Proibida Pra Mim escrita por TessaH


Capítulo 9
08.




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08|

Sardas. Sardas por todo lugar. Pontinhos laranjas por uma extensão esbranquiçada que era a pele da Weasley.
Eu nunca tinha visto tanta sarda de perto.
Nem mesmo com os familiares de Alvo que eu já conhecera, como Fred e Lily.

Mas a pequena Weasley era coberta deles. Sentado ao lado dela na mesa, eu estava próximo o suficiente para observar seu rosto pela primeira vez detalhadamente e perceber que seus cílios eram da mesma cor que seus cabelos. Assombrosamente laranja!

Será que ela tinha cabelo ruivo....

— Malfoy! - Rose interrompeu meus pensamentos. Novamente. Estalou os dedos na minha cara. - Preste atenção, não quero falar com uma porta.

— Assim você me ofende, querida.

Rose ignorou meu drama e me olhou ceticamente.

— Não me chame de querida. Você ouviu o que eu disse?

— Não, me desculpe, estava viajando - eu tossi pra disfarçar atenção de Rose para que ela nem me perguntasse em que eu estava pensando. - Mas então, pode repetir?

A ruiva suspirou, passando as mãos no rosto.

— Vamos fazer uma planejamento sobre como vamos lidar com esse trabalho - Rose rabiscou algumas palavras em sua folha, enquanto eu franzia o cenho.

— Certo - respondi lentamente. - Sem querer te chatear, minha dupla, mas... Qual é o nosso tema mesmo?

Rose me olhou espantada.

— Você não assistiu à aula? E depois vem dizer que está preocupado com o trabalho!

— Desculpe-me se dormir pra mim é uma prioridade! - exclamei no mesmo tom da ruiva, mas percebi que Rose estava se chateando de verdade e isso me divertiu porque era muito fácil tirá-lo do sério. Eu esquecia até mesmo de meu nervosismo para o jogo do outro dia. - Ah, Weasley, sério, sem brincadeira, pode me responder? Não prestei atenção na hora.

Ela bufou e quase quebrou a ponta do lápis ao rabiscar novamente.

— Não sei como vou conseguir fazer um trabalho com você, Malfoy, me deixa irritada pelo simples fato de respirar aqui ao lado! Temos que cultivar essa espécie de planta e anotar todas as especificações que a professora pediu!

Enquanto a pequena criatura ruiva ao meu lado se desesperava para falar comigo, ficando quase da mesma cor que seu cabelo, eu notei que havia me surpreendido. Ela parecia mais louco do que alguns já falaram.

— Ei, calma! Assim você vai rasgar nossa folha, Weasley!

— Você me tira do sério, santo Deus! - Rose espalmou as mãos sobre a mesa e me fitou com aqueles olhos congelantes. - Pode, por obséquio, se empenhar nesse trabalho, Malfoy? Eu levo muito a sério minha vida escolar e não quero comprometê-la.

— Eu também levo a minha a sério. - eu notei que Rose quase pareceu descrente. - Ah, fala sério, é verdade. Não precisa se estressar, eu vou ser mais esforçado, calma, sua doida.

Eu falei brincando. Rose não entendeu minha brincadeira. Na real, eu já estava aprendendo que ela não entendia minhas brincadeiras.

A ruiva rangeu os dentes e, com o lápis a punho novamente, ela me golpeou na cabeça.

— Não sou doida! Tá vendo o que você me faz fazer? Eu pareço uma descontrolada, quando a culpa é sua!

— Ei! Você quem me bateu aqui, Rose, pirou? Parece um furacão!

Eu fiquei com medo de apanhar novamente, por isso afastei minha cadeira para o lado um pouquinho.

— Eu gostaria que você me poupasse de seus apelidinhos idiotas - ela respirou fundo várias vezes para me falar. - Ok, Malfoy? Podemos voltar a nossa programação sobre plantas?!

Eu estava era com medo. Pedi um momento para ir ao banheiro e me foi concedido. Andei na maior paciência para os banheiros, eu queria dar um tempo para aquela garota se acalmar. Eu não sabia que a incomodava tanto e isso me fazia rir. Bom, ruim seria pra ela se não conseguisse controlar seus nervos. Mas pra mim, até que seria bom que ela ficasse fora de controle, porque assim eu poderia em algum momento convencê-la a entrar no meu plano e, assim, eu iria esfregar na cara do Montanha quem era o melhor.

