Proibida Pra Mim escrita por TessaH


Capítulo 26
23.1. Perfeita pra Caramba




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fucking perfectcover self deception

23.1|

Una Bersani Stark

Ser diferente causa estranheza. Ser diferente e carregar marcas da sua diferença quando você só tenta escondê-la é ainda pior.

Eu era uma descendente de uma italiana com um britânico. Minha mãe havia saído ainda jovem da Itália para procurar emprego em Londres.

Meu pai era o único filho de uma família classe média, herdeiro dos negócios da família e que não casou nem tão cedo, para o desespero de seus pais. Por alguma obra do destino, ele encontrou com minha mãe e se apaixonaram. Nem preciso dizer que terminou em casamento, né?

Passaram muito tempo viajando, aproveitando a vida um ao lado do outro porque era tudo que tinham. Quiseram muito filhos, mas eles não vieram. Não se desesperaram com o tempo, só deixou tudo acontecer. Aconteceu um pouco tarde demais.

Minha mãe já era de idade avançada quando conseguiu engravidar e acabou por ser a única vez. E fui a única filha, a descendente Italiana que trazia traços nítidos no físico e no nome.

Até hoje tento entender porque as crianças, principalmente, sentem a necessidade de estereotipar a tudo e a todos. Ainda se ressentiam com minha condição, faziam suposições sobre minha família até mesmo conjecturando sobre "roubar seus empregos na terra da rainha". A verdade era que eu me sentia tão inglesa quanto eles, mas ainda me aproximava mais da cultura italiana porque me reconfortava quando eu chegava em casa e podia conhecer um pouco mais dela com minha mãe.

Precisamos falar da comida italiana. Sempre encheu nossa mesa e foi a responsável por me abrir demais o apetite. Cresci num âmbito amoroso demais e com liberdade pra que eu fizesse o que gostaria, inclusive apreciar a comida da mamãe. O ruim foi que não me avisaram sobre a maldade no mundo.

Como tratam uma criança tão mal por ela ser gorda? Que culpa ela tem ou que defeito irreparável ela teria? A sua condição física vai mudar a vida do outro? Eu não entendia como podiam se importar tanto com minha vida quando tinham as suas próprias pra ligar. Eu não me importava com o meu físico até que se importaram demais comigo. Eu era a excluída da turma, ninguém se aproximava e gostavam de rir, me apontando com os dedos. 

A situação ficou tão crítica que eu percebia que voltava para casa, todos os dias, chorando. Já não queria voltar no outro dia e meus pais se condoeram com isso. Procuraram locais e fiquei satisfeita quando escolheram um colégio interno bem longe dali, longe daquele mundo em que eu só conhecia a parte ruim.

Se eu parasse pra pensar em minha infância ainda hoje, eu podia me lembrar dos risos deles e de como me deixavam envergonhada. Parti pra Hogwarts achando que seria diferente, porém mudou muito pouco. O problema não estava Londres, estava em mim.

Ainda éramos crianças, sim, e em minha ingenuidade comecei a observar melhor aquele garoto de cabelos pretos e olhos verdes que sempre fazia rir quem estava ao seu lado. Por acaso, me tornei amiga da prima dele e de vez em quando ficávamos perto, eu morrendo de vergonha na mesma medida em que o idolatrava. Ele não notava, nem ligava para essas coisas, as meninas que são mais sentimentais.

De toda forma, eu estava encantada com aquilo, até esquecia do motivo pelo qual ficava triste toda noite. Até o dia em que fui procurar por Rose e a escutei conversar com o primo, e o assunto era eu. Por algum motivo, eu cheguei justamente na parte em que ele falava da gordinha amiga dela, que era não sei o quê e coisa e tal.

Fiquei arrasada, né? É claro, minha primeira paixãozinha já me humilhava daquela forma, logo no momento em que eu não conseguia nem me aceitar. Foi péssimo, peguei ódio de Alvo Severo Potter ali, ainda nós dois jovens. Pena que de vez em quando a antiga admiração por ele queria se sobrepôr à minha aversão criada.

O fato é que eu cansei de ser a pessoa de quem todos riem e comentam, cansei de me sentir mal ao comer e culpada por isso. Eu descobri que se eu vomitasse o que comia compulsivamente, não iria ganhar aquele peso. Tinha virado hábito, eu emagreci e tinha adorado a forma em como foi rápido e nem me custava comer o que eu gostava. Eu só tinha vergonha em falar sobre isso com alguém, até mesmo Rose, porque sentia que uma coisa íntima demais.

