Descendentes: Desenvolvendo Sentimentos escrita por Lanan Tannan


Capítulo 5
Capitulo 4 - Rotten To The Core


Notas iniciais do capítulo

Aqui está um capítulo para vocês.

Boa leitura ❤
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Local: Ilha dos Perdidos

Hora: 08h22m, domingo

 

— Oh, coitadinho. Vai chorar moleque? – Jay rosnou para o pequeno garoto choroso a sua frente. Ele havia acabado de tentar roubar o mais velho, mas não foi bem-sucedido. Jay segurou firmemente o pulso do garoto e arrancou o colar do pescoço deste, assim como o estranho globo de vidro de suas mãos. – Isso fica comigo pelo pequeno desentendimento. Estou sendo claro?

O pequeno balançou freneticamente a cabeça e correu o mais rápido que pode quando Jay o soltou.

— Que cruel, Jay.

— Obrigado, azulzinha. – Jay analisou o colar e o objeto de vidro. Colocou o colar no pescoço e jogou o globo o mais forte que conseguiu, acertando a cabeça de um homem mais à frente. – Uou!

— Finalmente! – Carlos gritou ao ver certa garota de cabelos roxos correndo de encontro ao três. – Estamos há uns vinte minutos te esperando.

— Minha mãe com mais um dos enormes discursos sobre vilania dela. E eu estava procurando isso. – Mal parou em frente aos amigos e ergueu uma caixa na altura dos olhos. – Estou com vontade de pichar algumas paredes.

— Passa pra cá.

Mal colocou a caixa no chão e cada um escolheu os sprays que iriam usar. Como já estava com a tinta verde em mãos, a garota foi em direção a parede mais próxima e começou a desenhar a frase “Vida Longa ao Mal”.

— E aí? – Carlos perguntou enquanto desenhava um par de chifres sobre um cartaz do Rei de Auradon que estava colado na parede, bem próximo a Mal. – O que você teve que fazer agora?

— Como assim? – Mal  perguntou parando por um momento sua obra para olhar confusa em direção ao amigo.

— Com ela. – O garoto de cabelos brancos deu uma ênfase exagerada na última palavra, e fez um aceno simbólico com a cabeça.

— Ah, foi o de sempre. – Mal deu de ombros e voltou-se para sua pintura. A garota de cabelos roxos não queria falar sobre isso, apesar de que seus amigos já sabiam como funcionava mais ou menos as coisas com sua mãe. Na verdade, todos eles conheciam apenas o que lhes convêm contar sobre seus relacionamentos com os pais. Cada um deles tinha seus segredos. – Sabe, a mesma história sobre como era o tempo em que todos os vilões eram livres e tal, como ela assombrava a tudo e a todos. Coisas desse tipo.

— Que tédio. – Jay comentou, largando a lata vermelha vazia e pegando uma outra preta. – Às vezes, quando meu pai está muito bêbado, ele vem com essas histórias. Não é que não sejam legais, elas são. É que já estão ultrapassadas.

— Com certeza. – Mal riu. – Agora dizer isso pros nossos pais? É a mesma coisa que pedir pra ser comida de peixe.

— Mas não foi só isso. – Evie interrompeu a conversa dos três, pensativa. – Malévola não mandaria os asseclas dela atrás de você apenas para contar histórias, estou certa?

—  Está. Minha mãe é muito fissurada em livros. – Mal suspirou desanimada só de pensar na enorme biblioteca que sua mãe possuía em um dos andares presentes em seu castelo. – Quer que eu leia tudo que tem naquela biblioteca, e ali tem mais livros do que pessoas em todo o mundo.

— Prefiro ficar preso do que ler. – Jay deu de ombros.

— Não, você não prefere. – Evie o respondeu, rindo amargamente.

— E por que você precisa ler? – Carlos perguntou novamente. Ele já havia parado de pintar e estava sentado em um caixote de madeira, apenas observando e escutando a conversa que ali se desenrolava.

— Os livros são tipo guias de Como Ser Mal, Meios e Técnicas Eficazes de Tortura, O Que Fazer Para Conseguir o Que Quer?. São esses tipos de livros. – A filha de Malévola revirou os olhos. – Basicamente é para me ensinar a ser verdadeiramente malvada.

