Eternamente Seu escrita por keca way


Capítulo 6
Revolta




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Era de noite, Gerard estava em seu quarto, no dia seguinte não precisaria acordar cedo, não haveria aula, adorava os fins de semana, sempre saia com Frank, era tão bom passar as tardes com ele.

Era 11:00 hs, não estava com sono, mas não tinha nada o que fazer, estava deitado em sua cama, olhando para o teto, quando lhe veio na mente Penny, fazia muito tempo que ele não a via, fazia exatamente 1 mês, pelo que parecia ela não estava mais indo para escola, estava preocupado com ela, sentia sua falta, talvez ela fosse a única que o compreendia, por mais que estivesse feliz, ainda se sentia como antes, vazio por dentro, era estranho, pois estava cada vez mais apaixonado por Frank e sabia que esse sentimento era correspondido.

Penny sempre foi seu alicerce desde que a conhecera, ela sempre o fazia se sentir bem, mesmo com todas aquelas loucuras.

Ele queria encontrá-la, mas não sabia como, não sabia nada sobre ela, onde morava, como realmente se chamava, não sabia por onde começar.

Gerard não agüentava aquilo, tinha que sair de casa, ele se trocou e desceu as escadas. Quando chegou na sala, Donna e Mikey estavam assistindo TV.

“Nossa vocês ainda estão ai!! Pensei que já tinham ido dormir!”.

“O que foi não conseguiu dormir, meu filho?”.

“Não, to sem sono!”.

“Eu vou dormir, amanha tenho que acordar cedo. Boa noite mãe” – Mikey se levantou deu um beijo, no rosto, de sua mãe – “Boa noite Gee”. – E subiu as escadas.

“Boa noite”

“Gerard porque você esta vestido assim?”.

“Vou sair”.

“Sair!?! Pra onde!?”.

“Sei lá, por ai, não agüento ficar aqui!”

“Volta aqui Gerard! Você não vai sair, esta muito tarde, o que você tem na cabeça moleque?”

“Donna, me deixa em paz! Eu sei muito bem me cuidar sozinho!”

“Sabe tanto que sofreu aquele acidente!”

“Já faz 4 meses que eu sofri esse maldito acidente, e não é por causa disso que eu vou ficar trancado em casa! To indo!” – Gerard falou com a maior calma, enquanto Donna se alterava cada vez mais.

“GERARD ARTHUR WAY! Volta aqui!”

Ele parou de frente para a porta

“O que você quer?!”

“Você não vai sair!”

“QUEM VAI ME IMPEDIR!?” – Ele falou alto, pois sua paciência já havia acabado.

“O que você acha que é menino, você não é dono do seu nariz, não enquanto morar sobre meu teto!”

“Quem você pensa que é para tentar me impedir de fazer as coisas, Donna”

“Eu sou sua mãe você querendo ou não!”

“Você não é nada minha!” – Gerard abriu a porta.

“Já chega! Eu não sou obrigada a escutar isso, se você quer sair saia, mais fica sabendo que se você sair por essa porta você não mora mais aqui!”

Mikey ouvindo a discussão desceu para ver se podia fazer alguma coisa.

“O que esta acontecendo, da pra ouvir vocês lá em cima”

“Não esta acontecendo nada! – Gerard disse olhando para Donna com uma expressão de ódio – “Eu volto amanha para pegar minhas coisas”.

Gerard virou as costas e saiu

“Mãe pra onde ele ta indo?!”

“Pergunta para ele, a partir de hoje ele não é mais meu filho!”

  Mikey olhou assustado para sua mãe, depois correu atrás do irmão.

“Gee o que aconteceu? Aonde você esta indo, Gee!”

“Me deixa em paz!” – Sua voz estava calma novamente.

“Gee mas...”

Gerard se virou e olhou para Mikey.

“Mikey esta tudo bem, volta para casa”.

“Gee para onde você vai?”

“Não sei!” – Gerard continuou andando, mas Mikey não o seguiu, achou melhor voltar para casa.

 

***********************

 

“Mãe, pra onde ele vai?”

“Não sei meu filho, não sei!” – A expressão no rosto de Donna era de tristeza e magoa.

“Você não estava falando serio, né?”

“Eu dei uma escolha para ele, ele escolheu sair por aquela porta, não sou obrigada a aturar isso!”

“Mas mãe ele não tem para onde ir”

“Pensasse nisso antes”

“Mas..”

“Já chega, se você quiser se juntar a ele é só sair!” – Ela subiu as escadas e foi para seu quarto.

