Descendentes: Desenvolvendo Sentimentos escrita por Lanan Tannan


Capítulo 6
Capitulo 5 - Here I Am


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos os leitores e me desculpem se eu demorei
Fiquei sem internet por um tempão ❤

GEEEEENTE, vcs já ouviram a música Look What You Made Me Do?
Me inspirou tanto, achei a cara dos vk's pra uma certa cena que ainda vai demorar um pouco >.
Incriiiiveel

Okay, chega de enrolação e aqui está mais um capítulo
Enjoy
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É um novo mundo - é um novo começo

Está vivo com as batidas de corações jovens

É um novo dia - é um novo plano

Estive esperando por você

Aqui estou

It's a new world - It’s a new start

It's alive with the beating of young hearts

It's a new day - it 's a new plan

I've been waiting for you

Here I am

Here I Am (Bryan Adams)

 

Local: Auradon Prep., refeitório

Hora: 12h45m, domingo

 

— Você tem que comer alguma coisa, cara. – Doug aconselhou o futuro Rei que não havia nem encostado em seu almoço. Dava-se para notar o nervosismo no garoto de longe, pelo modo como estava sempre passando as mãos pelo rosto e cabelos, assim como seus constantes suspiros apreensivos.

— Não consigo. – Ben olhou para o alimento a sua frente e não sentiu nenhuma vontade de ingerir aquilo. Sua mente não parava de pensar nos futuros alunos daquela escola. Será que fora uma boa ideia? Será que devia ter ouvido mais as pessoas ao seu redor? Tanto Audrey quanto Chad foram contra seu pedido. Ben não devia ter sido tão ambicioso e radical ao fazer aquela proclamação. Afinal, eles eram filhos dos vilões mais perigosos dos contos de fada.

Ele fechou os olhos desesperado. Que ótima ideia que teve! E resolveu começar logo com os descendentes dos piores vilões. Devia ter escolhido apenas um – ou nenhum e ter deixado as coisas tudo conforme sempre fora. Ninguém sabia o que poderia acontecer com aqueles jovens rebeldes fora da Ilha dos Perdidos, livre e estando presente todos os dias em Auradon.

— Fala sério! Você não quer passar mal na hora de receber os novos alunos, não é? – Ben negou, mas mesmo assim não fez nenhum movimento para comer alguma coisa. – A propósito, quando é que eles chegam?

Essa era uma ótima pergunta. Ele não tinha definido um horário, apenas pediu ao seu pai que os novos alunos estivessem prontos para começarem o ano letivo junto com os demais.

— Hoje. Essa é a única coisa que sei até agora. – Ben respondeu, pegou seu celular e olhou para ver se havia alguma notícia de como estava indo o processo. – Meu pai vai me manter informado.

— Cadê a Audrey? Achei que ela ia estar surtando por aqui. – Doug perguntou rindo. Desde que ficara sabendo da proclamação do Príncipe Bem, a garota não conseguia relaxar ou parar de dizer o quanto aquela proclamação era uma horrível ideia.

— Está bem ali. – Ben acenou com a cabeça, indicando a namorada perto da porta. Ela conversava com uma mulher de cabelos pretos, que segurava a mão de uma garotinha loira. – Conversando com a Branca de Neve.

— Por que ela está falando com a rainha Branca? – Doug perguntou confuso enquanto encarava as três mulheres. – E por que ela está aqui na escola?

— Ela tinha uma reunião com meus pais. Agora porque ela está aqui na escola, isso eu não sei.

— Bem estranho. – Os garotos continuavam observando-as. Audrey olhou para os dois garotos a encarando. – Desvia o olhar rápido!

— Tarde demais. – Ben fez uma careta ao ver a namorada se despedindo da rainha e da criança e caminhando em sua direção.

— A Branca não está muito feliz com essa decisão. – Audrey contou aos garotos, assim que se aproximou o suficiente. – Ela está furiosa. Duvido que vá aceitar.