— Ah, sei como é isso. – Evie comentou baixinho. E ela sabia mesmo. Tinha experiência pelo que a amiga acabara de contar. Já lera tantos livros em sua vida que não era nem mais possível contar a quantidade. Essa foi uma das consequências de ter ficado presa por quase dez anos com a Rainha Má e uma enorme biblioteca contendo milhares de livros de poções, química e feitiços variados. E, além desses, haviam aqueles de seu “treinamento”: os livros que lhe ajudavam e ensinavam sobre como ser a princesa perfeita. – Passei mais da metade da minha vida lendo aqueles livros da minha mãe.

— Não desejo isso a ninguém. – Carlos sussurrou e levantou, retornando ao seu árduo trabalho de enfeitar o rosto de quem quer que estivessem estampados naqueles cartazes dourados e azuis.

O silencio seguiu, sendo interrompido apenas pelos esguichos das latas em spray e o barulho pegajoso da tinta na parede. Falar sobre como era a relação com os pais sempre deixava o clima mais perturbador e constrangedor. Mal continuou enfeitando a sua frase de Vida Longa ao Mal, enquanto que Jay, mais na frente, desenhava esta mesma frase, mas diferente de Mal. O garoto de cabelos longos havia preferido fazê-la sobre o desenho das costas de um gênio musculoso vermelho.

— Querem dar uma passada no mercadão? – Mal perguntou fazendo o contorno da sombra da Malévola em volta da frase que escrevera.

— Fomos lá ontem. – Carlos lembrou, finalizando seu desenho sobre os cartazes de Auradon espalhados pelas paredes daquela rua.

— E o que tem? Aposto que está na hora do café. – Evie sorriu perigosamente, fazendo os amigos repetirem o gesto.

— Ah, agora que lembrei. – Carlos exclamou, sorrindo ao lembrar-se do dia anterior. – Sabe quem passou lá ontem no esconderijo? O filho da Morgana.

— Mordred? – Mal olhou para Evie.

— Nem me olhe assim. – A garota de cabelos azuis ergueu as mãos perante o olhar desconfiado da amiga. – Não é como se eu o tivesse chamado.

— Sei. – Evie atirou o pincel que segurava em Mal, que desviou rindo. – Ei, cuidado. E o que aconteceu?

— Jay jogou aquelas bombas que a Evie fez. – Carlos começou a gargalhar sozinho, apenas lembrando da expressão surpresa e aterrorizada que Mordred havia feito quando jogaram as bombas nele. – Ele jogou até uma picante. Foi hilário!

— E gastou quase todo o nosso estoque. – Evie reclamou, limpando suas mãos em um pedaço de pano que estava dentro da caixa que Mal trouxera com as tintas. – Eu não vou fazer mais nem tão cedo.

— Você só reclama, Evie. – Carlos confessou para a amiga, resultando em um tapa estralado em sua cabeça. O garoto pulou e passou a mão no local atingido. – Ai! Pra que essa violência?

— E então, nós vamos no mercadão ou não? – Evie colocou as mãos na cintura e piscou para os amigos.

— Vamos nessa. – Jay largou a lata de spray e cada um dos amigos correram por lados diferentes, mas com o mesmo destino.

Mal voltou-se ao seu desenho e, utilizando mais uma vez a tinta verde, finalizou sua obra de arte. Ela prendeu a lata em sua roupa e se virou.

 

Mal: They say I’m trouble (eles dizem que eu sou o problema)

They say I’m bad (eles dizem que eu sou ruim)

 

A garota desceu da caixa onde estava e seguiu cantando, sempre com aquele sorriso “nada-bom” em seu rosto.

 

They say I’m evil (eles dizem que eu sou malvada)

And that makes me glad (e isso me faz feliz)

 

Ela trombou com dois rapazes que vieram observar seu mais novo desenho e continuou seu caminho até o mercadão.

Jay já estava mais à frente, andando pelo telhado de um dos barracos ali próximo.

 

Jay: A dirty no-good (um sujo não-bom)

Down to the bone (até o osso)

 

Ele pulou no próximo barraco e desceu pela escada que havia ali, sorrindo ao ver um de seus desenhos na parede daquele beco.

 

Your worst nightmare (seu pior pesadelo)

Can’t take me home (não pode me levar para casa)

 

Empurrou de supetão o portão de ferro, assustando uma mulher que por ali passava com algumas coisas provavelmente roubadas. Sorte desta que ele a ignorou, com um destino em mente.

Evie havia ido pelo caminho que saia diretamente aonde ficava as mesas para os famintos e desesperados frequentadores daquele lugar. Como sempre, ali estava abarrotado de pessoas estranhas e maltrapilhas. Passou a língua sobre os lábios divertida e correu até lá.