Voltei para a sala na qual estávamos e dessa vez minha dupla adorada estava escrevendo compulsivamente com fones de ouvidos emoldurando seu rosto.

Rose não notou minha aproximação e tive tempo suficiente para ver que ela escrevia coisas sobre nosso trabalho e seu celular estava plugado em um álbum com palavras espanholas.

— Desculpe incomodar, pequena Weasley, mas eu não sabia que você era fã de música estrangeira - eu disse ao tirar um fone de seu orelha.

— Bem, você não sabe muitas coisas - Rose rebateu com minha própria frase. - Mas tocando nesse assunto, devo confessar ser uma apreciadora de música em espanhol por ser uma língua surpreendente.

— Surpreendente?

— É, me soa como uma poesia e eu gosto muito. - A ruiva me respondeu sucintamente e percebi que não queria prolongar o assunto. Respeitei e, dessa vez, minha dupla estava calma de novo para voltar a me explicar nosso planejamento de trabalho.

Eu não sabia que monologar sobre plantas eram tão entendiante!

 

(...)

 

Depois de meu encontro com Rose, decidimos que só trataríamos disso na segunda feira, afinal eu precisava me dedicar ao jogo, essas foram as palavras da Weasley e eu fiquei surpreso com sua compreensão.

De fato, eu estava nervoso. Porém não era por ter medo de perder, afinal meu time era forte demais, mas sim porque era o primeiro jogo da temporada. Era o jogo em que começávamos o ano e mostrávamos a todos quem éramos. E meu papel era fundamental.

O treinador Ernest não me deixou esquecer disso, então ficou em meu encalço durante todo o tempo até entrarmos em campo.

O jogo começou disputado. A Corvinal estava mais forte esse ano, alguns novatos em peso fazendo a diferença, porém meu time era antigo, já tínhamos sofrido muito na mão do treinador, então conseguimos segurar o placar até minha ação decisória.

Foi como voltar a vida. Eu me sentia vivo e, finalmente, como se tivesse achado meu lugar no mundo. Tudo desaparecia de minhas vistas, somente a bola estava em meus olhos, minha força me impulsionando a correr o mais rápido que meus pulmões aguentassem e, dessa forma, eu conseguia driblar muitos jogadores. Quando eu estava para ultrapassar a linha, um empurrão do lado direito me tirou da linha reta. Eu sabia que era um jogador bastante pesado, pois meus braços e costelas bateram com uma força descomunal no chão ao cair, mas não soltei a bola. Ainda havia chance.

A pancada fez com que eu e o jogador fôssemos jogados em lados opostos e, assim, por mais que minhas células gemessem de dor com meu movimento brusco, me lancei cegamente para frente, na esperança de mesmo jogado ter conseguido ultrapassar a linha.

Olhos fechados, bola colada ao peito, dentes rangendo. Bati no chão novamente. Uma respiração profunda. Ardência no peito. E o apito do juiz decretando a Sonserina vencedora do primeiro jogo da temporada e a arquibancada em pólvora.

Abri os olhos, meu time vindo me encontrar, porém eu me sentia pesado demais, machucado, com certeza, mas havia conseguido.

Respirei fundo novamente, dessa vez aliviado e feliz pela vitória. Eu sempre dava o melhor de mim.

Ao abrir os olhos, percebi o time me pegando pelos ombros e então sai sendo segurado por todos eles, todos gritando e eufóricos por nosso placar. 

Enquanto eu ria e comemorava com meu time, meu olhar pousou sem querer em um ponto na arquibancada onde uma figura pequena, com uma cabeça vermelha e um cachecol amarelo me observava. Eu só pude sorrir para minha dupla que com certeza estava vendo minha vitória.

É, eu não entrava em um jogo pra perder, que a Weasley soubesse daquilo.

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Notas finais do capítulo

Olá a quem acompanha. Mais um capítulo, me perdoe pela demora, mas meus estudos dividem meu tempo. Eu gostaria muito de que houvesse comentário e eu pudesse vir com o próximo capítulo. O que estão achando?



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