Consegui chegar no peso em que eu gostava, na forma que eu gostava, comia quando queria e não teria dor de cabeça com peso, era só ir ao banheiro. 

Aquilo tinha sido um ritual só meu, durante tanto tempo, que eu nem me lembrava mais. De vez em, quando não conseguia vomitar, tomava um laxante pra ajudar, então ficava tudo bem. Nenhum quilo.

Fui tirada de minha bolha secreta no infeliz dia das bruxas quando tomei a pior decisão da minha vida. Lily insistiu e fui para a Toca, a casa da avó dela em que todos se reuniam e sempre era tão maravilhoso estar com eles, uma família imensa, cheia de amor e brincadeiras... Não resisti, às vezes queria até mesmo fazer parte dela.

Comi tanto de tanta comida que nem sei, estava tudo tão bom, vó Molly conseguia cozinhar como ninguém! A Fleur, tia de Lily, levava tanto doce de suas receitas francesas que eu não resistia, até mesmo porque tia Gina ficava dizendo que eu estava magra demais e aparecia com uma comida diferente com tia Hermione e eu já estava ali no meio, sem saber o que fazer.

Comi como nunca antes, até mesmo feliz em saborear tudo aquilo, mas a culpa veio no final da noite. Consegui escapar do quarto com Lily e andei o mais silenciosamente possível para o banheiro. Meu Deus, eu não poderia fazer nenhum barulho.

Foi difícil aquela noite. Me assustei quando ouvi um barulho de porta e tremi, mas voltei para a concentração do que fazia. Por algum motivo, me senti mais mal do que era normal e me agachei para despejar o veneno de mim. Não sei quanto tempo durou, mas minha cabeça pesou e suei frio, toquei a porcelana fria do vaso pra não bater a cabeça e tentei respirar fundo.

A porta abriu de supetão, tentei virar para olhar como foi possível abrir aquela porta se eu tinha certeza de que tinha fechado, mas minha visão nublou. Um "que porra é essa" soou em voz grave e vislumbrei, embaçadamente, o torso nu de Alvo. Ele se aproximou de mim, sem forças, caída, e a porta fechou com um barulho.

As mãos dele estavam quente e eu só quis respirar direito. Nem me dei conta da situação horrenda em que me encontrava, mas fiquei feliz por saber que se eu morresse ali, pelo menos alguém estava vendo. Eu tinha uns pensamentos muito loucos mesmo.

Depois, consegui normalizar meu estado, me dei conta do que estava fazendo e na frente de quem. Começamos a brigar como sempre, ele querendo saber o que acontecia e eu querendo expulsá-lo. Os cabelos negros estavam bagunçados, a cara de sono e a barriga definida ficavam me lembrando que eu gostava daquele cara desde quando ele era do tamanho de sua perna atual, mas eu precisava tirá-lo dali, daquele momento em que só eu vivia aquilo e ponto.

Confuso e bravo, ele retrucava comigo, mas fui resoluta. Consegui vencer nossa batalha e fiquei mais cansada do que nunca quando fui dormir aquela noite.

Depois disso, ele me abordou mais vezes, porém eu sempre gritava com ele e conseguia sair. Mas perdi quando ele me intercalou com sua irmã e sua prima.

Apertou meu braço com força o suficiente para que eu não fugisse e fomos conversar em um corredor deserto. Perguntava minhas razões, perguntava se eu estava doente, porque eu era tão arisca com ele, por que não podíamos conversar como gente normal, por que eu estava fugindo se ele queria saber se eu estava bem. Naquele dia, fiquei com imensa vontade de jogar em sua cara minha desilusão de tantos anos com ele por ter descoberto que ele fora como todos os outros que passaram por mim e me ridicularizaram. Porém eu me sentia inútil, errada, como se o que ele dizia que eu fazia fosse errado. 

Não sei como ele arrancou de mim a confissão de que eu fazia isso há um tempo, não era porque eu estava doente. Ele se chocou e odiei a pena em seu olhar, quase a mesma que eu via todo dia depois de ouvi-lo me chamar secretamente de gorda para Rose.

Aquilo alimentava minha aversão e não pensei duas vezes em tentar feri-lo com minhas lembranças. "Você lembra, Alvo, quando comentou com Rose como a amiguinha gorda dela era esquisita? Lembra disso? Lembra de como fez careta pra falar de mim? Porque eu lembro do que eu senti na hora e depois. E de como tudo se acumulou pra mim. Agora me deixa em paz, não abre a sua boca pra falar do que não sabe e vai embora. Não volta nunca mais!"