Doug baixou a cabeça rindo. Ben olhou para o amigo, sem entender o que foi engraçado. Não era nada favorável que uma rainha com aquele poder e influência que a Branca de Neve tinha, ficasse contra uma proclamação do futuro Rei. Isso, com certeza, geraria conflitos no Conselho. E seria Ben o culpado.

Cada vez mais a decisão pesava em seus ombros. Agora era tarde. O processo já estava em andamento e assim iria continuar.

— Bom, a proclamação já foi aceita pelo Rei e Rainha de Auradon. Hoje mesmo os filhos dos vilões escolhidos vão estar chegando aqui. – Ben contou, evitando contato com a namorada.  – Não há mais nada que ninguém possa fazer.

Audrey o encarou, sua expressão não deixava transparecer o que realmente sentia. Mesmo assim, Ben sabia exatamente o que estava passando pela cabeça dela.

— Olha, Audrey. Essa proclamação é uma nova chance para aqueles que foram julgados erroneamente. Uma chance para escolher o bem. – Ben segurou as mãos da garota por sobre a mesa, sempre procurando falar o mais calmo e tranquilo possível. – E eu prometo que nada ruim vai acontecer. Nem com você por causa do filho da Malévola, com o Doug pela Rainha Má, ou qualquer um em Auradon. Essa é uma decisão que eu tomei, sendo assim eu devo carregar toda a responsabilidade. Eu vou me certificar de tudo.

O silencio seguiu-se ao fim da última palavra proferida por Ben.

— Espero que não se arrependa. – Audrey o respondeu e saiu em direção as portas do refeitório.

Ben suspirou e baixou a cabeça, passando as mãos por sobre seus cabelos.

— Não é verdade. – Doug murmurou, cutucando o ombro de Ben por sobre a mesa.

— O que não é verdade? – Ben levantou a cabeça para encarar o amigo.

— O que a Audrey falou sobre a rainha Branca. – Doug deu de ombros e sorriu. – Na verdade, ela está curiosa sobre essa criança da Rainha Má.

— Tem certeza disso?

— Absoluta. – A voz de Doug soou firme quando afirmou sua resposta para o amigo. – Estava conversando com ela ontem e perguntei o que achava sobre sua proclamação.

— E então? – Ben perguntou ansioso. – O que ela respondeu?

— Basicamente ela disse que sua ideia era arriscada e coisa e tal. Mas ela acabou admitindo que espera que dê tudo certo.

— E sobre o filho ou filha da Rainha Má? Ela não ficou preocupada? – O alivio de não ter problemas com um dos nobres mais importantes do conselho limpou todas as preocupações de sua mente. Se Branca de Neve concordava, então o Conselho seria obrigado a acatar. – Por causa da Emma, eu quero dizer.

Emma White era a única filha do casal, a coisa mais preciosa de todo o reino pertencente à Casa White. Era obvio que os pais estariam preocupados com a segurança da pequena.

— Pela Branca está tudo bem. Agora o rei David... – Doug riu baixinho. – Ele não ficou muito satisfeito, mas acabou sendo convencido por ela.

— É uma ótima notícia! Você não sabe como eu estou aliviado e- É o meu pai. – O celular do Príncipe havia começado a tocar, o que interrompeu sua fala. – Deve ser notícias sobre a Ilha. Licença. – Ben atendeu a chamada de seu pai. – Sim, pai?

— Ben, você falou com a Fada Madrinha hoje?

— Ah, não. – O garoto parou para pensar. – Na verdade, não a vi o dia todo.

— Certo. Ela deve estar organizando os últimos preparativos.

— Por falar nisso, pai. Ah, como estão as coisas?

— Verdade, esqueci que você ainda não falou com a Fada Madrinha. – Rei Adam riu do outro lado da linha. – A limusine já deve estar chegando na Ilha dos Perdidos.

— E quando eles chegarão?

— Logo mais, por volta das três horas. – A voz de seu pai mudou, soando mais sério e autoritário. – E, como autor desta proclamação, você ficará encarregado de recebe-los. A Fada Madrinha irá acompanhá-lo.

