muitas velhas por ai precisando de emprego, podemos contratar empregados, eu tenho dinheiro para isso, você pode ver que eu não sou pobre... – ele disse e eu suspirei, é eu não imaginava que Alec tivesse tanto dinheiro quando o vi pela primeira vez na minha casa, imaginava que fosse apenas um alcoólatra, mas ainda assim eu desconfiava dele, um homem bonito e rico não precisaria comprar uma mulher, ainda acho que deve ter algo muito sujo por trás disso tudo.

— E por que você não arrumou uma mulher da forma convencional? Conhecendo, é, saindo com ela, namorando, depois noivando e casando, como quase todos os homens fazem... – eu falei para ele e ele riu.

— Se eu comprei você é porque eu já tinha te visto por ai e eu gostei de você, embora se vestisse com trapos é muito bonita, não merecia viver com aquele traste, eu te fiz um favor e você vai ter que me agradecer pelo resto da vida... – ele falou para mim. – Agora coma!

— Estou sem fome! – eu falei.

— Coma... – ele repetiu. – Está muito magra, é bom você ser esbelta, mas não precisa exagerar, não quero você em carne e osso!

Eu discordei com a cabeça e tratei de comer, mesmo não estando com fome, e enquanto eu comia eu pensava nele, era estranho a forma que ele falava comigo, era como se ele mandasse em mim, como se realmente eu pertencesse a ele e eu sabia que essa sua forma de me tratar é um tanto perigosa, ele poderia ser um homem perigoso, alias eu nem sabia como ele tinha tanto dinheiro. Eu estava vivendo com um completo desconhecido, eu sabia que ele poderia ser qualquer coisa, e claro, isso me apavorava.

Nesse primeiro dia Alec não saiu de casa, ficou muito tempo no telefone, parecia que estava procurando uma empregada, eu fiquei na maior parte do tempo o observando escondido, e outra parte do tempo dentro do quarto, olhando pela janela, ou andando para um lado e para outro sentindo sufocada e ao mesmo tempo desesperada.

No outro dia uma senhora realmente apareceu, deveria ter em torno de cinquenta anos e logo descobri que chamava-se Lourdes, ela parecia simpática e pelo menos senti que com a presença dela eu me sentiria menos sozinha, mas Alec já foi deixando muito claro que ela só ficaria na casa pela parte da manhã e da tarde e dormiria na casa dela, pois ele queria privacidade, e me assustava a ideia de que toda noite Alec e eu dormiríamos sozinhos naquela casa.

Eu não estava conseguindo dormir direito e embaixo dos meus olhos já estava começando a aparecer olheiras, também é difícil dormir sem trancar a porta, pois eu sabia que Alec poderia entrar qualquer momento no quarto e eu estava com medo do que ele poderia fazer.

— Não tem como você me dar uma chave para eu trancar a porta do meu quarto? – perguntei para ele enquanto almoçávamos.

— Não tem necessidade de você trancar a porta, fique sossegada eu não vou fazer nada com você! – ele disse, mas eu não confiava muito nas palavras dele e claro, isso fazia com que eu continuasse com dificuldades para dormir.

Eu passava a maior parte do tempo olhando em volta do quarto, e principalmente parando o olhar na porta, com medo de qualquer momento ela se abrir e Alec entrar.

 Durante o dia eu passava a maior parte do tempo com sono e com dor de cabeça, estava difícil até mesmo de comer, eu quase não sentia fome e depois de três dias nessa situação eu já estava me perguntando se Charlie em algum momento sentiu a minha falta, não que eu estivesse sentindo a falta dele, afinal, ele só sabia reclamar e me humilhar, mas vivemos tantos anos juntos, que no mínimo ele poderia pelo pensar em como eu estou. Também me perguntei se em algum momento Mike me procurou.

Por sorte depois que Lourdes foi contratada, Alec começou a sair durante a tarde, e isso me deixou mais aliviada, eu não sabia aonde ele ia durante as tardes, mas imaginei que ele deveria ir trabalhar, afinal, se ele não trabalha aonde ele arruma dinheiro?

Nesses dias Alec quase não falou nada sobre ele para mim, não que eu não tivesse tentando saber mais sobre a vida dele, afinal, já que vamos viver juntos seria bom um conhecer o outro, mas ele demonstrou-se muito reservado, sempre mudava de assunto e reclamava se eu insistisse em alguma pergunta, até então chegou um momento em que eu desisti.

O bom de Alec sair todas as tardes é que eu aproveitava esse momento para dormir, e isso foi ótimo porque o sono já estava começando a ficar insuportável, teve um momento em que eu até me assustei deitei dez horas da manhã e acordei apenas as seis horas da tarde, ainda só levantei-me por causa de Alec que me chacoalhou até eu acordar.

Durante a janta, ele me olhava com um olhar estranho.

