Cinquenta Tons de Anastácia escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 3
A Verdade dói


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/RWfBUAb93IA



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P.O.V. Christian.

A babá Melissa estava sentada no chão brincando com Alice que estava sentada num tapetinho infantil colorido de plástico.

—Seu nome é Melissa não é?

—É. Eu sou de menor, se colocar um dedo em mim vou te processar.

—Uau!

Ela voltou a sorrir para Alice que se levantou e saiu andando.

—Eu não vou colocar nem um dedo em você.

Melissa saiu andando atrás de Alice.

—Você quer alguma coisa. Estou chocada.

—Desde quando você é babá de Alice?

—Desde antes dela nascer. Não somos como vocês, nós não ferimos e não abandonamos aqueles que amamos.

—Você é bruxa também?

—Você sabe então?

—Sim.

—Sim. Sou.

Ela voltou e se sentou no sofá enquanto Alice andava pela casa.

—O que você quer saber?

—O que aconteceu com Anastácia durante o ano passado.

—Eu não sei o que você fez com ela, mas o que quer que tenha sido a afetou. E deixou ela com raiva. Faz ideia deixar uma bruxa cujo elemento dominante é água com raiva?

—Elemento dominante?

—As bruxas conseguem dominar e tirar poder de todos os quatro elementos, mas sempre há um elemento dominante. Aquele qual ela consegue manipular e canalizar com mais facilidade. O elemento influencia diretamente na personalidade da bruxa.

—E ela só ficou com raiva?

—Não. Ela teve uma profunda depressão pós parto, não deixava ninguém relar na Alice, bom quase ninguém. Só eu e a Senhorita Kavanah, ela ficou chorando por meses e ficou meio pirada além da conta, tipo assim. Ela não deixava nenhum cara relar nela, nem apertar a mão. Ela teve que ir ao psiquiatra, psicólogo, ficou muito mal, mas começou a melhorar. E ela tem sido uma ótima mãe. Trabalha demais para dar tudo pra Alice. Ela mataria e morreria por esse bebê.

—Ótimo.

—Ela ainda ama você, mas sabe Senhor Gray a confiança é como um espelho. Uma vez quebrada você pode consertar, mas o racho sempre estará lá.

—Alice! Vamos passear?

Alice veio correndo, caiu sentada, mas rapidamente se levantou e correu para os braços da babá.

Melissa vestiu Alice com um lindo vestidinho cor de rosa e a colocou no carrinho.

—Se importa se eu for com vocês?

—Não. Eu só não posso deixar você sozinho com o bebê.

—Porque não?

—Ah, os ricos. Vocês acham que podem tudo, que o mundo é de vocês. Mas, vou te falar uma coisa: Não dá pra assoviar e chupar cana ao mesmo tempo. Não se pode ter tudo, você tem que escolher.

—Como assim?

—A Dona Ana tem medo que você machuque a Alice. Fisicamente. E só pra você saber, não importa o motivo... homem que bate em mulher é covarde.

—Sabe, doeu mais em mim do que nela.

—Então realmente bateu nela? Na mulher que você supostamente ama e que tava carregando seu filho? Vocês mortais são mesmo uma raça nojenta.

—Eu a quero de volta. O que eu faço pra conseguir?

—Pra que a quer de volta? Pra bater nela de novo? Pra ela ser o seu saco de pancadas humano?

—Não. Eu nunca mais vou bater nela outra vez.

—Eu já ouvi isso antes. Eu tinha uma amiga... o marido batia nela, ela ia embora e então ele voltava, prometia que não iria mais bater nela, prometia que ia mudar. Sabe o que mudou? A Eileen morreu. Foi só isso que mudou. Ele bateu tanto nela que ela morreu. Ossos fraturados, rosto desfigurado, órgãos perfurados.

—Sinto muito.

—Você é igual a ele, só que é rico. Quando uma mulher chega ao céu ou ao outro lado porque morreu nas mãos do marido ou de qualquer homem... O homem que fez aquilo com ela atrai tudo de ruim para si mesmo. E se ela for uma bruxa é seis vezes pior.

—Como pode saber?

—Quer saber o que aconteceu com o cara que matou a Eileen? Então vamos dar uma volta.

Eu entrei no carro dela e ela me levou para um lugar horrendo.

—Bem vindo á Casa Eichin. O lar dos doidos de pedra.

—Onde vamos?

—Vamos? Não você vai. Pergunte pelo Jimmy Barnes. E se quiser que ele reaja, fale Eileen.

Eu fui e a enfermeira me alertou que o Senhor Barnes estava em estado catatônico.

—Oi Jimmy. O que aconteceu com você?

Ele não respondeu.

—O que aconteceu com a Eileen?

—Eileen? Ela tá aqui?!

Ele se levantou desesperado.

—Me diz que ela não tá aqui?!

—Não. Ela não tá aqui.

—Eu não consigo escapar dela e das outras. Não consigo fugir dele.

—Fugir de quem?

—Lúcifer.

O homem começou a bater a cabeça na parede e bateu até sair sangue.

—Você está seguro aqui.

—Não. Ninguém está seguro! Elas são bruxas e ele é o diabo! É o diabo! Ele é o diabo!

Eu sai de lá. Horrorizado.

—Gostou?

—O senhor Barnes disse que o diabo estava atrás dele.

—É porque está. Lúcifer não é o mal, ele é a justiça divina. Esse homem que matou nossa irmã... ele jamais terá paz, nem nessa vida e nem na próxima. Ninguém mexe com as bruxas e sai ileso. Que sirva de aviso. Ainda mais com a linhagem da Dona Ana.

—Como assim?

—Algumas linhagens são mais poderosas e mais privilegiadas que as outras. A da Dona Anastácia remonta aos primórdios da bruxaria tem tipo quatro mil anos. E á menos que você queira ser o próximo, que queira irritar toda uma linhagem super antiga de bruxas viva e morta. Nunca mais encoste na Dona Ana.

O celular de Melissa começou a tocar.

—Alô?

—Melissa? Onde você está? Onde está Alice?

—Estamos bem. Nós saímos para passear, ela não ficava quieta. Já estamos voltando.

Assim que passamos pela porta do Loft ela veio correndo.

—Meu bebê!

Ela tomou Alice dos braços de Melissa e a examinou cuidadosamente.

—Relaxa, ele nem tocou nela.

—Ana, eu nunca faria nada para machucar a Alice. Ou você.

—Mas, machucou. Guarde suas palavras para quem acredita nelas.

—Anastácia, eu me arrependo do que fiz com você. Eu não devia ter te dado cintadas, doeu mais em mim do que em você. Se eu pudesse voltar e desfazer... eu voltaria.

—Mas, você não pode.

—Ele meio que pode.

—O que?

—Eu tenho um objeto mágico super raro que eu herdei da minha avó. É um vira tempo, permite ao portador viajar no tempo tanto pro passado quanto pro futuro.

Ela tirou o colar do pescoço.

—Se girar no sentido horário você vai para o futuro. Se você girar para o sentido anti-horário vai para o passado. Pense naquele dia e gire o colar, quanto mais específica e clara a imagem do momento melhor.

Melissa me estendeu o colar.

—Obrigado.

—Dois avisos. Não altere mais do que o necessário e aconteça o que acontecer não faça contato físico de nenhum tipo com o seu eu do passado.

—O que acontece se eu fizer?

—Vocês vão se fundir. Sem contato físico entendeu?

—Sim.

—Boa sorte e boa viagem.

Eu girei o colar e vi tudo ao meu redor começar a girar, logo eu estava de volta a aquele momento e me vi com a cinta na mão.

—Não! Pare!


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