Proibida Pra Mim escrita por TessaH


Capítulo 25
22. chorarás por mim


Notas iniciais do capítulo

Procurem
Lloraras por mi - Chapo C

P.S.: demorei a postagem por conta de ter mais de 20 acompanhamentos e só uma pessoa comentar.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/736383/chapter/25

22|

Scorpius Malfoy

Eu não sabia o que estava fazendo da minha vida. Digo, se eu olhasse para trás e para o agora parecia que tudo tinha ficado do avesso.

Estava tudo tão diferente que eu já tinha recusado ficar com mais de cinco meninas que me procuraram. Vejam bem, eu preferia, optava, escolhia, em ficar só com uma no momento. E ela era a Rose Weasley.

Era uma loucura. Fui abordado tantas vezes que já decorei uma resposta para dispensá-las, não porque Rose pedia ou algo do tipo, mas porque eu não tinha vontade de me dividir. Se eu estava com ela, eu queria que me quisesse por inteiro.

Ao sermos flagrados pela irmã de Alvo e sermos recebidos com seu grito, senti meu sangue gelar e desaparecer. Apertei mais forte a mão de Rose sem saber o porquê, e ela reclamou e se soltou.

— Calma, Scorpius, relaxa. Ela é minha amiga, acima de ser a fofoqueira do colégio.

A ruivinha Potter fez uma careta ofendida, mas ficamos calados. Parecia que eu e Rose tínhamos combinado em não mostrar pra ninguém que estávamos nos relacionando, porém nunca tínhamos tido essa conversa. Na realidade, foi tudo tão natural que nem pensamos. Só preferíamos existir para nós dois.

— Pode ir. Eu vou conversar só com a Lily. - Rose nos tirou do silêncio novamente. Olhei de uma para a outra, e a Potter ainda estava sem fala.

— Posso ficar aqui. Não precisa falar sozinha.

— Não, não se preocupa. É uma conversa que quero ter com ela. - minha ruiva sentenciou e consenti.

Fiquei sem saber como me despedia e saia dali, mas Rose me abraçou, dizendo:

— Não precisa ficar gelado, Malfoy. Ela é a Lily.

Tive vontade de rir.

— É por isso mesmo. - respondi e quem riu foi ela. Plantei um beijo em sua boca porque já me era tão natural o hábito que nem pensei. Lily guinchou, Rose riu mais ainda.

Decidi que estava na hora de deixar aquelas duas malucas juntas.

Depois de ficar um tempão sem nada para fazer ao mesmo tempo em que me escondia de algumas ex-ficantes, optei em ir até o campo. Fazia um bom tempo em que eu não conseguia me concentrar plenamente em campo e minha sorte era que os jogos estavam se intercalando entre as outras Casas de Hogwarts.

Para minha surpresa, encontrei as minhas duas pessoas preferidas do mundo todo.

— Não acredito que estou vendo meus putos prediletos! - exclamei ao abordar Alvo e Thomas, jogados um ao lado do outro no banco próximo ao campo.

— Olha só quem chegou com uma alegria imensa. - Thomas resmungou. Estava de braço cruzado, uma cara fechada. E parecia que fazia dupla com Alvo que estava da mesma forma.

— Isso é verdade, não compartilhe de sua felicidade desconhecida enquanto seus amigos se isolaram para ficar deprimidos - Alvo entoou. 

— Vocês estão com as caras péssimas, caralho. O que houve? - me joguei entre os dois e passei o braço por seus ombros.

— Me larga, Malfoy! - Thomas exclamou e me deu um soco no braço ao passo que só ri de seu mau humor.

— Porra, Thomas, que gênio horrível. Que cagada aconteceu na vida de vocês pra estarem sozinhos em um campo vazio quando temos a tarde sem aulas?

— Já falei, a vida, Scorpius. Não somos você que anda feliz sem motivo aparente. Inclusive, quem você está comendo?

— Deixa ele, Alvo, não abriu a boca até agora e acho que nem vai. Na certa não quer dividir, né Malfoy?

— Vocês são duas putas chatas. Não, não quero dividir, Thomas. Mas a questão não é essa, porra! Por que estão parecendo atrizes de filme de drama?

Alvo passou as mãos pelo cabelo e suspirou.

— Pode começar com você, Alvo, vamos, se abra para nosso psicólogo Scorpius. - Thomas debochou e eu ri.

— Para, porra, assim ele não vai falar. - rebati. - Deve ser algo sério. Vocês raramente ficam com cara de cu assim.

— Respeita a dor alheia, caralho.

— Cala boca, Thomas, vai, Alvo, abre a boca. Seus melhores amigos estão aqui.

 - Estamos te apoiando, meu lindo. - Thomas fez voz fina e tocou o braço de Alvo. O Potter conseguiu sorrir de nossas brincadeiras e depois ficamos em silêncio, esperando.

— É que... Ah, caras, é preocupação que anda me corroendo todos os dias.

— Não precisa ficar preocupado, Alvo, a Grifinória vai perder o campeonato de rugby esse ano pra Sonserina, então só aceita.