 

Evie: So what, there’s some mischief (e daí? Há maldade)

In my blood (em meu sangue)

 

Ela subiu em cima da mesa, quase pisando na mão de uma das pessoas. Desfilou sobre a mesa, enquanto que os indivíduos procuravam retirar seus pratos de comida o mais rápido que conseguiam, assim como se erguiam da mesa indignados.

 

Can you blame me? (você pode me culpar?)

 

I never got no love (eu nunca tive nenhum amor)

 

A garota piscou para um rapaz no fim da mesa, que acompanhava todo movimento que ela fazia. Ao chegar no fim, passou o corpo lentamente por baixo das barras de separação de ambiente, sempre com a expressão sedutora presente em seu rosto. E, é claro, que o rapaz não tirava os olhos de seu corpo.

Carlos, diferente dos demais, decidiu ir invadindo as casas mesmo. Entrava pela porta, assustava os moradores e saia pela janela, divertindo-se.

 

Carlos: They think I’m callous (eles acham que eu sou insensível)

A low-life hood (um bandido de capuz)

 

Ele saiu de mais uma casa encontrando um homem de costas com um lenço vermelho saindo de um dos bolsos do estranho macacão que usava. Sem nem pensar duas vezes, o garoto puxou o tecido para si.

 

I feel so useless (eu me sinto tão inútil)

Misunderstood (incompreendido)

 

Ao sair daquele beco, viu uma menina brincando com uma maçã, jogando a fruta para cima e pegando de volta quando caia. O garoto de cabelo brancos passou bem na hora em que a maçã caia, ele a pegou, mordeu e jogou de volta para a garota.

Ao dobrar uma esquina, ambas as garotas se encontraram e sorriram travessas, cantando em conjunto e seguindo para a entrada do melhor lugar para se fazer uma bagunça.

 

Mirror, mirror on the wall (espelho, espelho meu)

 

Jay pulou, mais uma vez, do telhado sobre uma barra de ferro, aterrissando com perfeito equilíbrio. Para se mostrar, ainda deu um mortal para trás em direção ao chão.

 

Who’s the baddest of them all? (quem é o pior de todos eles?)

Welcome to my wicked world, wicked world (bem-vindo ao meu mundo perverso, mundo perverso)

 

Carlos correu por dentro do abrigo improvisado, pulando sobre as camas e barrigas dos coitados que dormiam ali.

 

I’m rotten to the core, core (eu sou ruim por dentro, dentro)

I’m rotten to the core (eu sou ruim por dentro)

 

Os quatro se encontraram na porta feita de arames e puxaram esta para o lado, quebrando a maçaneta e a abrindo. Agora a verdadeira diversão ia começar, uma vez que chegaram em seu objetivo.

 

I’m rotten to the core, core (eu sou ruim por dentro, dentro)

Who could ask for more? (quem poderia pedir mais?)

 

Subiram por uma passarela ao canto do portão, enquanto as pessoas do local encaravam os jovens baderneiros. Mal, que seguia a frente dos amigos, empurrou um dos homens que foi ao chão com um ruído seco.

 

I’m nothing like the kid next, like the kid next door (eu não sou nada como o garoto, como o garoto ao lado)

 

Mal empurrou outro cara e viu o mesmo tropeçar e enfiar a cabeça em uma bacia cheia de agua; ela sempre sorrindo e cantando. Jay, atrás da garota de cabelos roxos, empurrou outro, antes de passar por baixo de uma mesa.

 

I’m rotten to the, I’m rotten to the (eu sou mal por, eu sou mal por)

 

Enquanto Mal subia nas mesas e pisava dentro das cestas de roupas limpas, Carlos pisava em cima da comida do cara que caiu na bacia com agua aproveitando que este estava sendo distraído por Evie.

 

I’m rotten to the core (eu sou ruim por dentro)

           

Os quatro pegaram pedaços de ferro que estavam sobre uma mesa e começaram a bater nos baldes e bacias, fazendo ecoar sons agudos e ensurdecedores. Pegaram um atalho, entrando no lugar onde ficavam os canos e ferros. Seus risos maléficos ecoaram.

Mais uma vez se separaram ao fim do túnel.

 

Mal: Call me a schemer (me chame de conspiradora)

Call me a freak (me chame de aberração)

 

Mal pegou novamente sua tinta em spray e correu por entre as tendas, observando as mais estranhas pessoas ali.

 

How can you say that? (como você pode dizer isso?)

I’m just unique! (eu sou apenas única!)

 

Ela pichou a letra “M” em uma delas, antes de puxar a cortina acabando com a pouca privacidade que o homem tinha ao banhar-se em uma banheira exatamente naquela tenda.

