Proibida Pra Mim escrita por TessaH


Capítulo 10
09.


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem da leitura e deixe seu comentário para continuação!



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O último ano estava pesado. Mal começamos Setembro e eu já estava completamente soterrado por matéria acumulada. Santo Deus, nunca tinha fim!

Por isso, quando a semana começou, eu tratei de ficar confinado em meu quarto para conseguir lidar com os deveres da manhã e não arrumar problema que poderia, até mesmo, me prejudicar no rugby.

Lá estava eu, com vários livros na cama e compenetrado tentando entender aquelas palavras em árabe da disciplina de cálculo quando a porta foi aberta com um barulho.

— Fala, Scorzinho! Tudo belê? Quase não acreditei quando soube que você não estava secando as garotas da Grifinória no treino delas. - disse Thomas, o cara que dividia o quarto comigo e que me divertia com seus assuntos aleatórios.

— Hoje elas terão que se exibir para outro garanhão - eu ri ao falar e ver meu amigo se jogar na minha cama. - Sai de cima dos meus livros, panaca!

— Ui, ui, o cdfzinho se doeu. Mil perdões, majestade - Thomas me zoou e se levantou indo para sua cama à frente. - Estranho você deixar de flertar com as gatas para estudar. Você está com febre?

— Haha, piadista você, Thomas. Mas é que estamos tendo muita coisa esse ano e não quero sequer pensar em ficar em uma matéria porque o treinador vai me engolir!

— Ah, nem me fala, cara, mas você sempre foi muito bom no improviso dos estudos, não está mais dando certo?

— Não quero arriscar. - respondi e aproveitei para finalizar o último dever. - Mas e aí, por que é que você está aqui se as garotas estão em treino?

Arquiei a sobrancelha porque Thomas era tão safado quanto eu, por isso ele era também um ótimo companheiro de festas.

— Ahn... Elas estão com muita roupa hoje.

Eu gargalhei com seu comentário, mas percebi que ele estava tentando esconder algo.

— Ah, fala aí, Thomas, muito estranho esse seu papo! Se uma garota bonita aparecer de burca, você já está em cima dela! O que foi que houve com você? - joguei minha lição dentro dos livros e pus tudo no chão para deitar melhor na cama.

— Scorzinho, você daria um ótimo psicólogo, sabia? Já decidiu que profissão quer seguir quando terminarmos esse ano?

— Não sei ainda, cara... - eu era muito indeciso para escolher a profissão da minha vida, então evitava até mesmo refletir sobre isso. - Mas você está fugindo da pergunta. Quer dizer que tem algo errado mesmo, Thomas.

Thomas suspirou e afrouxou o nó da gravata verde que tínhamos que usar no colégio.

— É esse lance da faculdade, irmão, fica me deixando louco! Você sabe como meu pai quer que eu siga a carreira política dele, né? Mas eu não quero ser um puto mentiroso como ele e aquela gente, mas por outro lado... Ele me força e eu sou dependente dele, cara! Não sei o que fazer.

Eu suspirei e afrouxei minha própria gravata para respirar melhor e pensar no que falar para meu amigo.

— Você sabe que esse lance de família pra mim é um rolo também, né? - eu disse.

Thomas, como sempre fora meu colega de quarto, sabia da existência de problemas na família por infinitos motivos de convivência, porém principalmente por estar presente na maioria das vezes em que recebi correspondências familiares.

— Sei, cara, e também sei que não gosta de falar disso, mesmo que você seja o herdeiro do império do fodástico Draco Malfoy.

— Não é isso tudo. - eu rebati somente porque não gostava de que se referissem ao meu pai como se ele fosse um homem estupendo, quando na realidade nem eu o conhecia direito e nada era as mil maravilhas. - Mas voltando, eu entendo o que é estar com essa corda no pescoço porque meu pai tenta fazer a mesma coisa, embora nem esteja presente, mas se você não consegue, Thomas, sei lá, velho, por que não tenta outra coisa? Sabe que eu tentaria ajudar você com o que desse e Alvo também.

Thomas suspirou. Depois de minha aproximação com Alvo, Thomas havia conseguido se integrar entre nós de forma que parecíamos um trio. Era estranho para algumas pessoas entenderem que Alvo, da Grifinória, a "casa rival", ficasse de amizade com dois sonserinos, mas não ligávamos, só aproveitávamos a amizade e acabou.