— Sim, senhor. A banda também irá? – Ben perguntou sorrindo para Doug, que fez uma careta e negou com a cabeça.

— Com toda a certeza. – Seu pai assegurou, e Ben fez um aceno afirmativo para o amigo que baixou a cabeça dramaticamente. – Devemos mostrar toda a hospitalidade que Auradon tem a oferecer.

— Certo. Vou procurar a Fada Madrinha e finalizar os arranjos. – Ben despediu-se do pai e desligou o celular. – Depois das três eles já estarão aqui. Tenho que encontrar a Fada Madrinha.

Ben levantou-se da mesa e pegou sua comida intocada.

— E eu, com a banda. – Doug repetiu o gesto do amigo. – Obrigado, Benjamin.

— Disponha, querido amigo. – O Príncipe Ben riu, mas ficou sério assim que saíram da cantina. – Fico feliz que você vai estar lá.

— Assim como sua namorada, eu suponho.

— Supôs certo. Acho que ela ainda não sabe disso. – Ben observou pensativo. Depois virou-se para o garoto de óculos. – Isso, meu caro amigo, é você que irá contar a ela.

Doug parou de andar, encarando o amigo incrédulo.

— O que? Por que eu?

— Eu tenho que me encontrar com a Fada Madrinha e- Olha só quem está ali. – Ben apontou para a mulher de vestido azul que havia acabado de entrar no corredor. – A Fada Madrinha. Boa sorte, Doug.

O garoto olhou perplexo o jovem Príncipe caminhar apressadamente atrás da Fada Madrinha. Ótimo, agora ele tinha que procurar os membros da banda e encontrar a futura princesa mais histérica de todos os reinos, Audrey.

 

...

— Fada Madrinha! – Ben exclamou ao se aproximar o suficiente da gentil senhora.

— Oh, Príncipe Ben. – A Fada Madrinha virou-se para o Príncipe, segurava em suas mãos uma caixa redonda branca de tamanho médio. – Desculpe, mas eu estou um pouco ocupada com-

— Desculpe interromper. – Ben se adiantou e arrumou a postura, sorrindo gentilmente. – Eu vi saber como anda os preparativos para a chegada dos novos alunos. E, claro, vim ajudar em tudo que a senhora precisar.

— Muito gentil da sua parte, meu garoto. – Ela sorriu e estendeu a caixa que segurava para o jovem, que a pegou. – Eu preciso que você leve isso para o salão de banquete.

— Com prazer, Fada Madrinha. – Ben acenou sorrindo, virou-se para ir em direção ao salão de banquete, mas parou e voltou-se novamente para a mulher. – A senhora precisa de ajuda em mais alguma coisa?

 – Não, não, Príncipe Ben. Já organizamos tudo, falta só encontrar o filho do Dunga e os integrantes da banda. – Fada Madrinha suspirou, cansada apenas de pensar no trabalho que vai ter para encontrar todos os membros da banda de Auradon em pleno domingo. – Tenho certeza de que eles não sabem que irão apresentar hoje.

— Não se preocupe com isso, Fada Madrinha. Eu estava com o Doug agora pouco e ele já foi se encontrar com o pessoal. – Ben avisou e procurou soar o mais confiante que podia. Ele esperava realmente que Doug conseguisse se comunicar com todos os membros. – Antes das três, eles já estarão lá.

— Fico muito feliz com isso. Eu ia perder um precioso tempo indo atrás daqueles jovens. – A Fada riu, sendo acompanhada pelo garoto. – Então está tudo certo. Depois que você levar isso, deve ir se arrumar e se preparar. Você tem um grande desafio pela frente.

— Não será um desafio, Fada Madrinha. – Ben sorriu confiante. Esse negócio de sempre pensar positivo e ter confiança em si mesmo, funcionava muito bem. – Será uma realização.

— A propósito, ainda não sei os nomes dos novos alunos. – A Fada Madrinha comentou.