— Fica quieto, Scorpius, caralho. O cara 'tá falando, vou enfiar minha mão lá no seu...!

— Muito obrigado, Thomas. Voltando, seu imbecil loiro, eu nem estou pensando em rugby.

— Então a porra é séria mesmo. - Thomas arregalou aquelas bolas azuis que ele tinha na cara e que as meninas morriam de inveja.

— Sim... Na real, o que vocês fariam se fossem os únicos a saberem de um segredo de uma pessoa que nunca foi próxima demais a você, mas sempre esteve presente e agora precisa de ajuda, mas se recusa... O que fariam?

— Não consigo entender analogia, cara - Thomas fez uma cara desapontada.

— Pelo o que eu consegui compreender porque você é péssimo em explicar, Alvo... Você está proibido de falar isso dessa pessoa? Mas acha que não é o certo guardar segredo?

— Sim, isso. - Alvo nos olhou, quase implorando conselhos mágicos, mas, porra, não éramos muito bons em conselhos. - Não posso falar a vocês o que é e ser mais claro.

— Fez promessa, porra?

— Deixa ele, Thomas. Alvo, nós entendemos seu lado...

— Entendemos não!

— ... É questão de vida ou morte? - terminei de perguntar.

Alvo ponderou um segundo.

— Não acho que seja. Mas é igualmente preocupante.

— Como você acha que pode ajudar nessa situação?

— Não sei, Thomas, queria poder buscar ajuda de alguém que soubesse do assunto para então tomar uma decisão.

— Mas é a linha tênue entre interferir na vida de alguém que não é a sua vida. - externei os pensamentos de Alvo, e ele concordou, parecendo angustiado.

— Estou me corroendo.

— Talvez você devesse esperar, cara. Ver até onde você pode interferir. Enquanto isso, você vai falando com a pessoa pra que induza ela a tomar a decisão de ajuda.

— Porra, Thomas, que cara maduro você aparentou ser agora, estou orgulhoso de você! - Exclamei virando-me para olhá-lo.

— Não é? - até Alvo se surpreendeu. - Até parece que não se embebeda nas festas, passa vergonha e é um grandessíssimo idiota todo tempo. Agora conta seus problemas, puto.

— Também concordo com Alvo, Thomas, vai abrindo essa sua boca arregaçada - comentei e notei melhor seu estado. 

— Meu Deus, Alvo, você não está achando o Thomas muito desarrumado? Tava fazendo sexo, Thomas? E pra depois ter vindo aqui chorar, deve ter brochado.

Alvo gargalhou.

— É mesmo, tá parecendo demais! Tem até batom no seu pescoço, Thomas!

Thomas abriu aqueles olhos azuis dele, espantado, e começou a procurar a mancha para tirá-la.

— Thomas Uckermann querendo tirar uma mancha de batom e brochando no mesmo dia? Será esse o sonho que pedi a vida toda?

— Esse momento é nosso, não acredito que está acontecendo! - entooei a brincadeira com Alvo. 

— Parem, caralho, não foi nada disso. - Thomas tentou ajeitar os cabelos pretos desalinhados e tentou alisar a camisa toda amarrotada. - Queria eu que tivesse terminado em sexo. Mas não deu.

— Meu Deus, a menina te deu um fora? - foi a vez de Alvo ficar surpreso.

— Eu disse, Alvo, esse momento é nosso, é único!

— Cala boca, Scorpius - Thomas resmungou. Suspirou irritado e desviou o olhar de nós dois. - Fiz uma besteira um dia aí com uma menina e hoje me peguei com outra.

— Ué, mas cadê o problema? Você faz isso desde que seu pai te jogou aqui, Thomas - Alvo respondeu.

— É justamente por isso! Porque eu faço isso desde sempre e hoje não deu certo. Uma outra menina maluca me prendeu hoje num corredor e eu fui na onda, né, que cara não iria querer uma gostosa se esfregando nele por livre e espontânea vontade de repente? Fui em frente com ela, ela queria tudo, meu Deus! - Thomas passou as mãos pelo rosto, irritado.

— Você pulou fora, não foi? - perguntei. Pela cara de meu amigo, eu via a confusão que explodia dentro dele. Eu reconhecia porque passava pela mesma coisa. Porém diferente dele, eu não estava em estado de negação. Eu queria e estava com Rose e não ligava para as outras.

— Pulei, pulei fora e pulei bonito. Acabei falando tanta besteira pra menina, que pelo amor de Deus. 

Alvo começou a gargalhar.

— Não acredito que você ficou pensando na outra menina! Quem é ela? Já dormiram juntos?

Thomas nos olhou com raiva.

— Não, não vou dizer. Vocês ficam tudo aí guardando segredo e eu, idiota, quem vou contar o meu? Morram de curiosidade. Mas nem dormimos juntos, não sei o que houve! Foi só um beijo, porra, para de rir, Alvo.

— Não aguento, meu Deus, meus amigos estão laçados? - ele nos olhou, intercalando o olhar. - Primeiro o Scorpius fica fugindo como o diabo foge da cruz quando vê uma ex-peguete, e agora Thomas brocha com outra?