— Ah, cara, eu queria que fosse menos complexo, mas não dá. - ele bufou e botou o travesseiro no rosto.

— Bom, eu já terminei minha lição mesmo e vou te deixar pensando nesse chiqueiro que a gente chama de quarto! - levantei num pulo e chutei meus livros para de baixo da cama. - Agora estou livre para atazanar em paz esse colégio!

— Voce é péssimo, Scorzinho - Thomas respondeu com a voz abafada.

— Talvez eu procure o Alvo pra gente treinar alguma coisa, afinal eu tenho certeza que ganharemos do time dele no domingo.

Thomas riu.

— Pode crer. O Montanha vai querer arrancar nossos olhos.

— Ninguém liga pra ele! - respondi na hora, mas uma pontinha de consciência me lembrou da nossa última conversa. 
Pensando nela agora me dava calafrios.

— Alvo pediu pra te chamar mesmo, Scorpius, eu esqueci de avisar. Mas ele está com aquele amigo frangote na aula de língua estrangeira.

— Ah, valeu por quase nem dar o recado, Thomas! - joguei uma almofada nele. - Estou saindo. Valeu, falou.

Thomas gritou alguma coisa, mas eu sabia que deveria ser xingamento então só bati a porta com força e tratei de rumar para o terceiro andar e rezar para que meu professor de língua estrangeira não notasse minha falta na aula dele aquela tarde.

(...)

A aula de língua estrangeira era obrigatória, mas tínhamos o poder de decisão a qual delas. Como eu não tinha certeza de qual fora a língua escolhida por Alvo, preferi me encostar na parede do corredor vazia e contar elefantes.

Sim, contar elefantes porque a aula acabaria em poucos minutos e assim eu distraia minha mente.

1 elefante incomoda muita gente, dois elefantes incomodam, incomodam muito mais...

98 elefantes incomodam muita gente gente, 98 elefantes incomodam, incomodam, incomodam...

— Aí meu Deus! - um grito me tirou da minha contagem e logo depois o barulho de livros caindo no chão.

Muitos livros.

Virei-me a tempo de ver Rose Weasley debruçada sobre os livros no chão. O cabelo ruivo e volumoso era como uma cortina sobre seu rosto, mas eu podia jurar que ela estava furiosa.

Como sempre, né.

Rindo, eu me aproximei da figura no chão.

— Olá, Weasley, que prazer vê-la nesta tarde esplendorosa.

— Ahn... O quê?! Malfoy?! - ela me olhou com espanto e franziu o cenho. - Por que toda vez que caio você está presente? Você atrai desastres, Malfoy!

— Assim você ofende a sua adorada dupla, minha querida. Deixa eu ajudar você, Hurricane. 
Abaixei-me para pegar seus livros de uma vez só e poder dar a mão para ajudá-la a se levantar.

— Você me chamou de que, Malfoy?
Eu pigarriei disfarçadamente porque temia dizer a verdade é enfurecê-la como sempre. Eu até já achava que tinha o dom divino de irrita-lq só com mi há presença

Como se tivesse lendo meus pensamentos, Rose Weasley bufou e puxou os livros de minhas mãos, abarrotando-se ainda mais.

— Ora, me desculpe existir e incomodá-la, mas nem vim para somente encbe-la de fúria com minha presença, pequena Weasley. Você sabe em qual sala Alvo está?

Rose arqueou as sobrancelhas e passou a mão pelos cabelos para conter aquela juba laranja.

— Ele já está saindo da nossa sala.

— Ah! Então quer dizer que ele faz a mesma língua que você? É quer dizer que a senhorita certinha saiu mais cedo da sala? Ora, ora.

— Não me enche, Malfoy, a aula já está no final e eu tô atrasada, caramba!

— Ei, Weasley, você nem me respondeu! - puxei Rose pelo cotovelo ao vê-la saindo às pressas pelo corredor. Ela parou abruptamente e olhou espantada para minha mão em seu cotovelo. Eu logo soltei.

— Alvo faz aula com você, Weasley?

— Sim, Malfoy, ele faz! O professor de Espanhol já está acabando a aula e eu preciso ir agora, entendeu? Agora, meu Deus! - Rose exclamou e logo se desvencilhou de mim para sair pelo corredor como se fosse ganhar uma corrida.

Ora bolas, para o que aquela maluca estaria atrasada que seria mais importante que sua aula?

Fiquei com meus botões até uma galera sair de uma sala próxima e eu visualizei Alvo vindo com um amigo.