— Você não acha que está dormindo demais não? – ele perguntou para mim. –Bom não que seja ruim, afinal, uns dias atrás você estava com olheiras horríveis, agora elas sumiram e sua pele está melhor, mas mesmo assim acho que dormir tanto não faz bem!

Alec dizia isso porque não sabia que eu passava a noite toda acordada com medo dele ir até meu quarto e me atacar durante a noite.

— É que nesses últimos dias eu ando sentindo muito sono... – eu menti, e desviei o olhar para o chão. – Mas vou tentar me controlar e dormir menos...

— Seria bom, ah nós vamos sair essa noite! – ele disse, e eu olhei para ele com as sobrancelhas franzidas, eu nem acreditava que depois de tantos dias eu ia poder sair de dentro daquela casa.

Eu estava tão ansiosa para poder sair um pouco daquela prisão luxuosa que eu nem me importava para onde Alec poderia me levar, eu só queria poder sair um pouco e distrair-me, e quem sabe poder pelo menos um único dia viver sem sentir medo.

Talvez fosse uma tarefa um pouco difícil, mas eu queria tentar, eu não sabia até quando isso iria durar, na verdade eu não sabia se em algum momento isso iria terminar, mas se fosse para tentar ter uma vida normal com Alec, tínhamos que sair juntos, e claro nos conhecermos melhor, mas Alec não parecia disposto a permitir que eu o conhecesse, e isso me deixava muito aflita, pois assim tornava-se mais difícil de eu conseguir confiar nele.

Foi então que pensei que esse passeio poderia colaborar em nossa relação, Alec mesmo quis escolher o vestido da qual eu iria usar, ele escolheu um vestido preto, que ia até a metade das minhas cochas, ao vesti-lo eu vi que era um tanto sensual e eu fiquei meio preocupada, pois não sabia o que poderia acontecer depois da noite, e se ele quisesse passar do ponto comigo? Se ele me obrigasse a fazer sexo com ele? Com medo, fui tentando puxar o vestido para baixo para ele ficar um pouco maior, mas eu não consegui.

Ele abriu a porta de repente, e olhei para ele com um olhar assustado, ele olhou-me dos pés a cabeça e sorriu.

— Eu sabia que esse vestido ia ficar bom em você... – ele disse para mim, e em seguida umedeceu os lábios, no mesmo momento meu coração disparou.

— Não está achando muito curto? Não é melhor trocá-lo? – perguntei, enquanto observava ele entrar no quarto e aproximar-se de mim, ele continuava me olhando fixamente e seus olhos brilhavam de uma forma estranha, ele passou a mão pelo meu cabelo, e colocou alguns fios atrás de minha orelha, essa sua aproximação me deixou extremamente nervosa, eu queria me afastar, mas eu não conseguia sequer sair do lugar.

— Você está linda... É sério, só que, você tá perdendo peso, estou vendo que está cada vez mais magra, precisa comer mais, daqui a pouco você vai ficar parecendo aquelas mulheres que tem problemas de cabeça...

— Está falando de anorexia? – perguntei a ele.

— Isso mesmo! – ele disse e depois se afastou, eu dei um suspiro aliviado.

— Passa uma maquiagem, e não demora, eu vou estar te esperando na sala! – ele falou, antes de abrir a porta e sair do quarto.

Voltei a olhar para o espelho, observei-me por alguns segundos, joguei o meu cabelo para o lado, em seguida abri a gaveta da cômoda e peguei a maleta de maquiagem, abri ela pela primeira vez e fiquei impressionada ao ver que tinha todos os tipos de maquiagem ali dentro, peguei primeiro a base e o corretivo e voltei a olhar-me no espelho.

Naquele momento eu senti algo estranho, minha barriga revirou-se e um nó formou-se em minha garganta, eu não sabia porquê, mas eu estava com a impressão de que eu estava tendo um mal pressentimento. Comecei a sentir como se algo muito grave estivesse para acontecer.

***

Alec me levou até um bar luxuoso que havia próximo a casa dele, imaginei que só teríamos nós dois, mas logo eu vi que não, ele me levou até uma mesa onde havia dois homens, mais ou menos da idade dele, senti-me incomodada em ser a única mulher, e assim que os olhares daqueles dois homens subiram em minha direção, senti meu rosto automaticamente corar, eu desviei o olhar para baixo, enquanto ele me apresentava a eles.

— Bella, esses dois são meus amigos, John e Marcus! – ele falou, e então primeiro eu olhei para John, um homem alto, forte, de cabelos e olhos negros, os cabelos eram bem lisos e ia até altura do ombro, ele me olhava com um olhar estranho, parecia analisar cada centímetro do meu rosto, do meu corpo, de mim, segurei a respiração enquanto desviava o olhar para Marcus, um loiro, de olhos verdes, alto e um pouco mais magro que John, seu olhar era mais discreto, mas ainda assim era curioso, Alec arrastou uma cadeira, para que eu pudesse sentar.