— Eu gostaria de lhe dizer, Fada Madrinha, mas nem eu mesmo sei. – Príncipe Ben respondeu. Em suas pesquisas sobre a Ilha dos Perdidos, ele não havia encontrado nada relacionado aos nomes dos filhos dos vilões, apenas sabia que eles tinham gerado descendentes. Seus nomes não eram muito importantes para os assuntos Reais. – Eu sei que serão duas garotas e dois garotos.

— O Rei Adam já havia me contado. Já mandei preparar os aposentos para eles. – A mulher pareceu se lembrar de alguma coisa que tinha que fazer, pois pareceu agitada novamente. – Eu preciso ir ver como estão os quartos. Até mais, meu garoto.

Ben despediu-se da mulher e seguiu até o grande salão de banquetes. Era normalmente usado em quase toda comemoração acontecida na escola: festa, chá, chá-maluco, formatura, aniversario, festa do pijama, qualquer festa mesmo. Hoje aquele lugar estava reservado para dar as boas-vindas aos filhos dos vilões.

A primeira coisa que Ben notou quando entrou no grande cômodo foi o quanto ele era grande. Era enorme. O garoto nunca tinha percebido a imensidão daquele lugar, já que sempre quando ia ali, a decoração e a multidão de pessoas mascaravam o tamanho real do salão de banquete.

O lugar era um dos poucos que realmente havia permanecido como era antigamente, ou seja, quando alguém passasse por aquelas portas ia realmente se sentir em um castelo. Dessa vez, ele estava bem mais refinado do que o jovem Príncipe se lembrava. As paredes tinham uma cor bege com detalhes em cinza e dourado; havia bancos e poltronas vermelhas contornando todo o salão; mais ao fundo, estava disposta uma enorme mesa tão comprida quanto o comprimento de um lado ao outro do salão; a parte de cima era linda, vários pequenos arranjos de flores amarelas e brancas eram pendurados por arames no teto, cada arranjo com uma pequena luz dourada em seu interior. Pouco antes do centro, tinha dois enormes sofás, com almofadas brancas sobre eles e, acima destes, resplandecia um magnifico lustre dourado.

Ben sorriu maravilhado e encaminhou-se até um dos vários homens que estavam organizando o lugar e entregou a caixa que a Fada Madrinha havia pedido para trazer. Ao sair, ele se perguntou se aquele lugar estaria tão cheio quanto antes, todos prontos para darem as boas-vindas aos novos alunos. Ele, com toda certeza, estava mais ansioso do que temeroso agora. O temor de não ter feito uma boa escolha para primeira proclamação ou dentre todos os descendentes dos vilões não lhe assombrava mais.

Talvez o medo que sentia tivesse desaparecido como num passe de mágica. Ou talvez ele estivesse tendo um bom pressentimento sobre tudo isso. Ele sorriu mais uma vez, lembrando-se do sonho misterioso e aqueles vibrantes e igualmente misteriosos olhos verdes.

 

...

— Eu realmente não posso ir, cara.

Doug passou as mãos por seus cabelos pela... nem sabia mais quantas vezes já havia feito aquilo desde que entrara em seu quarto. Tão logo se despediu de Ben, já foi entrando em contato com todos os membros da banda de Auradon Prep., o que, tinha que confessar, não estava sendo tão fácil.

Faltava apenas poucos alunos, dentre eles estava o filho de Aladdin, Aziz. Este não colaborava muito com o filho de Dunga.

— Não é um pedido meu. É da Fada Madrinha, já te falei isso. – Doug falou cansado de olhar para a cara do garoto pela tela do computador. – E do Rei Adam.

— Não dá. Eu estou com dor no corpo, não tem como eu ir mesmo. – O moreno fez uma careta e passou a mão sobre o ombro.

— Nem vem com essa de “dor no corpo”. Estamos numa chamada de vídeo e eu posso ver muito bem a festinha aí atrás. – Doug apontou e Aziz abaixou a cabeça derrotado, sem nem mesmo se virar em direção a piscina onde havia alguns jovens se divertindo. – Não quero mais saber de desculpas, Aziz... E pode avisar pra aquele trapaceiro filho do Robin Hood, que é para ele estar aqui em trinta minutos.

