“O lamento dos três”

Na casa de Áries, podia-se observar resquícios de luz originados pelo golpe extinção estelar do cavaleiro de ouro Mu de Áries. Máscara da morte e Afrodite estavam pasmos após presenciarem tamanho poder. O cavaleiro de câncer fala impressionado que aparentemente o cavaleiro de Pégaso havia sido desintegrado e o cavaleiro de peixes corrige dizendo que na verdade o corpo dele havia sido consumido por inúmeras estrelas. A figura que estava coberta por um pano preto, permanecia calada, mas o seu silencio dura pouco tempo. Soltando um leve sorriso, a criatura diz:

— A sua extinção estelar é realmente um golpe impressionante Mu – Fala com um ar de deboche – Mas não pense que conseguiu enganar os meus olhos. Me diga, para onde você mandou o Pégaso.

O cavaleiro de Áries muda sua expressão calma e serena para uma expressão de medo e com uma voz tremula responde a criatura:

— Não entendo vossa pergunta, pois não existe outro destino para alguém que foi atingido pela extinção estelar a não ser a própria morte.

A criatura solta mais um sorriso sarcástico e diz que tudo bem, que não haveria diferença se um mero cavaleiro de bronze vive ou morre e ordena a Máscara da morte e Afrodite que atravessem imediatamente a casa de Áries e lhe tragam a cabeça de Athena. Obedecendo as ordens vindas da figura misteriosa, os cavaleiros de peixes e câncer avançam mais uma vez na tentativa de atravessar a casa zodiacal e seguir adiante, porém mais uma vez, são interceptados por Mu que utiliza a sua telecinese para arremessa-los para longe. A criatura aparenta não gostar do que vê e com uma voz agressiva diz a Mu:

— Mu, vai mesmo continuar a me desobedecer?

O cavaleiro de áries responde com uma voz triste porem convicto:

— Realmente me sinto muito mal tendo que desobedecer as ordens de vossa excelência, mas não posso deixar de fazê-lo se for uma ordem completamente inescrupulosa como essa de matar a nossa deusa Athena.

Máscara da morte perde a paciência e ordena que Mu saia imediatamente da frente deles, mas interrompido pelo cavaleiro de áries que dirigi a palavra a os dois ex-caveleiros com uma voz cheia de raiva e em alto e bom tom:

— Máscara da morte e Afrodite, realmente é algo muito grave para mim desobedecer as ordens de vossa excelência mas vocês acham que gozam do mesmo privilegio? Além do mais, eu jamais poderei perdoar vocês – Fala gritando com a voz cheia de ódio – Como cavaleiros que outrora foram servos leis a Athena se apegam tanto a vida a ponto de se rebaixarem a servos de Hades, eu não poderia permitir que vocês dessem um passo se quer na casa de áries, eu vou fazer vocês voltarem ao lugar de onde nunca deveriam ter saído, seus vermes traidores.

Dizendo isso Mu utiliza mais uma vez o seu golpe extinção estelar, dessa vez nos ex-cavaleiros de peixes e de câncer, Máscara da morte se irrita com todo aquele discurso de Mu e o manda parar de falar besteiras ao mesmo tempo em que utiliza seu golpe ondas do inferno, acompanhado por Afrodite que utiliza seu golpe mais forte, a rosa sangrenta. Consumido pelo ódio que estava sentido pelos dois cavaleiros, agora servos de Hades, o cavaleiro de áries utiliza grande parte da sua força para quebrar o golpe ondas do inferno mas é atingido pela rosa sangrenta de Afrodite. Mesmo com a rosa disparada pelo cavaleiro de peixes sugando o seu sangue Mu não se deixa levar pela dor e utiliza toda sua força naquele golpe que só não destruiu os dois renegados por que foi interceptado pela criatura que até então só observava.

