Descendentes: Desenvolvendo Sentimentos escrita por Lanan Tannan


Capítulo 3
Capitulo 2 - That's How You Change The World


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo foi meio tedioso de se escrever, na verdade todos que se passam em Auradon, até agora, estão sendo bem difíceis de escrever.
Esse tem a primeira cena do filme

Ah, obrigada a todos que estão lendo a fic ♥ corações para vocês ❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤

Boa leitura...



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A mão estendida

Para um coração em dúvida

É a menor centelha

Que pode iluminar a escuridão

Assim é como você pode mudar o mundo

A hand reaching out

To a heart in doubt

It's the smallest spark

That can light the dark

That's how you change the world

That's How You Change The World (Newsboys)

 

Local: Auradon Prep., dormitório de Ben e Chad

Hora: 06h02m, sábado

 

Ben arrumou mais uma vez seu casaco azul e respirou fundo. Estava indo tomar café-da-manhã com seus pais e hoje ele finalmente iria anunciar sua proclamação. Estava nervoso, sabia que seria difícil seus pais concordarem, mas tinha que fazer isso.

— Que tudo dê certo. – Sussurrou para si mesmo, evitando acordar o colega de quarto. Saiu do cômodo e pode ver Doug se afastando pelo corredor. – Ei, Doug! Bom dia, acordou cedo.

— Ah, bom dia Ben. – O filho de Dunga riu do aparente nervosismo do futuro Rei. – Eu sempre acordo cedo, cara. E você, aonde está indo?

— Encontrar meus pais. – Benjamin passou a mão sobre o cabelo e mexeu novamente em seu casaco.

— Isso explica seu nervosismo. – Doug pôs uma mão no ombro de Ben quando ambos já se encontravam fora do prédio escolar. – Vão ser aqueles de quem você me falou?

— Esses mesmo. Deseje-me sorte. – Ben pediu, antes de entrar na limusine que o levaria até seu castelo.

 

...

Ben queria se bater por sua covardia. Passara duas horas tentando criar coragem suficiente para revelar aos seus pais seu desejo e, quando percebeu, o café-da-manhã já havia terminado. Agora ele estava ali parado em seu quarto no castelo, enquanto o alfaiate fazia os últimos ajustes em sua roupa para a coroação.

O garoto olhou em direção a janela do grande cômodo. Olhou para além das terras pertencentes a Auradon, além do mar que fazia fronteira com o pais. Ele olhou diretamente para a Ilha dos Perdidos e não conseguia parar de imaginar como seria morar naquele lugar. Ele não conseguia se imaginar indo para lá.

Ali era a prisão dos mais perigosos vilões – basicamente todos – e o lugar mais perigoso de todos os reinos. Apesar disso, o Príncipe acreditava haver pessoas inocentes, presas injustamente apesar por serem filho de quem eram. Eles não mereciam isso. Quantas crianças inocentes moravam lá, crescendo rodeados de perversidade e crueldade, sem nem mesmo ter a chance de uma vida melhor do outro lado da barreira.

Num piscar de olhos, a imagem da garota de cabelos roxos apareceu em sua mente. Ele não havia sonhado com ela novamente, mas nunca poderia esquece-la, principalmente depois de finalmente ter visto seu rosto no ultimo sonho que tivera.

Estava tão concentrado observando a ilha e divagando que nem notava os movimentos que o alfaiate fazia em seu braço e cabeça para medi-lo.

— Não acredito que vai ser coroado Rei no mês que vem. – Ben desviou de seus pensamentos ao ouvir a voz de seu pai, o Rei Adam. Virou sua cabeça e pode vê-lo entrando de braços dados com sua mãe, Rainha Bela. – É apenas um bebê.

— Ele vai fazer dezesseis anos. – Rainha Bela lembrou.

— Oi, pai. – Ben cumprimentou, o nervosismo voltando.

— Dezesseis? É muito novo para ser Rei. – Rei Adam disse, aproximando-se do filho. – Só tomei boas decisões depois dos... quarenta e dois.

Rainha Bela ofegou e encarou o marido.

— Eh... decidiu se casar comigo com vinte e oito. – Ela lhe lembrou.

— Foi só para me livrar de um bule. – O homem piscou para o filho, que riu liberando um pouco da tensão em seu corpo. – Brincadeira.

Tem que ser agora, pensou Ben.

— Mãe, pai. – Começou dando um passo para frente, mas foi impedindo pelo homem que estava tirando medida de sua roupa. Voltou para seu lugar, antes de continuar sua fala. – Eu já escolhi minha primeira proclamação.

Seus pais se entreolharam surpresos, mas sorriram para o filho.