— Olha quem deu o ar da graça e fingiu que não tinha aula, não é mesmo? - Alvo me deu a mão para cumprimenta-lo.

— Cala a boca, manezão! - correspondi o abraço de lado e virei para o garoto loiro amigo de Alvo. - E aí, cara, beleza? Sou o Scorpius.

— Ah, oi. Sou Isaac, e eu já sabia quem você era.

Tive vontade de responder que eu quem não sabia quem era ele, mas me mantive calado porque Alvo já olhava estranho para nós dois.
Eu tinha a leve impressao de que Isaac estava me encarando.

— Mas então... Queria conversar com você sobre a primeira festa do ano, Scorpius! Não vai participar da organização?

Fomos andando juntos pelo colégio e eu me lembrei de que havia esquecido completamente a próxima farra.

— Meu Deus, esqueci completamente, Alvo, ja marcaram uma data?

— Os caras divulgaram que seria nesse sábado já que sexta feira tem o jogo das meninas de rugby e todos vão assistir.

— Divulgaram? Fala sério, Algo, não sei como vocês não tem medo de serem pegos pela coordenação por estarem organizando uma coisa proibida. Essas festas de vocês são escondidas e correm perigo demais - o tal Isaac ainda andava conosco e aproveitou para dar sua opinião de merda.
Quero dizer, nada contra alguém achar que corríamos risco, porque era verdade, não era certo fazer festa nas masmorras tarde da noite com bebida, mas Isaac falava de uma forma repugnante que me deixava irritado.
Alvo quem deu limites a seu amigo.

— Pega leve, Isaac, você sabe que só queremos nos divertir. Se não fossemos nos organizando, com certeza teriam outras pessoas. Além do mais, pra vê se você relaxa, eu e Scorpius só fazemos escolher algumas comidas e música, o resto acontece tão secretamente que nem nós sabemos!

— É verdade, Isaac, não precisa ficar com frescura, cara. - respondi e me pus a observar o campo pelo qual andavamos. Tínhamos saído e andado pelos jardins em direção ao campo.

— Pra onde está indo, Algo? Não vamos combinar alfumas coisas da festa?

— Prometi a Rose que iria vê-la no treino hoje, então teremos que nos reunir após o jantar, tudo bem, cara?

— O treino da sua prima? Mas de que? - eu estava muito confuso. Como assim?

— É, seu maluco! Você nao lembra de nada que eufalo da minha família, né, babaca? Eu te disse que Rose treinava rugby e parece até que minha irmã quer entrar também. Eu mereço essa família.

Enquanto Alvo lamentava da prole feminina de sua família com Isaac, eu os acompanhava perdido. Quer dizer que. Weasley jogava rugby? Eu não podia acreditar! Ela não fazia o tipo de jogadora e eu não lembrava de tê-la visto jogar alguma vez.

Chegamos às arquibancadas e lá no campo já estavam várias meninas fortalecendo músculos às ordens da treinadora enquanto várias outras pessoas conversavam e assistiam.
Era, na realidade, um hábito comum no colégio. Ou íamos assistir por algum amigo ou curiosidade ou estratégia de jogo ou secar as garotas.

Assim que sentamos procurei incansavelmente pela Weasley até achar um bolo ruivo entre as demais. Pra ser honesto, havia mais de uma tonalidade ruiva daquela e so pude supor que eram mais representantes da família Weasley.

Alvo é suas primas.

— Uau - soltei sem querer minha surpresa usando pude visualizar mais de perto a Weasley quando ela passou rapidamente. Por de baixo daquelas roupas grandes, meus queridos, Weasley ostentava um baita corpo. Pernas torneadas, músculos delineados, uma comissão traseira de dar pena em saber que Rose as escondia.

A prática de esporte faz muito bem, senhoras e senhores!

— Uau o que, Scorpius? Não acredito que já está flertando com alguém – Alvo bateu em minha cabeça.

Eu preferi ocultar o fato de que eu estava comendo a Weasley com os olhos. Até porque a ideia era MUITO estranha.

— Eu vi, Malfoy – Isaac murmurou bem próximo a mim quando Alvo virou-se para brigar com a irmã mais nova sobre alguma futilidade.

— O que você viu, Issac? – perguntei, desafiador. Quem aquele menino pensava que era para falar comigo como se mandasse em mim?