Nos cinco picos antigo de Rozan, o mestre ancião observava as estrelas quando é surpreendido por Shunrei. A garota pergunta o que estava deixando o mestre tão preocupado e ele responde dizendo que é melhor que ela não fique sabendo para que não se envolva em assuntos desnecessários para ela. Com a voz rouca e em um tom de tristeza o mestre ancião fala para Shunrei:

— Querida Shunrei, receio em lhe dizer que hoje é o dia em que nos dispersamos.

A garota sem entender o porquê, questiona o mestre sobre tal assunto mas é interrompida por ele que diz:

— Shunrei, eu desejo do fundo do meu coração que você e Shiryu possam viver em paz a partir de hoje.

Ao mesmo tempo em que olha para as estrelas e se lembra dos cinco jovens cavaleiros de bronze, Seiya de Pégaso, seu discípulo Shiryu, Hyoga de cisne, Shun de Andrômeda e Ikki de fênix, desejando mentalmente que eles possam descansar e viver uma vida normal depois de inúmeras batalhas enfrentadas por eles para proteger Athena e afirmando para si mesmo que aquele também era o desejo de Athena. Olhando novamente para Shunrei, diz com a mesma voz preenchida por tristeza:

— Que os deuses protejam você e Shiryu, Adeus Shunrei. – ao mesmo tempo em que pula de uma da montanhas em que estava desde tempos antigos deixando Shunrei chamando por seu nome e com lagrimas nos olhos.

Na casa de áries, Mu fala com um tom ofegante em sua voz, pois após ter utilizado tanto força em um só golpe havia gastado uma grande quantidade de cosmo, que mesmo que vossa excelência tivesse interceptado o seu golpe, Afrodite e Mascara da morte não poderiam mais lutar, a criatura diz que eles eram parte do que estava por vir mas antes que dissesse mais alguma coisa é interrompido por Mu que diz:

— Não importa o que você faça, eu protegerei não só a casa de áries como também o santuário inteiro se for necessário, e não morrerei até que os 108 espectros estejam derrotados.

A criatura zomba da força de vontade do cavaleiro de áries, e fala com um tom de deboche em sua voz:

— E quem disse que eu estava falando dos espectros? Máscara da morte e Afrodite não foram os únicos que voltaram em busca de tirar a vida de Athena.

O cavaleiro de áries fica supresso ao ouvir a afirmação da criatura, e diz que ela tinha razão, que também estava sentido mais alguns cosmos ao redor da figura coberta e que eram cosmos familiares assim como os dos cavaleiros de câncer e de peixes. Quando de repente surgem mais três criaturas idênticas a primeira. Surpreso o cavaleiro de áries fala com um tom de medo e espanto em sua voz:

— Eu não posso acreditar, até vocês foram seduzidos pela oferta de Hades.

No cemitério dos cavaleiros, Shina manda os cavaleiros de bronze de lobo e de hidra atearem fogo em todos os túmulos e os cavaleiros perguntam se ela realmente estava falando sério. A amazona de prata diz que não faria sentido nenhum proteger as fronteiras do santuário contra o inimigo atual de Athena. Os cavaleiros estavam confusos com a afirmação de Shina e a questionam sobre isso. A amazona responde dizendo que os soldados que foram enviados por Hades apareceram de dentro do santuário, mas a conversa é interrompida por Jabu, o cavaleiro de bronze de unicórnio, que chama Shina e os demais cavaleiros para verem algo. Quando se aproximam de certos túmulos, tanto a amazona quanto os cavaleiros de bronze ficam estupefatos. Com uma voz de medo, Shina fala para os cavaleiros de bronze:

— Tarde demais, estamos em desvantagem, se aqueles que no passado se encheram de gloria por serem os cavaleiros de ouro mais fortes que conhecemos, agora regressaram a vida como nossos adversários, eu temo que o santuário esteja em extremo perigo, seremos destruídos de dentro.      