— Parabéns Alec, sua namorada é muito bonita! – disse John, ainda olhando fixamente para mim, cruzei os braços e decidi não olhar mais para John, o olhar dele estava me incomodando.

— Obrigado, sim, concordo plenamente com você! – Alec disse, colocando o braço em volta do meu ombro, depois me deu um beijo no rosto, eu senti-me incomodada e quis arrastar a cadeira para longe dele, mas não pude.

Logo uma mulher aproximou-se era a garçonete, ela perguntou o que iriamos beber, eu não bebia bebidas alcoólicas, na verdade odiava ela, quis beber um refrigerante, mas Alec insistiu para que eu bebesse alguma alcoólica, ele acabou pedindo uma vodka e um energético, provavelmente para misturar os dois e também pediu uma caipirinha, ambas as bebidas eu não gostava, mas não consegui insistir com ele de que eu não estava querendo beber.

Depois Alec começou a conversar com os dois amigos, ele começou a perguntar para os dois de pessoas das quais eu não conhecia, eu estava totalmente por fora do assunto, e se não fosse pelo fato de que eu não estava enfurnada dentro de casa, o que já era uma grande coisa, eu estaria achando tudo aquilo terrível demais, definitivamente não era o passeio que eu estava esperando.

A bebida chegou, Alec começou a insistir para que eu bebesse um pouco  da caipirinha, depois de tanta insistência acabei engolindo um pouco, mas achei o gosto horrível, eu fiz uma careta e acabei desistindo de vez, os amigos dele deram risadas, Alec bufou e impaciente falou para que eu bebesse mais, o seu jeito mandão começou a me irritar profundamente, por sorte antes que eu voltasse a beber mais um pouco, duas pessoas passaram próximo a nossa mesa, parou ao nosso lado e nos olhou com um sorriso no rosto.

— Iai caras, há quanto tempo! – disse um dos caras, o mais alto, ele era branco, de olhos azuis, e é extremamente forte, tem um sorriso bonito, cabelos castanhos claros, era bastante charmoso.

Ao lado dele estava outro homem, somente poucos centímetros mais baixo, tem cabelos castanhos claros, pele tão branca que chega a ser pálida, seus olhos são castanhos claros e tem ombros largos, mas era um pouco menos musculoso que o outro, ele sorria e tinha um olhar intenso, ambos eram bonitos, extremamente bonitos, vestiam-se bem, estavam de camisas e calça social, alguns botões da camisa aberto, cabelos bem penteados, em seus pulsos haviam relógios dourados parecendo valer uma fortuna, eles pareciam ser ricos, muito ricos.

— Iai seus sumidos, onde estavam? – perguntou John.

— Fizemos uma viagem, voltamos há mais ou menos uma semana... – disse o outro, ele foi percorrendo o olhar entre John, Marcus e Alec, e parou também seu olhar em mim, eu achei que ele me encararia daquela forma nojenta que os outros homens olham, ou com aquele olhar faminto ou curioso, mas não simplesmente ele me olhou normalmente e depois desviou o olhar voltando a olhar para Alec, ainda com o mesmo sorriso nos lábios.

— Legal, é, sentam aqui com a gente! – Alec convidou, ainda com os braços em volta do meu ombro, ele me apertou um pouco em seus braços.

— Ah a gente está esperando um pessoal, não vai rolar, deixa para outro dia! – disse o mais forte. – Vamos sentar aqui na mesa ao lado, tenham uma boa noite!

Assim que eles se afastaram, eu fiquei os observando sentarem-se a mesa ao lado, quando já estavam numa distancia razoável, Alec começou:

— Eles se acham, só porque são ricos, imbecis! – ele falou, discordando com a cabeça, e dando um gole da sua bebida de vodka com energético.

— Quem eles são? – eu perguntei, levemente curiosa.

— São os cullens, uns conhecidos nossos, o de camisa azul é o Emmett, e o de camisa branca é o Edward! – ele falou, meu olhar passou pelo mais forte, que agora sei que se chama Emmett, e depois para o outro, o Edward, os dois conversavam um com outro, eles sorriam, pareciam distraídos e em nenhum momento voltou a olhar para nossa mesa.

— Ainda bem que eles não se sentaram aqui! – John disse, bebendo seu copo de whisky.

— Concordo! – disse Marcus.

E enquanto sentia Alec colocar o canudo que estava no copo de caipirinha na minha boca, os meus olhos continuavam fixos naqueles dois homens, eu bebi um pouco o liquido que desceu com dificuldade em minha garganta, eu comecei a ouvir os três voltarem a conversar novamente de assuntos que eu não entendia, e depois de alguns minutos a única coisa que eu desejei é voltar para a casa, embora não fosse a minha, embora ali eu não sentisse em segurança, ainda assim estar presa naquela casa parecia ser bem mais agradável do que estar nesse lugar.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: comentem, recomendem, favoritem! que voltamos domingo que vem!