— Você sabe o que. – ele foi sucinto e passou mais alguns segundos me olhando duramente até que me cansei e decidi que estava na hora de fazer alguma outra coisa.

Que cara mais chato!

— Ei, Alvo, estou indo embora. Pensei em ir treinar com você, mas essa hora só teríamos o outro lado dos jardins, mas deve estar ocupado também, então a gente se vê no jantar, falou?

Meu amigo parou um segundo de gritar com uma ruiva que parecia chateadíssima se julgássemos sua postura ameaçadora.

— Falou, cara! Deixa eu terminar de falar com você, Lílian Luna! – ele voltou a gritar pra menina que havia saído batendo o pé pelo gramado.

Eu ri e me compadeci da situação de meu amigo.

E pensar que eu teria minha própria irmã.... Balancei a cabeça, espantando pensamentos. Minha mãe morreu, minha irmã também morreu e eu não gostava de fantasiar uma vida irreal. Vamos ser realistas e encarar a situação e não viver sonhando com algo que nunca vai se tornar real.

Minha vida era aquela. Somente eu em uma casa gigante, meu pai esquecido de que tinha um filho. Eu aprendi a me virar sozinho e segue o baile, senhoras e senhores. É a vida.

Em meu caminho, aproveitei para sentar debaixo de uma árvore frondosa que estava solitária, sem ninguém por perto.

Parecemos tanto, pensei. Então descansei ali embaixo e não percebi que havia caído no sono até ser acordado por uma picada no braço.

Droga! Já estava escurecendo.

Saí o mais rápido que pude para me arrumar para o jantar, correndo pelos corredores escuros, alguns ainda sem a iluminação de lampião a gás.

É, eu sei, esse colégio tinha algumas peculiaridades que parecia que morávamos na Idade Média.

Subi rapidamente por uma escada ao ver o professor de Línguas com medo de ser parado e tomar uma bronca, porém descobri que havia ido parar em um andar mais distante de meu dormitório.

— Porra, que saco! – exclamei com raiva e com fome.

Poxa, gente, se eu demorasse ia perder o horário do jantar e ia morrer de fome!

— Malfoy? – ouvi meu nome e me virei para me deparar com Rose Weasley saindo da sala onde ficavam todas nossas correspondências que chegavam.

— Ah, é você, Rose, que susto! Achei que era algum professor. – pude respirar aliviado com uma mão no peito.

— Ora, ora, fugindo de alguém? – aquela ruiva ostentou um sorriso endiabrado.

— Ah, Weasley, como pode achar isso de mim? Sou tão perfeito. – entrei em sua brincadeira e sorri quando a ruiva riu de mim.

— Você tem essa mania de falar palavrão em voz alta pelos corredores?

— Claro que não, só faço quando sei que tem alguma Puritana pra me escutar.

Rose, que andava ao meu lado, fez uma careta que não me passou despercebida.

— Odeio essa palavra.

— Puritana?

— É.

— Ué, mas por quê? – indaguei e falei sem pensar: - Não sabe que te chamam assim?

— É por isso que eu odeio, Malfoy – Rose me lançou um olhar gélido. – Ninguém é obrigado a gostar dos apelidos ridículos que te colocam.

— Mas é que... Sei lá, Rose! – ouvi-la falar daquele modo, com asco das pessoas que faziam aquilo, me deixava incomodado porque eu me identificava.

— Não é nada. É falta de respeito, sabia? Ninguém me conhece desse modo pra sair me julgando.

Fiquei calado com tanta sinceridade ouvida e até meio culpado por pensar que fazia isso também. Decidi mudar de assunto.

— E por que não está no jantar?

— Tive que vim buscar umas cartas – ela me acenou com umas cartas, mas parecia desanimada. – Será que amanhã a gente pode começar a plantar nosso trabalho na estufa, Malfoy?

— Podemos, Weasley – eu dei um sorriso maroto e tentei passar o braço por cima do ombro de minha dupla para brincar com ela, mas Rose me deu um tapa e se afastou.

— Sai daqui, Malfoy! Até amanhã, viu! Você me irrita demais!

Fiquei rindo enquanto ela seguia um caminho diferente, eu não podia acreditar o quão irritada Rose ficava com meu humor ilustre.

Aquela garota parecia um furacão. Hurricane.

Nossa, era melhor eu correr e fazer parkour pelas escadas ou ficaria sem jantar!


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Notas finais do capítulo

espero opinioes!



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