Nos cinco picos antigos Shunrei estava chorando por não saber o real motivo da ida do mestre ancião e é surpreendida por três figuras cobertas por panos pretos, idênticas as que apareceram no santuário. Agarrando a moça pelo braço, uma das criaturas pergunta onde está o mestre ancião e ameaça dizendo que se ela não dissesse arremessaria a moça cachoeira a baixo. Com uma voz tomada pelo medo e sentido dor no braço segurado pela criatura, Shunrei responde dizendo que não falaria onde ele estava mesmo que soubesse, a criatura se enraiva e se prepara para arremessar Shunrei quando é interrompido por Shiryu que diz para largar a garota naquele exato momento. O cavaleiro de dragão ordena que deixassem a garota em paz e que ele seria o oponente dos três, uma das criaturas solta risos irônicos enquanto a outra solta a garota e diz com a voz em um tom de deboche:

— A quanto tempo, não acha Shiryu?

O cavaleiro de dragão sussurra para si mesmo que aquela era uma voz bem familiar para ele e na realidade ele estava reconhecendo o cosmo das três criaturas que ali estavam.  De repente, as três figuras estranhas rasgam as capas pretas que lhes cobriam revelando sua verdadeira forma. Eram os antigos cavaleiros de prata Algou de perceu, Dante de Cérbero e Capela de auriga. Shiryu não estava entendendo o que estava acontecendo ali, por que aqueles cavaleiros haviam morrido anos atrás na batalha contra o santuário, também percebe que o mestre ancião já não estava mais ali e questiona os ex-cavaleiros de prata como estavam vivos. Um deles responde dizendo que agora eram servos de Hades e que vieram para matar ele o antigo cavaleiro de libra. Antes que pudesse reagir de alguma form, o ex-cavaleiro de prata de Cérbero utiliza seu golpe grilhões do inferno que arremessa correntes com bolas de aço cheias de espinhos na ponta contra o seu oponente e atinge em cheio o cavaleiro de dragão, acompanhado pelo ex-cavaleiro de auriga que utiliza o seu golpe fatiador mortal que arremessa discos em alta velocidade em direção ao oponente, porém, são desviados por Shiryu que se levanta e fala aos renegados:

— Eu não posso acreditar que vocês que já foram leais a Athena, se tornaram sevos de Hades em troca de uma nova vida, eu vou mandar vocês de volta ao mundo dos mortos seu desgraçados traidores. – ao mesmo tempo em que utiliza seu golpe cólera do dragão, destroçando as sapuris juntamente com os ex-cavaleiros.

Na casa de áries, as três figuras que lá apareceram revelam sua identidade sendo eles os ex-cavaleiros de ouro Shura de capricórnio, Camus de aquário e Saga de gêmeos. Shura diz a Mu que se ele não os deixar passar terá que abrir caminho à força, mas o cavaleiro de áries persiste na decisão de não deixar ninguém atravessar. O cavaleiro de capricórnio diz que sendo assim ele usará a força e utiliza seu golpe excalibur em Mu que se esquiva do golpe utilizando seu teletransporte. Debochando do cavaleiro de áries, Shura diz:

— Parece que ainda continua a utilizar esses truques de criança, sendo assim terei que ser mais rápido no próximo golpe – Ao mesmo tempo em que levanta seu braço direito para disparar mais uma vez a excalibur, porem é interrompido por Camus, que diz que não seria necessário derramar o sangue do cavaleiro de áries e que ele se encarregaria de derrotá-lo.

Dizendo isso o cavaleiro de aquário utiliza seu golpe pó de diamante contra o cavaleiro de áries que é arremessado contra a parede mas se levanta rapidamente e diz que não importava o que eles fizessem, Mu não sairia da frente e não permitiria que eles atravessassem a casa de áries, mas é interrompido por Saga que diz:

— Realmente é uma perda de tempo ficar desperdiçando palavras com alguém incontestável como você Mu, mas já que é assim teremos que transformar a casa de áries no seu tumulo.

