Cinquenta Tons de Anastácia escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 4
De volta para o passado




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P.O.V. Christian.

Eu estava prestes a começar a bater quando ouvi alguém gritar:

—Não! Pare!

Eu olhei e era eu.

—O que?!

—Não faça isso. Se fizer vai perder ela para sempre e vai se arrepender cada ano, cada mês, cada segundo de cada dia.

—Quem é você? Como somos tão iguais?

—Eu sou você. Solta ela Christian.

—O que? Isso é impossível.

—Não. Não é.

—O que? Como assim não é?

—Porque você veio aqui? Quem te mandou? Eu?

—Não Ana. Você nem olha mais na minha cara.

Ele soltou as cordas e colocou o blazer sob os ombros dela.

—Obrigado. Estavam me machucando.

—De nada.

—Eu quero que vocês dois saibam que eu nunca seria capaz de machucar vocês. Eu amo vocês, apesar das doidices. Isso é muito esquisito e olha que eu já vi muita esquisitice na vida.

—Olha só, minha versão do passado se você puni-la isso não vai feri-la só fisicamente. As marcas físicas vão sumir, mas ela vai odiar você e vai te abandonar. E você vai ficar sozinho, vai perder as duas únicas coisas verdadeiramente boas que você já teve.

—Você ta com o vira tempo ai?

—Sim.

—Eu posso ver? Minha mãe deixou pra mim. Eu nunca usei de verdade.

Ele deu o colar na mão dela.

—Mas, isso não é meu. O meu é prateado.

—Não é seu. Eu nem sabia que você tinha um.

Quando ela tocou o colar seu corpo deu um tranco.

—Não! Christian você tem que voltar agora! Melissa vai tentar matar a Alice.

Ana correu, arrancou uma tábua do assoalho e pegou uma faca prateada.

—Nem Jesus machuca o meu bebê. Vamos temos que correr.

—Anastácia?

—O que?!

—Você está nua.

—Oh! É. 

Ela vestiu um roupão e disse:

—Vamos.

Então eles sumiram. Quando ela voltou seu roupão branco de seda estava ensanguentado.

—O que aconteceu?

—Eu matei uma bruxa babá que tentou matar a nossa futura filha. Você devia tê-la visto, ela é linda.

—O que?! Uma bruxa babá?

—Você nunca me conta seus segredos. Porque eu deveria contar os meus pra você? Eu vou tomar banho e se tentar encostar em mim, eu te mato.

—Me mata?

Ela me dominou rapidamente e colocou a faca na minha garganta.

—Não me subestime. Você não me conhece, o sangue antes de tudo. E o seu eu do futuro estava certo, se eu perdesse a minha filha por causa desse seu fetiche idiota você iria sofrer sem parar.

Ela me soltou, pegou uma muda de roupas e entrou no banheiro trancando a porta.

Quando ela saiu eu estava chocado demais para fazer ou dizer alguma coisa.

—O que aconteceu lá?

—Vira tempo. O seu eu do futuro veio visitar o seu eu do passado.

—Como isso é possível?

Ela engoliu uma colherada de cereal e disse:

—Você não vive no mundo que pensa que vive. O que eu estou prestes a te contar vai mudar suas crenças pra sempre. Ta pronto?

—Eu acabo de ver outra versão de mim, então sim.

—Sou uma bruxa. 

—Uma bruxa?

Ela colocou a tigela sob a bancada, fechou os olhos e começou a falar.

A casa começou a tremer, tudo começou a flutuar, a água nos canos a se revolver.

—Você ta fazendo isso?

Ela parou de falar e tudo despencou.

—Jura? Sabe que eu não tinha notado?

Ela usou a ironia.

—Você foi irônica comigo?

—Talvez. Eu sou uma bruxa super poderosa proveniente de uma longa linhagem ininterrupta e você é só um ser humano mortal. 

—Eu não acredito.

—Sério?! Acabei de mostrar!

—Não, eu... eu não acredito que o que deveria me apavorar só me faz te querer mais. Só me faz te amar mais.

Ela engasgou, mas se recuperou rápido.

—Eu não acredito que você disse. Ai Meu Deus ele finalmente disse! Ele admitiu!

—O que?

—Você finalmente admitiu que me ama.

—Não, eu...

—Não dá pra retirar agora querido.