Eu conseguia recordar minhas palavras. Ele me dava lição de moral sobre o que fazer e quebrei seu discurso. Os olhos verdes se arregalaram, aposto que nem lembrava daquilo, mas soube que era verdade. Ficou estranho depois, se afastou um pouco, me olhou triste e com vergonha. A vergonha eu reconhecia porque eu havia sentido por muito tempo aquela mesma sensação.

Ficamos sem nos ver um bom tempo. Se eu o via, me afastava, mesmo que ele sempre tentasse insistir em conversarmos em particular. Na noite de véspera da festa para a diretora, eu estava arrumando o salão com o pessoal quando precisei ir buscar uma tesoura. Fui pra dentro de uma sala que estava com os enfeites e, ao me virar, ele estava em minha frente.

Como eu era boa na arte de ignorá-lo, tentei passar sem me dirigir uma palavra.

— Una, por favor. - ele não me deixou sair ao colocar seu ombro em minha frente. - Eu queria que você soubesse de uma coisa.

— Ah, pelo amor de Deus, Alvo, eu já achava que você tinha entendido o que eu tinha falado. Quero que vá embora, entendeu? Não me importa o que ainda tem pra me dizer.

— Mas eu vou falar do mesmo jeito. - Alvo bateu a porta e se encostou nela.

— Eu não quero ouvir, então respeite minha decisão de querer sair agora.

— Eu respeito você, por isso mesmo preciso que escute.

— Não quero, Alvo! Saia já daí, ou farei um escândalo!

— Não vai. - ele reclamou e continuou de braços cruzados. - Podem tentar um aríete lá de fora, mas não vou deixar entrarem.

— É bom que empalem você, ninguém vai sentir falta. Vou gritar no 3...

Abri minha boca pra alertá-lo e iria mesmo gritar, mas suas palavras me fizeram fechar a boca.

— Queria pedir desculpa pelo que fiz quando éramos crianças.

— O quê?

— É isso mesmo. Pensei muito no que você falou e cheguei a conclusão que só posso ter sido um imbecil. Meus pais ficariam irados se soubessem como agi tão diferente da forma que me criaram. Eu sei que eu era criança, mas você também era e não me isenta das besteiras que eu disse. Não era nem para uma criança reproduzir aquele tipo de discurso, então eu queria muito que me desculpasse. Me desculpasse principalmente por não ter me dado conta primeiro que fui um babaca.

Pisquei rápido. Nunca tinha imaginado que chegaríamos em um pedido de perdão. Eu já tinha cultivado tanta raiva para uma vida toda.

— E então, Una? Será que você é capaz de me perdoar? - ele deu um sorriso triste, curvando os lábios naquela pele tão bonita. Os olhos verdes me encaravam e eu não sabia o que dizer com minha mente entrando em curto.

— Não sei. Não sei, Alvo. - balancei a cabeça. - Nunca imaginei isso, não contava com um caminho em que você se mostra arrependido e eu tenho que esquecer da minha mágoa, das minhas feridas. Não tenho uma resposta.

— Não ter uma é melhor do que o 'não' que eu esperava. - Alvo descruzou os braços e se aproximou, me segurando pelos ombros. - Quero que veja mesmo, dentro dos meus olhos, o quão arrependido por essa idiotice eu estou.

Era surreal estar dois centímetros longe da minha paixão platônica. Minha paixão me implorando perdão, quase me abraçando e me fazendo reviver um passado que eu sufocava toda manhã.

— Una? Não chora, Stark, você é a garota mais forte que eu já conheci.

Meus olhos começaram a fluir sozinhos e nem me dei conta. Já estava soluçando quando Alvo me abraçou.

— E-eu gost-tava de v-o-o-cê, sabia, Alvo? - disse sem pensar entre lágrimas e risos. Um paradoxo.

Olhos verdes se arregalaram.

— É, uma i-i-idiotice mesmo. - funguei entre o choro e a correnteza que havia iniciado. - Tão boba. E depois d-d-disso... Eu prometi que não iria mais g-g-gostar de você.

— Eu entendo sua decisão. - ele murmurou enquanto me via desvairada, chorando e rindo de minhas decepções como uma louca. - Eu faria a mesma coisa.

— Eu te o-o-odeio. - repliquei contra sua blusa quando me abraçou de novo. Era embriagante poder inalar seu cheiro tão de perto.

Alvo riu, vibrando aquele som pelo corpo me fazendo poder senti-lo.

— Me perdoa.

Eu não conseguia dizer que sim. Não conseguia porque era recente demais, era tudo novo demais. Como eu poderia engolir tanta mágoa e seguir em frente?