— Não brochei, caralho, Alvo, você é surdo.

— Fica rindo aí feito uma hiena, seu palhaço. - comentei. - Vai chegar sua hora. E suspeito que já esteja vindo de cavalinho, a passos curtos.

Thomas entendeu a referência e quem riu daquela vez fomos nós.

Alvo ficou sério.

— Eu me preocupo com ela! Não estou apaixonado feito vocês.

— Ela? Quer dizer que é mesmo uma garota, né? - Thomas brincou.

— Eu disse. Esse dia é memorável pra mim. - respondi e sorri pra eles. - Sei que vocês estão com problemas, mas dá pra resolver, pessoal. Vamos tentar crescer com isso.

— Olha quem fala, né, o maduro. - Alvo revirou os olhos. - Vou cair fora porque preciso espalhar o boato de que Thomas brochou hoje. Tchau pra vocês.

— Ei, Potter, volta aqui, caralho! - Thomas berrou e saiu correndo atrás de um Alvo que corria rindo. Observei-os se afastar até que fiquei sozinho.

Um tempo debaixo do sol era o faltava para que minha pele se aquecesse e endorfina fosse liberada por meu corpo.

— Ei, loirinho - uma voz me fez abrir os olhos e visualizei Kellen em minha frente.

— Olá, ser estranho. O que 'tá fazendo aqui?

— Vim entregar uma carta que chegou pra você. - ela respondeu e se sentou ao meu lado. - E vim compartilhar uma decisão.

— Uau, espera aí, uma coisa de cada vez. Me passa a carta, aliás obrigado por pegar. - ela deu de ombros e me entregou. - Agora, me fala sua decisão.

— Não é nada de outro mundo, não... - Kellen revirou os olhos e o vento bateu em seu rosto, espalhando as mechas azuis. - É que quando falei que entrei em terapia sem contar a você, percebi que ficou ofendido. É meu melhor amigo, Scorpius, por isso quis contar também.

Fiquei sentido por suas palavras e a abracei.

— Conta então, criatura.

— Vou fazer parte de um grupo de ajuda que vai iniciar aqui em Hogwarts. Serão horários alternativos, vão divulgar a ajuda profissional ainda, mas fiquei sabendo antes. Então decidi fazer parte. Se tenho que seguir em frente, arrancar as cicatrizes, que façamos do modo rápido, pra doer menos.

— Fico muito feliz em saber de sua decisão, Brice - eu a confortei para que soubesse o quanto eu a admirava por ser forte. - Nada foi fácil até agora, mas vai ajudar a partir disso.

Ela deu de ombros.

— Espero que sim, Scorpiuszinho.

— Quero que se sinta bem com isso, então se não gostar, Kellen, não fica, não insista, ok?

— Entendi! Já sei disso tudo... Só estou ansiosa.

— Falando em ansiedade.... Sabia que um cara veio falar comigo sobre você?

Kellen arregalou os olhos e ficou branca.

— O quê? Quem? Por quê?

— Vai com calma - eu ri. - Foi um colega de sala, falou que queria uma dica pra saber como conversar com você. Falei que você era difícil e que se ele levasse livros pra você, já era um bom começo.

Ela sorriu, fraquinho.

— Bom, eu vou gostar dos livros, mas espero que ele não ache nada demais.

— Sabe que se precisar enxotar ele, pode me chamar, né?

Ela me olhou de soslaio.

— Meu querido, eu sou lutadora. Posso bater em você também. Relaxa aí.

— Esqueci desse detalhe, droga, nem posso oferecer meus serviços como amigo.

— Ficar calado seria ótimo.

Kellen começou a me provocar e ficamos conversando até a tarde cair. Nem nos demos conta da carta que havia chegado pra mim, só me lembrei dela quando fui dormir.

Estava com o nome de meu pai e fiquei curioso. Ele raramente mandava algo pra mim, então era um caso curioso. Eu a abri e fiquei sem fala com o que encontrei.

" Scorpius,

sei que é estranho pra você receber uma notícia minha depois de tantos anos que ficamos separados. Mas dessa vez sou eu, Draco Malfoy, quem veio e quis escrever pra você. Eu queria dizer que não acreditaria no que me aconteceu esse ano, o quanto foi transformador e ainda modifica minha vida. Por isso, uma das consequências dessa mudança é o que me fez engolir todos os erros que cometi com você durante todos esses anos, vim buscar perdão, mas não por meio de uma carta, porque não seria suficiente, somente uma outra vida inteira. Mas pedir encarecidamente, que você viesse para a mansão nas festas de fim de ano para que possamos conversar, Scorpius.

Mudei muito, meu filho, você nem imagina quanto e nem por quê. Não sei se você vai aprovar ou me rechaçar ainda mais depois que saber de tudo, mas estou pronto para correr o risco.

Assim, só peço que venha no fim do ano e que possamos, quem sabe, recomeçar.

Com pesar por tudo que passou,

Draco Malfoy."

.

.

.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

cade vcs??
Assim, quando voltarei....?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Proibida Pra Mim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.