Mikey ficou na sala pensando, mas depois de um tempo também foi para seu quarto, não podia fazer nada por Gerard, a escolha foi dele.

 

**********************

 

Gerard andou por um bom tempo, não conseguia pensar em nada, na verdade não sabia direito o que fez, só conseguia pensar em Penny. De repente, ele ouviu uma voz vinda das sombras.

“O que você esta fazendo aqui?! Esta perdido?!” - Era ela, com um sorriso cínico, assustador.

“Penny?”

“O que foi, te fiz uma pergunta?!”

“É, não sei... não sei o que esta acontecendo comigo! Tá tudo tão estranho”

“Você diz estranho porque eu apareci do nada?!”

“Também”

“Saiba que eu não apareci do nada, eu sei quando você precisa de mim”

Gerard ficou muito assustado, como ela sabia que ele estava pensando nela.

“Quem disse que estou precisando de alguém?! Além do mais de você!”

“Não precisa esconder! Sei muito bem o que se passa pela sua cabeça!”

 

**************************

 

Eles andaram por algum tempo, conversando, Penny que sempre pensou saber tudo sobre Gerard, se surpreendeu quando soube da briga com sua mãe e que ele era adotado.

“Nossa, nunca pensei que você fosse adotado, você parecia não ter problemas com sua mãe!”

“Tudo fachada, nós nunca nos demos bem!”

Eles se sentaram em um tronco caído no parque, Penny estava com uma garrafa de vinho e um cigarro, Gerard estava fumando e bebendo junto com ela.

“E pra onde você vai?”

“Não sei! Depois penso nisso!”

Os dois ficaram um tempo calados

“Por que você sumiu Penny?”

“Ah, não queria atrapalhar sua vida!”

“Você nunca me atrapalhou, você é muito boba!”

“Você esta feliz?”

“Porque estaria?”

“Não precisa esconder eu sei tudo que acontece na sua vida”

“Você esta falando do Frank?!”

“É”

“Sabe, eu amo muito ele, mas minha vida mudou muito depois que eu comecei a namorar, pra mim não foi uma mudança boa!”

“Entendo”

Penny se levantou

“Ei, pra onde você vai?”

“Vem comigo!”

 

*************************

 

Penny o levou até uma casa, não muito longe dali, era uma casa de dois andares, um pouco parecida com a de Gerard, ela tirou uma chave do bolso e abriu a porta.

“Entra, não repara a bagunça, não tive tempo de arrumar a casa hoje”.

“Você mora aqui?!”

“Sim”

Gerard observou a casa, era grande e aconchegante, apesar dela ter falado que não teve tempo para arrumar, a casa não estava bagunçada.

“Você mora sozinha”

“Não, moro com ele” – Ela foi até uma porta que estava aberta e pegou um gato que estava meio sonolento – “Este é meu grande amor, o Jimmy”

“Que lindo” – Gerard passou a mão no gato, Penny o soltou, ele foi correndo para onde estava antes.

“Fica a vontade! Você quer alguma coisa!?”

“Não”

“Tem certeza que não quer nada?” – Ela foi até a fruteira e pegou uma maça. E começou a comê-la.

“Não, obrigado”

“Você pode ficar aqui o tempo que quiser!”

“Por que você esta fazendo isso?!”

“Porque eu sei que você precisa de mim”

Gerard não falou nada, sabia que o que ela disse era verdade, por mais que não sentisse nada por ela.

Penny puxou uma cadeira e se sentou enfrente a ele.

“Fica a vontade, o quarto fica lá em cima, tem um banheiro no andar de baixo e um no de cima, se estiver com fome pode pegar o que você quiser”.

“Penny, como você sustenta essa casa?”

“Trabalhando”

“Nunca pensei que você trabalhasse”

“Por que você acha que eu só te encontro a noite?”

“Sei lá, pensei que gostava de sair à noite”.

“É... realmente adoro sair à noite”.

“Você trabalha do que?!”

“Aí você já quer saber de mais, eu gosto de você, não quero te meter nos meus rolos”

“Nossa é algo tão grave assim!”

“Na minha concepção, não!”

“Amanha eu vou procurar um emprego”

“Você pode morar aqui se quiser!”

“Mas mesmo assim não vou me sentir bem morando aqui sem ajudar”

“Tudo bem, já que você quer assim. Com quanto eu ganho dá pra sustentar nos dois numa boa!”

“Nossa, quanto você ganha?”

“Mais ou menos 200 reais por entrega! Faço umas 3 ou 4 por dia”.

“Por entrega? Afinal do que você trabalha?”.