Me acalmei e me afastei, melhor para minha sanidade ou iria jorrar lágrimas até parecer uma boneca sem vida.

— Preciso voltar com a tesoura. Vão achar que mandei fabricar uma.

— Tem razão. Agora você pode passar e, pra seu azar, não vou ser empalado.

Revirei os olhos enquanto limpava meu rosto molhado e via Alvo suspirar. Dei uma última olhada na figura parada e mordi o lábio, indecisa sobre a situação.

— Não quero que me diga sim sem ser um de verdade, Una. Já fico satisfeito em ter pedido desculpa. 

— Okay. Obrigada.

Quase corri para longe dele e passei o resto do dia tentando focar na festa do próximo dia.

(...)

— Pimentinha, cadê você? - perguntei abismada quando vi Lily Luna sair de nosso banheiro já vestida para a festa. - Meu Deus, como você cresceu! Cadê aquela ruivinha chata?

— Hahaha, sua idiota - ela reclamou e eu me aproveitei para ver melhor sua roupa. - Nem fala nada que a Rose vem igualzinha daqui a pouco. Eu que bolei nossa ideia de traje para a apresentação, então não estraga! Tá lindo!

— Tá lindo mesmo! Já quero uma igual! - protestei ao observar como Lily estava radiante. Botas brancas, de salto alto, deixavam a perna amostra com uma saia preta de tule curta e com adereços pequenos que brilhavam. A barriga estava descoberta, tinha até um piercing no umbigo! Estava lindo, mas eu não sabia que ela tinha um!

— Lily, QUE ISSO? É UM PIERCING? - fui tocar em sua barriga que era lisa e chapada demais. E Lily nem era fitness! Vida injusta!

— PARA! MACHUCA ASSIM! UNA!

— Ai, tá bom, não precisa bater em mim, mas quando colocou?

— Não é pra valer, ele sai! Para com isso!

— Tô chocada com sua audácia, moça, olha esse top, Lily, um top! É lindo, preto brilhante com esse casaquinho rosa, mas ainda assim! Essa barriga de dar inveja não precisa humilhar as inimigas!

Lily riu diabolicamente.

— Precisa sim, me desculpe. Eu me aproveitei dos nossos corpos, você sabe que principalmente os meninos de espanhol têm abdomens incríveis, usei ao nosso favor!

Empalideci. Alvo era de espanhol, aquilo significava que....

— RAINHA! - Lily gritou meu apelido e viramos para ver uma Rose mudada.

— Alguém segura o bonde que eu quero descer! Que passagem eu peguei pra parar no quarto de duas gatas dessa? - gritei ao ver Rose vermelha de vergonha.

— Tô achando um pouco apertado demais esse corpete, Lily, pra que isso?

— Pra espremer os peitos e mostrar a cintura, né! Tá linda, linda!! - Lily deu gritinhos animados acompanhados pelos meus.

Rose estava com um corpete preto bem justo que contrastava com sua pele branquinha. A cintura definida marcada e uma saia também preta um pouco mais longa que a de Lily.  Usava botas altas pretas que estavam tão lustrosas que brilhavam.

— Muita diva nesse quarto vai me cegar de beleza! Ai, Lily, eu queria um traje assim também! Minha rainha, você está impressionante!

— Alguém vai morrer! - Lily gritou e ficou vermelha, engasgou e correu pro banheiro.

— Essa Lily já começou a beber antes da festa? - Rose brincou. - Ai, Una, tá bom mesmo?

— Para com isso! Tá muito diva, minha gente, eu não aguento isso! Socorro! Vocês vão arrastar todos os gatos desse colégio!

Rose e Lily começaram a rir, mas Lily insistiu para que tentasse ensaiar ou seja lá o que Lily faça, ela é meio louquinha.

Eu estava ansiosíssima com a noite e peguei meu traje para me apresentar. Minha turma de Português ia cantar também, mas não tínhamos determinado roupa como Lily fez. Escolhi minha blusa preta de manga comprida que parecia veludo e o colar com joias prateadas que ficaria por cima do tecido que cobria um pouco acima de meu pescoço. Ficaria uma pequena faixa de barriga nua, mas eu tinha escolhido uma calça de cintura alta para cobri-la o máximo. Era justa também e bonita o suficiente para combinar.

Calcei meu salto e deixei o cabelo o mais assanhado possível, era liso e o efeito ficaria bom.

Quando fiquei pronta, desci sozinha para o salão porque Rose precisou seguir Lily antes.

O salão principal estava lindo, luzes estroboscópicas no ambiente, uma mesa enorme com comida. Algumas mesas pequenas para que se sentassem, lá na frente um lugar só para os professores e o palco. Luzes e um telão com instrumentos para todo o lado. 