— Ouviu isso, Roland? – Aziz gritou olhando para o lado direito. Rapidamente um outro garoto apareceu ao lado do filho de Aladdin.

— O que eu fiz agora? Aquele boné estava jogado no chão e não havia ninguém por perto. – Roland começou a se defender.

— Não tem nada a ver com seu pequeno problema cleptomaníaco. O filho do Dunga aqui está nos convocando para uma apresentação da banda.

— Ih, foi mal, Doug. – Roland fez uma expressão culpada. – Eu não posso ir. Minha mãe pediu para arrumar umas coisas lá na cabana em Sherwood.

— Viu? Não podemos ir. – Aziz sorriu. – Nos vemos amanhã.

— Sei, então não se importa que eu conte para a Mulan sobre as suas investidas na filha dela. – Doug disse simplesmente, arrumando seus óculos enquanto notava a expressão de Aziz mudar drasticamente. – Sabe, Roland, a Fada Madrinha não vai ficar muito satisfeita ao saber que você continua com o seu pequeno problema. Estou indo me encontrar agora mesmo com ela e o resto da banda.

— Espera! – Ambos garotos do outro lado da tela exclamaram exaltados quando viram Doug mover a mão para fechar o notebook.

— Por que você não falou antes que foi a Fada Madrinha que nos chamou? – Aziz sorrindo nervosamente. – Nós já estamos indo. Chegamos em dez minutos.

— Como a gente vai chegar tão rápido? – Roland perguntou confuso. – Ainda tenho que pegar minha caixa de rufo.

— Meu pai não vai se importar de pegarmos o tapete. – Aziz respondeu para o colega e voltou-se para Doug. – Estamos chegando. Boca fechada.

Doug riu e desligou a vídeo chamada. Nunca havia visto uma expressão se tornar tão assustada em tão rápido tempo. A verdade era que Aziz tinha uma paixonite nem tão secreta em Lonnie, a única filha de Mulan e do Capitão Li Shang. E, podemos dizer, que os pais não aprovavam isso.

Já com Roland era um pouco diferente. O garoto era filho de Robin Hood e Marian e tinha uma leve propensão a roubar coisas. Já havia sido acompanhado de perto pela Fada Madrinha para ver se “concertava” o problema. Por fim, a Fada Madrinha o considerou “apto a não mais agir desonestamente” e o liberou de todo o acompanhamento especial, mas o fez prometer não repetir o gesto. Claro que não deu em nada.

Doug começou a procurar seu uniforme da banda, tinha que se arrumar para receber os novos alunos. Receber os filhos dos vilões. Ele nunca tinha imaginado viver no mesmo lugar que os filhos dos vilões, estudar na mesma escola que eles. O garoto estava ansioso para conhece-los, mas ainda havia certo receio desse encontro. Desde quando conseguia se lembrar, sempre ouviu histórias de como foi horrível a época em que os vilões aterrorizavam os reinos. Cada descendente dos heróis tinha como bicho-papão o vilão de seus pais. E com Doug não foi diferente. Ouvira historias, principalmente, da Rainha Má, sobre como ela fora terrível para Branca de Neve, seu pai e seus tios.

Ele havia confessado para a rainha Branca sobre temer esse encontro com o filho de seu bicho-papão. Ela, como sempre, fora extremamente bondosa. O aconselhou a não julgar o filho pelos pais, afinal ninguém é igual a ninguém.

Doug concordava com isso. Além do mais, tinha outra coisa que ele não conseguia imaginar: a criação dos filhos dos vilões. Nesse ponto, o filho de Dunga compartilhava do pensamento do amigo e autor da proclamação: os jovens foram punidos por crimes que aconteceram antes mesmo deles nascerem. Não era justo para com nenhum deles.

De qualquer forma, ainda era uma ideia que renderia muita discussão. Com toda a certeza as coisas mudariam por ali. Para o lado bom ou ruim.

Doug assustou-se quando a porta foi aberta violentamente e um garoto moreno passou ofegante por ela.