“Eu entrego encomendas!”

“Nossa essas encomendas devem ser valiosas para custarem 200 reais”

“Você não sabe o quanto”

“O que você entrega?”

“Chega de perguntas, já disse que não quero te meter em meus rolos”

“Penny, acho que já somos envolvidos o bastante para você não querer me envolver”

“Dessa vez você não pode ter nada a haver, eu tenho medo das conseqüências”

“E o que pode acontecer?”

“Você e eu podemos ser mortos!”

“Mas por quê?!”

“Eu vou te contar, mas você vai fingir que não sabe de nada, certo?!”

“Certo!”

“Eu trabalho com traficantes de droga, eu levo as encomendas e cobro os que devem”

“Nossa isso não é perigoso?”

“Não, eles confiam em mim, e, além disso, não tem como eu ir presa porque eles me protegem”.

“Desde quando você trabalha com eles?”

“Desde que eu matei meu ex. Ele trabalhava com isso e sempre me levava junto, pois não gostava de me deixar sozinha, ele tinha muito ciúmes. Quando eu o matei, os traficantes ficaram do meu lado, pois eles nunca concordaram com o jeito que ele me tratava, então eles me ensinaram o trabalho dele e desde então eu faço o serviço sujo”.

“O que você quer dizer com trabalho sujo?!”

“Eu faço as encomendas e dou um prazo, e quem não paga morre!”

Gerard engoliu seco, ele estava assustado, mas achava que tudo não passava de uma brincadeirinha de mau gosto.

“Fala serio? Você ta brincando né?”

“Não, você acha que eu iria brincar com uma coisa dessas?!”

“Você não teria coragem de matar alguém”

Ela se levantou e foi ate uma gaveta na estante

“Você acha que eu não teria coragem de matá-lo? Eu não perderia nada com isso” – Ela estava apontando uma arma para ele.

 Gerard se levantou, estava muito espantado com a atitude dela, sabia que era capaz de qualquer coisa.

Ela riu.

“Não tenho nenhum motivo para fazer isso, não por enquanto!” – Seu rosto demonstrava toda sua frieza e cinismo.

“Nossa você me assusta garota!”

“Pode ficar despreocupado, não vai acontecer nada com você, mas se você estiver com medo, não precisa ficar aqui!” – Ela guardou a arma – “Às vezes me pergunto o que você tem na cabeça garoto!”.

“Não tenho medo de morrer, muito menos de você!”

“Que bom”

Ela se aproximou e lhe deu um beijo que foi totalmente correspondido, depois de alguns segundos ela parou e passou os dedos no rosto dele.

“Você me lembra como eu costumava ser antes, tão frágil, tão vulnerável, mas ao mesmo tempo me lembra tanto aquele desgraçado, deve ser por isso que eu te odeio e te amo tanto” – Ela voltou a beijá-lo.

 

*************************

 

1 semana se passou desde que Gerard saiu de casa. Mikey e Frank estavam muito preocupados com ele, e por mais que Donna não demonstrasse também estava preocupadíssima.

“Mãe, Faz 1 semana que o Gee não aparece em lugar nenhum, nem na escola ele esta indo, eu estou muito preocupado com ele”.

“Eu também estou muito preocupada, meu filho, mas não temos como encontrar ele! Me arrependo de ter expulsado ele de casa”. – Donna estava realmente muito arrependida por ter expulsado seu filho de casa, gostaria de encontrá-lo e pedir para que ele voltasse.

A campainha tocou e Mikey foi atender

“Frank entra!”.

“Bom dia Sra. Way”

“Bom dia Frank” – Era sábado e Donna estava de folga no serviço - “Pode ficar a vontade”.

“Obrigado” – Donna sempre foi muito amigável com ele.

“Vem, vamos para meu quarto”.

Eles subiram para o quarto de Mikey e ficaram conversando.

“Ainda não tem nenhuma noticia do Gee?!”

“Não, ele disse que viria pegar as coisas dele, mas não veio”.

“Você acha que ele pode ter...”.

“Nem pense nisso, acho que ele não seria tão louco”.

“Tomare que não tenha acontecido nada”

“Talvez ele quer fazer minha mãe se sentir culpada, logo ele aparece”.

“Não adianta, eu estou muito preocupado com ele!”.

“É, eu também, eu pensei que ele ia te procurar”.

“Ele não tem outros amigos para onde possa ter ido?!”

“Não que eu saiba! O Gee não tem muitos amigos, posso dizer que os únicos amigos que ele tem somos nós”.


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