Respirando profundamente, Ben continuou:

— Decidi que as crianças da Ilha dos Perdidos devem ter a chance... – Hesitou por meio segundo. - ... de viver em Auradon.

Ben observou a expressão de seus pais mudarem enquanto absorviam o que acabaram de ouvir. Sua mãe deixou cair uma camisa azul que segurava.

O jovem Príncipe já imaginava que a reação de seus pais seria parecida com aquela, mas ele não podia parar agora.

— Toda vez que eu olho para a Ilha, sinto que eles foram abandonados. – Ben confessou, dando dois passos à frente ignorando os protestos do homem aos seus pés. Encarou seus pais firmemente.

— Os filhos dos nossos inimigos vivendo aqui? – Rei Adam perguntou incrédulo.

— Começaremos apenas com alguns deles. – Ben continuou, sua mente desenvolvendo a ideia mais rápido do que seus pais podiam acompanhar. – Aqueles que mais precisar.

Benjamin sorriu, vendo sua mãe balançar levemente a cabeça.

— Eu já os escolhi.

Seu pai aproximou-se, pela sua expressão era obvio que ele estava tentando se manter no controle das emoções.

— Escolheu? – Perguntou asperamente. Sua esposa segurou seu braço delicadamente, acalmando-o.

— Eu te dei uma segunda chance. – Ela observou a cabeça do marido baixar por um breve instante e se voltou ao filho. – Quem são os pais?

Essa era a pior parte. Hora de revelar.

— Cruella de Vil. Jafar. A Rainha Má e... – Seus pais apenas assentiram com a cabeça a cada nome pronunciado pelo filho e se inclinaram sem entender a breve hesitação deste. O garoto abaixou os braços e estufou o peito, tentando parecer mais confiante e, claro, se preparando para o surto que viria a seguir. – ... a Malévola.

O ofegar surpreso e assustado foi instantâneo.

Malévola?— Rei Adam repetiu furioso. – Ela é a pior vilã desta terra...

— Pai, me escuta até o fim. – Ben tentou acalmar o pai, que o interrompeu.

— Eu não quero saber. – Ele ergueu sua mão, gesticulando enquanto falava. – Eles são culpados por incontáveis crimes.

— Mas os filhos são inocentes. – Ben salientou, enquanto todos saiam do quarto deixando apenas a família real ali. – Não merecem uma chance de uma vida normal? Pai.

O casal real permaneceu em silencio, debatendo internamente sobre a ideia do filho. Ben esperou ansiosamente enquanto seus pais se encaravam. Por fim, Rei Adam fez uma expressão derrotada e anunciou sua decisão final.

— Imagino que sejam inocentes. – Concordou e se afastou do filho.

Rainha Bela aproximou-se do garoto e arrumou sua camisa.

— Bem... bom trabalho. – Ela sorriu afetuosamente para o filho, que devolveu o gesto.

Ben respirou aliviado vendo seus pais saírem de braços dados. Virou-se e olhou novamente pela janela. Mal consegui acreditar que conseguira. Conseguira aprovação para sua primeira proclamação, uma chance de ajudar as pessoas que moravam na ilha, afinal de contas aquele também seria seu povo.

Olhou para o anel em seu dedo da mão direita. Aquele anel representava não só a casa da Fera e a família Real, mas também simbolizava a generosidade pura e tudo o que era bom. E para ser um bom Rei, ele devia honrar esse mandamento.

Assim sendo, faria de tudo para ajudar aqueles que necessitavam, ajudar seu povo, este estando de um lado ou de outro da barreira.

 

...

Quando você não tem mais nada

Compartilhando um pouco de esperança

Com uma única respiração

Isso é como você muda o mundo

When you've got nothing left

Sharing a little hope

With a single breath

That's how you change the world

 

— Me diz que isso é mentira. – Audrey exclamou descrente. Ela apontou para um memorando que estava fixando na parede, onde nele se lia: “Como nova proclamação do jovem futuro Rei Benjamin Florian, quatro novos alunos ingressarão na Escola Preparatória de Auradon. Estes jovens serão encaminhados da Ilha dos Perdidos para se instalarem em Auradon, sendo oferecidos uma nova chance aos filhos da Cruella de Vil, Jafar, Rainha Má e Malévola. ”— Isso só pode ser uma brincadeira de muito mal gosto.

— Não é. – Doug respondeu, sem dar a mínima para as reclamações da filha de Aurora.

— Mas..., mas... eles são vilões! – Audrey apontou para o cartaz, a expressão indignada. Pode ver o autor daquela blasfêmia caminhando até eles, um sorriso presente em seu rosto. – Benny! Como pode fazer isso?