Ela ficou feliz e uma planta que estava morta dentro do vaso simplesmente voltou a vida e deu uma flor linda. Um girassol.

—Você trouxe a planta de volta a vida.

—Não. Ela não tava morta. Só você que não sabia cuidar dela e nem a sua empregada. Ela estava afogando a pobrezinha.

—Eu adoro girassóis. Eles são umas das mais inteligentes que eu já vi.

—Plantas inteligentes?

—É. Eles sabem falar, tudo sabe falar, a gente só tem que saber ouvir. As plantas se comunicam de um jeito diferente, numa frequência diferente, cada ser tem uma frequência. A gente só tem que saber sintonizar.

—Eu amo você.

Ela ficou em choque por alguns minutos.

—Eu amo você também.

Logo estávamos fazendo sexo, eu a amarrei e ela disse:

—Seja gentil. Ou você pode machucar o bebê.

—Machucar o bebê?

—Eu to... grávida? Você vai ser papai, vamos ter um bebê.

Depois que eu processei a informação, eu a desamarrei.

—Você está bem?

—Meus pulsos estão esfolados, mas nada que um bom feitiço de cura não resolva.

—Pode curar qualquer coisa?

—Feridas físicas. Traumas emocionais são... bem mais complexos e eu não posso fazer muita coisa.

—Porque não?

—Mexer na mente de outra pessoa é uma coisa muito séria Christian. Um errinho e podemos tirar da pessoa toda a sua vida, podemos fritar o seu cérebro literalmente. Dar um aneurisma ou coisa assim.

—Consegue fazer alguém ter um aneurisma?

—Consigo. 

—Fritar um cérebro?

—De dentro pra fora.

—Onde você esteve a minha vida toda?

—Christian, eu não uso meus dons pra machucar os outros. Uso pra salvá-los. As bruxas são servas da natureza.

Com o passar dos meses a barriga começou a crescer.

P.O.V. Ana.

Eu estava olhando pela janela e bebendo chá quando sinto braços ao meu redor.

—Começa a ficar mais difícil te abraçar.

—Eu sei. Você nem imagina como é... eu sinto ela Christian, sinto a energia dela, eu sinto a nossa filha crescendo dentro de mim. Sinto seus poderes.

Ele ficou me abraçando e acariciando a minha barriga. Oh, esqueci de dizer nós casamos para que o bebê não nascesse bastardo.

—O que é isso que está bebendo?

—Chá de casca de árvore. Acordei com azia.

—Não é melhor tomar um anti ácido?

—Não. Esses remédios de farmácia são cheios de porcarias, são feitos pra te viciar que nem drogas.

P.O.V. Christian.

Eu peguei ela no colo e ela enrolou as pernas na minha cintura e os braços no meu pescoço. Coloquei minhas mãos nas coxas dela para poder segurá-la e então... do nada ela... teve um orgasmo.

—Você acabou de...

—Fala nada não. Isso aconteceu quando eu sentei na privada pra fazer xixi.

—Sério?

Eu perguntei rindo.

—Muito sério. Foi muito embaraçoso. Efeito colateral de estar grávida.

—Eu sinto falta de ter você.

—Você não transa comigo porque não quer.

—Eu não vou transar com você enquanto estiver grávida.

—Porque não? Porque não pode me amarrar? Como se eu não pudesse usar um feitiço e soltar as cordas. Você só me amarra porque eu deixo você me amarrar.

—Na próxima amarro e amordaço.

—Não resolveria. Feitiços silenciosos também funcionam. Já que você não vai transar comigo...

Ela desenrolou as pernas da minha cintura.

—Eu vou ver o que tá passando na televisão.

Ela me deu um selinho e foi para a sala. Ligou a televisão, estava no canal de notícias.

—Jesus.

—O que foi?

Ela correu até o telefone e ligou pra alguém.

—Alô?

—Kate! Graças á Deus!

—O que foi Ana? 

—Onde você tá?

—Presa no trânsito. Tá mais pra engarrafamento.

—Graças á Deus. Kate, o prédio onde fica o seu antes nosso apartamento está em chamas.

—O que?!

—É. Ainda bem que está bem. Olha, vem pra cá. Eu vou te passar o endereço por mensagem e você pode ficar o quanto quiser.

—Eu não acredito. Eu tinha comprado um monte de presentes pra minha nova sobrinha.

—Pelo menos você ainda tá viva.


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