Jay se encontrava novamente andando por cima das coisas. Era mais rápido do que andar no meio de toda aquela gente.

 

Jay: What, me? A traitor? (eu o que? Um traidor?)

Ain’t got you back (não desejado a sua volta)

 

Ele segurou na frente de uma das tendas e girou seu corpo, caindo perfeitamente no chão, bem em frente a uma mesa com um casal tomando chá.

 

Oh, we’re not friends? (oh, nós não somos amigos?)

What’s up with that? (o que há com isso)

 

O filho de Jafar se aproximou da mesa e pegou o bule e fingiu servir o casal, que ofereceu suas xicaras acreditando que o garoto iria mesmo fazer aquilo. Nem em sonhos, Jay pensou rindo. Pôs uma mão sobre a mesa, como apoio, e pulou sobre esta. Pegou um dos panos pendurados ali, esfregou sobre o objeto que havia acabado de pegar e saiu sorrindo ao encontro dos amigos, ouvindo os outros reclamando atrás de si.

Evie havia acabado de encontrar o filho de Morgana, Mordred, enquanto corria por entre as tendas. Ela sorriu para ele e passou sua mão vagarosamente pelo rosto dele antes de invadir a tenda de um vendedor de tecidos.

 

Evie: So I’m a misfit (então, eu sou uma desajustada)

So I’m a flirt (então, eu sou uma flertadora)

 

 

O dono da barraca estava de costas para ela, que aproveitou para puxar o charmoso cachecol que estava em volta do pescoço dele. O homem girou reclamando, e se virou para olhar a garota.

 

I broke your heart? (eu quebrei seu coração?)

I made you hurt? (eu te machuquei?)

 

Evie também se virou para encarar o homem, que sorriu maravilhado ao reconhecer quem era a belíssima garota.

Carlos seguiu em direção a área destinada a venda de alimentos. Para todos os lados podia se ver carroças com alguma especiaria, além de sacos, caixas e tambores de comida.

 

Carlos: The past is past (o passado é passado)

Forgive, forget (perdoe, esqueça)

 

Ele correu por sobre os balcões, chutando e derrubando os baldes e cestas de comida. Pegou umas das cestas e jogou na cabeça de uma garota que estava reclamando da bagunça.

 

The truth is (a verdade é)

You ain’t seen nothing yet (você ainda não viu nada)

 

Finalizou sua parte segurando na barra de ferro pouco acima de sua cabeça e se impulsionou para o chão. Quando desceu, virou-se novamente para a garota e riu sarcasticamente antes de pular dentro de uma carroça de feno, aproveitou também para atirar alguns no rosto dela.

Mal e Evie já haviam chegado a área da cozinha, rapidamente elas subiram por uma escada escondida e observaram o grande espaço à espera dos garotos.

 

Todos: Mirror, mirror on the wall

Who’s the baddest of them all?

 

Carlos já chegou subindo na mesa principal, espalhado farinha e todas as coisas que estavam por ali. Ao chegar no final da mesa, pulou e foi em direção a uma corda mais ao canto.

Jay havia acabado de passar pelo portão quando viu o garoto de cabelos brancos puxando uma corda. Rápido e ágil pulou sobre a coluna de ferro, segurando-se e balançando enquanto Carlos o puxava.

 

Welcome to my wicked world, wicked world

 

As meninas se entreolharam, suas expressões num misto de perigo e diversão. Elas correram para descer a escada, enquanto os meninos iam em direção a saída do galpão.

Assim que os moradores avistaram o quarteto se aproximando, procuraram se afastar o mais rápido possível. Apenas aqueles que compartilhavam do mesmo sentimento transmitido por aquela música, que quase já se tornara um hino na Ilha dos Perdidos, continuaram por lá.

Estava na hora do ato final.

 

I’m rotten to the core, core

I’m rotten to the core

I’m rotten to the core, core

Who could ask for more?

I’m nothing like the kid next, like the kid next door

I’m rotten to the, I’m rotten to the

I’m rotten to the core

 

Os quatro respiraram ofegantes e satisfeitos depois de sua pequena diversão. Mal abaixou-se e arrancou um pirulito das mãos de uma criança que por ali passeava com sua mãe. Ela virou-se para os amigos e sorriu.

Repentinamente, as pessoas começaram a correr e Mal viu seus amigos ficarem sérios. A garota já sabia o que ia encontrar. Não posso nem mais me divertir? Pensou, mas se virou para encarar os capangas de sua mãe.

— Oi, mamãe.