Ben respirou fundo e passou a mão sobre os fios castanhos. Pelo jeito sua querida namorada havia visto seu último feito. Ele olhou para Doug que estava ao lado dela, preferindo mexer em seu celular ao invés de ouvir os surtos da garota.

— Pelo jeito vocês já ficaram sabendo. O convite será enviado ainda hoje, amanhã eles devem estar chegando.

Audrey abriu a boca surpresa. Ela esperava que ele ficasse com raiva, dissesse que era tudo uma confusão e punisse o responsável pela piada de mal gosto. Porém ele apenas a encarou, um resquício de um sorriso em sua face, como se ele estivesse se divertindo.

— Como você pode fazer isso? – A garota repetiu e apontou novamente para o cartaz. – É a filha da Malévola! Malévola! Aquela que fez minha mãe e meus avós dormirem por cem anos!

Doug riu, desviando sua atenção do celular.

— É isso que está te aborrecendo, Audrey? O fato de que o filho ou filha da Malévola virá para cá e poderá te colocar para dormir por cem anos? Devo dizer que isso não é uma coisa muito ruim.

Ben acompanhou o amigo na risada e a face de Audrey ficou tão vermelha que ela poderia soltar fogo pela boca de tanta raiva.

— Este pequeno comentário não será esquecido, anãozinho. – A garota ameaçou, virando-se dramaticamente e saiu, sumindo no corredor mais próximo.

— Por que você não termina com essa garota? – Doug perguntou verdadeiramente confuso.

— Sinceramente, era o que eu queria. – Ben confessou enquanto seguiam para o refeitório. – Mas seria muita maldade terminar agora. Estamos bem próximos da coroação e acho que seria humilhante. Além disso, meus pais parecem gostar dela.

— Ao contrário de você. – Doug evidenciou. – Eu vejo como fica quando está perto dela. Fica tenso, faz caretas, ou seja, você não age como você mesmo.

— Não é assim. Eu só... confundi o que sentia.

— Bom, se quiser minha opinião, saiba que você deveria acabar com esse infeliz e realmente ridículo relacionamento. Não está fazendo bem para você, e além do mais, ninguém merece Audrey como Rainha de Auradon.

— Que bom que eu tenho amigos que joguem as coisas na minha cara assim. – Ben riu, empurrando as portas duplas do ambiente reservado especialmente para alimentação.

— Você sabe que eu apenas quero lhe ajudar. – Doug deu de ombros e arrumou seus óculos. – É para isso que estou aqui.

Depois desta última fala do filho de Dunga, ambos garotos pegaram seus almoços em silencio e sentaram-se numa mesa afastada. Por sorte – e não estranho, já que era fim de semana – o lugar estava quase vazio. Vários alunos haviam ido para suas casas, poucos ficavam durante toda a semana.

— Doug, eu.... Você é meu amigo e um dos poucos que não se incomoda em agir diferente comigo. – Ben iniciou confuso, antes de perguntar o que realmente queria. – Eu gostaria da sua sincera opinião sobre minha proclamação.

Doug colocou a garrafa de suco de volta na mesa e olhou para o amigo. O semblante dele demonstrava o quanto ele estava nervoso e ansioso. Ele estivera assim desde que tivera a ideia de convidar os filhos dos vilões para Auradon.

— Olha, cara. Essa é uma ideia gananciosa e arriscada e você sabe qual foi minha opinião quando me contou seus planos pela primeira vez. – Doug lembrou de quando isso aconteceu. Primeiro ele não pode acreditar no que tinha ouvido; segundo, achou que o Príncipe tivesse sido enfeitiçado ou alguma coisa assim. Mas depois de passar algumas horas reconsiderando essa proposta, seus pensamentos mudaram. – Por outro lado, eu realmente entendo como você se sente em relação as pessoas da Ilha, nem todos são culpados e cruéis. E acredito que, sim, eles merecem uma segunda chance. Você será um ótimo Rei.

Ben sorriu aliviado. Era bom quando alguém dizia que você estava no caminho certo, fazendo um bom trabalho. Boa parte da tensão em seu corpo simplesmente se esvaiu ao receber a aprovação do amigo.

— Obrigado, Doug.

— Só mais uma coisa. – O garoto que usava óculos apontou um dedo para o futuro Rei. – A Rainha Má?!


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam?
Devo continuar?

Mais uma vez obrigada a todos que estão acompanhando esta fic ♥

Ah, deem uma olhadinha neste video. A dubladora da Dove encontra a atriz aqui no Brasil, tão fofa ♥ https://www.youtube.com/watch?v=2K_EnGCi8mo&pbjreload=10



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