Mu sabia que iria perder se enfrentasse os três sozinho, porem ele nota uma coisa, percebe que o cosmo dos três cavaleiros renegados estava oscilando e utiliza sua telecinese para explorar mais fundo o que se passava na mente dos cavaleiros. Mu vê algo que o surpreende, era como se a alma dos renegados estivessem chorando, mas não lagrimas comuns e sim lagrimas de sangue, o cavaleiro de áries fica confuso ao ver aquilo e já não entende mais o que estava se passando. Quando Saga estava pronto para atacar Mu, é interrompido pela figura coberta que até então estava em silencio. A criatura ordena aos três renegados que avancem ao mesmo tempo em que paralisa o corpo de Mu e relembra aos seus subordinados que eles tem apenas 12 horas para trazer a cabeça de Athena.

Nos cinco picos antigos, Shiryu se despede de Shunrei e pede perdão para o caso de nunca mais voltar, deixando a garota com lagrimas nos olhos. Depois que se despediu de Shiryu, a moça diz que ainda não era hora de chorar até por que eles ainda podiam retornar com vida e disse para si mesma que iria esperar pacientemente, até por que não estava mais sozinha – Dizia enquanto passa as mãos sobre sua barriga.

Na casa de áries, Mu se encontrava no chão paralisado pelo cosmo que emanava da estranha figura coberta. A criatura diz que para que Mu não se sentisse tão mal ao morrer ele mesmo tiraria a vida do cavaleiro de áries, mas quando se prepara para atacar Mu, é surpreendido por barulhos como os de tochas sendo acesas mas percebe que na verdade era o relógio de fogo que havia sido aceso. Se questionando quem poderia ter feito aquilo ele pergunta em voz alta:

— Quem fez isso? Quem está ai?

E uma voz rouca responde dizendo:

— Fui eu.

A criatura ficou surpresa ao perceber que quem estava se aproximando era o mestre ancião, e falava gaguejando o nome de Dhoko. O mestre ancião fala com a voz calma.

— A muito tempo não me chamam por esse nome e já faz 243 anos desde que nos vimos pela última vez, velho amigo. Vamos me mostre o seu rosto, você também era uma cavaleiro de ouro como nós, aquele que perdeu a vida durante a rebelião de saga...

Ao mesmo tempo em que escutava o mestre ancião, a criatura rasgava o pano que lhe cobria deixando transparecer sua verdadeira forma, ele era na verdade Shion de áries o antecessor e mestre do cavaleiro de ouro Mu. Mestre ancião fica surpreso ao ver que seu velho amigo continuava com a mesma aparência de 243 anos atrás e o questiona sobre tal fenômeno, Shion responde dizendo que é graças ao imperador Hades e se vangloriava por tal fato, ao mesmo tempo em que zombava do antigo cavaleiro de libra pela aparência acabada que agora carregava em seu semblante. Mestre ancião, mantendo a calma diz que aquilo tudo não passava de ilusão, tanto as vidas quanto os corpos que Hades concedera a eles não passava uma mera miragem de certa forma e ironizando o antigo cavaleiro de áries o mestre ancião diz:

— Por que você acha que eu acendi o relógio de fogo? A sua vida e a dos demais cavaleiros ressuscitados por Hades duraram tanto quanto aquelas chamas, ou seja, vocês tem somente 12 horas de vida.

Liberando Mu do controle de Shion, o mestre ancião ordena ao cavaleiro de áries que una suas forças com Aiolia e os demais cavaleiros de ouro leais a Athena para que não permitam que os renegados deem um passo sequer no santuário. Obedecendo as ordens do cavaleiro, Mu atravessa a casa de áries a procura de saga e os demais renegados, Shion tenta impedi-lo mas é interrompido pelo mestre ancião que diz que para atravessar aquele caminho precisaria passar por cima do seu cadáver e Shion reponde falando com um tom de deboche:

— Você sabe que se começarmos a lutar agora daremos início a uma guerra de mil dias – Que é quando dois cavaleiros de ouro se enfrentam.

Mestre ancião reponde convicto dizendo:

— Isso é tudo o que eu mais quero neste momento.

Continua no próximo capítulo:

“As sombras dos mortos”