— Roubando doces, Mal? – Malévola surgiu detrás de seus vilões, o cetro em mãos e suas características roupas de poder estavam de volta. – Estou tão desapontada.

— Mas foi de um bebê. – Mal sorriu dengosamente e estendeu o pirulito para mãe.

— Essa é minha filhinha danada. – Malévola pegou o pirulito das mãos da filha e cuspiu em cima deste, colocou em baixo do braço e estendeu para seu capanga mais próximo, tudo sobre os olhares curiosos de Mal. – Devolva para a criatura horrenda.

— Mas, mãe... – Mal reclamou.

— São os detalhes, Mal, que fazem a diferença entre o mal e o verdadeiro Mal. – Malévola frisou para a filha. – Achei que tivesse entendido ontem.

— Eu entendi, mam-

— Quando eu tinha a sua idade, - Malévola interrompeu a filha. – já amaldiçoava Reinos inteiros.

Mal repetiu junto com a mãe esta última parte. Já estava de sempre ouvir isso.

— Venha comigo. – Malévola passou o braço envolta dos ombros da filha e a empurrou para frente. – Sabe, só quero ensiná-la a única coisa que importa. – Mal encarou atentamente sua mãe. – Como ser eu.

— Eu sei disso. – A garota afirmou, tentando não deixar transparecer sua decepção com isso, soando levemente culpada por não conseguir ser má o suficiente para orgulhá-la. – E eu vou ser melhor.

Mãe e filha se encararam, ambas querendo acreditar na última frase proferida pela garota. Enquanto isso, Jay, Carlos e Evie encaravam toda a cena quietos, apenas observando o desenrolar da situação.

— Oh, novidades! – Malévola exclamou rindo, erguendo os braços para cima e assustado os jovens. – Está me enrolando.

Ambas voltaram para perto do grupo, os capangas de Malévola seguindo para o outro lado, sendo Jay o único a notar.

— Vocês quatro, foram escolhidos para entrar em uma escola diferente. – A mulher apontou para os jovens enquanto falava. – Em Auradon.

Não levou nem meio segundo para processarem a notícia, Jay, Carlos e Evie tentaram fugir rapidamente dando de encontro com os guarda-costas de Malévola atrás de cada um, impedindo sua fuga. Mal observou a frustrada tentativa de fuga dos seus amigos e voltou-se indignada para sua mãe.

— O que? – Exclamou incrédula, sua mãe lhe encarou com um sorriso apreciativo. – Eu me recuso a ir para uma escola entupida de princesinhas cor de rosa.

— E príncipes perfeitos. – Evie deu um passo à frente e falou de forma sonhadora. Será que aquela era a chance que sua mãe falara no dia anterior? Ao observar a expressão de Mal, resolveu corrigir-se. – Eca!

— É, e eu não uso “uniforme”. Só se for de couro, sacou? — Jay riu e estendeu a mão para Carlos completar o hi-five. O garoto de cabelos brancos ignorou o gesto do amigo, sua expressão se tornando assustada ao lembrar-se de uma história que sua sempre lhe contava.

— Eu li em algum lugar que eles permitem cães em Auradon. – Carlos ficou ao lado de Mal, que estava com uma expressão irritada. – Mamãe disse que eles são animais raivosos que devoram os garotos que não se comportam.

O garoto começou a lembrar todas as histórias arrepiantes e assustadoras sobre aquelas implacáveis feras e tentou não imaginar o que aconteceria com seu pobre corpo quando uma daquelas bestas atacasse.

Jay se aproveitou do devaneio de Carlos e aproximou-se sorrateiramente dando um tremendo susto no garoto.

— É, mãe. A gente não vai. – Mal virou-se para a mãe e negou mais uma vez.

— Oh, está pensando pequeno, meu bem. Trata-se da dominação do mundo! – Malévola passou a língua sobre os dentes, já imaginando toda destruição e caos que conseguiria com aquele plano. Bastava sua filha e os amiguinhos dela não estragarem tudo. Ela saiu de sua fantasia idealista e pode ver que os jovens ainda continuavam parados com aquela expressão contrariada. – Lacaios! Andem logo!

A temível Fada Má seguiu em frente sendo acompanhada apenas por seus capangas. Irritando-se com todo esse drama adolescente, chamou novamente sua filha. Mesmo aborrecida com a decisão da mãe, Mal a seguiu.

— Acabou nossa vida. – Murmurou para seus amigos.


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Notas finais do capítulo

Amo vocês, muito obrigada por estarem acompanhando essa loucura que gosto de escrever ❤



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