— Oi, Doug. – O garoto mal olhou para o filho de Dunga. Encaminhou-se para o outro lado do quarto e começou a abrir todas as portas do guarda-roupa, tirando tudo o que tinha lá dentro apenas para espalhar pelo quarto.

— Hey, Kyle. Vai com calma, cara. – Doug riu, abaixando-se para pegar o casaco do uniforme que havia derrubado quando seu colega de quarto entrou.

— Não dá. – O garoto, Kyle, respondeu. Depois de jogar todas as roupas no chão, subiu na cama e abriu a parte mais alta do armário. Ele puxou uma mala grande que havia lá em cima e a derrubou no chão, o barulho ecoando alto.

— Pra que a pressa então? – Doug perguntou, observando o colega pegar as roupas do chão e jogar na mala, deixando tudo desarrumado e bagunçado.

— Meus pais estão indo para a França. – Kyle respondeu, enquanto fechava a mala. Ele olhou ao redor e viu que ainda tinha roupas espalhadas. – Você tem alguma mala sobrando?

— Tenho, claro. – Doug respondeu e subiu em sua cama, pegou a mala e entregou ao amigo. – Mas e o Mino?

— Quis ficar. – Kyle revirou os olhos. – Gostou de Auradon.

— E as aulas?

— Não tenho problema com isso. Sabe que sou nota dez. – O moreno finalizou sua “arrumação” e olhou em seu relógio de pulso, ficando surpreso. – Ainda tenho cinco minutos!

Doug riu ao ver seu colega de quarto se jogar na cama respirando fundo. Kyle era o filho mais velho de Naveen e Tiana, e possuía a mesma energia que o irmão mais novo.

— É hoje, não é? – Kyle perguntou encarando Doug que voltara a terminar de arrumar seu uniforme da banda.

— É. Já devem estar chegando. – Doug olhou para o colega pelo reflexo do espelho enquanto passava gel no cabelo. – Você está bem com isso?

— Com certeza. Não tenho nenhum problema com eles. – Kyle cruzou os braços sobre a cabeça e olhando para cima, completou: – A única coisa que me importa é se as garotas são bonitas.

— Como se você pegasse alguém. – Doug provocou.

— Mais que você, pelo menos. – Kyle jogou o travesseiro no amigo, que abaixou-se derrubando os óculos. – A banda vai apresentar?

— Ordens do Rei Adam. – Doug respondeu pegando seus óculos. Ele pegou também o travesseiro no chão e jogou de volta em Kyle.

— Duvido que Aziz e Roland venham. – Kyle avisou, pois ele conhecia os dois garotos e sabia muito bem que eles faziam de tudo para fugir de um compromisso, ainda mais um envolvendo uma apresentação da banda para jovens da Ilha dos Perdidos. E logo no último dia de férias, aí é que eles não viriam mesmo.

— Na verdade eles vão vir sim. – Doug respondeu sorrindo.

— E como você fez essa proeza? Ameaçou contar os segredos deles? – Kyle estava rindo, mas seu riso morreu ao perceber que Doug desviou o olhar. O moreno sentou-se, surpreso. – Não brinca! Você chantageou eles?

Doug parou antes de pegar o chapéu do uniforme da banda. O que ele havia feito com Aziz e Roland passou em sua mente. Ficou muito surpreso ao notar o que antes passou despercebido. Ele tinha chantageado os dois garotos?

Ele nunca tinha feito isso!

— Bom... parece que sim. – Respondeu colocando seu chapéu à medida que saia porta a fora, com um Kyle murmurando coisas ilegíveis atrás de si.


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Notas finais do capítulo

Que feio Doug, chantageando os outros kkkk

Que vocês acharam?
Bom?
Ruim?
Algum erro?

O próximo capitulo será o "We Will Destroy", continuando com as cenas do filme.

Gente, uma curiosidade sobre o Aziz.
Ele ia ser um dos personagens principais no filme original da Disney, mas foi cortado por razões desconhecidas. Ele também é mencionado nos dois livros sobre Descendentes.
Aí eu resolvi colocar ele aqui na fic >.



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