O telão seria para a letra e tradução das músicas visto que seriam línguas diferentes. Alguns alunos que já eram da turma de música cantariam antes de as apresentações começarem. Já estava cheio e a música ao vivo iria começar.

Tentei achar minhas amigas, mas deixei pra lá quando pude pegar um copo de suco e ver quem iria cantar. Meninos gostosos em suas calças apertadas pegaram baixo, guitarra, bateria.

No vocal, Alvo apareceu com uma regata preta destacando seus bíceps e me fazendo paralisar.

— Nós vamos começar com um cover que todos já conhecem, mas eu queria que as palavras da música realmente fizessem sentido para cada um de vocês. Uma pessoa em especial.

Comecei a tremer quando ouvi os acordes da música e me segurei na mesa.

{Segui o caminho errado

Uma ou duas vezes

Cavei até conseguir sair

Sangue e fogo

Decisões ruins

Tudo bem

Bem vindo à minha vida boba}

Ele cantava tão bem que fiquei impressionada. Meu coração disparou quando todos tentaram acompanhar a letra da música e fui nocauteada pela letra.

{Mal tratada, deslocada, mal compreendida

Sabichona, tá tudo bem

Mas isso não me parou

Errada, sempre em dúvida

Subestimada, olha ainda estou por aqui

Querida, querida, por favor

Nunca nunca se sinta

Como se fosse menos do que perfeito pra caramba

Querida, querida, por favor

Se em algum momento você se sentir

Como se fosse nada

Você é perfeita pra caramba pra mim}

Eu sentia lágrimas iminente e bebi meu suco com tudo. Eu iria respirar um pouco antes de voltar.

— Senhorita Stark, você pode me acompanhar? Temos um telefonema pra você. - a diretora Minerva me interceptou na porta quando eu ia fugir.

— Ah, professora, tudo bem, mas a senhora vai perder sua festa!

— Fique tranquila, querida, depois eu volto.

Segui Minerva ainda podendo escutar os acordes da música ribombando pelas paredes.


{Você é tão má

Quando fala sobre si

Você está errada. Mude essas vozes

Na sua cabeça

Faça eles gostarem de você dessa vez

Tão complicado

Olha como estamos conseguindo

Cheio de ódio

Um jogo tão empatado

Chega, eu fiz tudo que pude

Eu persegui todos os meus demonios

E vejo que você faz o mesmo

Ooh ooh}

— Aqui, querida. - ela disse quando entramos e ouvi a pior notícia da minha vida.

Eu sabia que meus pais eram muito velhos e tinham riscos de saúde, mas ouvir de minha tia (a vizinha que era a única amiga deles há muito tempo) que minha mãe tinha sido internada há uma semana e que meu pai adoeceu logo depois por ficar longe dela foi doloroso. Foi doloroso saber que fiquei de fora naquele momento porque eles não queriam me assustar, mas haviam acabado de me deixar sozinha. Sem eles.

— Una, posso ficar com você aqui, minha querida, é um momento doloroso. Todos já aproveitam a festa e não precisa se preocupar.

Engoli meu choro e minha ficha que não tinha caído.

— Não, diretora, eu acho que eu vou dormir pra amanhã cedo ir ficar com minha tia, tudo bem?

Minerva ficou indecisa, mas eu insisti muito, fingi minha melhor cara para dizer que estava tudo bem na medida do possível. 

Subi sozinha para meu quarto, tudo escuro, o coração na mão.

Eu ainda não acreditava.

Não era possível.

Era?

Não, não mesmo. Era um sonho, eu iria acordar depois.

Vi a lua brilhando pela janela e desejei que eu pudesse estar em um pesadelo. Abri minha gaveta e tirei a cartela de laxantes dela.

O copo com água estava perto e pensei se eu poderia esquecer as más notícias se eu apenas descansasse um pouco.

Uma cartela toda. Misturei com água na boca. Engoli tudo.

Quando eu acordasse, certamente tudo não teria passado de um sonho. Não é?

.

.

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Notas finais do capítulo

Bom, minha gente, esse foi pra descontrair! Essa foi a primeira parte da festa e ainda terão umas três! Tem muita coisa pra rolar nessa festa!

Fico triste pela Una :( o que será que vai acontecer?o que acharam dessa parte que nunca mostrei a vcs?

compartilhem com os amigos e comentem! Eu volto logo, logo, assim!
P.s.: realmente quero que interajam comigo pra eu ter aquele feedback maroto e continuar com vcs



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